Luís Alberto Alves/Hourpress
A lenda viva do Rock, Blues, R&B e demais ritmos que compõem a Black Music norte-americana chama-se Fats Domino. Aos 83 anos, ele ainda é considerado um dos mais importantes cantores, compositores e pianista de todos os tempos. Nascido no berço do Blues (Nova Orleans, Lousiana), Fats viu o nascimento do Rock, quando gravou em 1949 o hit "The Fat Man", pela Imperial Records, considerado como a primeira canção neste estilo. O disco vendeu 1 milhão de cópias.
Fats lançou diversas músicas com o produtor e co-compositor Dave Bartholomew, acompanhado dos músicos Herbert Hardesty e Alvin Tyler (ambos saxofonistas) e o baterista Earl Palmer. Depois outro time de feras da Black Music o acompanhou, como Reggie Houston, Lee Allen e Fred Kemp.
Mesmo enfrentando a barreira do racismo, muito forte nos Estados Unidos nas décadas de 1940 e 1950, Fats conseguiu colocar 37 singles nas paradas de sucesso da época. Seu primeiro álbum Carry on Rockin saiu em 1955, depois relançado no seguinte como Rock and Rollin´With Fats Domino. O disco ficou no posto 17 no Top 200 da Billboard. A versão de "Blueberry Hill", de 1940 composta por Vincent Rose, Al Lewis e Larry Stock, chegou ao segundo lugar nas paradas de R&B por 11 semanas, além de vender 5 milhões de cópias em todo o mundo, entre 1956 e 1957.
Depois, igual carro sem freios na descida, até 1959 emplacou "When My Dreamboat Comes Home", "I´m Walkin", "Valley of Tears", "It´s You I Love","Whole Lotta Loving", "I Want to Walk You Home" e "Be My Guest".
Até o início de 1962, ele lançou diversos hits de sucesso pela Imperial Records, incluindo "Walkin´to New Orleans" e "My Girl Josephine". Em toda carreira, Fats gravou mais de 60 singles neste selo, colocando 40 músicas no Top 10 das paradas de R&B e 11 singles no Top 10 das paradas Pop.
Ao mudar para a ABC-Paramount Records, em 1963, Fats troca o produtor Dave Bartholomew por Felton Davis, que o acompanhava na Imperial desde o início da carreira. Davis coloca corais de vozes em suas novas canções e o resultado acabou trágico. De 11 singles lançados, apenas um chegou ao Top 40. Com a chegada do rock britânico, os sucessos dele minguaram. Mesmo assim continuou gravando até começo da década de 1970, quando entrou na Mercury e depois saiu para a Reprise Records e Broadmoor, selo criado por Bartholomew.
Da década de 1980 até 2005, ele resolveu não sair mais de Nova Orleans. Passou a viver dos direitos autorais de suas canções e muito pouco de turnês. Não abriu exceção nem para se apresentar na Casa Branca. Às vezes fazia algum show nas proximidades ou em eventos realizados na cidade onde morava, como no "New Orleans Jazz and Heritage Festival".
A única vez que saiu de sua amada New Orleans foi quando o furacão Katrina destruiu e matou diversos moradores em agosto de 2005. Um helicóptero da Guarda Costeira resgatou ele e sua família. Perdeu tudo. Após a reconstrução de outra casa em janeiro de 2006, residiu em Harvey, Lousiana. Naquele mesmo ano lançou o álbum Alive and Kickin para ajudar músicos pobres locais. Em maio de 2007 apresentou-se num show com casa cheia, visando obter fundos para restauração completa de sua casa, onde perdeu tudo, inclusive seus Discos de Ouro, instrumentos e medalhas conquistadas nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Fats morreu em 24 de outubro de 2017.
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