Reportagens com clipes descrevendo histórias de artistas famosos,
principalmente de intérpretes da Black Music, além de destacar a importância do Blues no Showbiz.
A dupla Calvin Yarbrough & Alisa Peoples
foi um dos pares de grande destaque do R&B na década de 1980, colocando
cinco singles no Top 10. Se conheceram na infância, quando estudavam piano com
o mesmo professor em Dallas, Texas, onde nasceram. Logo passaram a cantar
juntos na igreja.
Quando cursaram a faculdade perderam contato e
Yarbrough entrou no grupo de R&B Grand Theft. Ele acabou descoberto por
músicos da The Gap Band. Ofereceram trabalho como cantor de apoio, depois
Yarbrough retornou a sua própria banda.
Alisa mesclou forças com o amigo de longa data
e criaram uma dupla produzida pelo produtor da The Gap Band, Lonnie Simmons. O
primeiro álbum veio em 1980 pela Mercury Records, rendendo 1 milhão de cópias e
o single “Don’t Stop The Music” chegou ao Pop Top 20. Dois anos depois
emplacaram outros hits: “Heartbeats” e “Don’t Waste Your Time”, “Guilty” e “I
Wouldn’t Lie”.
Na década de 1960, Haywood tocou na banda de Sam Cooke
Luís
Alberto Alves
A carreira de Leon Haywood começou em Los
Angeles, como artista convencional. É considerado grande ícone da Soul Music e
fez muito sucesso na década de 1960, emplacando 20 singles no topo da Billboard
R&B. Aos três anos de idade, em 1945, passou a tocar piano. Na adolescência
criou um conjunto e acompanhar o bluezeiro Guitar Slim.
Logo saiu do Texas, onde nasceu, para
trabalhar ao lado do saxofonista Big Jay McNeely. Ele lhe ajudou a gravar o
primeiro single, “Without A Love” pelo pequeno selo Swingin´. Em seguida entrou
na banda de Sam Cooke como tecladista até morte desse cantor em 1965.
Pela Fantasy Records lançou dois singles e
pulou para Imperial Records e ali soltou o single: “She’s With Her Other Love”,
que alcançou as paradas de sucesso de 1965. Nesse mesmo ano gravou o hit “Hole
In The Wall´”, usando o codinome da banda Packers and Precious Memories.
Em 1967 Haywood emplacou o primeiro hit solo
com a bela: “It’s Got To Be Mellow”.
Azeitou em seguida com “Keep It In The Family”. Mudou para a Columbia
Records e surgiu como estrela pela MCA Records na década de 1970, modificando o
estilo incorporando Funk e Disco Music.
Não sossegou o facho e assinou com a 20th
Century Records em 1974, estourando com a canção “I Want’a Do Something Freaky
To You”, repetindo a dose nos hits: “Party” e “Strokin”. Na década de 1980
reviveu a batida do Rock dos anos de 1950, lançando a música “Don’t Push It
Don’t Force It”.
Seu último hit de sucesso R&B foi “Tenderoni”
em 1984. Após lançar outros singles pela Casablanca Records e Modern Records,
Haywood sumiu das paradas. No final dos anos de 1980 virou executivo de
produção musical na Edge label.
Lonnie Liston Smith não tem nada a ver com o
organista de Jazz e Soul Lonnie Smith. Nascido numa família musical, desde
criança já estava destinado a fazer música. O pai e dois irmãos eram todos
vocalista, mas o teclado despertou a atenção de Lonnie.
Foi estudar na Universidade Estadual de
Morgan, depois se mudou para Nova York e mergulhou no Jazz. Junto com Betty
Carter, em 1963, passou a ser procurado como pianista e trabalhou com estrelas
do Jazz como “Rahsaan Roland Kirk, Art Blakey, Joe Williams, Pharoah Sanders,
Gato Barbieri, Miles Davis.
Em 1973 criou o grupo Funk Cosmic, ao lado do
irmão Donald fazendo os vocais. Gravou uma série de álbuns de sucesso e caiu no
gosto popular. Mesmo mudando vários membros da banda, entraram na Columbia
Records em 1978.
Esperto, passou a fazer hits comerciais.
Exemplo disso é o álbum Space Princess. Esse disco foi o último daquela época a
caracterizar o irmão Donald Smith, tomando seu lugar numa canção para as
crianças.
Em 1991, após algum tempo longe dos holofotes,
gravou um disco de boa qualidade, Magic Lady, embarcando para turnê na Europa,
incluindo Reino Unido. Ultimamente tem
se destacando como professor de workshops.
Ware é autor de vários sucessos das estrelas da Black Music dos EUA
Luís
Alberto Alves
Leon Ware nasceu e cresceu em
Detroit. Além da carreira solo, é conhecido por produzir sucessos para artistas
como Michael Jackson, Quincy Jones, Maxwell, Minnie Riperton e Marvin Gaye.
Começou a carreira como compositor em 1967,
aos 27 anos, ajudou a escrever com Ivy Hunter e Steve Bowden o hit “Got to Have
You Back” para a banda Isley Brothers. Em 1971 iria ajudar a dupla Ike &
Tina Turner, trazendo seis canções no álbum Nuff Said.
Depois colaborou com Arthur “T-Boy” Ross,
irmão mais novo de Diana Ross. Uma de suas belas letras é “I Wanna Be Where You
Are”, gravada por Michael Jackson no álbum Got To Be There de 1975. O single
chegou aos segundo lugares da paradas de R&B e posição 16 na Billboard Hot 100.
Na década de 1970 ele cedeu hits para inúmeros
artistas, incluindo Donny Hatthaway e The Miracles. Em 1974, Quincy Jones pegou
Ware como compositor e intérprete para duas músicas do disco Body Heat álbum. O hit “"If I Ever Lose This Heaven” fez bonito
nas paradas. Em seguida compos para Minnie Riperton, escrevendo a canção “Inside
My Love”.
Na Motown Record ajudou Marvin Gaye gravar o
disco I Want You, por interferência de Berry Gordy, que gostou das letras. O
álbum vendeu mais de 1 milhão de cópias. Em 1976 resolveu gravar um disco solo,
Musical Massage, mas fracassou nas paradas. Retornou à produção e composição,
lançando neste projeto só entre 1979 e 2008.
Nesse período escreveu sucessos para Teena
Marie, Jeffrey Osborne, Loose Ends, James Ingram, Melissa Manchester, Bobby
Womack e Lulu. A partir de 2009 lutou para vencer um câncer de próstata.
Ao lado do então marido, Louis Prima, Keely ganhou fama no mundo do Jazz
Luís
Alberto Alves
Keely
Smith ganhou fama como cantora de Jazz por causa do trabalho ao lado do marido,
líder da banda Louis Prima. Conheceu o profissionalismo musical junto com ele,
em 1949. Quatro anos depois se casaram. A partir daí fez vários duetos, com
Johnny Mercer e Harold Arlen, no hit de sucesso “That Ol’ Black Magic”.
Depois vieram “‘I’ve
Got You Under My Skin” e “Bei Mir Bist
Du Schön”, revival de 1937 de Andrews Sisters. Em 1959 ela apareceu ao
lado do marido, no filme “Hey Boy! Hey Girl”, cantando a canção “Fever”. Em
1961 acabou o casamento com Prima e assinou contrato na Reprise Records.
Em 1965 soltou o álbum trazendo a versão dos
Beatles do hit “You’re Breaking My Heart”. Contraiu matrimônio com Jimmy Bowen,
deixou o mundo da música para cuidar dos filhos. Vinte anos depois retornou
soltando a canção “I’m In Love Again”.
Lançou outros discos, considerados os melhores da sua carreira.
Durante seus 70 anos, June Christy colocou fogo no mundo da música
Luís
Alberto Alves
Shirley Luster, mas tarde conhecida como June
Christy, colocou fogo no mundo do ShowBiz durante seus 70 anos de vida,
terminados em 1990. De Illinois, seu estilo elegre ganhou destaque nas bandas
de Boyd Raeburn e Stan Kenton.
De astral alto, deixava inesquecíveis as
apresentações, mesmo quando cantava baladas reflexivas, porém jamais teve medo
de se divertir cantando. Ao lado de Kenton fez muito sucesso. Um de seus
grandes hits foi: “Tampico”, depois veio “How High The Moon”.
Durante o final da década de 1940 era umas das
principais atrações da banda. O arranjador Pete Rugolo montava os hits
valorizando sua voz, de alcance limitado, mas envolvente e profissional.
No começo de 1947 se casou com o saxofonista
Bob Cooper e realizou ótimas gravações ao seu lado. Após sair do grupo de Stan
Kenton em 1948, optou por carreira solo, lançando várias canções pela Capitol
Records, incluindo os álbuns The Misty Miss Christy e June - Fair And Warmer!
Se aposentou, após vários anos morreu de insuficiência renal.
Nancy Wilson nasceu em Ohio e espalhou a beleza de sua voz pelo mundo
Luís
Alberto Alves
Nancy
Wilson começou a cantar em clubes na cidade de Ohio. Chamou a atenção entre os
músicos de Jazz e gravou as primeiras canções em 1956, aos 19 anos. No final
daquela década excursionou com a banda de Rusty Bryant. Pouco tempo depois
passou a cantar com George Shearing e Cannonball Adderley.
Logo entrou na Capitol Records. A partir daí lançou
diversos discos e fez várias turnês, marcando presença junto ao público amante
de músicas populares, sem perder a essência do Jazz.
Para engordar o orçamento organizou uma série
de variedades para NBC TV, The Nancy Wilson Show. No começo da década de 1980
voltou a trabalhar mais próxima de músicos de Jazz, incluindo Hank Jones, Art
Farmer, Benny Golson e Ramsey Lewis.
Esteve presente em diversas salas de concerto,
cantando num estilo exaltando o lado belo da música popular dos Estados Unidos.
Durante a década de 1990 e novo milênio continuou sentindo o gosto doce do
sucesso.
Se tivesse juízo, Dinah Washington teria carreira longa de sucesso
Luís
Alberto Alves
Ruth Lee Jones era nome de batismo de Dinah
Washington. Viveu apenas 39 anos, porém deixou marcado para sempre o seu nome
no Jazz. Nascida no Alabama e crescida em Chicago, ela cantou pela primeira vez
nos grupos de louvor da igreja, onde também tocava piano. Depois passou a
trabalhar em clubes locais até Lionel Hampton encontrá-la e ser contratada.
De 1943 a 1946, com 23 anos, Dinah gravou
sucessos como “Evil Gal Blues”, composta por Leonard Feather e “Salty Papa
Blues”. Após sair das asas de Hampton optou por cantar R&B e estourou de
novo nas paradas com os hits: “ Blow Top Blues” e “I Told You Yes I Do”.
Nos anos seguintes prosseguiu na praia do
R&B, mas flertou com Jazz, Blues e canções populares, sendo a grande voz da
Soul Music. O erro dela foi se envolver com drogas e bebidas, morrendo
precocemente.
Desde o início da carreira, Dinah misturou
com êxito música sacra e o lado lascivo do Blues. Esta receita ajudou o público
a gostar de suas interpretações, algo raro para artistas negros daquela época.
Sem noção, gastava muito dinheiro com jóias, carros, casacos de pele, bebidas,
drogas e mulheres.
A voz de Dinah era linda, pois cantava
colocando muita emoção, mesmo quando as letras não tinham grande riqueza
lírica. Transformava algo banal em bom material. Entre seus sucessos populares
estão: “What A Diff´rence A Day Make”, maior sucesso solo, e “September In The
Rain”.
Cantou bastante tempo sozinha, porém no final
da década de 1950 gravou duetos ao lado do então marido, Eddie Chamblee. Esses hits explodiram nas paradas, além de duplas junto
com Brook Benton, “Baby (You Got What It Takes”) e “A Rockin´Good Way (To Mess
Around And Fall In Love)”.
Ela deixou vasto repertório gravado, variando
desde Jazz, em apresentações com Clark Terry, Jimmy Cleveland, Blues Mitchell e
outros, a álbuns de canções associados à Fats Waller e Bessie Smith. Essas
canções a colocou no posto de uma das principais vozes mais versáteis do Jazz.
Foi casada inúmeras vezes e
teve diversos amantes. Num filme de 1958, Newport Jazz Festival Jazz On A
Summer’s Day, era visível o desgaste provocados por esses excessos. Quando
todos imaginavam que estava feliz ao lado do sétimo marido misturou bebida com
remédios e veio o fim.
McPhatter é considerado uma das melhores vozes do R&B
Luís
Alberto Alves
Clyde
McPhatter durante três anos esteve no vocal do grupo de R&B Billy Ward and
His Dominoes. Saiu em 1953, quando estava com 19 anos, para formar os Drifters.
Porém no ano seguinte teve de prestar serviço militar no Exército. Depois
emendou carreira solo, emplacando diversas canções nas paradas: “Treasure of
Love”, “Without Love (There is Nothing) e “A Lover’s Question”.
Nessa época já era figura influente no
ShowBiz, inspirando uma geração de cantores. Beberam na sua fonte artistas como
Elvis Presley, Ry Cooder e Otis Redding. Infelizmente após sair da Atlantic
para MGM Records, em 1959, a carreira entrou em declínio.
Na Mercury Records, no começo da década de
1960, visitou as paradas poucas vezes. O hit que mais rendeu foi o single “Lover
Please”, de 1962. A canção “Little Bitty Pretty One” virou padrão para diversas
bandas do Reino Unido, inclusive regravada pelos Paramounts.
Clyde ganhou vários concorrentes e o prestígio
passou a cair. Atormentado com problemas pessoais veio a Inglaterra em 1968 e
dois anos depois continuava no mesmo poço. Em 1970 lançou o álbum Welcome Home,
pela Decca Records, sua última gravação. Dois anos depois morreu de ataque
cardíaco, causado por abuso de bebidas alcoólicas. Ele é considerado uma das
melhores vozes do R&B.