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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

terça-feira, 26 de março de 2013

Eric Dolphy: gigante do Free Jazz


Dolphy foi um grande saxofonista de Jazz na década de 1960

 O Jazz foi um gênero musical com grandes artistas em todas as décadas. Um deles foi Eric Allan Dolphy, nascido em Los Angeles em 1928 e morto em Berlim em 1964, aos 36 anos. Tocava sax alto, flauta e clarone. Foi  o primeiro claronista como solista no Jazz, além de grande flautista. Era mestre na arte do improviso. Nas primeiras gravações tocava de vez em quando clarinete soprano tradicional em Si Bemol. Usava amplos saltos intervalares e abusava das 12 notas da escala. Era comum usar efeitos sugerindo sons de animais. 

  Embora muitos críticos classifiquem o trabalho de Dolphy como Free Jazz, porém suas canções e solos tinham lógica diferente da maior parte dos músicos de Free Jazz. Após sua morte passaram a classificar seus hits como muito "Out" para ser "In" ou demasiado "In" para ser "Out".

  No início da carreira na década de 1950 tocou em big-bands lideradas por Gerald Wilson e Roy Porter. Ao participar do quinteto de Frank Hamilton acabou conhecido por um público maior e passou a viajar por todos os Estados Unidos em 1958, quando mudou-se para Nova York. Ali construiu várias parcerias, as mais importantes com as lendas do Jazz: Charles Mingus e John Coltrane (1961/1962) e com Mingus  de 1959 a 1964. 

  Era muito querido pelos dois músicos. Inclusive Coltrane dizia que Dolphy poderia ser comparado a ele e Mingus o achava seu brilhante intérprete. Coltrane nessa época gozava de fama por participar do quinteto de Milles Davis. Nessa época tocou em gravações com Ornette Coleman (Free Jazz: A Collective Improvisation), Oliver Nelson (The Blues and the Abstract Truth) e George Russell ( Ezz-Thetic) entre outros.

 Sua carreira em estúdio começou na Prestige Records. Ficou na casa de 1960 a 1961, gravando 13 álbuns,  somadas atuações em discos de outros artistas. Os dois primeiros álbuns foram Outward Bound e Out There. Este último disco está próximo das canções third stream. Elas fariam parte da herança de Dolphy com respingos na instrumentação do grupo de Hamilton com Ron Carter no violoncelo. O álbum Far Cry foi  gravado na Prestige em 1960, na primeira parceria com o trompetista Booker Little. 

 Em julho de 1963 junto com o produtor Alan Douglas marcou uma sessão de gravação com diversos músicos notáveis da época. Do encontrou saíram os discos Iron Man e Conversations. No ano seguinte entrou na lendária Blue Note Records e lançou o álbum Out to Lunch, enraizado na vanguarda, com solos dissonantes e imprevisíveis, mantendo a marca registrada de Dolphy. Alguns críticos consideram esse disco como o melhor já gravado por ele e um dos maiores discos de Jazz já lançados. 

  No início de 1964 deixou de excursionar pela Europa com o sexteto de Charles Mingus, pois pretendia morar naquele continente com a noiva, dançarina de ballet em Paris. Tocou e gravou com várias bandas europeias e estava se preparando para unir-se a Albert Ayler numa gravação. Infelizmente na tarde de 18 de  junho de 1964 caiu numa das ruas de Berlim. Socorrido ao hospital, os enfermeiros desconheciam que Dolphy era diabético. Imaginaram, por ser jazzista, que tivesse sofrido overdose. O deixaram sem atendimento até passar o efeito das drogas. Teve coma diabético e morreu. 

  Da herança musical de Dolphy, muitos roqueiros se apossaram, como John McLaughlin e Jimi Hendrix. De sua banda tocaram feras como Herbie Hancock, Bobby Hutcherson e Woody Shaw, além do baterista Tony Williams. Esse pessoal formou a espinha dorsal do segundo quinteto de Milles Davis. 

segunda-feira, 25 de março de 2013

The Fatback Band: outro diamante do Funk da década de 1970



Após longas férias na década de 1980, a Fatback continua em atividade, com shows em diversos países
   Outra grande banda de Funk ( o legítimo dos Estados Unidos) foi a The Fatback Band, que brilhou muito na década de 1970 e início dos anos de 1980 quando resolveram tirar férias. Faziam desde canções humorísticas até jingle para políticos. O grupo era composto pelo baterista Bill Curtis, o trompetista George Williams, o guitarrista Johnny King, o baixista Johnny Flippin, os saxofonistas Earl Shelton e Fred Demerey, o flautista George Adam, o tecladista Gerry Thomas.

  Com esse time eles colocaram vários hits nas paradas, como "Street Dance" (1973), "Wicki-Wacky" e " (Are You Ready) Do The Bus Stop". Gravavam a Funk Music que o público da época gostava, carregado de muito balanço. O grande sucesso da banda foi a canção " Spanish Hustle" (1976) ficando entre as 12 mais nas paradas de R&B dos Estados Unidos. 

Para facilitar a comunicação, a partir de 1977 reduziram o nome da banda para Fatback e colocaram nas paradas seu primeito Top Ten R&B com a canção "I Like Girls" (1978), porém o maior sucesso da banda foi "King Tim III (Personality Jock), considerado por muitos críticos o primeiro RAP a fazer a cabeça dos jovens da década de 1970, bem antes de ganhar vida a armação chamada SugarHill Gang Band. 


  A chegada de 1980 trouxe outros hits como "Gotta Get My Hands on Some (Money)" e " Backstrokin". Até 1982 eles premiaram o público com canções como "Take It Any Way You Want I Can". Neste período a banda recebeu o apoio vocal das três  meninas do Wild Sugar, destacando Evelyn Thomas, principalmente na canção  "Love Spread" (1985). Após esse hit, a Fatback deu uma pausa para retornar às atividades anos mais tarde.

 Em 2012 fizeram vários shows na Europa, agora com novos integrantes  ao time: Cordell "Pete" Everett (vocal e baixo), Ed Jackson (saxofone), Thomas Livingston (percussão), Ledjerick Todd Woods (trompete), George Williams (trompete), Darryl McAllister (guitarrista), Lynel Muldrow (baterista). Com o CD lançado em 2012, Bill Curtis and friends and Fatback, já gravaram 38 állbuns.




sábado, 23 de março de 2013

The Sylvers: quando a família ajuda no sucesso

The Sylvers foi uma banda familiar, com muito sucesso na década de 1970
       
    A banda The Sylvers nasceu, na década de 1970, em Memphis, terra da legendária Stax Records que durante muitos anos rivalizou com a Motown Records, do Norte dos Estados Unidos. Era conhecida inicialmente como The Little Angels (Os Anjinhos). O cabeça do grupo era Shirley Sylvers, mãe de Leon Frank III, Charmaine, Olympia-Ann e James. O ponta pé inicial foi em pequenos shows em Memphis e outras cidades da região do Tennessee, antes da mudança para o bairro do Harlem (bairro similar à Cracolândia na capital paulista), em Nova York.

   O repertório era composto de canções Pop e R&B. Depois emendaram turnês com Ray Charles e Johnny Mathis, servindo de banda de apoio. Ainda na década de 1970 saíram do Leste para o Oeste dos Estados Unidos, fixando residência em Watts, Los Angeles, quando trocaram o nome para The Sylvers. Nesta fase o grupo já havia incorporado os irmãos Edmund, Richmond, Ricky, Angie e Pat.

  Em 1972 eles eram conhecidos do público por aparecer em diversos programas de televisão dos Estados Unidos, como Spike Jones, Groucho Marx e Dinah Shore. Assinaram contrato com a Pride Records, subsidiária da MGM Records. Estouraram nas paradas com o hit " Fool´s Paradise", que ficou entre as 13 na Billboard de R&B. Depois emplacaram "Wish That I Could Talk To You´" repetiu a mesma dose.

  Mais tarde foram transferidos para a MGM e colocaram nos bailes e rádios a canção " Through The Love in My Heart". Não demorou para Larkin Arnold forçar uma mudança para a Capitol Records, visando colocar em campo o produtor Freddy Pearson, responsável por muitos hits do Jackson Five e Tavares.

  A estratégia deu certo. Pearson lançou o hit "Boogie Fever", que ocupou os primeiros lugares nas paradas de sucesso de todos os Estados Unidos. Em seguida vieram as canções "Cotton Candy", "Dance School". Em 1978 os Sylvers mudaram para a Casablanca Records onde colocaram seu último hit na boca do público, "´In One Love And Out The Other", que ficou entre as 50 mais da Billboard. A partir dai desapareceram do show-biz.

 

sexta-feira, 22 de março de 2013

Eldra Patrick: o cabeça da banda The DeBarge

Eldra Patrick é o cabeça da família DeBarge

Quem curtiu a banda formada pelos irmãos DeBarge no começo da década de 1980 vai se lembrar de Eldra Patrick, hoje com 51 anos. Cantor de R&B/Pop e Soul Music/RAP, é mais conhecido pelos hits "Who's Johnny" , "Love Always" e " Everywhere I Go", faixa do seu último CD lançado em 2013. Nesta canção, um RAP recheado de piano Rhodes, sintetizador e bateria eletrônica, Patrick canta de forma suave, num ritmo gostoso para se ouvir sentando à beira da praia ou mesmo passeando de mãos dadas com alguém que gostamos.

  Patrick já foi canditado três vezes ao Grammy. Também trabalhou com Tone Loc, Quincy Jones, Fourplay and DJ Quik. Nascido em Detroit, Michigan, é o sexto filho de dez irmãos. Quando criança cantava no grupo de louvor da igreja e tocava piano. Aos 13 anos sofreu a dor do divórcio dos pais. Cresceu imitando o irmão mais velho, Bobby.

  Em 1975, com 14 anos, decidiu correr atrás do sonho de ser artista. No ano seguinte foi pai (mais tarde teria 11 filhos). Em 1977 saiu da escola e começou a tocar com seus irmãos em clubes de Michigan. Dois anos depois Bernd Lichters os colocou na MCA Records. Gravaram um álbum como Banda Smash, composta por ele, os irmãos Mark, Randy, os primos Andre Abney, Elliot e Stanley Townsend Hood. Bunny, a irmã mais velha, uniu-se ao grupo depois.

  Porém o sucesso, Patrick teve pique para se apresentar sozinho diante do manda chuva da Motown Records, Berry Gordy. Ganharam um contrato e passaram ser conhecidos como The DeBarges. Gordy, macaco velho, lapidou a banda com canções comerciais e de arranjos e produção fáceis. Lançaram os álbuns This is My Dream e Reaching for Tomorrow. O primeiro trabalho de Patrick, em 1979, na Motown, foi como backing vocal nos hits " I Call Your Name", "Love Over and Over Again" e "My Friend in the Sky", essa última composta pela irmã Bunny e o irmão Bobby.


  Os primeiros três anos da década de 1980 renderam vários sucessos ao grupo, como "I Like It", "Love Me in a Special Way" , "Time Will Reveal". Patrick era o produtor e arranjador de todos os discos que a banda gravava na Motown. Mas a pressão  em tornar Patrick artista solo, longe dos irmãos, começou a provocar discussão entre eles. Era a mesma tática aplicada com Smokey Robinson e The Miracles, na década de 1960.

  Para colocar mais água quente ao molho, a Motown pediu para Patrick produzir sozinho o álbum Rhythm of the Night, sem qualquer ajuda dos seus irmãos. O disco vendeu bastante. A faixa título estourou em cinco países, incluindo Estados Unidos e Reino Unido. Em 1986 ele saiu da banda. Lançou três discos, todos um fracasso de vendas. Em 1990, a Motown o jogou na rua. Foi para a Warner Bros. Dois anos depois Maurice White, fundador da Earth, Wind and Fire, produziu seu disco, destacando o hit "You Know What I Like". A crítica percebeu que o álbum era muito parecido com estilo de cantar de Marvin Gaye.

  Patrick passou a colaborar em projetos de outros artistas, incluindo o irmão Chico e o DJ Quik entre outros. Entre 1994 e 2009 não lançou nenhum CD. Só em 2010, após 16 anos, gravou o álbum Second Chance. O CD teve como destaque os hits " Second Chance" e "Lay With You" (responsável por três indicações ao Grammy). Patrick continua sendo o único membro da família DeBarge a ter indicações ao Grammy.

  Os traumas familiares, como lembranças do seu pai que abusava de seus irmãos na infância, as brigas entre ele e a esposa, e por fim a morte do irmão Bobby por overdose de drogas, em 1995, deixaram  marcas profundas em Patrick. Comentam-se que ele nunca se recuperou totalmente da perda do irmão mais velho. Para superar já apresentou diversas canções de Bobby em seus shows. Em 2001 acabou preso por porte de cocaína. Cinco anos depois foi detido novamente.
  Em 2007 uma disputa doméstica o levou para a cadeia. No ano seguinte a polícia o surprendeu com grande quantidade de crack e outras drogas, quebrando os termos de sua liberdade condicional. A Justiça o condenou a dois anos de prisão na Califórnia. Em 2011 cancelou vários compromissos para se internar numa clínica para drogados. Só voltou ao trabalho em fevereiro de 2012. Até quando ninguém sabe.




quinta-feira, 21 de março de 2013

The Clark Sisters: O som Gospel que virou lenda


Na cerimônia do Prêmio Grammy, quando receberam o segundo troféu

Ensaio no conservatório, na década de 1960; famoso em Detroit até os dias atuais

  A história do grupo vocal de Gospel mais famoso dos Estados Unidos, The Clark Sisters, começou em 1966, Detroit, Michigan. Lideradas pela organista e vocalista Elbernita "Twinkie" Clark-Terrell, as cinco irmãs não deixaram cair a peteca erguida pela mãe, Mattie Moss Clark. Ela era presidente nacional do Departamento de Música da Igreja de Deus em Cristo, com sede em Memphis e fundou o Conservatório de Música de Clark, em Detroit. Até hoje, as irmãs prosseguem os ensinamentos do Gospel. Neste estilo musical foi o primeiro grupo a ganhar um Disco de Ouro, além de introduzir o conceito de corinhos nas vozes de tenor e soprano.

  The Clark Sisters é composto por Jacky Clark Chisholm, Elbernita "Twinkie" Clark, Dorinda Clark Cole e Karen Clark Sheard. A quinta irmã, Denise Clark Bradford, não se apresenta mais com o grupo desde 1986. Filhas da conhecida diretora de corais gospel dos Estados Unidos, Dra. Mattie Moss Clark, são consideradas pioneiras do Gospel Contemporâneo. Durante as décadas de 1970 e 1980 estiveram sempre nas paradas de R&B e Gospel da Billboard, vendendo milhões de discos. Abriram as portas para talentos como The Winans Family, Bebe&CeCe Winans, Commissioned, Kirk Franklin, Mary Mary entre outros.

 Seus maiores sucessos são os hits " Crossover", "Jesus is a Love Song", "Pure Gold", "Expect a Miracle", "You Brought The Sunshine", "Is My Living in Vain", "Will of Gold", " Hallelujah" entre outros. Já ganharam dois Grammys.  Com 16 álbuns gravados, o último deles saiu em 2009, A Clark Family Christmas, elas venderam milhões de discos, entrando na história da música gospel dos Estados Unidos.

  O curioso é que as Clarks Sisters não utilizam muitos instrumentos em suas apresentações. Centram fogo apenas no vocal e o público sentem o poder da unção existente nos louvores que saem dos seus lábios. Por causa disso ficaram conhecidas como The Sound Clark. Jacky é alto tenor, marcada pelo vocal suave e profundo, Dorinda (alto), a irmã Jazzy é especialista em scats e riffs, Karen (soprano) também é conhecida pelos riffs entoados de seus lábios, além de correr pelo palco e descer até a plateia e por alcance vocal muito elevado. É conhecida  pelo vibrato (prolongamento das notas, num processo semelhante ao eco) nas apresentações ao vivo.

  Twinkie Clark derrama rajadas de Soul, explorando bem suas qualidades de alto, tenor, soprano e baixo, sendo o coração do conjunto musical. No início do grupo foi a encarregada de compor os louvores, cantar, produzir, além de contar com grande capacidade vocal de soprano para contralto. A vantagem da The Clark Sisters é que não existe vocalista único no grupo. Cada uma delas se responsaliza para entoar uma canção. Karen é famosa por soltar a voz no hit " Hallelujah", quando se percebe nitidamente que o público entra em transe durante a apresentação. A vibração aumenta quando ela canta "Blessed and Highly Favored", a vencedora do Grammy.


Tamella Mann: voz de ouro do Gospel dos Estados Unidos


Tamella Mann, sem sombra de dúvida, é atualmente uma das maiores cantoras de Gospel dos Estados Unidos
  O Gospel é o pai do Blues, portanto é a música que influenciou todos os estilos de Black Music existentes nos Estados Unidos e América Central. Quem consegue cantar bem o Gospel poderá nadar de braçadas nos outros gêneros, pois são poucos os que conseguem dominar as suas difíceis harmonias vocais. Para tirar dúvidas é ouvir os hits gravados por Tamela Mann. Também é aconselhável assistir ao filme Sparkle, onde atua ao lado do marido, David Mann e Whitney Houston. Outra dica é ouvir o CD Best Days.


  Ao contrário de muitos mercenários do Gospel, Tamella apresenta suas canções visando abençoar e curar vidas, mantendo-as encorajadas para continuar a trilha que Jesus Cristo colocou cada pessoa neste mundo. O CD Best Days, segundo ela, é o instrumento para compartilhar força e alegria existentes no coração de um bom filho de Deus. Produzido por Myro Butler, o álbum valoriza a voz poderosa de Tamella que despeja milhões de toneladas de emoção em cada canção. "Best Days", a faixa que batizou o CD, revela que o cristão pode olhar o seu passado, mas com força suficiente para não deixá-lo retomar sua vida com os velhos vícios e erros, pois é possível ver a luz no fim do túnel, com obras maravilhosas.

  A diferença de Tamella em relação aos mercenários do Gospel, existentes em todo o mundo atualmente, principalmente no Brasil, é que ela coloca o coração em tudo que põe a mão. Seja em filme, peça de teatro ou emissora de televisão, onde contracena ao lado do marido na comédia de sucesso, Meet the Browns. De acordo com ela, a fé sempre foi o fundamento principal de sua vida. Principalmente quando lembra de sua mãe, em Fort Worth, Texas, onde cresceu ao lado de 13 irmãos, sendo a caçula da família. A velha não permitia que ninguém ouvisse Blues ou R&B em casa, só Gospel. Dai choviam canções de The Clark Sisters, Andrae Crouch, Walter Hawkins, The Brothers Williams  e Inez Andrews.

  Desde criança, Tamella sabia que Deus a tinha escolhido para o ministério de Louvor. Aos oito anos de idade participava de ensaios de jovens na igreja ao lado dos irmãos mais velhos. Ali começou a aprender as músicas que eles cantavam. Embora jovem, sua voz começou a chamar a atenção do diretor do grupo de louvor, que era seu tio e pastor da igreja. O batismo de fogo foi interpretar o louvor de James Cleveland, " I Don’t Feel No Ways Tired". Durante a interpretação começou a chorar e descobriu que Deus a levaria cada vez mais para o louvor, em sua caminhada aqui na Terra.

  Aos 12 anos já participava do grupo de louvor da igreja onde a família congregava. Após concluir o Ensino Médio, conheceu três jovens que mudariam sua vida para sempre: David Mann (o futuro marido), Darrel Blair (seu futuro pastor) e o amigo Kirk Franklin (a ajudou na carreira de ministra de louvor e participou de cinco de álbuns dele). Nisto tudo reconheceu as bençãos de Jesus Cristo em sua vida. Principalmente por ter participado do grupo musical de Franklin, The Family.

  Após capacitá-la, Deus abriu mais portas para Tamella servi-lo por meio do Louvor. Conseguiu papel na peça de teatro “He Say. . .She Say. . .But What Does God Say?” Logo o ator, escritor, produtor Tyler Perry a escolheu para trabalhar na peça " I Can Do Bad All By Myself".  Dai a carreira de atriz desbrochou trabalhando em filmes como  “Diary of a Mad Black Woman,” “Madea Goes to Jail” e “Madea’s Big Happy Family". Madea´s tornou-se uma das franquias de maior sucesso de Hollywood.

  Porém, mesmo trabalhando com cinema, sua paixão pela música não diminuiu. Gravou quatro CDs, entre eles o premiado The Master Plan. Oposto de outros artistas, que ficam pressionados quando entram num estúdio para gravar um Álbum, Tamella fica animada e motivada. Isto é visível no CD Best Days. Sente que Deus a orienta. Deste disco, sua canção favorita é "All To Thee". Louvor de adoração que diz num dos trechos: " Menos de mim, mais de ti, toda a glória e toda a honra pertence a você". Ela e o marido são porta-vozes da Associação Americana de Diabetes, ajudando a educar as pessoas sobre escolhas alimentares sauda´veis e a importância dos exercícios físicos em suas vidas.



Lenny Williams: cantor de canções para curar dor de amor


Williams é uma das mais belas vozes da Black Music

   Lenny Williams é o cantor ideal para interpretar baladas "mela-cueca", daquelas em que o sujeito atacado com dor de corno ouve a canção milhares de vezes e não se cansa.

   Nascido em Little Rock, Arkansas, mesma cidade do ex-presidente Bill Clinton, ele é considerado como um dos mais influentes cantores de R&B e Soul Music. Quando se ouve o hit "Because I Love You" é possível perceber o estrago que a voz de Williams provoca em corações apaixonados e desapaixonados. Gravado no álbum solo So Very Hard To Go, o seu estilo atravessou fronteiras, influenciando novos talentos da Black Music deste milênio. 

  Ainda jovem aprendeu a tocar trompete na época em que estudava no Ensino Fundamental. Ali surgiu o interesse pela música. A habilidade para cantar despertou quando passou a soltar sua voz em corais e conjuntos vocais. Trabalhou ao lado de ícones como Andre Crouch e Billy Preston, considerado por muitos o quinto Beatles.

 Após vencer vários concursos de caça talentos, muito comum nos Estados Unidos, assinou o primeiro contrato com a Fantasy Records. Ali gravou os singles "Lisa Gone", hoje considerado clássico do R&B, e "Blue Feelin", composta por John Fogerty da banda de rock Credence Clearwater Revival.

  Depois passou pouco tempo pela Atlantic Records antes de investir em carreira solo. Em 1972 uniu-se à banda Tower of Power, que começava ganhar força como ícone do Funk. Nesta empreitada vieram os hits "So Very Hard To Go" e  "Don't Change Horses (In The Middle Of The Stream)". Nos dois anos em que ficou na Tower of Power, Williams participou de três álbuns marcantes no grupo, além de turnês por todos os Estados Unidos, Europa e Ásia.

  No final de 1975 voltou aos projetos solo. Assinou com a Motown Records, depois foi para ABC Records, após dois anos. Até 1981 lançou vários sucessos, como "Shoo Doo FuFu Ooh", " Choosing You", " You Got me Running", "Love Hurt Me Love Healed Me" e " Midnight Girl". Os discos Spark of Love e Love Current impactaram os fãs, principalmente por causa do hit "Because I Love You", do álbum Spark of Love.

  Após sair da MCA, que havia comprado a ABC Records em 1979, Williams lançou discos nos selos independentes Rockshire e Knobhill. Em 1986 foi convidado para cantar no grupo vocal Don't Make ME Wait For Love, liderado pelo saxofonista Kenny G. O single tornou-se Top 20 nas paradas Pop e R&B dos Estados Unidos.


  Da década de 1990 em diante, Williams prosseguiu em carreira solo com turnês por diversos países do mundo, principalmente em 2004 e 2005. Também participou de filmes de Hollywood ao lado de estrelas como Deborah Cox, Mel Jackson e Martha Washinghton. Enquanto tiver fôlego, vai continuar derretendo corações ao soltar sua voz em belas canções que entraram nas vidas de vários fãs em todo o mundo. 


quarta-feira, 20 de março de 2013

Cherrelle: alquimia de Funk e Disco Music



Funk com Disco Music rendeu muito sucesso na carreira de Cherrelle
A década de 1980 foi a época de ouro para Cherrelle, quando aos 24 anos acabou conhecida nas paradas de sucesso dos Estados Unidos e Europa. Misturou bem R&B, Funk e Disco Music para colocar suas canções na boca e coração do público.

A maioria dos hits é de batida leve, ancorado em sintetizador e baterias eletrônicas, quando gravados em estúdios. São as canções típicas para tocar em casas de shows, onde as pessoas dançam sem qualquer preocupação com o ritmo.

Querem apenas balançar o corpo, enquanto seguram nas mãos uma lata ou garrafa de bebida ou outro tipo de "substância" para manter o pique durante a noite.

Entre suas canções que estouraram nas paradas estão "I Didn´t Mean to Turn You On", " Where Do I Run To" e "Everything I Miss at Home", além dos duetos "Saturday Love" e " NeverKnew Love Like This" com Alexander O´Neal.

Antes de gravar seus discos, trabalhou com feras como Norman Connors e Michael Henderson e fez turnês acompanhando Luther Vandross. Quando o fundador da Tabu Records, Clarence Avant ouviu uma fita demo de Cherrelle, acabou ganhando um contrato com a gravadora, para lançar seu primeiro álbum em 1984, com a produção de Jimmy Jam e Terry Lewis.

Neste primeiro disco, o destaque foi o hit "I Didn´t Mean to Turn You On". A música teve um clipe homenageando o filme King Kong, onde o gorila tinha interesse nela. O hit foi regravado depois por Mariah Carey em 2001. O segundo álbum, High Priority, ganhou Disco de Ouro e o dueto com Alexander O´Neal estourou em diversos países da Europa e bem colocado na parada Pop dos Estados Unidos.




 O terceiro disco saiu em 1988, com a canção "Everything I Miss at Home" virando sucesso nas paradas de R&B dos Estados Unidos. O destaque desse disco foi colocar composições baseadas em torno de relacionamentos amorosos que não deram certo. É ai que entra a canção "Never Knew Love Like This".O hit permaneceu duas semanas nas paradas de R&B da Billboard daquele ano.

 Três anos depois lançou o álbum The Woman I Am. Desta vez a produção coube a Narada Michael Walden, conhecido por trabalhar  com Whitney Houston. Com ele, Cherrelle gravou os hits "Never in My Life", "Tears of Joy", "Still in Love With You" e o cover de Carla Thomas, "Gee Whiz. A balada "Never in My Life" caiu como luva nos bailes, porque a voz de menina de Cherrelle combinava bem com o clima de romantismo, quando as pessoas estão em busca de outro alguém. Michael Walden acertou a mão, num arranjo simples e leve, sem carregar nos instrumentos.

Só em 1999 voltou com a dupla de produtores Jam e Lewis para gravar o disco independente The Right Time, que teve a participação do rapper Keith Murray. Continua em atividade lançando discos independente, sem esquecer da fórmula que a lançou e a mantém no mercado após mais de 29 anos.