A guitarra Lucille perde para sempre o talento de B.B. King |
Luís Alberto Alves
O Blues
ficou mais triste: morreu seu rei B.B. King, nascido Riley B. King´s. O apelido
é diminutivo de Beale Street Blues Boy. Suas notas dobradas e o staccato
influenciaram diversos bluesman em todo o mundo. Ao lado da famosa guitarra,
carinhosamente chamada de Lucille (homenagem a uma mulher que tocou fogo num
hotel após briga de amor e seu instrumento escapou de virar cinzas), nos
últimos 54 anos entrou literalmente para a história.
Entre 1951 e 1985, B.B. King entrou 74 vezes
nas paradas da Billboard, especializada em Rhythm and Blues. Nos Estados Unidos
foi um dos poucos artistas, sem ter olhos azuis, a fazer tal proeza, inclusive
com o sucesso “The Thrill is Gone”, no programa de televisão Ed Sullivan Show
(o Sílvio Santos dos norte-americanos).
A fonte do seu talento veio do Blues tocado na
região do Mississippi, celeiro de grandes artistas deste gênero musical. Tudo
teve início em 1925, na cidade de Bena Itta, no caminho entre a casa de sua mãe
e avó.
Como eram comuns os cânticos de adoração ao
Senhor (o Blues nasceu nas igrejas evangélicas dos Estados Unidos na época da
escravidão dos negros), logo o garoto Riley B. King´s acabou envolvido pela
Gospel Music.
Teve grandes influências: T. Boone Walker e
Lonnie Johnson, além dos gênios do Jazz, como Charlie Christian e Django
Reinhardt. Mas o pulo do gato na sua carreira aconteceu aos 21 anos, quando se
mudou para Memphis em busca do primo, grosseiro guitarrista de Blues conhecido
como Bukka White. Ele foi o professor de B.B. King.
Em 1948 passou a tocar numa rádio daquela
cidade e apresentar solos de guitarra como fundo de propaganda. É dessa época
que passa a ficar conhecido como Beale Street Blues Boy, encurtado para B.B.
King. Logo gravou um disco com quatro faixas, uma delas batizada de “Martha
King”, nome de sua esposa. Os álbuns eram produzidos por Sam Philips, homem que
iria descobrir Elvis Presley na gravadora Sun Records.
Novos hits
O ano de 1951 brilha para ele com o sucesso de
“Three O´Clock Blues”. Coloca os pés na estrada de vez. A partir daí
emplaca vários hits nas paradas de Blues: “You Know I Love You” (1952), “Please
Love Me” (1953), “You Upset Me Baby” ( 1954), “Ten Years Long” (1955), “Angel
Sweet Little” (1956), “Please Accept My Love” (1958).
A década de 1960 foi pródiga em
novos hits e assinatura de contrato com a ABC-Paramount Records. Um de seus
grandes destaques é “Why I Sing The Blues” entre vários hits emplacados.
Durante os anos de 1970, o público pop
descobriu que não poderia ignorar mais o talento de B.B. King. É quando explode o hit “The hrill is Gone” no programa
Ed Sullivan Show.
Em 1973 vai a Filadélfia e grava “To
Know You is To Love You” e “I Like To Live The Love”, usando o mesmo ritmo do
grupo Spinners. Na Década de 1980 prossegue fazendo mistura de Jazz com Funk e
uma média de 300 shows por ano.
O ano de 1993 marca a gravação do disco Blues
Summit com participações de Etta James, Fulson, John Lee Hooker e Koko Taylor.
Seis anos depois faz outro disco, junto com o guitarrista Eric Clapton.
Em 2005 comemorou 80 anos, com um álbum
repleto de estrelas, inclusive da música pop como Gloria Estefan, John Mayer e
Van Morrison. Em 2008 gravou o álbum One Kind Please, classificado por ele de Blues
puro.
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