Gene tinha temperamento igual de Tim Maia |
Luís
Alberto Alves
Vincent Eugene Craddock, mais
tarde conhecido como Gene Vincent, foi outro grande nome do Rock na década de
1950. Nascido na Virginia em 1935, Gene era amante da destruição. Em julho de
1955 sofreu acidente de moto e teve a perna esquerda ferida gravemente.
Dispensado do Serviço Militar na Marinha passou a aparecer nas rádios como
astro da Country Music, sob asas do DJ “Sheriff” Tex Davis. Ele supervisionou a
fita demo “Be-Bop a-Lula”.
Em 1956 a mesma canção foi
regravada na Nashville Capitol Records, com apoio da banda Blue Caps. Semanas
mais tarde estourou nas paradas o hit “Be-Bop a-Lula”. Na carona Elvis Presley
fez sua própria versão, mas a versão de Gene com riffs de guitarra e vocais
marcaram nos ouvidos dos fãs do Rock, ainda criança.
Ele era produto difícil para as
gravadoras, pois apresentava imagem ameaçadora. A segunda canção, “Race With
The Devil” não foi bem, porém explodiu no Reino Unido junto aos simpatizantes
das trevas. Sem boa assessoria e influenciado por maus conselhos acabou perdendo
espaço no Rock. Nem mesmo a ponta no filme The Girl Can Not Help It conseguiu
deter a corrida rumo à ribanceira.
Conseguiu respirar com os milhões
de cópias do hit “Lotta Love”, mas mudanças na banda Blue Caps e problemas
pessoais voltaram a lhe prejudicar. As seqüelas do ferimento na perna esquerda
começaram a prejudicar sua carreira. Para completar o quadro ruim, mergulhou no
alcoolismo.
No final da década de 1950 foi
para a Inglaterra. Ali o produtor Jack Good explorou sua imagem rebelde,
incentivando a vestir roupas pretas. Não recuperou a glória do início da
carreira. Escapou da morte num acidente de carro em 1966, onde morreu o amigo
Eddie Cochran.
Em 1970 gravou um disco sem
grande destaque. Prosseguiu cantando, centrando fogo no repertório antigo.
Desiludido passou a reclamar dos velhos amigos. Era apresentado como lenda
original do Rock. Virou refém do tempo e já não encontrava força para seguir na
carreira.
A dor na perna o levou de vez ao
alcoolismo, prejudicando a saúde. A agonia terminou em 1971, quando uma úlcera
hemorrágica acendeu o sinal verde para morte. O Rock perdia um de seus mais
rebeldes representantes.