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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quarta-feira, 2 de março de 2016

Vinte anos sem Mamonas Assassinas



Os cinco meninos dos Mamonas Assassinas

 Luís Alberto Alves

Após o show no estádio Mané Garrincha em Brasília, na noite do dia 2 de março de 1996, nenhum fã da banda Mamonas Assassinas imaginaria o que iria ocorrer algumas horas depois com os cinco jovens de Guarulhos (SP), que em nove meses venderiam quase 2 milhões de CDs, algo inédito no showbiz brasileiro.

Era um sábado, tempo fechado, principalmente na Grande SP, onde fica o Aeroporto Internacional de Guarulhos, no bairro de Cumbica. Por volta das 23h15 o jato executivo Learjet bateu nas árvores da Serra da Cantareira, que margeiam o lado esquerdo do aeroporto, a 2 quilômetros do local onde iria pousar.
Destroços do Learjet que bateu na Serra da Cantareira em SP


  Ninguém sobreviveu ao impacto da aeronave na serra. Morreram o vocalista Dinho, 24 anos, o guitarrista Alberto Hinoto, 26, o Bento; o tecladista Júlio Rasec, 28; e os irmãos Samuel e Sérgio Reis de Oliveira, de 22 e 26 anos, baixista e baterista. Também perderam as vidas o piloto Jorge Martins, o copiloto Alberto Takeda e dois funcionários da banda.

Por causa das piadas corriqueiras de Dinho, inicialmente muitos não acreditaram no acidente. Tudo mudou quando os programas de rádio e televisão passaram a reprisar apresentações, entrevistas e o hit “Pelados em Santos” virou prefixo para entrada de matérias ao vivo. O sonho dos meninos de Guarulhos, apesar de colada a São Paulo, ser confundida como bairro da capital paulista, tinha chegado ao fim.
 
Velório dos integrantes da banda em Guarulhos (SP)
 Na curta carreira ganharam Disco de Diamante e milhões de fãs, a maioria crianças e adolescentes que gostavam das letras de duplo sentido e carregadas de humor. Era um Rock alegre, imitando o Brega, mas com pitadas de crítica social sem parecer composições “papo cabeça” nem muitos menos panfletária, como as  dos Titãs, cujos filhos dos componentes gostavam dos Mamonas.

O grupo musical que várias estrelas da MPB e mesmo do Rock não era levado a sério parou o Brasil naquele final de semana. A programação da Rede Globo se pautou apenas no assunto acidente de avião dos Mamonas, trazendo reprises da apresentação no Domingão do Faustão, quando os meninos vieram fantasiados de Chapolin.

O sisudo Jornal Nacional terminou a edição de segunda-feira (4), com a música “Pelados em Santos” num solo de piano bem sóbrio. Jornais e revistas exploraram bem a tragédia. A Guarulhos, de onde saíram para o sucesso, os recebeu num concorrido velório no ginásio de esportes da cidade. Suas ruas estreitas foram pequenas para acomodar a multidão, em grande número crianças e adolescentes.

 O cortejo até o cemitério Primavera, na Avenida Otávio Braga de Mesquita, foi lento, apesar de pouco distante de onde os corpos foram velados. Passados 20 anos, até hoje os túmulos recebem visitas de fãs de várias regiões do Brasil. Curioso: do cemitério é possível ver os aviões voando baixinho para pousar no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Algo que o Learjet dos Mamonas Assassinas não conseguiu fazer naquele fatídico e hoje histórico 2 de março de 1996.


segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Sue Thompson: A cantora que colecionou maridos






O primeiro marido foi aos 20 anos

Luís Alberto Alves

Mais conhecida por sua voz cantando ofegante, de menina, Sue Thompson teve vários hits nas paradas de 1960. Nascida Eva Sue McKee em 1925, passou
a tocar guitarra aos sete anos de idade. Quando a família mudou-se para San Jose, na adolescência, já aparecia nos programas de televisão local.

Durante a Segunda Guerra Mundial trabalhou em fábrica, casou e teve uma filha aos 20 anos, mas o matrimônio durou apenas três anos. Retornou aos palcos de clubes do norte da Califórnia.

Logo venceu concurso de caça talentos em San Jose e chamou a atenção do cantor Dude Martin. Recebeu  convite para participar de sua banda. Casaram-se e gravaram juntos os hits "If You Want Some Lovin'". Ela ganhou o primeiro contrato com a Mercury Redcords. Um ano depois chutou Martin.

Em 1960 entrou na Hickory Records e soltou as bombas “Sad Movies (Make Me Cry)” e “Norman”. Nessa época passou a fazer canções no estilo adolescente, graça ao seu timbre de voz de menina, apesar de já ter 40 anos de idade. Gravou poucos discos no restante daquela década sem fazer sucesso.


 Em 1972 juntou forças com o cantor Don Gibson e lançou três discos durante dois anos. Como artista solo ainda chegou às paradas com “Big Mable Murphy”. Em 1976 veio seu último disco Never Naughty Rosie. Resolveu centrar fogo nos casinos de Las Vegas, ali se casou com um famoso dono deste tipo de estabelecimento comercial.

Nat Stuckey: A voz do hit " Sweet Thang"


Nat ficou conhecido como compositor

Luís Alberto Alves

Compositor de mão cheia, Stuckley antes trabalhou de DJ até criar a primeira banda no final dos anos de 1950. Nessa época assinou com a Paula of Shreveport Records de Los Angeles. Ali explodiu com o hit “Sweet Thang” em 1966.

Outro grande sucesso, como autor, veio quando Buck Owens gravou "Waitin' in the Welfare Line." Ganhou muito dinheiro e depois escreveu “Pop a Top” que saiu na voz de Jim Ed Brown. Soltou também os hits “Plastic Saddle” entre outros. Para engordar o orçamento passou a compor jingles comerciais.



Jimmy Dean: De cantor a fabricante de salsicha


Dean ganhou dinheiro como cantor e fabricante de salsicha

Luís Alberto Alves

O homem médio na rua seria mais provável reconhecer Jimmy Dean a partir da linha de chouriço que leva seu nome, mas antes de entrar no negócio de produtos de carne de porco, Dean era uma personalidade de televisão de sucesso e um hitmaker conhecido em todos os Estados Unidos.
Nasceu pobre em 1928 no Texas trabalhou muito em fazendas para ajudar no sustento da casa. A mãe lhe ensinara tocar piano aos dez anos, depois passou para guitarra e sanfona.
Aos 16 anos juntou-se aos fuzileiros navais e aos 18 anos entrou na Força Aérea para tocar na banda Tennessee Haymakers. Quando saiu em 1948 formou o grupo Wildcats Texas até conseguir contrato com a Four Star Records e lançar o hit “Bummin ´Around” em 1953.
Na década de 1950 apresentou programa de rádio, onde tornou conhecido ao público os iniciantes Patsy Cline e Roy Clark. Sete anos depois a CBS lhe ofereceu um programa em nível nacional. Em 1961 gravou a canção “Big Bad John” e estourou nas paradas. Emendou outras músicas, como “The Cajun Queen”.

Na década de 1960 continuou por cima, inclusive participando da série de TV Daniel Boone. Fundou a Jimmy Dean Meat Company no final dos anos de 1960 e tornou as receitas de salsicha famosas nos Estados Unidos. Gravou mais algumas músicas em 1976, como o tributo a sua mãe “I.O.U.”. Vendeu a empresa para Sara Lee Foods e continuou na televisão. Morreu aos 81 anos em 2010.

Jim Reeves: Grande talento morto em acidente de avião


Carreira encurtada por acidente de avião

Luís Alberto Alves

Gentleman Jim Reeves foi uma das grandes estrelas do sexo masculino a estourar em Nashville. A voz de barítono e uma orquestra de som de veludo fez combinação certa. Era a estrela do Country/Pop. Em 1953 estourou nas paradas com o hit “Mexican Joe”. Poderia ter ido mais longe, caso não tivesse morrido num acidente de avião em 1964.

 Ocupou o cargo de embaixador da Country Music aumentando a popularidade na Europa, mais do que nos Estados Unidos. Mesmo após de morto seis singles continuavam nas paradas três anos depois da partida para o além.

 Nas décadas de 1970 e 1980 continuou fazendo sucesso. Destaques para as canções: “Take Me in Your Arms and Hold Me" num lindo dueto com Deborah Allen e “Have You Ever Been Lonely?” fazendo fundo com a voz de Patsy Cline, falecidas num acidente áereo em 1963.

 Seus fãs lembram sempre de Reeves ao ouvirem os hits: “Four Walls” (1957) e “He´ll Have to Go” (1959). Essas duas canções definiram para sempre seu estilo e uma era da Country Music. Reeves perdeu o pai quando tinha dez meses de idade. Aos cinco anos aprendeu a tocar guitarra. Aos 12 participava de programa de rádio em Los Angeles.

 Em 1949 passou a gravar canções para Macy Records, sem êxito. No ano seguinte virou DJ. No ano de 1952 ocupa o posto de mestre de cerimônias. Nessa época Hank Williams não pode vir a um show e ele ocupou o seu lugar. O público gostou e a Abbott Records também. Lançou o single “Mexican  Joe” em 1953, seguido do hit “Bimbo”. Em 1955, na RCA Records soltou o single “Yonder Comes a Sucker” e mais 40 músicas de sucesso. Sua trajetória parou com a morte prematura em 1964.



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Hank Snow: A voz da Country/Pop que veio do Canadá



Luís Alberto Alves

A maior contribuição do Canadá para a música country, Hank Snow, era famoso por suas canções. Aos 12 anos fugiu de casa. Quando voltou ouviu as gravações de Jimmie Rodgers e passou a tocar em público. Em 1950 lançou o hit  "I'm Moving On", que ficou 21 semanas no topo das paradas.

Na década de 1990 aparecia em diversos programas de televisão para soltar sua voz. Pequeno, mas tinha grande voz. Sofreu muito na infância com as surras que levava do padrasto. Gravou cerca de 90 músicas. No começo da década de 1940 tinha programa regular na CBC.

Era estrela no Canadá e desconhecido nos Estados Unidos, mesmo fazendo show em Hollywood. O problema é que seu público alvo estava na guerra. Em 1949 chegou às paradas com o single “Marriage Vow”. Na década de 1950 já era sucesso. Ao conhecer o coronel Tom Parker, que mais tarde iria empresariar Elvis Presley, sua vida mudou. Após emplacar vários hits, em 1981 sua carreira chegou ao fim quando a RCA Records terminou seu contrato, onde ele estava há 45 anos. Morreu no final de 1999 aos 85 anos.


Ferlin Husky: Cantor de três carreiras artísticas



Luís Alberto Alves

Ferlin Husky tinha três carreiras separadas. Fora dos três, a mais conhecida é na Country-Pop, que o levou ao topo das paradas no final dos anos de 1950, mas ele também era conhecido como um cantor honky tonk chamado Terry Preston e uma história em quadrinhos país chamado Simon Crum . Claro, Preston e Crum são apenas notas de rodapé a carreira muito popular da Husky, embora Crum quase se tornou um nome familiar também.

 Durante os anos de 1950 e início dos anos de 1960, ele teve uma série de Top 40 hits , com destaque para dois hits número um - "Gone" e  "Wings of a Dove”, que explodiu nas paradas de todos os Estados Unidos.

 Nascido e criado numa fazenda do Missouri, logo se apaixonou por música e passou a tocar guitarra ainda criança. Na Segunda Guerra Mundial se alistou na Marinha para fazer show para as tropas a bordo do navio. Depois voltou a Califórnia e adotou o codinome de Terry Preston. Não demorou em entrar na Capitol Records e voltou a usar o nome de Ferlin Husky.


 Chegou ao pico em 1957 com a canção “Gone” e começou a carreira de ator no filme Mr. Rock & Roll. Durante a década de 1960 não chegou ao sucesso de novo. Seu último hit foi “Just for You” no final dos anos de 1960. Até 1975 lançou músicas sem expressão. Dois anos depois uma cirurgia do coração aposentou. Morreu em 2011 aos 85 anos.

Don Gibson: Um dos papas da Country/Pop



Luís Alberto Alves

O cantor e compositor Don Gibson foi uma das forças mais populares e influentes nos anos 50 e 60 em vários países. Era o Country/Pop que atingiu grande público. Por quase uma década seu primeiro single de sucesso foi “Sweet Dreams”, de 1956. Vários intérpretes gravaram suas canções: Patsy Cline, Ray Charles, Kitty Wells, Emmylou Harris, Neil Young e Ronnie Milsap.

Caçula de cinco filhos, seu pai, que era ferroviário, morreu quando ele tinha dois anos de idade. Por trabalhar na roça na infância tinha trauma de multidão. Mas aos 14 anos aprendeu a tocar guitarra e tudo mudou. Ao conhecer o violinista Ned Costner entrou num trio. Aos 16 anos passou a tocar numa rádio.

 Não pensava em grandes projetos, mas em 1949 foi convencido a entrar na Mercury Records e produtor Murray Nash passou a lapidar a pérola. Veio o hit “Mama Automatic”. No ano seguinte estava na RCA Victor Records, ali montou o grupo Cotton Kinfolks King. Não vendeu muitos discos. Em 1952 entrou na Columbia Records através do produtor Don Law. Passou a colecionar sucessos.

 No ano de 1955 veio o sucesso “Sweet Dreams”. Já estava na MGM Records. Dois após voltou à RCA Victor pelas mãos de Chet Atkins, para lançar o single “Oh Lonesome Me”, que ficou oito semanas no topo das paradas de sucessos.

Na década de 1960 gravou sucessos como “I Can not Stop Lovin You”, “Day Blue Blue”, “Just One Time”, “Sea of Heartbreak” entre outros. Virou o compositor mais influente daquela época. No final dos anos de 1960 era alcóolatra e drogada, que o levou a clínicas de recuperação para voltar limpo em 1971. 

No Verão de 1973 lançou seu último single “Woman (Sensuous Woman”. Depois passou a visitar as paradas com hits de pouca expressão, como “Bring Back Your Love to Me”. Durante os anos de 1980 e 1990 viajou bastante e viu vários de seus sucessos lançados pela Bear Family Records. Morreu em Nashville em 2003.



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Claude King: O homem do grande sucesso “Wolverton Mountain”




King: marcado por um único grande sucesso

Luís Alberto Alves

O cantor e compositor e ator Claude King é lembrado pelo seu único grande sucesso, “Wolverton Mountain”, baseado no conto de Clifton Clowers em que uma menina é mantida sequestrada numa montanha sob mira de uma faca.

 Ao se concentrar apenas nesta canção, se tem uma imagem distorcida dele. King surgiu do meio que produziu Johnny Horton. Lançou mais de 27 singles. Aprendeu a tocar guitarra aos 12 anos. Passou os anos de 1940 e começo da década de 1950 trabalhando como engenheiro de construção e cantando em clubes noturnos.

 Tudo mudou ao conhecer Tillman Franks, que iria virar gerente de Johnny Horton e também dos melhores talentos da rádio KWKH de Louisiana. Seu primeiro single saiu em 1947. Quatorze anos depois entrou na Colombia Records, gravando o single “Big River, Big Man”. A canção explodiu nas paradas.


 Cantando no estilo de Johnny Horton, escreveu “Wolverton Mountain”. Depois soltou “The Burning of Atlanta”. Em 1964 lançou “Hey Lucille!”, “Sam Hill”  e “Building a Bridge”. Em 1971 saiu da Columbia e passou a gravar com pouco sucesso em selos independentes. Seu último hit, “Cotton Dan” saiu em 1977.

Al Dexter: A voz célebre de “Pistol Packin Mama”



Dexter ganhou vários Discos de Ouro

Luís Alberto Alves

Al Dexter ganhou um lugar na música popular quando escreveu "Pistol Packin 'Mama" em 1942. Gravado por ele um ano depois, o single vendeu 3 milhões de cópias - não contando partituras - em menos de dois anos e foi classificada como a terceira música mais popular dos anos de guerra.

 Ambos Bing Crosby (com as Andrews Sisters) e Frank Sinatra gravou " 'Mama de hits, e a canção influenciada pelo som de Nashville impactou os Estados Unidos na década de 1950.

 Ele também influenciou o estilo Honky Tonk que virou contraponto para o som de Nashville. Dono de bar durante os anos de 1930, popularizou esse gênero musical, na época uma gíria para bares barulhentos.

Nascido em Jacksonville, em 1902, começou a tocar na região rica em petróleo do Texas na década de 1920. A crise econômica de 1929 o fez trabalhar de pintor de casas. Nas horas vagas cantava com o grupo Texas Troopers no início da década de 1930.
Até os anos de 1940 gravou para Okeh e Vocalion. Em 1944 emplacou o primeiro grande sucesso nas paradas: “Pistol Packin Mama”, seguido de “Rosalita”. O grande estourou aconteceu em 1944, com “So Long Pal”, além de “Too Late to Worry, Too Blue to Cry”.

Os anos da Segunda Guerra Mundial foram bons para Dexter:  "I'm Losing My Mind Over You"/"I'll Wait for You Dear” ficaram várias semanas nas paradas. Repetiu a dose com "Triflin' Gal"/"I'm Lost Without You”. Em 1946, o hit “Guitar Polka” passou quase quatro meses no topo das paradas. Em seguida veio os hits “Wine, Women and Song”, na cola de “Kokomo Island” e “ Down at the Roadside Inn” e o single “Rock and Rye Rag” e “ Calico Rag”.


 Ganhou 12 Discos de Ouro entre 1943 e 1948. Ganhou um Oscar pela canção “Guitar Polka”. No final de 1940 abriu o próprio clube, em Dallas e ali ficou até se aposentar. 

Charline Arthur: A cantora que a mãe de Elvis Presley era fã


Charline tinha como fã a mãe de Elvis Presley

Luís Alberto Alves

Charline Arthur não atua pelas regras do showbiz. Durante a década de 1950, a Country Music  não era bem vista e muito menos cantada por mulheres, que se submetiam às ordens das gravadoras ou promotores de festas. Ela recebeu muita pressão, mas nunca mudou seu estilo.

 De temperamento feroz, era difícil de se trabalhar, especialmente irritando seu produtor. Porém sua música era boa. Foi precursora do Rockyabilly. Mesclou Bluesy, Country e fazia os shows pegarem fogo. Charline acabou sendo a primeira cantora deste gênero a se apresentar vestindo calças compridas e liberdade total no palco.

 De carreira curta, gravou na RCA Records por três anos. Filha de pastor pentecostal, Charline nasceu em 1929 no Texas, aonde começou a cantar na igreja. Aos sete anos começou a juntar garradas para comprar uma guitarra por seis dólares. Influenciada pelo Honky Tonk de Ernest Tubb, escreveu a primeira canção “I Got the Blues Boogie” aos 12 anos.

 Na adolescência já se apresentava em shows de rádio até ganhar um convite de viajar na década de 1940 num programa de medicina. Os pais não deixaram. Respondeu casando com Jack Arthur, contrabaixista de suas gravações.

 No final de 1940 começou a soltar em discotecas do Texas. Depois gravou um single e mudou-se, com o marido, para a cidade de Kermit, no mesmo Estado do Texas. Ali foi contratada como DJ numa estação de rádio. Montou uma banda e passou a se apresentar em clubes locais e ganhou diversos fãs.

 Em 1950, aos 21 anos, entrou na Imperial Records, lançando single. Nesta época o seu empresário Coronel Tom Parker, que mais tarde iria definir o destino de Elvis Presley, ficou impressionado com seu talento. Em 1953 estava na RCA Records.

 Do seu disco participaram os músicos renomados e passou a dividir o palco com Elvis Presley, cuja mãe era fã de Charline. Em 1955 foi segunda colocada num concurso promovido por uma revista de Country Music.

 Porém nem tudo era flores para ela. Seus hits eram considerados bem avançados para a época. Não fazia sucesso. Saiu da RCA em 1956. E depois largou o marido. Formou um trio com suas irmãs, Betty e Dottie, mas sem êxito também.

 Em 1960 estava sem dinheiro. Mudou-se para Salt Lake City e ali conheceu Ray  Pellum, dono de uma discoteca e gravadora. Passou a cantar naquele clube. Também gravou para a Eldorado Records. Em 1965 foi para a Califórnia.


Até 1978 lançou discos em três pequenos selos (Rustic, Wytra e Republic) com Alice Michaels. Em 1979 passou a sofrer de artrite, retornou a Idaho e ali ficou até 1987, ano de sua morte. Viveu o bastante para ver seu material reeditado da RCA Records pela Bear Family Records em 1986.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Johnny Horton: Talento que a morte levou cedo




Caso não tivesse morrido aos 35 anos, Horton teria influenciado muito a música

Luís Alberto Alves

Embora ele seja lembrado por suas canções histórias, Johnny Horton foi um dos melhores e mais populares cantores de Honky Tonk do final da década de 1950. Misturou esse gênero com Rockabilly. Teve a carreira liquidada após sofrer grave acidente de carro em 1960, mas suas canções continuaram ecoando por mais 30 anos.

 Nascido em Los Angeles em 1925, durante a infância mudou-se para o Texas. Aos 11 anos a mãe lhe ensinou a tocar guitarra. Aos 19 anos concluiu o Ensino Médio e participou de seminário metodista para aderir a um ministério. Não gostou e logo depois passou a viajar pelo país. Foi para o Alasca e ali passou a compor.

Retornou ao Texas e entrou num concurso de caça talentos apresentado por Jim Reeves. Venceu e passou a participar de todos que apareciam em sua frente, até chamar a atenção de Fabor Robison. Ele arranjou um contrato na Corman Records.

Durante 1951 Horton se apresentou em diversos programas de televisão. Não demorou em chegar à Mercury Records. Depois teve vários problemas conjugais até conhecer Billie Jean em 1953. Percebeu que estava afundando. Pulou no barco da Columbia Records no final de 1955. Ali lançou o single “Honky Tonk Man”, que viraria clássico em suas mãos. Virou estrela.

 Para esconder a calvície usava chapéu de cowboy e mesmo se tornou atração em diversos eventos, com os três singles: "I'm a One-Woman Man", "I'm Coming Home" e "The Woman I Need" . Nos anos de 1957 e 1958 não visitou as paradas de sucesso.
 Em 1958 lançou “All Grown Up”, mas a balada “"When It's Springtime in Alaska (It's Forty Below)" lhe deixou bem no filme. A letra era baseada em histórias populares do final da década de 1950. Depois soltou o single “The Battle of New Orleans”. Gravou outras canções até se dedicar à Folk Music.


Os hits “Johnny Reb” virou hit Top Ten em 1959 e “Sink The Bismarck” repetiu a dose no ano seguinte. Nessa época passou a ter premonições de que iria morrer. Infelizmente em 4 de novembro de 1960, aos 35 anos sofreu acidente automobilístico quando retornava para casa após show em Austin. Morreu ainda jovem, mas influenciou diversos artistas de sua época.