Reportagens com clipes descrevendo histórias de artistas famosos, principalmente de intérpretes da Black Music, além de destacar a importância do Blues no Showbiz.
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Luís Alberto Alves/Hourpress
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023
A música perde o talento de Burt Bacharach
#SamaraJoy mostra que é melhor do que Anitta
#Samara Joy é uma cantora de jazz americana da cidade de Nova York. Seu estilo suave, delicioso e aveludado e contralto gutural refletem a era de ouro dos vocalistas de gênero interpretativo dos anos 1930 até meados dos anos 60, incluindo Ella Fitzgerald , Sarah Vaughan e Billie Holiday. Como alguém que se espelhou nestas três grandes cantoras pode ser tão pichada por que ganhou o Grammy, recentemente?
Por acaso, Anitta tem o talento semelhante a Billie Holiday que serviu de inspiração para outra grande intérprete da Black Music, #Janis Joplin? Como dizia Tim Maia, "o grande mal de vários críticos é não saber a diferença de uma nota musical no diapasão". Cantar não é só pegar o microfone e soltar a voz, quando se tem voz. Exige técnica.
Pergunte às grandes bandas de Rock, entre elas os #Rolling #Stones se era incompetente o trio Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e Billie Holiday? Ouça a opinião de #Maddona a respeito deste mesmo assunto. Em mais de 45 anos que acompanho o mercado musical, já vi muito pseudo cantor e cantora aparecer e rápido desaparecer.
Harmonia
Outra falta de conhecimento é dizer que Anitta canta Funk. Não é verdade. Qualquer tipo de música decente precisa ter Ritmo, Melodia e Harmonia. Sem isto é apenas ruido. Mesmo no Heavy Metal esses três quesitos estão presentes. Nesta barulheira inventada no Rio de Janeiro, que copiaram do House Music, não há melodia e harmonia.
Em qualquer tipo de canção deste lixo musical, que serve de trilha sonora para enaltecer o crime organizado e incentivar a prostituição entre crianças e adolescentes, só existe ritmo. É a mesma batida. Só muda a letra, geralmente sofríveis, recheadas de palavrões. Uma cantora não precisa ser sucesso por causa do corpo sarado em academias, mas pelo talento.
O que muito pseudo crítico desconhece é que a música é influenciada pela matemática. São os compassos que ditam o número de notas por tempo. No caso do Rock, o compasso é 4x4, o Samba é 2x4, Blues são 12x8. Nos estúdios de gravações, o maestro liga o manômetro (instrumento que mede os compassos), em cima dele é que sai a palhetada na guitarra, violão, cavaquinho, violino, banjo, contrabaixo, órgão, instrumentos de sopro e até bateria.
Bateria
Não existe meios de se fazer música sem passar pelos compassos. É o mesmo de tentar fazer omelete sem quebrar os ovos. O que as pessoas chamam de Funk, hoje no Brasil, é a House Music, que surgiu nos Estados Unidos na década de 1980, enfatizando canções de forte apelo erótico, aliado a batidas repetitivas de contrabaixo e bateria.
Imitado no Rio de Janeiro nos bailes de periferia, realizado nas ruas e salões, por equipes como a Furacão 2000, apareceram letras repletas de palavrões, elogios ao crime organizado e danças sensuais, algumas até insinuando relação sexual. Aliás, Anitta era uma dessas dançarinas na Furacão 2000. A partir dai a filosofia do nazista Joseph Goebbels, responsável pela propaganda de Hitler, entra em campo.
Ele dizia que a mentira repetida várias vezes se torna verdade. No Brasil, confudiram House Music com Funk. É o mesmo que pegar alguém chamado João e dizer que o seu nome é Antonio. A matriz de todas os gêneros da Black Music (Soul, Rock, Blues, Reggae, Jazz, RAP, Sharm, Bossa Nova) está no Blues. Ao lado do Gospel, ele está na raiz de todos esses gêneros.
Bossa Nova
Vejam só: do Country (música sertaneja norte-americana) com Blues saiu o Rock no final da década de 1940; da mistura do Soul, Blues e Calypso veio o Reggae nos fins dos anos de 1950; na Jamaica, Blues mais Gospel e Jazz resultou no Soul na década e 1940; do Blues mais o Gospel saiu o Sharm na década de 1970; do Gospel mais Blues veio o Jazz na década de 1920; do Jazz mais Soul e Rock saiu o RAP no final da década de 1970; do Samba mais o Jazz nasceu a Bossa Nova no ínicio da década de 1960 no Rio de Janeiro.
No caso do Pancadão, originário da House Music, ele não se enquadra em nenhum destes padrões. Portanto não pode ser chamado de Funk que é a mistura de Jazz, Blues e Soul. Em gíria de estúdio se diz que o músico que toca Blues, pode se aventurar em qualquer gênero que se acaba bem. Por causa da escala pentatônica, ou seja conjunto de todas as escalas é formado por cinco notas ou tons, em vez de sete, como ocorre na escala diatônica, com sucesso de intervalos das notas de semitons e tons.
Trazendo para o campo do futebol, é como um time com cinco jogadores repetir o mesmo desempenho de uma equipa com sete atletas, sem deixar a qualidade da partida ficar ruim. Geralmente quem conhece Blues, tem grande domínio musical. Não existe música sem timbre (qualidade ou característica especial de cada som), melodia (combinação de notas que são tocadas uma após a outra) e harmonia (conjunto de sons ou notas que são tocadas de uma só vez), ritmo (movimento, cadência ou balanço que obedece ao som durante execução da canção), dinâmica (modos de interpretação usadas numa peça musical), interpretação (maneira de exteriorizar nosso sentimento e nossa sensiblidade através do som e técnica (grau de execução e perfeição que se adquire após algum tempo de estudo e prática).
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023
3 de fevereiro de 1959: O dia em que o Rock perdeu Ritchie Valenz, Buddy Holly e Big Bopper
Os corpos de Valenz (preto), à esquerda o de Holly e o de Popper, ao fundo; no acidente de avião que abalou o Rock |
Ritchie Valenz |
Buddy Holly e sua banda que inspiraram Stones e Beatles |
O DJ Big Bopper |
Os restos do avião que mudou para sempre a história do Rock |
segunda-feira, 30 de janeiro de 2023
The Headhunters: banda que mesclou Funky, Jazz e Rock
The Headhunters é uma banda de Jazz-Funk que surgiu imediatamente depois que Herbie Hancock dissolveu a vanguarda eletroacústica Mwandishi , que gravou Sextant de 1973 . O álbum Head Hunters do tecladista/compositor/produtor em 1973 apresentou uma formação quase totalmente nova que se tornou seu principal grupo de trabalho até o final da década. Incentivados pelo patrão, os Headhunters também se apresentavam por conta própria. Eles gravaram Survival of the Fittest de 1975 com Hancock como produtor, e Straight from the Gate de 1978 com ele como convidado. Uma nova formação lançou o aclamado Return of the Headhunters de 1998. A formação evoluiu para Evolution Revolution de 2003 e Platinum de 2011 . Após um hiato de gravação de 11 anos, Headhunters voltou com Speakers in the House de 2022 .
Em 1975, os Headhunters lançaram Survival of the Fittest , uma oferta de Funk Hardcore com Mike Clark substituindo Mason - embora o último tenha contribuído com percussão ao lado de Zak Diouf e Baba Duru Oshun . Eles também recrutaram o guitarrista DeWayne "Blackbird" McKnight e utilizaram os talentos da flautista convidada Joyce Jackson . O baixista Paul Jackson fez sua estreia como vocalista principal na data. Hancock não tocou no disco, mas ele o produziu.
Além das turnês intermitentes, os Headhunters estavam em um hiato, a maioria assumido permanentemente. Dito isso, o percussionista Summers , o baterista Clark e o saxofonista Harrison ressuscitaram a banda novamente no final de 2021. Eles recrutaram Stephen Gordon nos teclados e Reggie Washington no baixo. Seus convidados incluíram o organista Jerry Z , Fode Sissoko no kora e a programação de bateria de Scott Roberts . O álbum de reunião do Ropeadope, Speakers in the House , apareceu em novembro de 2022.
Michel Petrucciani : a prova de que talento vence deficiência
Stanley Cowell: outro excelente pianista de Jazz
Um excelente pianista de jazz moderno, Stanley Cowell é um artista altamente conceituado, cujo trabalho muitas vezes ultrapassa os limites do Hard Bop com visão de futuro, sem nunca cair em um território completamente avant-garde. Nascido em Toledo, Ohio, em 1941, Cowell começou a estudar piano por volta dos quatro anos de idade e se interessou pelo Jazz depois de conhecer a música do pianista Art Tatum , um amigo da família.
Após o colegial, ele frequentou o Oberlin College Conservatory e a University of Michigan, período durante o qual também ganhou uma valiosa experiência tocando com Rahsaan Roland Kirk . Em meados dos anos 60 mudou-se para a cidade de Nova York, onde tocou regularmente com luminares como Marion Brown (1966 e 1967), Max Roach(1967 a 1970) e o Bobby Hutcherson - Harold Land Quintet (1968 a 1971).
Há 50 anos, acidente na Via Dutra matava Evaldo Braga
Luís Alberto Alves/Hourpress
Há 50 anos, o dia 31 de janeiro de 1973 foi uma terça-feira. Naquela data, o cantor Evaldo Braga, junto com seu motorista ao volante de um Volkswagen/TL, pegou a Via Dutra para vir participar do Programa do Chacrinha, exibido em todas noites de quarta-feira na então TV Tupi. Não conseguiu chegar.
Perto da cidade de Três Rios, o seu carro entrou embaixo de uma carreta parada no acostamento, ao tentar ultrapassar outro veículo. Morreu na hora. Estava com 25 anos. O curioso é que no domingo (29) ele havia participado do Programa Silvio Santos, na época na Rede Globo. Na sua vez de cantar, entrou com uma miniatura de caixão de defunto nas mãos. Silvio Santos brincou e perguntou se Evaldo não tinha medo da morte. Apenas sorriu, dizendo que isto acontece na hora determinada por Deus. Desconhecia que não estaria mais para sempre no mundo artístico três dias depois.
Seu estilo era o brega, hoje conhecido como sofrência, marcado por canções de letras tristes, a maioria inspirada em sua própria vida. Cantava bem. Caso tivesse nascido nos Estados Unidos, teria sido tema de filme em Hollywood. Não conheceu os pais. A mãe, prostituta na cidade de Campos (RJ), o jogou num latão de lixo logo após seu nascimento. Este fato o inspirou a compor o hit "Eu Não Sou Lixo".
Artilheiro
Acabou criado num orfanato do Rio de Janeiro, em companhia de outro garoto, que anos mais tarde chegaria à seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo, em 1970, e sagrou-se tricampeã mundial de futebol. Era Dadá Maravilha, artilheiro na maioria dos times onde jogou nas décadas de 1960 e 1970.
Durante muito tempo trabalhou de engraxate nas portas das gravadoras e de rádios. Conheceu diversos artistas. Um deles, Nilton César, lhe ofereceu sua primeira chance de trabalho no mundo artístico, como seu divulgador. Logo conheceu Edson Wander e escreveu a canção "Areia no Meu Caminho", em parceria com Reginaldo José Ulisses.
Ao conhecer o sucesso, várias mulheres ex-garotas de programa apareceram dizendo ser a mãe que o havia jogado na lata do lixo no final da década de 1940. Ignorou a maioria. Passou a vender muitos discos e seus hits estouravam na programação de rádios populares, como na televisão. Porém, a crítica não enxergava suas virtudes.
Televisão
A cada disco, nunca ouvia elogios, apenas frases negativas. Perdeu a paciência e revelou numa entrevista que não fazia música para a elite, mas para as pessoas que moravam na Zona Norte do Rio de Janeiro. Por ser pobres e sofridos, conseguiam entender suas letras. Nos anos 2000, o hit "Sorria, Sorria" virou trilha sonora de um anúncio comercial de televisão. Tardiamente, a crítica reconheceu que Evaldo Braga cantava.
"A cruz que carrego"
https://www.youtube.com/watch?v=7Pp4IcYr47I
"Eu só quero"
https://www.youtube.com/watch?v=FqoTur0_z4E
"Não vou chorar"
https://www.youtube.com/watch?v=IKSOVDPHK4U
"A vida passando por mim"
https://www.youtube.com/watch?v=MNyCj2QOmHU