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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Chairmen of The Board: criadores do alegre Surfside

Entre os grandes grupos musicais dos Estados Unidos, nunca se pode esquecer do Chairmen of The Board. Formado em Detroit, eles foram porta vozes das composições do trio Holland/Dozier/Holland para o selo H/D/H após a saída do trio da Motown Records.
Em 1970, o conjunto estourou nas paradas com o hit "Give Me Just a Little More Time". O vocalista General Johnson deixou os ouvidos femininos em polvorosa, principalmente no hit "Give Me", no álbum de estreia do grupo. A banda contou também com a contagiante "(You Got Me) Darling on a String" e a canção "Patches",autoria de Johnson.
Ao longo de  quatro anos, eles estiveram presentes nas paradas da Soul Music, principalmente com os hits "Pay to The Piper", "Finders Keepers", "Chairman of The Board" e "Everythings Tuesday". Na Invictus Record, Johnson foi classificado como um dos melhores compositores da casa, escrevendo os hits contra a Guerra do Vietnã "Bring The Boy´s Home" e "Want Ads". Porém, um problema jurídico paralisou o grupo e sua dissolução em 1975.
Mesmo assim, o conjunto foi cortejado pela Arista Records, como o artista solo Clive Davis, mas como a visão de Johnson e Davis eram opostas, a proposta não vingou. Decepcionado, Johnson mudou-se para Carolina, onde fizera sucesso com o seu primeiro grupo, Showmen. Depois reformulou o Chairman com outros dois ex-membros e criou sua própria gravadora: a Surfiside Records na Carolina do Norte.
Acabou sendo o primeiro modelo de selo independente nos Estados Unidos, com a composição, gravação e a distribuição dos discos  feita ao mesmo tempo, com os músicos sendo seus próprios gerentes e empresários.
Durante décadas, a segregação racial era o trunfo do R&B, com um estilo musical underground, mas as milhaes de fãs brancas encontraram refúgio na liberdade musical da Surfside Records. Chairmen of The Board tornaram-se o grupo certo na hora certa, na década de 1980, para ganhar dinheiro em cima dessa proposta ousada, de criar um tipo diferente de música de praia, mais avançada do que os Beach Boys e Jan e Dean.
Eles mesclaram uma marca divertida com o R&B, derivado da Soul Music da década de 1960 com a do início dos anos de 1970, que era perfeita para o público regional. O resultado foram as canções "Carolina" e "Fishin Gone". Multidões passaram a se reunir nas praias sob o guarda-chuva dos grupos que gravavam na Surfside Records.
O Chairman of The Board continuam a gravar com sucesso moderado, às vezes emplacando um hit na Europa, como a alegre "Bless Your Heart". Depois lançaram o CD All in The Family, disco que reuniu tanto material inédito como versões recentemente gravadas de velhas composições de Johnson. Em 2007 soltaram o CD Summer e em 2009 saiu o Tapestry, recheado de muita Soul Music. 
Em 2010, General Johnson morreu aos 67 anos, um dia triste para os amantes da Soul Music e da música feita na praia. Ken Knox não perdeu tempo e lançou nova versão do grupo com os novos membros Darryl Johnson e Thoma Hunter. Fez isto para ninguém esquecer que o Chairmen of The Board criaram um modelo de sucesso para uma nova geração de artistas independentes  e esculpiram um legado como artistas que não só sobreviveram, mas ganharam dinheiro no admirado mundo novo do show-biz.

C.E.L:garantia do futuro de belas canções

C.E.L é a imagem bela de alguém que sabe cantar. Chanda E. Long é um talentosa intérprete, além de boa compositora. Muito criativa, vocalmente consegue organizar suas canções. Está preparada para deixar sua marca em Detroit, como alguém que já faz diferença no show-biz dos Estados Unidos na praias dos R&B, Hip-Hop e Soul. Ela consegue misturar R&B e Hip-Hop gerando um novo som celestial.
Tudo começou quando estudava na Universidade Estadual de Michigan. Ali já era conhecida pela comunidade universitária. Pois ganhava todos os concursos. Ao ponto de muitos não participarem quando sabiam que enfrentariam sua concorrência. Logo passou a fazer seu próprio vídeo show, denominado Cel Therapy. Em busca de crescimento, foi contratada por uma rádio local, especialista em R&B e Hip-Hop. Entrevistava artistas e abria o show deles, quando se apresentavam em Michigan.
O multitalento de C.E.L atravessou fronteiras. Não demorou para se apresentar ao lado de Aaliyah num show em Nova York, em evento patrocinado por uma estação de rádio da Jamaica. No show estiveram presentes Crag Mack, Mad Lion, P. Diddy, Ed Lover e Dr. Dre. A parti dai passou a abrir shows para Dwele, Slum Vilage, Obie Trice, Art Porter, Penny Wells, entre outros. Sem medo de errar, C.E.L é uma grande estrela da black music em ascensão, deixando o show-biz mais bonito de belas canções.



Ty Causey: a beleza do Gospel da nova geração

No circuito de música Gospel dos Estados Unidos, Ty Causey é outro grande destaque, cantando no coral de diversas igrejas, além de trabalhar ao lado de lendas como James Cleveland e Shirley César.
Sua tonalidade vocal é muito conhecida pelos fãs deste tipo de música. A primeira experiência nesta praia ocorreu com o CD de Smooth Jazz, Morning Tenderness em 1998. aonde participou como convidado de de Najee. A partir dali solidificou sua posição como mais outra promessa do Gospel.
Tempo depois lançou seu primeiro CD solo, de forma independente em 2004. O trabalho era uma mistura de Smooth Jazz e R&B, ancorado numa competente linha de instrumentos, recebendo elogios da crítica. Aproveitou para tocar teclado, sem deixar que ficasse oculta sua voz de tenor. Infelizmente o CD N-Tysing não foi bem distribuído, ficando em poucas mãos.
Em julho de 2005 lançou outro álbum, o Love Notes. Desta vez trabalhando com o produtor executivo Bert Caldwell. O destaque ficou com o hit "Life On Track". No ano seguinte relançou N-Tysing, com duas novas faixas ("Marvelous Love" e "It´s Probably Me"). Este CD foi uma boa oportunidade para o público testar sua qualidade como tenor. Em 2007, veio outro CD, trazendo boas canções no estilo R&B, estourando nas paradas, inclusive da Europa.
No ano de 2008, gravou outro álbum de gravações inéditas. No início de 2009 brindou o público com outra bela coleção de canções, no CD In Motion. Solidificou sua posição como representante do Jazz Vocal Soulful. Os ouvidos dos amantes de boa música agradecem.

Cashmere: surgiram e acabaram tão rápido como cometa


Mais rápido que meteoro passando no céu. Assim foi a duração do trio Cashmere. Surgido no início da década de 1980, o grupo teve curta duração. Seus hits eram na pegada do trabalho de Michael Jackson, feitos exclusivamente para dançar. Conseguiram emplacar as canções "Light of Love", "Let The Music Turn You On" e "We Need Love". Na curta existência, o conjunto variou de uma dupla para um quarteto ao longo dos três álbuns que conseguiram gravar. Os vocalistas eram McKinley Horton, Daryl Burgee e Keith Steward. Mesmo com todos os esquemas da gravadora, nunca conseguiram convencer o mercado e fãs que tinha talento para prosseguir na dura estrada do show-biz. Logo desapareceram.




Gary U.S Bonds: o roqueiro carregado de Soul Music

Gary U.S Bonds é o cantor de Rock com mais Soul na voz que já existiu. Nascido na Flórida, em 1939, cresceu em Norfolk, Virginia, onde passou a adolescência cantando ao lado de um grupo de amigos, conhecidos como Turcos. Um distribuidor de disco, Frank Guida, passou a acompanhar os rapazes e quando fundou sua própria gravadora, os levou para lá.
O primeiro lançamento foi com o disco New Orleans. Chamou a atenção dos DJs e o single "Buy Us Bonds" estourou nos Estados Unidos. A canção tinha a aparência de um anúncio do serviço público norte-americano. Logo, Gary ganhou o apelido de U.S Bonds. Ele era gênio ou bagunceiro, mas ao apresentar-se no rádio, tudo mudava de figura. O trabalho de estúdio, envolvendo diversos tipos de sons passava a impressão de uma grande banda ouvida por meio do telefone. Esta é a cara do hit "New Orleans", sucesso nacional e figurou nos primeiros lugares das paradas Top 10 Pop e Soul. Depois veio o hit "Quarter to Three". A gritaria ao fundo, soava como uma reunião de James Brown com Little Richard. O som era horrível, mas o clima contagiante.
Gary e Guida trabalharam juntos por muitos anos, produzindo diversos hits, como "School Is Out ", "School Is In", "Twist, Twist Senora". Até a década de 1970, Bonds era um artista muito esquecido, embora compussesse para vários cantores. Até seu maior fã, Bruce Springsteen tornar-se estrela do Rock mais famoso e influente notoriedade. Foi quando o hit "Quarter to Three" entrou em seus shows.
Isto ocorreu quando Bonds o conheceu no final dos anos de 1970. Springsteen  ajudou Bonds garantir um contrato com a EMI Records. Ele acabou produzindo o álbum e retornou às paradas. Com o empurra~do de Springsteen, as canções do disco estourou nas paradas, principalmente a canção "This Little Girl". O público percebeu  que a voz de Bonds envelheceu maravilhosamente.
Quem gosta de Soul Music precisa ouvir os hits "Out of Work", "Turn The  Music Down" e o dueto com Little Richard "Angelyne". A melhor de todas é a balada "Club Soul City", dividindo a voz com Chuck Jackson. É a essência da Soul Music.
Tempos depois, Bonds acabou descartado pela EMI. Foi para a pequena Phoenix Records e assumiu o controle integral da produção de letras. Lançou um disco recheado de Rock e Dance Music. Destaque ficou para o hit"Dance" e a regravação de "Come Go With Me", de Ritchie Valens. É outra pérola de Bonds, para quem gosta de boa música, não de barulho.
Em 2001, uma apresentação ao vivo reuniu seu material clássico e canções novas. Quatro anos depois lançou o CD Back in 20, com vários artistas convidados, incluindo Springsteen e Snow Phoebe. Foi algo bacana, num clima de muita alegria. Depois Bonds completou 70 anos, com um concerto em Nova York, emplacando uma turnê no Reino Unido ao lado do baixista dos Stones, Bill Wyman. Cinquenta anos depois, ele continua firme após reaparecer no cenário do show-biz.

Peggi Blu: a estrela dos grandes clássicos da black Music

Como ocorre com a maioria das cantoras negras norte-americanas, Peggi Blu começou na igreja evangélica. Aos três anos de idade, sua mãe costumava sentar-se no palco onde  iria cantar. Gostou. Na adolescência, passou a excursionar por todo os Estados Unidos. Resolveu tentar a sorte em Nova York. Dai para frente ficou por ali, onde conheceu Stevie Wonder, Luther Vandross, Bob Dylan e muitos outros. Em 1980  assinou contrato com a MCA Records, lançando o álbum I Got Love. Nele, o hit "Dancing in The Streets" estourou nas paradas de todo o mundo, ficando na 35ª posição na Bilboard. A canção virou filme, estrelado por Hal Holbrook. Aproveitou a carona para estrelar dois musicais na Broadway (The Wiz - 1983 - ao lado de Stephanie Mills) e Marilyn, em 1984, uma fábula americana, sob batuta do diretor Kenny Ortega e Scott Bakula.
Três anos depois, fez sucesso com ao programa "Star Search", ganhando o prêmio de US$ 100 mil.  A exposição maciça na TV a ajudou entrar na Capital Records. Mudou-se para a Califórnia. Ali ficou o restante de 1986 e 1987, trabalhando o álbum Blu Blowin. O disco foi bem aceito na Inglaterra, chegado ao 4º lugar das paradas, também recebeu elogios da crítica, dos principais jornais norte-americanos. Chegou a aparecer no tradicional telejornal Good Morning America (apresentando todas as manhãs na televisão dos EUA). O single "Tender Moments" se manteve oito semanas nas paradas de R&B.
Em janeiro de 2000, Peggi cantou ao lado de uma das maiores estrelas do show-biz dos Estados Unidos, Barbra Streisand, durante show em Las Vegas, transmitido pela Fox TV. Na posse do presidente Bill Clinton acabou convidada para cantar.
Antes, em 1993, lançou o single "Love is The Magic" na Inglaterra. Passou a vender muitos discos na Europa. De 1996 a 1997 fez turnês na Alemanha. O trabalho rendeu o clipe I Got The Money na Europa. Em fevereiro de 1998 retornou à Alemanha, para cantar ao lado de Linda Hopkins, numa reinterpretação de "Wild Women Blues". Depois tornou-se solista do filme de Jean Claude Van Damme, Calor do Deserto, também cantou com Queen Latifa e Jada Pinkett-Smith e soltou sua voz no filme Hurricane, com Denzel Washington.
Não perdeu tempo, e logo fez dueto ao lado de Gerald Alston, num CD dos Manhattans e apresentou-se como solista com a Orquestra Filamôrnica de Los Angeles, sob a regência de Esa-Peka Salonen e com a Orquestra Sinfônica Havaiana, junto com Burt Bacharach.
Em setembro de 2002 lançou o álbum Livin ´On Love, primeiro no Reino Unido e depois no restante da Europa. Ficou nos primeiros lugares de vários países europeus. Emprestou sua voz em CDs que renderam Disco de Platina a Quincy Jones (Back on The Block), Tracy Chapman, Kylie Minogue, Aaron Neville, David Foster, Brian Setzer, Young MC, Cherelle, Burt Bacharach, Irene Cara, The Crusardes, Smokey Robinson, The Staple Singers, Phyllis Hyman, Sweet, Leonard Cohen, Philip Bailey da Earth, Wind & Fire.
Após todas as andanças, escreveu o auto show Blu Sinatra, onde canta seleção de clássicos de Frank Sinatra. intitulado Com as Música de Frank Sinatra nasceu uma mulher negra chamada Peggi Blu.

Alfonzo Blackwell: a pérola do Jazz Contemporâneo

Os adjetivos que cabem a Alfonzo Blackwell são Soulful e Cool. Esta é a descrição correta deste veterano e executivo da indústria da música.  Consegue como poucos mesclar Funky em sopros recheados de sensualidade e riffs. Nos últimos 15 anos, ele é pioneiro no cenário urbano do Jazz contemporâneo. Exemplo disto é o CD Let´s Imagine, de 1995. Com ele estourou nas paradas com os hits "Love Theme Alfonzo", "Hermina", "Passion", Shuffle Funky", "Take One", "Dance to This". Atualmente, as pistas de dança fervem com sua canção "Talkin Saxy". No período de 15 anos, Blackwell mostra que não brinca em serviço, como fez no CD lançado no final de 2010, Quintet:Portrait of Alfonzo Blackwell. Ele foi o quarto álbum feito em sua própria gravadora: Utopia Records. Nele homenageou a lenda do Jazz, John Coltrane, além de várias baladas, dedicadas ao ao rei do Pop, Michael Jackson. Nesse álbum tocou sax, piano, baixo, guitarra e bateria, dai o nome Quinteto. Blackwell, além de ótimo saxofonista, é um excelente pianista. Registro disto é vísivel nas canções " Shuffle Funky" e "Take One". Nos seus álbuns, ele combina muito bem composição, produção, arranjos, lirismo e contagiante mistura de Jazz, R&B, Hip-Hop e Soul. As influências musicais de sua obra são derivadas de John Coltrane, Miles Davis, Quincy Jones e Michael Jackson. Para os fãs da black music de qualidade, não há melhor referência. É só deixar os ouvidos bem abertos e navegar no mar suave da sensibilidade. Representa o talento de alguém que aprenderu tocar piano de ouvido aos seis anos de idade e pegou no saxofone aos 11 anos. É o mais belo filho do famoso bairro do Queens, em Nova York.



Aloe Blacc: a certeza da continuidade da black music

Nas músicas de Aloe Blacc é possível notar as influências de Jimi Hendrix e os laços filósóficos do liberalismo de Berkeley. Apesar de o sul da Califórnia  ostentar a tendência esquerdista norte-americana, se é que há esquerdismo nos Estados Unidos, como ocorre na Europa e América Latina.
Nas composições de Blacc percebe-se as pitadas de Soul Music de Curtis Mayfield. O refresco vem com as doses de Funky, Country e Hip-Hop, além de R&B e, claro, muito Soul.
Dai para frente, Blacc passa a dividir espaço com Lee Fields, Shawn Lee, Hawthorne Mayer e Sharon Jones. Ele passou a navegar no contra-fluxo da música Afro-Latino Hip-Hop. Isto ocorre no álbum de estreia em 2006.
O estático mercado agradece, porque Blacc entrou nesta praia, já maduro, do que outros artistas do final da década de 1990, quando outros intérpretes passaram a navegar nesta praia.
Apesar de todos apelos, Blacc é representante do Soul tradicional, mostrando as novidades em suas canções, naturalmente, fisgando os fãs de determinada idade, mas com sabedoria. Como tenor, a voz não é potente, porém é ilimitado o sentimento que coloca nas canções. Isto é vísivel nas baladas e letras que ele interpreta de maneira grandiosa.
Excentuando o hit "Take Me Back", Blacc procura não explorar muito a espiritualidade, como ocorre com a maioria dos cantores de Soul e Gospel. A crítica a sociedade de consumo ocorre no hit "I Need a Dollar", onde reflete sobre as condições sociais durante a Depressão e o governo de Richard Nixon.
Outro destaque é "Miss Fortune", além de "Life So Hard", repletas de metáforas políticas. Nestas composições, Blacc mostra a dura realidade daqueles que lutam para continuar sobrevivendo, da melhor maneira possível, enfrentando obstáculos econômicos ou mesmo familiares.
Ele abordar as questões amorosas das mulheres de executivos, cujas vidas só giram em torno do dinheiro, deixando o sentimento em segundo plano. É o que revela o hit "Loving You is Killing Me", cujo o vocal é num clima fúnebre. Blacc pinta as mulheres repleta de problemas existenciais, como ocorre na canção "Femme Fatale", advertindo contra as manipulações que o sexo feminino sabe fazer com desenvoltura, no hit "Hey Brother". A canção "Mama, Hold My Hand" é a mostra do bluesman que não gosta da própria mãe. Neste recheio de ressentimento, ciúme e desejo reprimido, Blacc mostra que somente o amor pode curar e cicatrizar as feridas.



Big Ol Dirty Bucket: a Parliament/Funkadelic 2

A Big Ol Dirty Bucket é descrita como a Parliament/Funkadelic, por causa de seus shows com muita energia e o som que balança qualquer pista de dança, como ocorria nos anos de 1970 e 1980. A rapaziada tem o tempero do Funk, Soul, Hip-Hop e ritmos latinos, suavizando as canções em nossos ouvidos. em duas músicas, eles conseguem fazer qualquer pessoa dançar.
A percursão é outra marca registrada, liderada pelos vocais de Sarah Bucket. Nas apresentações, conseguiram esgotar ingressos em casas do Oriente Médio. No ano passado, ocuparam os primeiros lugares no evento conhecido como Batalhas das Bandas, durante o inverno nos Estados Unidos. O grupo continua se apresentando em diversos eventos nos últimos meses, além de às vezes participar de shows de George Clinton. Para quem gosta de black music de qualidade, é ótima pedida assistir ou ouvir as músicas desta excelente banda.

Bucho Band: o som da década de 1970

Apesar do nome estranho, a banda Bucho tornou-se lenda em quase dez anos de carreira, ao misturar Rock, Funk, Sou, Jazz e ritmos latinos. O nome surgiu em cima de um personagem do filme Desesperado, de 1995. A banda era composta pelos metais de Roger Cox, Anthony Coleman, Leon Moore e Justin Williams, sacudidos pela percursão de Josh Lippi e Derek Taylor, o órgão de Ben Schwier e pelo vocalista Geraldo Pease. Eles dividiram o palco com Big Bad Voodoo Daddy, Michelle Branch e Youssou N´Dour.
O primeiro CD foi lançado em 2003, mas o que chamou atenção foi o acompanhamento. O sexteto trazia o som típico da década de 1970, revezando entre Funky e o Pop das bandas Tower of Power, Blood, Sweat and Tears e a leveza de Los Lonely Boys.
Esta marca é vísivel nos hits "The Joy I Bring", "Pain & Pleasuring" e "Original Lover", cuja pegada de Roberta Flack é latente. O restante do CD empolga, principalmente com a canção " The Time It Takes/What a Day". O CD teve boas composições e as apresentações ao vivo eram convicentes. Após este álbum, a banda estacionou por causa de um acidente de carro sofrido pelo vocalista Pease. Mesmo assim ele continuou a compor. Os outros integrantes continuaram trabalhando com outros cantores. Os ritmistas passaram a participar de outras gravações, e em turnês. O trompista Coleman tocou com Mary J. Blige e Joss Stone. Os fãs conquistados ainda aguardam o retorno da banda, por causa de seu grande talento.



 

Brownstone: tão rápidas quanto a passagem do cometa












O grupo era composto por Nichole "Nicci" Gilbert, Charmayne "Maxee" Maxwell e Monica "Mimi" Doby. Formado em Los Angeles, elas se conheceram após irem a shows em diferentes regiões daquela cidade. Um ano mais tarde, assinaram contrato com a gravadora de Michael Jackson. Lançaram o primeiro álbum, em 2007, onde estava a canção "If You Love Me", composta por Gordon Chambers. Antes em 1995, a banda ganhou o Grammy.

Após turnê por diversos países, Doby saiu do grupo. Entrou em seu lugar Kina Cosper. Continuaram na estrada do sucesso com a canção "5 Miles to Empty", porém a banda não conseguiu recuperar a popularidade e os próximos CDs encalharam nas lojas. Com o fim do conjunto, Gilbert fez pequenas pontas em alguns filmes e TV, Maxwell tentou carreira-solo na Europa e Dobby casou-se, tem dois filhos e passou a trabalhar como professora.
 
 
 

Timothy Bloom é mescla de lendas da black music


Timothy Bloom já compôs e produziu músicas para Ne-Yo  e Chris Brown, sempre na linha da lenda Smokey Robinson. Apesar de jovem, Bloom é talentoso, isto é possível ver no hit "The Budding Rose". Como todo grande artista, Bloom assume que a música esteve dentro dele o tempo todo.
Na infância, já tocava bateria e piano no coral da igreja, aonde seu pai era pastor. Ali cantava com o grupo de jovem. Quando ia dormir, colocava fones de ouvido e continuava ouvindo as canções que iriam influenciar sua carreira.
Não demorou para essa convivência gerar hits como "Til the End of Time,” que estourou na Billboard Hot R&B. O vídeo provocante foi dirigido por David Rodriguez, numa linda balada.
O clipe, apesar de simples, destaca a ótima melodia, mesclada com uma guitarra de batida bem jovem. A letra do hit é bem no gosto da nova galera: "Não há necessidade de tristeza / vamos fazer amor até que a luz da manhã / Eu quero que você se lembre de mim / apoiar meu legado / até o fim dos tempos." Completando o quadro é o de entrega:  Bloom é sincero,  destacando o falsete de tendência tenor perfeitamente acentuados por um vocal arrasador.
Bloom é muito mais do que muitos artistas fabricados pela indústria, tentando cantar R&B sem ter nenhuma intimidade com esse ritmo. Ele é uma mistura de Prince, Bill Withers, Marvin Gaye e Sam Cooke, tanto ao compor quanto ao cantar. Tem o recheio de um Bob Dylan, Cat Stevens, Jimi Hendrix e Lenny Kravitz. Salpica essa ótima mistura com Soul e Gospel, tudo isso na companhia de Tabitha (o apelido de sua guitarra).

Nascido em El Paso, Texas, Bloom cresceu em Fayetteville. Terceiro dos cinco filhos de pais pastores, Bloom conseguiu reunir diversas culturas e estilos em suas letras, pois os pais viajavam muito. Tudo isso ele misturou com Gospel e Soul. Em sua casa não se ouvia música secular. Para driblar a ordem, ouvia essas canções no rádio do carro. Assim descobriu as meninas e passou a escrever cartas de amor  e poemas para elas, além de cantar suas canções.
Em 1999 mudou-se para a Alemanha, como membro de uma banda de jovens. Nesta turnê pela Europa, durante um ano, assimilou várias lições. Depois foi para Atlanta, quando começou a produzir suas músicas. Viajou para Los Angeles. Ali conheceu a lenda da Motown, Mickey Stephenson. Aproveitou para aprimorar suas habilidades para compor e produzir. Em 2005 lançou o hit "My World".
Voltou para Atlanta, entrou na Capital Records e gravou outro álbum. Nesta época colaborou com Ne-Yo no hit "Say It" no premiado Grammy de 2007, com o CD Because of You.
Depois conheceu o lado escuro da música, como ocorre com vários artistas. Neste período escreveu o hit "Til The End of Time". A canção, escrita dentro do carro, demorou 15 minutos para ganhar vida. Após sair do turbilhão, sugere que se alguém está feliz, é preciso gritar, dançar e mesmo que esteja raivoso, encontre boas energias na música.

 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Beya: pura nitroglicerina musical

Imagine alguém que misture o francês, inglês e árabe numa mesma canção. Para deixar mais doce, acrescente doses de Jazz, Soul e Hip-Hop no estilo de Nova York. Estou falando de Beya, cantora, compositora e escritora. Quando criança foi influenciada pelo irmão músico.
Não demorou para começar a cantar e escrever suas próprias canções. Em 1992 já se apresentava ao lado de bandas em Lyon, França. Depois começou se aventurar pelo Jazz, Afro, Soul e Funk. Dois anos se passaram e Beya mudou-se para San Francisco para melhorar o canto.
Inspirado por diversos DJs e músicos de Jazz, passou a misturar vários gêneros e improvisar.
Ao voltar para França, começou a trabalhar com Natty, uma afro-caribenha, líder de uma banda de Funk Jazzy, com sede em Lyon. Logo gravou um disco por um selo conhecido, em português, como Fio Quente. Em seguida foi para a Alemanha e canta no álbum de David Tonton, Livret de Famille.
Talentosa, Beya canta muito bem e graças ao estágio com diversos músicos, principalmente depois que passou pelas mãos do DJ Max Valetudie, grande produtor de Hip-Hop e Soul, seu talento ficou mais refinado. Lançou o CD Made-In com a produção de Erykah Badu, Smityh SY e India Arie. As faixas "Made-In" e "Comme Je Suis" são de sua autoria, passando o toque do Soul de Dallas, Texas. Em 2010 colaborou no CD His Bride, da Surel Williams cantora de gospel e R&B. Beya é nitroglicerina musical pura.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Gina Breedlove: outra grande pérola da FolkSoul

Criatividade é algo que Gina Breedlove conhece muito. Ela mistura bem Folk com Soul, aliás sua versatilidade chama, também, muito a atenção, além do talento para compor lindas canções. O resultado disso foi a infância regada a doses de Rhythm & Blues, que lhe permitiu encontrar o bom caminho da música de qualidade.
Aos 15 anos começou a fazer backing vocal para Phylis Hyman (anos mais tarde ela se mataria). Aos 17 começou a trabalhar com Harry Belafonte em quatro turnês internacionais. Depois ofereceu seus lindos vocais para Ronny Jordan, Harris Craig, Sundiata Sekou, Ani Difranco e Reagan Toshi.
Depois inventou uma mistura deliciosa de orquestração clássica com groove, medicamento excelente para ouvidos cansados de ouvir música de péssima qualidade. Suas canções celebram o amor, além de incentivar a continuar lutando para conquistarmos o que desejamos. É a prova que nem tudo está perdido na black music. Ainda há vida pensante. Para o nosso bem.