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Luís Alberto Alves/Hourpress

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Jessica Reedy: outro grande tesouro do Gospel dos EUA


   Às vezes aparece um artista que chama a atenção de crítica e público. Tudo por causa do talento. A marca registrada na arte de cantar. Isto acontece com Jessica Reedy. Sua bela voz entra na mente do fã e dali não sai mais. Ela chamou atenção quando participou do BET da TV Sunday Best.

   Consciente de sua força musical participou da segunda temporada do programa. Logo estava no Top 20 e terminou com o segundo lugar. Ela reconhece que sentiu medo, ficou insegura e até sentiu dor quando pegava no microfone.

   Sua passagem pelo Sunday Best a ajudou desenvolver diversas habilidades, uma delas era a fé em Deus. Descobriu que se conhecia pouco. Safou-se de contratos que não iriam trazer nenhum benefício artístico e assinou com a Light Records, onde lançou o CD Heart.

   Neste período questionou muito os propósitos do Senhor nesta área artística, os motivos de ter acabado selecionada. Logo formou uma grande equipe. Descobriu a importância do ministério de Louvor. Neste CD está presente o estilo antigo da Black Music. Tudo com muita alegria e diversão.

   Apesar de muito jovem, a qualidade do CD é boa. Isto é visível no hit “God Smiled at Me”. Depois vem “Put It On The Altar”, onde aborda a solução dos nossos problemas e aflições. Outras faixas lindas são “So In Love With You (Amazing)”, “When I Close My Eyes”. Nessas canções estão os dedos dos compositores James “Big Jim” Wright e Daniel Moore. Também não faltou a presença do grande produtor Warryn Campbell nos hits “Still Here”, “Marching On” e “Love Doctor”.

   Porém esse CD não pode deixar de lado a bela “Blue God”, louvor que fala do egoísmo do homem no relacionamento com Deus. É um verdadeiro testamento de fé, indicação de uma carreira brilhante. Para isto procurou conhecer cada vez mais a palavra do Senhor, para as canções não parecer algo falso, como ocorre com diversos cantores supostamente Gospel.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Eli "Paperboy" Reed: a resposta de Boston para Sam Cooke

   Para muitos é um sonho olhar a trajetória de Eli "Paperboy" Reed na estrada do show-biz. É a história do menino que ouvia nas manhãs de domingo o som do órgão numa pequena igreja de Chicago, para anos mais tarde começar a cantar em casas de shows do Brooklin, após assinar contrato com a Capitol Records.
 
  A estreia numa grande gravadora, com o CD Come and Get It, mostrou que ele não era fogo de palha ou artista fruto de jogada de marketing, que tão rápido surge e logo desaparece. Como intérprete coloca vida nas canções. É a sensação do R&B e Soul Music, pois compôs as 12 músicas do CD, produzido por Mike Elizondo, baixista que se transformou em produtor e na clientela estão inclusos Eminem, Pink, Gwen Stefani e Fiona Apple.

Os mais antigos o compara a Otis Redding e Wilson Pickett. Para outros seria a resposta de Boston para Sam Cooke. A sacada de Eli "Paperboy" Reed é pegar a essência da Soul Music e do Pop do século passado e colocar um pouco de seu próprio molho. É sensível em compreender que o bom compositor precisa escrever letras em que as pessoas vão responder e entender.
  É humilde em reconhecer que é inspirado por Sam Cooke, além de ter aprendido muito com a Country Music. No caso das influências de Cooke, ele cita as histórias pessoais e pequenas frases que grudavam nos ouvidos das pessoas. Quem já ouviu "You Send Me" sabe do que o soulman fazia com as palavras, ao transformar uma letra simples e até ingênua num dos grandes clássicos da Black Music dos últimos 55 anos.
  A maioria das canções do CD Come and Get It foi composta em casa, enquanto Eli "Paperboy" Reed brincava com o violão. O nome do álbum partiu de um sonho do guitarrista Ryan Reed Spraker. Ele ajudou escrever outras músicas. Em outras ele reconhece que a própria experiência pessoal ajudou. A faixa de abertura "Young Girl" homenageia o cantor de Soul, Frank Lynch, morto tragicamente quando sua carreira começava a decolar.
 
  Para não perder a essência, ajudou promover o Festival de Soul do Brooklin e convidou lendas como Barbara Lynn, Robinson Roscoe e Clay Otis para cantar, no bairro que agora chama de lar. Nessa época ouviu vários discos da década de 1960, ficou atento aos arranjos de metais, cordas, o ritmo muito Funky. Apesar de novo, Reed absorveu rápido as influências de Chuck Berry, Buddy Holly, The Coasters e outras feras.
 
  O grande teste de fogo veio quando cantou num feriado do Dia de Martin Luther King o hit "A Change Is Gonna Come". Acabou aplaudido de pé. A partir dai, o caminho de sua carreira teve outro rumo. Passou a tocar Blues cinco noites por semana, além de se aperfeiçoar com mestres do porte de Terry "Big T" Williams, Sam Carr e Wesley "Junebug" Jefferson no Mississippi. Quando retornou ao Norte, já tinha novas habilidades e o apelido Paperboy. Tentou estudar na Universidade de Chicago, mas a paixão pela música foi maior. Felizmente para o bem dos nossos ouvidos.
 

Toni Redd: outra grande dama da Black Music

O vocal de Toni Redd é conhecido em todo o mundo. Interpretar com intensidade é a praia dessa mulher nascida na Geórgia, Sul dos Estados Unidos. Sua voz é cativante e sensual. Combina, como poucas intérpretes, Jazz tradicional, Pop, Soul Music clássica e R&B.

Após montar essa deliciosa cama, ela faz o público viajar em sua jornada musical. Traz à realidade o som (hoje esquecido) da velha escola que transborda o coração dos amantes de belas canções. Teve a honra de dividir o palco e até abrir shows de Najee, Gerald Albright, Stanley Jordan, Jonathan Butler, Temptations, Maysa, The Yellowjackets, Gerald Austin, Kim Waters e outros.

Ou seja, é alguém que jamais devemos perder a rica oportunidade de relembrar a época em que a boa música ainda fazia parte dos grandes espetáculos. Hoje com ajuda da tecnologia é fácil tentar cantar, difícil é fazer isto com talento. Algo meio em baixa na atual geração de artistas, principalmente da Black Music em nível mundial.







 

Martha Redbone: a grande representante da Soul Music do século 21


   Todos sabem que durante grande parte do século passado, a música popular foi definida pela cultura europeia. Só por volta de 1900 que a influência afro-americana por meio do Jazz, Gospel e Blues passou a marcar presença nos Estados Unidos.  É da mistura desses três gêneros que vieram os outros ritmos, como Rock, Soul, Reggae, Funk (legítimo norte-americano), RAP entre outros.

   Neste século 21 o caldeirão cultural continua fervendo com novos talentos incorporando sons únicos. Martha Redbone é exemplo disso. Ela carrega dentro de si herança moldada por Shawnee, Choctaw, Lumbee e outros ritmos africanos ancestrais.

   Criada no Brooklin (bairro celeiro de bambas em Nova York) e na Zona Rural do Kentucky, recebeu forte influência do Pop, Soul e Funk Music da década de 1970, mas também dos sons bem diferentes da família da mãe Choctaw. Isto teve impacto na formação de compositora.

   Ao lado do parceiro Aaron Whitby assinou com a Warner/Chappell como compositora no início da década de 1990 e ali ficou por mais de dez anos. Abriu sua própria editora musical e passou a trabalhar em seu álbum de estreia Home of the Brave.

   Para deixar o tempero mais forte, ligou-se a músicos veteranos como Toby Williams (bateria), Cash Fred Jr., (baixo), Alan Burroughs e Mike Campbell (guitarra) responsáveis pela formação do núcleo de sua banda Funk/Rock. Em 2004, o CD Skintalk provocou barulho na crítica especializada.
   Skintalk é uma mistura talentosa de Rock e R&B, mas com forte herança indígena americana, especialmente na faixa “Man of Medicine”. Ao contrário da maioria dos CDs modernos de Soul Music, Skintalk é baseado num pilar de teclado eletrônico, alimentado pela força das guitarras de Burroughs e Campbell, deixando no ar a sensação de estar diante de um trabalho igual da banda Sly e the Family Stone.
   Um dos grandes do álbum é a canção “Mama”. Ela descreve as agruras de uma mãe solteira que usa o forte distanciamento como um mecanismo de defesa. Martha Redbone soube mesclar suavidade e dureza em diversas faixas, como em “Just Because” ou mesmo na balada “Ubu”. A banda segura o som de forma competente, além do belo espetáculo de se ouvir a linda voz de Martha. Ela já é a grande representante da Soul Music do século 21.

Eugene Record: autor das belas canções dos Chi-Lites

   Por causa da mediocridade que atingiu a música nos últimos anos, poucas pessoas conhecem Eugene Record, apesar de muitos conhecerem sua música. Ele é compositor de várias canções inesquecíveis, como “Oh Girl”, “Have You Seen Her” e “Coldest Days of My Life”, que abalaram os corações nas vozes dos integrantes da banda Chi-Lites 40 anos atrás. Record é um verdadeiro descendente de Smokey Robinson, pois desenvolveu a técnica de escrever letras emocionais retratando os efeitos da perda do amor numa relação sentimental. Era concorrente de Barry White e Teddy Pendergrass neste quesito.
   Após sair da Chi-Lites investiu numa carreira-solo brilhante. Apesar de criar bom material, nunca seu trabalho solo decolou. Após três discos pela Warner Brothers, retornou a Chi-Lites em 1980 para lançar mais quatro álbuns. Seu disco mais popular saiu em 1977: The Record Eugene, porém era bem fraco. Ali estava o hit “Lying Beside You”. Veio em 1978 com “Trying to Get You”, mistura sólida de baladas e canções dançantes, que o fizeram aparecer no badalado Saturday Night Live.
   Eugene Record não tornou-se um sucesso solo, mas diversos artistas o procuravam em busca de boas canções. Exemplo disso aconteceu em 1979, com o álbum Welcome to My Fantasy. Ignorado pela crítica e rádios de Soul Music. É nessa época que retorna a Chi-Lites. Durante vários anos, a banda mudou muito de gravadoras. Em 1988, enquanto estava sozinho em casa, ouviu Deus lhe falar dizendo-lhe para mudar de vida.
   Saiu da Chi-lites, passou a compor canções gospel e dez anos depois lançou o primeiro disco gospel, com instrumentação simples, sua voz ganhou muito destaque. Depois, em 2001, produziu um grupo feminino de Chicago. Passou a fazer mais sucesso. Viu sua canção “You´re my Woman”, na voz de Beyoncé, ganhar o Grammy. Planejava remixar e relançar todas suas canções, mas o Câncer o impediu em 22 de julho de 2005, desfalcando o elenco da Black Music de outro grande talento.

Johnny Rawls: outra grande lenda do Blues


   É difícil falar ou escrever de Blues e Soul sem mencionar Johnny Rawls, há 61 anos na estrada do Show-Biz. Produtor, cantor, guitarrista, arranjador, compositor ele foi muito influenciado pela Soul Music da década de 1960, interpretada por OV Wright, James Carr e Colina ZZ, embora no seu estilo de produção, as letras sejam mais contemporâneas.

   Nascido na região do Mississippi, Estados Unidos, berço da Black Music, aprendeu a tocar guitarra com o avô que era cego. Ele era mestre em saxofone e clarinete na escola em Purvis. Como a guitarra tomava muito o seu tempo na escola, a professora o apresentou a um grupo de músicos que estava em turnê pelo Mississippi, como ZZ Hill e Tex Joe.

   No início de 1970, Rawls juntou-se à banda OV Wright e tornou-se diretor de música e tocaram juntos até a morte de Wright em 1980. Por mais 13 anos, o grupo continuou como Ace os Spades e fez turnê, além de acompanhar B.B. King, Little Milton, Bobby Bland, Little Johnny Taylor e Blues Boy Willie.

   Apesar de toda essa bagagem, o primeiro álbum solo de Rawls saiu em 1996: Here We Go. Até agora já lançou seis CDs. Acabou nomeado oito vezes para o Prêmio Blues Music. Seu CD de 2006, Heart & Soul foi indicado ao prêmio acima de Melhor Álbum de Blues, Soul do Ano. Durante o ano, ele toca em até 15 festivais de Black Music nos Estados Unidos. Já excursionou diversas vezes para Europa, Japão e Austrália.


Randevyn Pierre: certeza que a Black Music ainda tem futuro


    Randevyn Pierre é um artista independente de Pop Music, além de cantar, compor e ser músico. O seu talento foi visto pela primeira vez na Alemanha, quando era vocalista de um grupo de louvor ao lado do pai. Nesta época tinha dez anos. Depois mudou-se para os Estados Unidos, três anos depois e começou a tocar piano e órgão na igreja local, em Colorado Springs.
   Quando era estudante de Ensino Médio gravou sua primeira canção gospel pela Verity Records. Pouco depois mudou-se para Atlanta e ali seu talento aflorou de vez. Chamou atenção de vários músicos, como o rapper Chris Ludacris Bridges, ganhando Disco de Platina de R&B. Randevyn foi convidado para tocar piano numa pequena gravadora.

   Após participar com sucesso no Fox´s American Idol. Ali fundiu e liberou uma coleção de canções de Soul de sua autoria. A visibilidade musical de Randevyn começou em 2005, quando uniu-se a Johnson Sincere, CEO da J Intertainment, em Atlanta, despontando como artista principal.

   A partir dai lançou série de hits intitulados SunTrain. Embora gravado numa empresa de pequeno porte, acabou ganhando vários prêmios de música independente e tocado em diversas emissoras dos Estados Unidos, Europa e Ásia. Seu primeiro CD entrou na Billboard Radio &Records.

   Em 2007 suas parcerias o levaram ao Grammy. Apresentou-se pela primeira vez no Carnegie Hall. Foi para a India. Arie e passou a produzir seu próprio material como pianista, cantor e compositor. A decisão de criar música a partir de seus arranjos de piano originais provocou grande mudança no seu som. Mais tarde associou-se a Mike Philips, do Club Drummerboyz. Seu caminho profissional já entrou na rota dos grandes produtores.

Rafiya: herança viva do som da África

   A vida artística de Rafiya é curiosa. Nascida em Los Angeles com os pais congoleses (pai e mãe diplomatas). Por causa disso viajou durante muitos anos, além de viver no Congo, Cabo Verde, Benin, Senegal, Barbados e Costa do Marfim.
   Em 2001 mudou-se para Filadélfia, onde participou da Temple University. Ali formou-se em Sociologia e Espanhol. Enquanto frequentava a escola em tempo integral, Rafiya encontrou tempo para trabalhar com artistas locais, absorvendo suas técnicas e sabedoria. Tudo para enriquecer o seu som.
   Ela já trabalhou com Oscar Kidjo, gravou no estúdio Youssou N´Dour e fez turnês na França e Norte da África com o rapper francês Mokobe. Toda a colaboração, sessão de estúdio e desempenho reforçou sua crença sempre presente de iria gastar parte de sua vida para fazer música, fazer as pessoas sorrir, dançar e pensar. Rafiya compõe e canta sobra a experiência humana em francês e inglês.

Rahni Song: repleto de belas influências musicais

  Rahni Song sempre foi influenciado pelo talento musical dos pais. Também teve como parâmetro artistas como Herbie Hancock, Bernard Purdie, Dupree Cornell, Rainey Chuck, Gene Page, Aretha Franklin, Donyy Hathaway, Stevie Wonder e Roberta Flack. Ou seja, gente de primeiro time da Black Music.
  Ele começou a concentrar o interesse na área de produção e engenharia. Era a pessoa que os produtores gostavam de ter na retaguarda. Entrou no circuito ao lado de Quincy Jones, Thom Bell, Norman Whitfield, Frank Wilson e Maurice White, o criador da Earth, Wind & Fire no final da década de 1960.
  Ao ver uma gravação de Melba Moore num programa de televisão, surgiu a inspiração para criar e produzir artistas. Aos 19 anos fundou uma gravadora ao lado do amigo e parceiro de negócios, Jim Ragland. O primeiro lançamento foi da banda Family Love com o álbum gospel A Different Drummer.
  No final da década de 1980 continuou na produção de projetos Gospel, como Amazing. Durante aparição promocional numa loja de música, promovendo o álbum A Different Drummer conheceu Boosty Collins, cantor da Warner Brothers Records. Anos depois se encontraram novamente e passaram a colaborar profissionalmente.
   Junto com George Clinton compôs o single “Work That Sucker to Death” e depois “Krack Krackity”. Rahni logo se tornou presença marcantes nas gravações de Collins Bootsy e George Clinton, tocando teclados em single como “Atomic dog”. Em seguida passou a fazer arranjos de cordas para Ben E.King, cujo disco estava sendo produzido pelo filho Benny Jr. Ele continua trabalhando como produtor, compositor, arranjador, engenheiro de gravação, músico e educador.