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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

sábado, 24 de dezembro de 2011

Whitney Houston: voz de cristal quase destruída pelas drogas


Talento Whitney Houston tem de sobra. É uma das grandes vozes da black music. Seus agudos é algo espetacular. Mesmo que a letra seja insignificante, ela consegue transformar latão em ouro. Em menos de 27 anos de carreira, já vendeu 170 milhões de discos. Seu estilo de cantar, na década de 1980, influenciou diversos artistas ao redor do mundo. Até hoje foi a única cantora a colocar sete hits consecutivos nas paradas da Billboard Hot 100 ("Saving All My Love", "How Will I Know", "Greatest Love of All", "I Wanna Dance With Somebody" (Whos Loves Me)", "Didn´t We Almost Have It All", "So Emotional" e "Where Do Broken Hearts Go") .
Foi a primeira artista feminina a entrar na Billboard 200 Album Chart e o único artista com sete álbuns consecutivos de platina (Whitneu Houston, Whitney, I´m Your Baby Tonight, The Bodyguard, Waiting To Exhale e The Preacher´s Wife e as trilhas sonoras My Love is Your Love).
Outro grande feito de Whitney Houston foi transformar em megasucesso o hit de Dolly Parton "I Will Always Love You", com quatro Discos de Platina Duplo, num dos maiores sucessos da indústria da música dos Estados Unido, está entre os cinco dos mais vendidos de todos os tempos. Já ganhou seis Grammy, 30 Billboard Music Awards e 22 American Music Awards. Até 2010 já ganhou 415 prêmios.
Música está na veia de sua família. A tia Dionne Warnick é um dos ícones da black music norte-americana, assim como sua mãe, que durante fez parte do quarteto gospel Drinkards, do qual fazia parte Aretha Franklin. Seu primo, Dee Dee Warwick emplacou vários hits na década de 1960, inclusive a famosa "I´m Gonna Make You Love Me". Com 11 anos já cantava no grupo de louvor da igreja Batista de Nova Jersey, cidade onde nasceu em 1963. Ao cantar com sua mãe nos clubes de Nova Jersey, foi descoberta pelo empresário da Arista Records, Clive Davis. No final da década de 1970 trabalhou de backing vocal para Chaka Khan e Jermaine Jackson. No começo da década de 1980 passou a ilustrar como modelo as capas de diversas revistas norte-americanas.
Seu álbum de estreia, em 1985, vendeu 25 milhões de cópias. A regravação de "For The Love of You", dos Isley Brothers, estourou em todos os bailes do planeta. O segundo, lançado em 1987, ficou em primeiro lugar n Billboard 200. O trabalho no filme O Guarda-Costas (1992), ao lado de Kevin Costner, fez a trilha sonora ganhar o Grammy (1994) de álbum do ano. Na sua passagem pelo Brasil, em 1994, deixou boa impressão nos shows feitos em São Paulo e Rio de Janeiro, principalmente quando cantou "I Will Always Love You".
Ninguém é capaz de encontrar explicação para tamanho sucesso ter mergulhado Whitney Houston no inferno das drogas nas décadas de 1990 e 2000, a ponto de ter sido retirada à força, pela sua mãe, a também cantora Cissy Houston, de sua casa imunda para internar-se numa clínica de desintoxicação de drogados. Em alguns shows esquecia trechos das letras e não conseguia cantar poucos minutos, causando irritação no público. Foi presa em aeroportos com drogas na bagagem. Em 2002 reconheceu que era dependente de cocaína, maconha, crack e outros tipos de drogas. Para tentar limpar sua barra, a gravadora lança um álbum com destaques para as baladas "Try It On My Own" e "You Light Up My Life", sendo esta uma regravação da década de 1970. Em 2003 lançou um CD com músicas natalinas. O destaque ficou com  a faixa "One Wish". Quatro anos depois assinou outro contrato com a Arista Records, estimando em US$ 100 milhões, colocando-a no time dos artistas milionários do show-biz norte-americano.



Rita Pavone: a pimentinha da música italiana



A cantora italiana Rita Pavone marcou época no Brasil da década de 1960. Suas músicas fizeram muito sucesso. "Datemi un Martello" é uma delas, regravada em inglês por Four Tops e Trini Lopez  nessa mesma época.
Desde criança, os familiares de Rita perceberam seu talento para cantar, pois ela  escrevia suas letras alegres.
Começou sua carreira em 1962, aos 17 anos, cantando o single "La Partita di Pallone". O hit vira sucesso em todo o mundo. Passa a fazer turnês por vários países. Emplaca outros hits nas paradas como "Alla mia Età", "Come Te Non C´é Nessuno", "Cuore", "Che M ´Importa Del Mondo".
No auge de sua carreira, em 1968, após ter vindo ao Brasil e a imprensa ter fabricado um namoro entre ela e Netinho do conjunto Os Incríveis, aos 23 anos Rita sai de casa e vai morar na Suíça com o namorado Teddy Reno, seu empresário, produtor e seu descobridor. O problema é Reno era casado e na época não havia divórcio na Itália. A sociedade daquele país não aceitava que uma mulher vivesse com um homem casado. Em 2006, após fazer concertos em várias partes do mundo, saiu do show-biz para sempre, cantando pela última vez em público.



The Hues Corporation: outra marca da Disco Music


O trio The Hues Corporation ficou famoso em todo o mundo, em 1974, por causa do sucesso "Rock the Boat". Porém, antes de essa porteira ficar aberta, abriram shows para Frank Sinatra, Nancy Sinatra, Glen Campbell. Eles surgiram em 1969, em Santa Monica, California. O nome do conjunto era um trocadilho com poderosa The Hughes Corporation. Antes eles propuseram  The Children of Howard Hughes. A gravadora recusou. Hughes, nas décadas de 1950 e 1960, foi considerado um dos homens mais ricos do mundo. Seria o Bill Gates daquela época. Com a diferença que comprava o amor das atrizes de Hollywood. Entretanto isso não impediu que no seu enterro comparecesse apenas seis pessoas. Os integrantes originais eram St. Clair Lee, Fleming Williams e Hubert Ann Kelley. 
Em 1972 aconteceu o primeiro racha no grupo, quando fora convidados a aparecer num filme estrelado pelo ator William Marshall. Também foram convidados a gravar três música para trilha sonora do filme: "There He is Again", "What The World Knows" e "Freedon for the Stallion". Esse último hit ficou entre as cem colocadas nas paradas da Billboard Hot 100 Chart.
Mas foi "Rock The Boat" que explodiu nas paradas de todo o mundo, rendendo o primeiro Disco de Ouro ao trio.  A faixa vendeu mais de 2 milhões de cópias. É considerada por alguns, como a primeira música da era da Disco Music. Mas antes, o conjunto Harold Melvin and The Blue Notes, em 1973, já haviam lançado "The Love Lost", esta sim a primeira canção em ritmo de Disco Music, pelo selo Philly Sound, conhecido como O Som da Filadélfia.  Nesta mesma época gravaram canções com esse ritmo a banda The Trammps. 
Apos a nitroglicerina "Rock The Boat", o trio The Hues Corporation lançou "Soul Rockin"(1974), "Love Corporation" (1975), e "I Caught Your Act" (1977).  Apesar de emplacar os hits nas paradas de sucesso, eles não conseguiram manter-se no auge, chegando ao fim em 1978. Na década de 1990, o grupo se reuniu para shows e eventos especiais.






sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Moraes Moreira: o coração que pulsava nos Novos Baianos

Os Beatles tiveram John Lennon, os Rolling Stones têm Mick Jagger e os Racionais MCs, Mano Brown. Essa foi a importância de Moraes Moreira para Os Novos Baianos na década de 1970. Enquanto ele esteve no grupo, diversas canções chegavam às paradas. Era o ponto de equilíbrio do grupo que ainda tinha o grande guitarrista Pepeu Gomes, o baixista Dandi, inovador por tocar o instrumento com palheta, quando a maioria usa apenas os dedos, além da bela vocalista Baby Consuelo (hoje Baby do Brasil) , Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão.
Desde criança, a música já estava no sangue de Moraes Moreira, baiano da cidade de Ituaçu, onde nasceu em 1947. Na infância já tocava sanfona de 12 baixos em festividades. Na adolescência aprendeu a tocar violão, enquanto cursava Ciências. Mudou-se para Salvador. Ali conheceu Tom Zé e bebeu da fonte do Rock. Em seguida entrou em contato com o restante da turma que formaria Os Novos Baianos, onde permaneceu de 1969 a 1975, quando partiu em bem-sucedida carreira-solo. No conjunto contribuiu com suas letras para um dos mais belos discos da MPB: Acabou Chorare (1972). Já gravou mais de 20 discos.
Em 1978 lançou o hit "Pombo Correio", grande sucesso do carnaval da Bahia. Em 1983 desenvolveu o Projeto Brasil, com uma série de shows pelas capitais brasileiras, incluindo no repertório Frevos e Marchas como "Gritos de Guerra" e "Festa do Interior" (regravada por Gal Costa). Quando percebeu que o carnaval baiano virou cópia do carioca e paulista, com excesso de turistas e perda de autenticidade, passou a apostar num trabalho mais acústico, integrando erudito e popular. É desta época (1984) o disco Moraes Moreira Acústico com  o hit "Carro Alegórico", uma balada com estilo de Blues, deixando sem fôlego que estava acostumado com o Moraes Moreira festeiro. Em 1991 lança o álbum Cidadão, destacando a canção "Leda" em parceria com Paulo Leminski. Dois anos depois grava o disco Terreiro do Mundo, sobressaindo a faixa "Agradeça ao Pelo" (dividindo a canção com Neguinho do Samba).
O ano de 1997 marcou seus 50 anos de idade. Apresenta o CD Estados, incluindo o sucesso "Sinal de Vida". Lança pela Virgin Records o álbum 50 Carnavais, incluindo sete canções inéditas e cinco regravações de antigos sucessos. Nesse CD estão os hits "Preta Pretinha", "Acabou Chorare", "É Ferro na Boneca", "De Vera", "Colégio de Aplicação", "Felicidade no Ar", "Os Carapintadas", "Festa do Interior", "Monumento Vivo", "Forro do ABC", "Meninas de Minas Gerais", "Estado de Graça", "Rádio Cidadão", "Arco-Íris" e "Que Papo" e "Esse é Cidadão".  Suas músicas já foram gravadas por Maria Bethânia, Simone, Fagner, Ney Matogrosso, Zizi Possi, Elba Ramalho, Marisa Monte e Daniela Mercury.


  

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Nilsson: de bancário a grande cantor

O cantor e compositor Nilsson morreu aos 52 anos, aparentemente de ataque cardíaco, mas nesse pouco tempo deixou sua marca na música norte-americana. Trazia de berço o gosto pela arte: os avós paternos eram artistas de circo e bailarinos suecos. Porém sua infância foi conturbada: aos três anos de idade, o pai abandonou a família. O outro irmão passou a viver igual cigano na casa de parentes, com uma sucessão de padrastos. O tio John, mecânico na Califórnia, o ajudou a melhorar suas habilidades vocais, preparando o caminho para  futura carreira.
Para não passar fome, desde criança Nilsson precisou trabalhar, incluindo um serviço no Teatro Paramount, em Los Angeles.  Depois virou bancário. Na época já conhecia informática, e o sistema bancário norte-americano começava dar os primeiros passos neste tipo de tecnologia. Durante a noite consertava computadores e de dia seguia o ofício de compositor e cantor.
Em 1958, aos 17 anos, começou a se interessar por Blues e artistas como Ray Charles.Tentou aprender esse estilo musical, formando dupla com o amigo Jerry Smith e imitar as harmonias parecidas com as do Everly Brothers. Logo ganhou um cavaquinho de plástico, aprendeu a tocar e mais tarde passou para o violão e piano.
Em 1963 começou a ter algum sucesso como compositor. Ao escrever uma canção para Little Richard, que o ouviu cantar, foi encorajado, pois tinha voz de negro apesar de ser branco. Passou a gravar singles independentes. Sob o pseudônimo Bo Pete lançou o hit "Baa Baa Blacksheep", depois emendou "Donna, I Understand". A partir dai, a Mercury Records lhe ofereceu um contrato e passou a gravar com o nome Johnny Niles.
No ano de 1964 trabalho com Phil Spector, escrevendo três canções juntos. Também aproximou-se do compositor e editor Perry Botkin Jr. Ele abriu mercado para as músicas de Nilsson.  Só em 1966, na Tower Records, lançou o primeiro single assinando o nome Nilsson. O mesmo ocorreu com o álbum Spotlight. O disco fracassou, apesar de diversos gravarem suas letras, como Glen Campbell, Fred Astaire, The Shangri-Las, The Yardbirds e outros. Não trocou o certo pelo duvidoso: continuou sendo bancário à noite.
Em 1966 entrou na RCA Victor Records, lançando um álbum Pandemonium Shadow Show no ano seguinte, um grande sucesso  de crítica, principalmente pela capacidade de Nilsson cantar em multi-oitavas, algo que poucos intérpretes conseguem. Depois recebeu elogios de John Lennon e Paul McCartney, quando os Beatles estavam no auge. A carreira de Nilsson decolou de vez.  Escreve o hit " Cuddly Toy" e a música explode nas paradas na voz dos Monkees, o grande conjunto da época nos Estados Unidos.
Em 1969 sua canção "Everybody Talkin" vira trilha sonora do filme The Midnight Cowboy. Emplaca nas paradas de sucesso de todo o mundo, inclusive no Brasil. Ganha seu primeiro Grammy.  Na década de 1970 compõe outro sucesso: "Without You", depois Coconout. A seguir seus álbuns já não têm o mesmo brilho. Esta pegada o vai acompanhar até sua morte de ataque cardíaco em 1994.




quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Donovan: de amigo dos Beatles ao ostracismo

O britânico Donovan teve sua época de ouro na década de 1960, quando aproveitou a onda do Folk no Reino Unido. No início só conseguiu emplacar algumas canções na Inglaterra, escorado na fama conquistada após apresentar-se diversas vezes nos programas de televisão. O sol do sucesso só começou a brilhar forte em sua carreira , após assinar contrato com norte-americana Epic Records. A parceria junto ao produtor Mickie Most o ajudou a desenvolver um estilo eclético e bem-sucedido, mesclando Folk, Jazz, Pop e Rock Psicodélico.
De 1966 a 1970 estourou a boca do balão. Para completar tornou-se amigos dos Beatles, ensinando John Lennon a tocar violão dedilhado. Um de seus maiores sucessos nos bailes do Brasil é "There is a Mountain", que foi a alegria de muitos dançarinos de samba-rock nas décadas de 1960 e 1970.
Após sair do guarda-chuva de Mickie Most, deixou de frequentar as paradas de sucesso. As canções calmas, no estilo New Wave, e a imagem hippie, viraram alvos da crítica especializada. Dai para frente sumiu. No final da década de 1990 conseguiu gravar um disco com o produtor de RAP Jack Rubin e saiu da geladeira. Lançou seu último CD Beat Cafe, de canções inéditas, em 2004.





Fats Domino: o homem que gravou o primeiro rock

Luís Alberto Alves/Hourpress

A lenda viva do Rock, Blues, R&B e demais ritmos que compõem a Black Music norte-americana chama-se Fats Domino. Aos 83 anos, ele ainda é considerado um dos mais importantes cantores, compositores e pianista de todos os tempos. Nascido no berço do Blues (Nova Orleans, Lousiana), Fats viu o nascimento do Rock, quando gravou em 1949 o hit "The Fat Man", pela Imperial Records, considerado como a primeira canção neste estilo. O disco vendeu 1 milhão de cópias.

Fats lançou diversas músicas com o produtor e co-compositor Dave Bartholomew, acompanhado dos músicos Herbert Hardesty e Alvin Tyler (ambos saxofonistas) e o baterista Earl Palmer. Depois outro time de feras da Black Music o acompanhou, como Reggie Houston, Lee Allen e Fred Kemp.

Mesmo enfrentando a barreira do racismo, muito forte nos Estados Unidos nas décadas de 1940 e 1950, Fats conseguiu colocar 37 singles nas paradas de sucesso da época. Seu primeiro álbum Carry on Rockin saiu em 1955, depois relançado no seguinte como Rock and Rollin´With Fats Domino. O disco ficou no posto 17 no Top 200 da Billboard.  A versão de "Blueberry Hill", de 1940 composta por Vincent Rose, Al Lewis e Larry Stock, chegou ao segundo lugar nas paradas de R&B por 11 semanas, além de vender 5 milhões de cópias em todo o mundo, entre 1956 e 1957.

Depois, igual carro sem freios na descida, até 1959 emplacou "When My Dreamboat Comes Home", "I´m Walkin", "Valley of Tears", "It´s You I Love","Whole Lotta Loving", "I Want to Walk You Home" e "Be My Guest".

Até o início de 1962, ele lançou diversos hits de sucesso pela Imperial Records, incluindo "Walkin´to New Orleans" e "My Girl Josephine". Em toda carreira, Fats gravou mais de 60 singles neste selo, colocando 40 músicas no Top 10 das paradas de R&B e 11 singles no Top 10 das paradas Pop.

Ao mudar para a ABC-Paramount Records, em 1963, Fats troca o produtor Dave Bartholomew por Felton Davis, que o acompanhava na Imperial desde o início da carreira. Davis coloca corais de vozes em suas novas canções e o resultado acabou trágico. De 11 singles lançados, apenas um chegou ao Top 40. Com a chegada do rock britânico, os sucessos dele minguaram. Mesmo assim continuou gravando até começo da década de 1970, quando entrou na Mercury e depois saiu para a Reprise Records e Broadmoor, selo criado por Bartholomew.

Da década de 1980 até 2005, ele resolveu não sair mais de Nova Orleans. Passou a viver dos direitos autorais de suas canções e muito pouco de turnês. Não abriu exceção nem para se apresentar na Casa Branca. Às vezes fazia algum show nas proximidades ou em eventos realizados na cidade onde morava, como no "New Orleans Jazz and Heritage Festival".

A única vez que saiu de sua amada New Orleans foi quando o furacão Katrina destruiu e matou diversos moradores em agosto de 2005. Um helicóptero da Guarda Costeira resgatou ele e sua família. Perdeu tudo. Após a reconstrução de outra casa em janeiro de 2006, residiu em Harvey, Lousiana. Naquele mesmo ano lançou o álbum Alive and Kickin para ajudar músicos pobres locais. Em maio de 2007 apresentou-se num show com casa cheia, visando obter fundos para restauração completa de sua casa, onde perdeu tudo, inclusive seus Discos de Ouro, instrumentos e medalhas conquistadas nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Fats morreu em 24 de outubro de 2017.


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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Joan Baez: a cantora das canções de protesto

 Quem viveu a agitada e política década de 1960 vai se lembrar de Joan Baez, cantora norte-americana de música Folk (espécie de estilo regional, semelhante ao interpretado no Brasil por Diana Pequeno, Elomar, Xangai, Sá, Rodrix e Guarabyra, Zé Geraldo entre outro).
Desde aquela época até hoje, ela não se rendeu aos esquemas comerciais das gravadoras de colocar voz em letras água com açúcar.
Sua carreira começou em 1959 durante o Newport Folk Festival. Ali, aos 18 anos, foi a grande revelação. No ano seguinte, a Vanguard Records lançou seu álbum de estreia; uma coleção de baladas tradicionais que chamou a atenção pela qualidade das composições. Além de bonita, sua voz de soprano e a destreza na guitarra acústica marcaram presença junto ao público. O segundo álbum, de 1961, rendeu seu primeiro Disco de Ouro. O mesmo se repetiu  em 1962. Logo, ela tornou-se fenômeno artístico. Com quatro anos de carreira já era considerada uma das intérpretes mais populares dos Estados Unidos. Em 1964 lança o disco Joan Baez, volume 5, com diversas canções Folk dos Estados Unidos e América Latina, destacando interpretações de músicas de brasileiros como Villa-Lobos e Zé do Norte. Neste furacão ajudou a promover o cantor Bob Dylan, ainda no início da carreira. Namoraram, mas o relacionamento chegou ao fim em 1965. Dessa época ficaram os hits "We Shall Overcome", "With God on Our Side", "All My Trials" entre outros.
Influenciada pelo rock britânico, passou a tocar violão elétrico. A canção "Farewell Angelina" (1965) retrata bem essa fase. Em 1969 lança  álbum duplo com inúmeras canções de Bob Dylan. Participou do explosivo e libertário Festival de Woodstock, no auge da Guerra do Vietnã, da qual  foi feroz crítica. Nessa mesma  época casou-se do David Harris, ferrenho opositor do conflito armado no país asiático. O marido acabou preso. A paixão do esposo  pela Country Music influenciou Joan Baez, com ela gravando o disco David´s Album (1970) e outro duplo em 1971, Blessed Are. A versão de "The Night They Drove Old Dixie Down" estourou em todas as paradas de sucesso dos Estados Unidos.
No ano de 1972 já estava na A&M Records, onde lançou o álbum Come From The Shadows, disco com várias críticas à Guerra do Vietnã. Após o álbum Heres to Life (1974), gravado em espanhol, recheado de canções latino-americanas, Baez passou a se interessar pelo Pop e investir em suas próprias canções.
Em 1975, o álbum Diamond & Rust foi seu maior registro de sucesso na década de 1970. No ano seguinte apresenta-se ao lado de Bob Dylan e grava o disco duplo From Every Stage ao vivo. Antes do final dos anos de 1970, assina contrato com a CBS Records.
Ali grava o disco European Tour, outro registro ao vivo de suas canções, estilo acústico, marcando seu retorno a simplicidade artística que a revelou 21 anos atrás. A partir dai manteve seu público fiel, mas saiu do guarda-chuva das grandes gravadoras, preferindo lançar suas canções em pequenos selos e gravadoras independentes.
Na década de 1990, continuou produzindo seus discos. O CD Ring Them Bels (1996) é um deles, considerado o melhor trabalho de Folk daquele ano pela crítica especializadas. Depois entrou em estúdio em 2003 para lançar Dark Chors on a Big Guitar, após longo recesso. O ano de 2008 marcou seus 50 anos de carreira com diversas turnês pelos Estados Unidos e Europa. Aproveitou e gravou o CD Day After Tomorrow. Após 29 anos retornou ao Top 200 da Billboard.


domingo, 18 de dezembro de 2011

Sivuca: um dos maiores talentos da música brasileira

Sivuca, como se diz no Nordeste, era uma "cabra arretado da gota serena". Foi um dos maiores artista do século XX. Como poucos, soube divulgar e revelar a beleza da música caipira de qualidade.Tinha competência: era maestro, arranjador, cantor, compositor, além de tocar diversos instrumentos. Severino Dias de Oliveira nasceu em João Pessoa, Paraíba em 1930. Tinha tanto talento que conseguiu compor um de seus maiores sucessos, entre tantos, "Feira de Mangaio" quando passeava pelas ruas de Nova York. Ao voltar para casa (morou de 1964 a 1976  nos Estados Unidos) fez a letra, dividindo a parceria com a mulher, Glorinha Gadelha, e os arranjos. A canção estourou nas paradas na voz da sambista Clara Nunes. Sua obra incluem Choros, Frevos, Forrós, Baião, Música Clássica, Blues e Jazz.
Aos nove de idade ganhou uma sanfona de presente. Ela iria virar inseparável companheira mundo afora até partir para sempre em 2006. Com 15 anos entrou na Rádio Clube de Pernambuco, para em 1948 fazer parte do time da Rádio Jornal do Commercio.
Em 1951, aos 21 anos, lançou  seu primeiro disco pela gravadora Continental com os hits "Carioquinha do Flamengo" e "Tico-Tico no Fubá". Outro sucesso estouraria nessa mesma época: "Adeus Maria Fulô", numa parceria com Humberto Teixeira. Por volta de 1955 mudou-se para o Rio de Janeiro. Começou a correr o mundo. Em 1962, após apresentar-se com o conjunto Os Brasileiros na Europa, a crítica francesa o considerou o melhor instrumentista do ano. Aproveitou para gravar o álbum Samba Nouvelle Vague, incluindo diversos sucessos de Bossa-Nova.
Na época em que residiu nos Estados Unidos fez o arranjo do grande sucesso "Pata-Pata", gravada por Miriam Makeba. Ao seu lado viajou por diversos países até o fim dos anos de 1960. Nesse tempo aproximou-se de diversos intérpretes norte-americanos, entre eles Harry Belafonte com quem trabalhou em 1971 tocando sanfona e violão em seus shows. A composição de trilhas sonoras para programa da TV Educativa dos Estados Unidos, em 1973, lhe rendeu indicação ao Grammy. Num dos discos gravados por Paul Simon  em 1975, Sivuca participa deixando a marca de sua sanfona.  Um de seus sucessos nos bailes é o hit "Ain´t no Sunshine", do álbum Sivuca, gravado em 1972 nos Estados Unidos e lançado no Brasil dois anos depois.
Ao retornar ao Brasil escreveu trilhas sonoras para o filme Os Trapalhões na Serra Pelada e os Vagabundos Trabalhões, ambos de 1982. Antes, em 1978,  grava a canção "João e Maria", parceria dele com Chico Buarque. Outro grande sucesso. No ano de 1980 lança o disco Cabelo de Milho. Uma das faixas "No Tempo dos Quintais", dividindo autoria com Paulo Tapajós, tem a participação de Fágner nos vocais.
Politizado, sempre combateu o Regime Militar, instaurado no Brasil em 1964. No célebre comício de 1989, diante do Estádio do Pacaembu, em São Paulo, participou do evento, ao lado de vários cantores que defendiam a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva. Na sua vez de cantar, improvisou na sanfona o gingle Lula-lá, do PT. As milhares de pessoas que assistiam ao comício, inclusive este vos escreve que tem a fita gravada dessa raridade, ficaram extremamente emocionadas.





Barbara Mason: a voz de menina da Soul Music


A voz de menina de Barbara Mason cativou fãs de boa música nos últimos 46 anos. Lembrada pelo hit "Yes, I´m Ready" (1965), ela começou a carreira ainda adolescente na década de 1950. Nascida na Filadélfia, costa leste dos Estados Unidos, ajudou a criar a fama do Philly Soul (baladas Soul marcadas pela suavidade dos arranjos e instrumentação). Emplacou nas paradas outras canções, como "Sad, Sad Girl "(1965), "And" e "Oh How It Hurts" (1967/68).
No começo da década de 1970 passou a interpretar músicas abordando a sexualidade e infidelidade, de forma incomum para a época. Amostra disso são os hits "Bed and Board", "From His Woman to You" e "Shackin´Up".
Nesse período às vezes gravava músicas no estilo Funk dos Estados Unidos. Curtis Mayfield produziu para ela a versão cover de "Mayfield Give Me Your Love" e a colocou no topo das paradas de sucesso dos Estados Unidos. Após 1975 voltou às rádios com "I´m Your Woman", "She is Your Life" (1978), "Another Man" (1984). Seu último CD Feeling Blue saiu em 2007.




Grey and Hanks e a nitroglicerina You Fooled Me

O auge da Disco Music, em 1979, teve um Funk dos Estados Unidos que balançou as pistas e salões de bailes de vários lugares do mundo. As domingueiras promovidas pela Chic Show, Zimbabwe, Black Mad e Sideral (no Tucuruvi, Zona Norte de SP) pegavam fogo, quando os DJs soltavam a nitroglicerina "You Fooled Me", da dupla Grey And Hanks. O disco com duas músicas, uma de cada lado não era no formato compacto simples em tamanho menor, mas igual um LP (vinil com 12 músicas) em diversas cores, variando do verde ao vermelho, algo inédito no Brasil.  A dupla Zane Grey e Ron Hanks durou apenas um ano, mas fez a alegria de muita gente. Os dois hits "You Fooled Me" e "Dancin" até hoje são baixados no youtube, mostrando que as canções, mesmo comerciais, quando bem gravadas permanecem para sempre. A música "Now I´m Fine" saiu no álbum Prime Time, de 1980, encerrando a carreira de ambos.







Tommy James & The Shondells: dinossauros do rock psicodélico


Na década de 1970 o grupo Tommy James & The Shondells fez sucesso com a balada "Cristal Blue Persuasion", apesar do solo de guitarra inicial parecer obra de alguém que ainda engatinhava na arte de tocar esse instrumento.
A banda surgiu em 1959, na cidade de Niles, Michigan, Estados Unidos. Tommy James, cujo o nome de batismo é Tommy Jackson, tinha 12 anos e era o principal vocalista. Seis anos depois mudou para Tommy James  & The Shondells. Passaram a conhecer o gosto doce do sucesso, na década de 1960, com os hits "Hanky Panky" (1966), "Crimson and Clover" (1969), que serviu de trilha sonora para muitos hippies. Depois vieram "Mony, Mony", "I Think We´re Alone Now", "Sweet Cherry Wine" e "Mirage".
Mas para explodir nas paradas, a banda precisou ralar muito, pois a gravadora não tinha dinheiro para divulgá-la em todas as cidades dos Estados Unidos. Contaram com a ajuda de um DJ da rádio de Pittsburgh. Ele tocava diariamente a música do grupo. Logo começaram os pedidos para shows e onde encontrar o disco, que passaram a ser vendidos no mercado alternativo das lojas da Pennsilvania.
Em algumas ocasiões, Tommy James visitava as rádios sozinho. Fazia o mesmo nas casas noturnas. Numa delas encontrou novos integrantes para a banda, pois da primeira formação só havia restado ele.  Nessa leva chegaram o Joe Kessler (guitarra), Ron Rosman (teclados), George Magura (saxofone), Mike Vale (baixo) e Vinnie Pietropaoli (bateria).
Com este time foram a Nova York e assinaram contrato com a Roulette Records. A nova casa promoveu bem a banda e a canção "Hanky Panky" torna-se o hit nacional de 1966. Porém, a briga por dinheiro fez Kessler e Pietropaoli sair do conjunto. Por causa dos refrões grudentos como chiclete, alguns críticos passaram a denominar a banda de artista chiclete. Tommy James optou em ser reconhecido como roqueiro psicodélico.
 Passam a compor neste estilo em 1968. É quando saem canções como "Crimson and Clover". Detalhe: todos os instrumentos foram tocados por James, com ajuda da tecnologia. Foram convidados para participar do célebre Festival de Woodstock, mas recusaram. No início da década de 1970, James quase morre por causa do vício em drogas. Em 1971 retornou e numa curta carreira-solo lança os hits "Draggin´The Line" e "Three Times in Love" (1980).
Nas décadas seguintes passa a excursionar mantendo o nome de Tommy James & The Shondells, quando o único componente original da banda era ele. Em 2009, se reúne com os sobreviventes Gray, Vale e Rosman , da antiga formação, para gravar música para trilha sonora de um filme baseado na autobiografia de James. Às vezes se encontram para especiais de TV e shows de nostalgia.