Reportagens com clipes descrevendo histórias de artistas famosos,
principalmente de intérpretes da Black Music, além de destacar a importância do Blues no Showbiz.
Marsha Ambrosius e
Natalie Stewart são as divas funk atrás do Neo-Soul duo Floetry. Ambrosius e
Stewart surgiram em meados dos anos de 1990 como compositores de demanda. Elas
estão por trás de alguns dos maiores sucessos do novo milênio, também.
O
par escreveu faixas para Michael
Jackson, Jill Scott, Glenn Lewis, e Bilal. Enquanto estão altamente respeitadas
nos bastidores, Floetry é a sua maneira de mover-se para frente.
As duas se
conheceram por causa da paixão pelo basquete. Stewart veio de Londres e também
gosta do mesmo esporte. A música as uniu. Ambrosius trazendo as raízes do
Reggae e Stewart pelo Funk e Soul, além de estudar negócios e finanças, abrindo
cursos de voz, técnica de execução e gravação. Stewart é mais da praia do
teatro.
Após ganhar bolsa de
basquete na Georgia University, uma lesão retirou Ambrosius deste cenário.
Stewart foi para Universidade de Middlesex e depois da North Londo University.
Continuaram a se falar e adorando música.
Floetry surgiu em 1997, quando as duas
passaram a escrever e tocar em shows em Londres. Três anos depois mudaram para
a América. Numa rápida passagem por Atlanta não foram felizes, mas reverteu o
quadro na Filadélfia. Conheceram Julius Erving III, filho do grande jogador de
basquete Julius Erving, no começo do ano 2000.
Ele colocou a dupla no circuito. Em 2002
assinaram contrato com a Dream Works e prepararam o CD de estreia, Floetic,
depois lançaram Flo´Ology que chegou ao Top Ten em 2005.
Aclamada como um prodígio no contrabaixo
acústico dentro de alguns meses depois tocar o instrumento com 15 anos,
Esperanza emergiu como baixista de Jazz, mas também se aventurando pelo Blues,
Funk, Hip-Hop, fusão de Pop Music e ritmos brasileiros e afro-cubanos.
Nascida em Portraland, Oregon, em 1984, ela
não foi bem recebida na rede pública de ensino e logo deixou as aulas de lado
para estudar sozinha em casa. Só retornou aos 15 anos, tocando seu primeiro
baixo acústico. Saiu da escola novamente e entrou na Universidade de
Portraland. Em três meses acabou contratada pela prestigiosa Berklee College of
Music em Boston em 2005.
Logo passou a tocar com diversos artistas: Joe
Lovano, Patti Austin, Michel Camilo, Charlie Haden, Regina Cartes, Pat Metheny,
Davi Samuels entre outros, além de marcar presença no seu trio de jazz, onde lançou
um CD em 2006 e repetiu a dose dois anos depois, no álbum Esperanza, pela Heads
Up Records.
No ano de 2010
soltou o CD, pela Chamber Music Society, trazendo regravações de Dimitri
Tiomkin, Ned Washington e Tom Jobim. O disco teve participações de Milton
Nascimento e Gretchen Parlato e do guitarrista Ricardo Vogt. Fez bonito nas
paradas de Jazz da Billboard e a ajudou receber o Grammy 2011, de Melhor
Artista Novo.
Prosseguiu com uma
banda regular, incluindo o baterista Terri Lyne Carrington e o pianista Leo
Genovese, além de Joe Lovano no saxofone e outras feras do mundo do Jazz. Em
2012 soltou outro álbum. Em 2014 ganhou destaque como vocalista em publicações
especializada. Com Emily D + Evolution soltou outro CD.
Naquela noite de sábado, de 5 de março de 1963, antes de embarcar no avião monomotor que a levaria para além minutos depois, a
cantora Patsy Cline, considerada por muitos eterna rainha da Country Music,
telefonou para o marido com o qual vivia em guerra permanente. Dentro de
algumas horas estaria em casa e a reconciliação seria selada entre o casal. Entrou
na aeronave pilotada pelo empresário e amante, junto com outros artistas. Sob
forte tempestade, o aparelho não chegou a sair do espaço aéreo do Tennessee,
onde caiu, matando Patsy.
A partir
daí, o dia 5 de março entrou para a história dos fãs de Country Music. Numa
curta carreira que durou apenas seis anos, interrompida em 1963, ela ficou
conhecida pelo tom rico, emocionante e ousado de contralto de voz. Virou
pioneira da Country Music, na década de 1950, vista como música de caipira e de
velhos. Ajudou a abrir caminho e serviu de inspiração para diversos artistas.
Nos seus seis anos de sucesso, emplacou nas paradas
os hits: “Walkin ´After Midnight”, “I Fall to Pieces”, “She´s Got You”, “Sweet
Dreams” e a inesquecível “Crazy”, onde dá verdadeiro show de interpretação. A
introdução com piano entrou para a história dos clássicos da Country Music.
Ganhou
diversos prêmios e vendeu milhões de discos após sua morte, aos 30 anos. Alguns
críticos a comparam aos talentos de Johnny Cash e Elvis Presley. Suas canções,
passados mais de 53 anos, continuam atuais, por causa da grande capacidade de
interpretação.
Nascida
em 1932, em Winchester, Virgínia, desde criança cantava na igreja ao lado da
mãe. Admirava estrelas do cinema: Kay Starr, Stafford Jo, Hank Williams, Judy
Garland e Shirley Temple. Naquela época
já tinha afinação perfeita. Nem uma infecção na garganta a prejudicou.
Após o
pai abandonar a família, Patsy saiu da escola para sustentar a casa. Num certo
dia pediu ao DJ de uma rádio perto do seu trabalho para cantar num programa da
emissora. Tinha apenas 15 anos e os convites começaram a aparecer. Logo soltava
a voz em casas noturnas.
Em 1954
já atraia grande público. A estrada estava aberta. Gravou três álbuns de estúdio.
Entrou Four Star Records, da Califórnia, onde soltou o primeiro disco em 1955.
Lançou mais 17 singles entre essa data e 1960. Mas foi a canção “Walkin ´After
Midnight” que a fez conhecida em todos os Estados Unidos.
Nessa
época gravou vários hits no estilo Gospel e Rockabilly. Trabalhando com o
produtor Owen Bradley, Patsy mudou o estilo para Honky Tonk mesclado ao Pop do
som de Nashville. Em 1961 estava na Decca Records, onde lançou o hit “I Fall to
Pieces”. Outro estouro nas paradas. O single “Crazy” foi grande sucesso de
vendas, num disco com apenas duas canções.
O
terceiro single na Decca Records foi “She Got You”, de 1962, que também fez
bonito na parada Billboard. O terceiro e último álbum de estúdio, Sentimentally
Your, saiu em agosto daquele ano. Nele estavam os hits: “Strange”, “When I Get
Thru With You” e “Imagine That”. Em janeiro de 1963 lançou o hit “Starting in
Your Mind”. No dia 5 de março daquele ano iria morrer num acidente de avião em
Camden, Tennessee.
Após o show no
estádio Mané Garrincha em Brasília, na noite do dia 2 de março de 1996, nenhum
fã da banda Mamonas Assassinas imaginaria o que iria ocorrer algumas horas
depois com os cinco jovens de Guarulhos (SP), que em nove meses venderiam quase
2 milhões de CDs, algo inédito no showbiz brasileiro.
Era um sábado,
tempo fechado, principalmente na Grande SP, onde fica o Aeroporto Internacional
de Guarulhos, no bairro de Cumbica. Por volta das 23h15 o jato executivo
Learjet bateu nas árvores da Serra da Cantareira, que margeiam o lado esquerdo
do aeroporto, a 2 quilômetros do local onde iria pousar.
Destroços do Learjet que bateu na Serra da Cantareira em SP
Ninguém
sobreviveu ao impacto da aeronave na serra. Morreram o vocalista Dinho, 24
anos, o guitarrista Alberto Hinoto, 26, o Bento; o tecladista Júlio Rasec, 28;
e os irmãos Samuel e Sérgio Reis de Oliveira, de 22 e 26 anos, baixista e
baterista. Também perderam as vidas o piloto Jorge Martins, o copiloto Alberto
Takeda e dois funcionários da banda.
Por causa das
piadas corriqueiras de Dinho, inicialmente muitos não acreditaram no acidente.
Tudo mudou quando os programas de rádio e televisão passaram a reprisar
apresentações, entrevistas e o hit “Pelados em Santos” virou prefixo para
entrada de matérias ao vivo. O sonho dos meninos de Guarulhos, apesar de colada
a São Paulo, ser confundida como bairro da capital paulista, tinha chegado ao
fim.
Velório dos integrantes da banda em Guarulhos (SP)
Na curta carreira ganharam Disco de Diamante e
milhões de fãs, a maioria crianças e adolescentes que gostavam das letras de
duplo sentido e carregadas de humor. Era um Rock alegre, imitando o Brega, mas
com pitadas de crítica social sem parecer composições “papo cabeça” nem muitos
menos panfletária, como as dos Titãs,
cujos filhos dos componentes gostavam dos Mamonas.
O grupo musical
que várias estrelas da MPB e mesmo do Rock não era levado a sério parou o
Brasil naquele final de semana. A programação da Rede Globo se pautou apenas no
assunto acidente de avião dos Mamonas, trazendo reprises da apresentação no
Domingão do Faustão, quando os meninos vieram fantasiados de Chapolin.
O sisudo Jornal
Nacional terminou a edição de segunda-feira (4), com a música “Pelados em
Santos” num solo de piano bem sóbrio. Jornais e revistas exploraram bem a
tragédia. A Guarulhos, de onde saíram para o sucesso, os recebeu num concorrido
velório no ginásio de esportes da cidade. Suas ruas estreitas foram pequenas
para acomodar a multidão, em grande número crianças e adolescentes.
O cortejo até o cemitério Primavera, na
Avenida Otávio Braga de Mesquita, foi lento, apesar de pouco distante de onde
os corpos foram velados. Passados 20 anos, até hoje os túmulos recebem visitas
de fãs de várias regiões do Brasil. Curioso: do cemitério é possível ver os
aviões voando baixinho para pousar no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Algo que o Learjet dos Mamonas Assassinas não conseguiu fazer naquele fatídico
e hoje histórico 2 de março de 1996.
Mais conhecida por
sua voz cantando ofegante, de menina, Sue Thompson teve vários hits nas paradas
de 1960. Nascida Eva Sue McKee em 1925, passou
a tocar guitarra aos
sete anos de idade. Quando a família mudou-se para San Jose, na adolescência,
já aparecia nos programas de televisão local.
Durante a Segunda
Guerra Mundial trabalhou em fábrica, casou e teve uma filha aos 20 anos, mas o
matrimônio durou apenas três anos. Retornou aos palcos de clubes do norte da
Califórnia.
Logo venceu concurso
de caça talentos em San Jose e chamou a atenção do cantor Dude Martin. Recebeu convite para participar de sua banda.
Casaram-se e gravaram juntos os hits "If You Want Some Lovin'". Ela ganhou
o primeiro contrato com a Mercury Redcords. Um ano depois chutou Martin.
Em 1960 entrou na
Hickory Records e soltou as bombas “Sad Movies (Make Me Cry)” e “Norman”. Nessa
época passou a fazer canções no estilo adolescente, graça ao seu timbre de voz
de menina, apesar de já ter 40 anos de idade. Gravou poucos discos no restante
daquela década sem fazer sucesso.
Em 1972 juntou forças com o cantor Don Gibson
e lançou três discos durante dois anos. Como artista solo ainda chegou às
paradas com “Big Mable Murphy”. Em 1976 veio seu último disco Never Naughty
Rosie. Resolveu centrar fogo nos casinos de Las Vegas, ali se casou com um
famoso dono deste tipo de estabelecimento comercial.
Compositor de mão
cheia, Stuckley antes trabalhou de DJ até criar a primeira banda no final dos
anos de 1950. Nessa época assinou com a Paula of Shreveport Records de Los
Angeles. Ali explodiu com o hit “Sweet Thang” em 1966.
Outro grande
sucesso, como autor, veio quando Buck Owens gravou "Waitin' in the Welfare
Line." Ganhou muito dinheiro e depois escreveu “Pop a Top” que saiu na voz
de Jim Ed Brown. Soltou também os hits “Plastic Saddle” entre outros. Para
engordar o orçamento passou a compor jingles comerciais.
Dean ganhou dinheiro como cantor e fabricante de salsicha
Luís
Alberto Alves
O homem médio na rua
seria mais provável reconhecer Jimmy Dean a partir da linha de chouriço que
leva seu nome, mas antes de entrar no negócio de produtos de carne de porco,
Dean era uma personalidade de televisão de sucesso e um hitmaker conhecido em
todos os Estados Unidos.
Nasceu pobre em 1928
no Texas trabalhou muito em fazendas para ajudar no sustento da casa. A mãe lhe
ensinara tocar piano aos dez anos, depois passou para guitarra e sanfona.
Aos 16 anos
juntou-se aos fuzileiros navais e aos 18 anos entrou na Força Aérea para tocar
na banda Tennessee Haymakers. Quando saiu em 1948 formou o grupo Wildcats Texas
até conseguir contrato com a Four Star Records e lançar o hit “Bummin ´Around”
em 1953.
Na década de 1950
apresentou programa de rádio, onde tornou conhecido ao público os iniciantes
Patsy Cline e Roy Clark. Sete anos depois a CBS lhe ofereceu um programa em
nível nacional. Em 1961 gravou a canção “Big Bad John” e estourou nas paradas.
Emendou outras músicas, como “The Cajun Queen”.
Na década de 1960
continuou por cima, inclusive participando da série de TV Daniel Boone. Fundou
a Jimmy Dean Meat Company no final dos anos de 1960 e tornou as receitas de
salsicha famosas nos Estados Unidos. Gravou mais algumas músicas em 1976, como
o tributo a sua mãe “I.O.U.”. Vendeu a empresa para Sara Lee Foods e continuou
na televisão. Morreu aos 81 anos em 2010.
Gentleman Jim Reeves
foi uma das grandes estrelas do sexo masculino a estourar em Nashville. A voz
de barítono e uma orquestra de som de veludo fez combinação certa. Era a
estrela do Country/Pop. Em 1953 estourou nas paradas com o hit “Mexican Joe”.
Poderia ter ido mais longe, caso não tivesse morrido num acidente de avião em
1964.
Ocupou o cargo de embaixador da Country Music
aumentando a popularidade na Europa, mais do que nos Estados Unidos. Mesmo após
de morto seis singles continuavam nas paradas três anos depois da partida para
o além.
Nas décadas de 1970 e 1980 continuou fazendo
sucesso. Destaques para as canções: “Take Me in Your Arms and Hold Me" num
lindo dueto com Deborah Allen e “Have You Ever Been Lonely?” fazendo fundo com
a voz de Patsy Cline, falecidas num acidente áereo em 1963.
Seus fãs lembram sempre de Reeves ao ouvirem
os hits: “Four Walls” (1957) e “He´ll Have to Go” (1959). Essas duas canções
definiram para sempre seu estilo e uma era da Country Music. Reeves perdeu o
pai quando tinha dez meses de idade. Aos cinco anos aprendeu a tocar guitarra.
Aos 12 participava de programa de rádio em Los Angeles.
Em 1949 passou a gravar canções para Macy
Records, sem êxito. No ano seguinte virou DJ. No ano de 1952 ocupa o posto de
mestre de cerimônias. Nessa época Hank Williams não pode vir a um show e ele
ocupou o seu lugar. O público gostou e a Abbott Records também. Lançou o single
“Mexican Joe” em 1953, seguido do hit “Bimbo”.
Em 1955, na RCA Records soltou o single “Yonder Comes a Sucker” e mais 40
músicas de sucesso. Sua trajetória parou com a morte prematura em 1964.
A maior contribuição
do Canadá para a música country, Hank Snow, era famoso por suas canções. Aos 12
anos fugiu de casa. Quando voltou ouviu as gravações de Jimmie Rodgers e passou
a tocar em público. Em 1950 lançou o hit "I'm Moving On", que ficou 21
semanas no topo das paradas.
Na década de 1990
aparecia em diversos programas de televisão para soltar sua voz. Pequeno, mas
tinha grande voz. Sofreu muito na infância com as surras que levava do
padrasto. Gravou cerca de 90 músicas. No começo da década de 1940 tinha
programa regular na CBC.
Era estrela no
Canadá e desconhecido nos Estados Unidos, mesmo fazendo show em Hollywood. O
problema é que seu público alvo estava na guerra. Em 1949 chegou às paradas com
o single “Marriage Vow”. Na década de 1950 já era sucesso. Ao conhecer o
coronel Tom Parker, que mais tarde iria empresariar Elvis Presley, sua vida
mudou. Após emplacar vários hits, em 1981 sua carreira chegou ao fim quando a
RCA Records terminou seu contrato, onde ele estava há 45 anos. Morreu no final
de 1999 aos 85 anos.