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Luís Alberto Alves/Hourpress

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Jimmy Reed: O bluesman que driblou a doença na busca do sucesso


Jimmy Reed é outra grande cria do Mississippi

Luís Alberto Alves

 Outra boa cria do Blues foi Jimmy Reeds, nascido no Mississippi em 1925. Marcou forte presença tocando guitarra e gaita, além de colocar nas paradas vários hits na década de 1950. Foi o cantor mais bem-sucedido deste estilo musical.

 Os primeiro anos de sua vida sofreram as influências de trabalhar na roça. Ficou amigo de Eddie Taylor e passou a cantar na igreja e aprendeu a tocar guitarra. Na década de 1940 saiu do sul e foi morar em Chicago, deixando a enxada para trás. Prestou serviço militar na Marinha e no ano de 1945 estava de volta ao Mississippi. Conheceu Willie Joe Duncan, que tocava guitarra com uma só corda.

 Nessa época encontrou o amigo de infância Eddie Taylor e passaram a tocar juntos em clubes da cidade até entrar na Vee Jay Records em 1953. Dois anos depois estourou com o hit “You Don´t Have To Go”. A porteira se abriu com as canções “Ain´t That Lovin You Baby”, “You´ve Got Me Dizzy”, “Bright Lights, Big City”, “I´m Gonna Get My Baby” e “Honest I Do”.

 Duas de suas composições mais célebres: “Baby What You Want Me To Do” e” Big Boss Man” viraram estimulantes para novas bandas de Rock. Tudo isso se deve ao amigo Taylor, cuja esposa, Mama Reed, o ajudou a escrever várias de suas canções e até cantava perto do ouvido, quando ele se esquecia das letras durante as gravações. A jogada de Reed foi fugir do Blues tradicional, deixando as melodias bem dançantes.


 Epilético, ele driblava a insegurança das apresentações ao vivo apelando para o álcool. Visitou a Europa na década de 1960, quando não estava bem. Aparecia bêbado nos shows. Caiu nas mãos do mafioso Al Smith e passou a gravar na Bluesway Records. Porém passava a maior parte do tempo em casa por causa da doença. Curioso é que ele morreu de problemas cardíacos. Os Rolling Stones reconhecem sua influência no estilo da banda tocar.

John Lee Hooker: Um dos maiorais do Blues




Hooker: uma das grandes lendas do Blues

Luís Alberto Alves

 Falar de Blues sem citar John Lee Hooker é o mesmo de desfrutar de lua de mel com ausência de sexo.  Nos 94 anos encerrados em 2001, ele tocou fogo no mundo da música, além de influenciar diversos artistas. Nascido numa família grande no Mississippi teve as primeiras experiências musicais tocando na igreja.

 Para driblar a falta de dinheiro inventou um equipamento derivado de uma câmara de ar ligada à porta do celeiro. Depois grudou no padrasto e passaram a tocar juntos em bailes locais. Aos 14 anos fugiu para Memphis e ali conheceu Robert Lockwood. Aos 16 anos resolveu ir para Cincinnati, permanecendo dez anos naquela cidade.

  Em 1943 já estava em Detroit, onde viveria vários anos. Enquanto trabalhava como zelador durante o dia, passou a tocar de noite nos clubes de Blues e bares próximos a Hastings Street. Desenvolveu um estilo único de tocar guitarra, tornando sua música diferente. Três anos depois gravou o primeiro disco, apenas com guitarra e fazendo percussão com os pés, era o álbum Boogie Chillen, pela Modern Records. Vendeu mais de 1 milhão de cópias.

 Boa parte das primeiras canções de Hooker eram solos, apenas alguns hits consistiam de duetos ao lado de Eddie Kirkland ou outro guitarristas. O talento dele o tornava difícil de acompanhar. Por isso optava por discos solo. O som limpo de sua guitarra era único.

 Do final da década de 1940 até o início de 1950, Hooker produziu vários clássicos como “Crawling King Snake”, “In The Mood”, “Rock House Boogie” e “Shake Holler & Run”. Porém teve prejuízo com as gravadoras que lhe pagavam pouco dinheiro em direitos autorais. Passou a fazer músicas usando outros nomes, mas os fãs sabiam que era ele. É desta época codinomes como: “ Johnny Williams, Sir John Lee Booker, Delta John entre outros.

 O sucesso o ajudou a fazer várias turnês, entrando no circuito de R&B dos Estados Unidos, aumentando a popularidade. Entrou na Vee Jay Records, de Chicago, deixando gravações solos de lado, incluindo piano e outra guitarra nos seus discos.  Produziu vários sucessos. Perto da década de 1960 passou a se apresentar em clubes e festas populares.

 O começo da década de 1960 marcou seu crescimento junto a jovens músicos de Pop e Rock, principalmente Rolling Stones. Vieram as turnês no Exterior e lançamento de vários álbuns, inclusive pela Bluesway Records. Continuou na mesma pegada nos de 1980. Em 1989 gravou o disco The Healer, trazendo vários convidados e o célebre dueto ao lado de Carlos Santana. Na velhice, Hooker gozou do título de estadista do Blues.


 Em 1994 resolveu tirar o pé do acelerador e passou a desfrutar dos bens que comprou com seus sucessos. No ano seguinte gravou o disco Chill Out. Repetiu a dose em 1996 e 1997. Apesar dos agitos no mundo do Blues, onde drogas pesadas estão sempre presentes, Hooker morreu dormindo.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Otis Spann: Outra pedra preciosa do Blues





Luís Alberto Alves

 Quarenta anos foi o tempo de existência de Otis Spann, outro bluesman nascido no Mississippi em 1930. Um dos melhores pianistas desde gênero musical aprendeu a tocar quando criança. Primeiro no grupo de louvor da igreja do padrasto. Aos 14 anos já tinha sua banda.
Spann foi outro brilhante pianista do Blues

 Antes tentou carreira no futebol e boxe, porém ao mudar para Chicago centrou forças no Blues, inclusive trabalhando com Memphis Slim e Roosevelt Sykes. Aos 22 anos fez as primeiras gravações com Muddy Waters e depois virou membro oficial da banda dele.

 Em 1958 saiu numa turnê ao Reino Unido com Waters e participou do Newport Jazz Festival. Antes de retornar aos Estados Unidos esteve presente em diversos concertos na Inglaterra durante 1963 e 1964. É dessa época o lançamento das faixas “Pretty Girls Everywhere” Stirs Me Up”, com o guitarrista Eric Clapton.


 A carreira solo começou na volta aos Estados, soltando vários álbuns em gravadoras diferentes, incluindo Prestige e Bluesway. Nesses discos ficaram evidente o notável talento ao piano, além de ótimas letras e bons vocais, com apoio de Waters, James Cotton e SP Leary na bateria. Poderia ter ido mais longe, caso um câncer não o matasse em 1970.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Magig Sam: Grande talento precoce do Blues



Magic Sam viveu pouco, mas deixou seu nome na galeria de grandes músicos do Blus

Luís Alberto Alves

 Samuel Gene Maghett é outra grande lenda do Blues, nascido também no Mississippi em 1937. Seus pais não gostavam de música. O incentivo para carreira veio do tio, Shakey Jake, cantor de Blues popular nas ruas de Chicago. Com 20 anos conseguiu contrato na Cobra Records de Eli Toscano, sele independente emergente.

 Foi dele a idéia de criar o nome artístico Magic Sam. Lançou o primeiro single “All Your Love” destacando o seu estilo de tocar guitarra, estabelecendo um padrão para futuras gravações. Em 1959 foi prestar Serviço Militar. Não gostou da experiência e fugiu do quartel. Acabou preso seis meses.

 Seis anos depois retornou aos estúdios para gravar na Crash Records. Soltou o álbum West Side Soul pela Delmark Records. Virou atrativo no circuito de rock de Chicago e depois de San Francisco. Nesse disco estava a vibrante canção “Sweet Home Chicago”, depois regravada pelos Blues Brothers. 

Poderia ter ido mais longe, caso não tivesse morrido aos 32 anos de ataque cardíaco em 1969. Dias antes estava negociando sua entrada na Stax Records, que dois anos havia perdido Otis Redding num acidente de avião.

Elmore James: O rei da guitarra slide



Elmore James é considerado o rei da guitarra slide

Luís Alberto Alves

 Elmore Brooks, depois conhecido como Elmore James, nasceu no Mississippi em 1918. Foi muito influenciado por Robert Johnson uma das lendas do Blues. É memorável seu primeiro disco lançado em 1951, quando estava com 33 anos, Dust My Broom. Sua marca registrada era o jeito elétrico de tocar guitarra.

 A construção da carreira teve como base a sólida amizade com Rice Miller (Sony Boy Williamson), no seu programa na rádio KFFA, King Biscuit Time Show. Ele acompanhou Miller vários anos e através do amigo garantiu o primeiro contrato de gravação. Usando o codinome Elmore James, estourou nas paradas e despertou interesse nas gravadoras.

 Logo depois mudou para Chicago e formou o primeiro de várias bandas, Broomduster. Lançou discos para Modern Records, subsidiária Flair e Meteor e em outros selos dos Brothers Bihari, além de gravar um álbum na Chess Records e participar de gravações na Fire Records.

 Aproveitou a onda incluindo diferentes variações em cima do seu sucesso inicial “I Believe”, “Dust My Blues”, “‘The Sky Is Crying”, além de hits como “Bleending Heart” e “Shake Your Moneymaker”, adotadas mais tarde por Jimi Hendrix e Fleetwood Mac. Bandas de blues da Inglaterra seguiram a mesma pegada de Elmore, principalmente Brian James, dos Rolling Stones.

 Infelizmente Elmore não viveu bastante para desfrutar das homenagens que diversos artistas de renome lhe fizeram. Em 1963 um ataque cardíaco o matou quando estava na casa do primo Homesick James. Apesar de ter vivido 45 anos, deixou grande influência em diversas bandas de rock.


sexta-feira, 25 de julho de 2014

Marlena Shaw: Bela voz do Soul Jazz




Marlena começou a cantar ainda criança
Luís Alberto Alves

 Marlina Burgess é nome de batismo de Marlena Shaw, nascida em 1944 em Nova York. Aos dez anos de idade fez a primeira apresentação no famoso teatro Apollo. Talentosa, a mãe impediu inicialmente que ela saísse em turnê com o tio, trompetista Jimmy Burgess.

 Logo começou a trabalhar na região de New Rochelle, virando cantora de Jazz e às vezes se aventurava nas paradas de Soul Music. Em 1966, aos 22 anos, acabou descoberta pela Chess Records durante uma apresentação no circuito do salão Playboy.

 Sob batuta do produtor Richard Evans gravou hits de sucesso como: “Mercy, Mercy, Mercy” e “Wade In The Water”. Em 1968 saiu da Chess. Nos cinco anos seguintes trabalhou com Count Basie e entrou na Blue Note Records em 1972, construindo sólida carreira de cantora de Jazz, lançando vários discos.

 Seu álbum mais popular foi  Who Is This Bitch, Anyway? Em 1976 soltou o disco Just A Matter Of Time. Depois mudou para a Columbia Records em 1977, estourando nas paradas com o hit “Go Away Little Boy”, remake de “Go Away Little Girl, autoria de Steve Lawrence. Seu último single foi “Never Give Up On You”.


 Na década de 1990 assinou com a Concord Records e melhorou suas aptidões no Jazz, aparecendo ao lado de artistas como David Hazeltine e Chris Potter em Dangerous em 1996. Marlena também teve canções incluídas num mix de David Holmes. Durante o final dos anos de 1990 e início do século 21 realizou várias turnês nos Estados Unidos e Exterior.

Terry Callier: Talento ignorado do Acid Jazz



Callier foi ignorado pela crítica especializada durante muitos anos

Luís Alberto Alves

 Em 1945 nascia em Chicago Terry Callier. Amigo de infância do Soulman Curtis Mayfield, cresceu cantando nas ruas daquela cidade, fazendo parte de vários grupos de Doo Wop. Aos 18 anos entrou na Chess Records para lançar o single “Look At Me Now”, porém o álbum de estréia gravado em 1965 pela Prestige Records saiu quatro anos depois, porque o produtor sumiu com as fitas originais.

 O disco misturava Soul, Folk e Jazz. Infelizmente ele nunca recebeu elogios pelo excelente trabalho, mesmo lançando bons álbuns pela Cadet e Elektra Records na década de 1970. Em 1983 Terry resolveu se aposentar da música e foi trabalhar de programadora de computador na Universidade de Chicago.


 Mesmo ausente do circuito, sete anos depois, os DJs de Acid Jazz britânico, Gilles Peterson e Russ Dewbury reviveram as canções de Terry nas pistas de dança do Reino Unido. Ele não resistiu e gravou um álbum ao vivo, trazendo novos hits, recebendo boas críticas de celebridades como Paul Weller e Beth Orton. Em 2003 saiu o remix Total Recall.

The Ebonys: Pérola descoberta pela dupla Gamble e Huff



A banda fez muito sucesso no início da década de 1970

Luís Alberto Alves

 O grupo The Ebonys é de New Jersey e fizeram muito sucesso no início da década de 1970. Era formado por Jenny Holmes, David Beasley, James Tuten e Clarence Vaughan. A marca registrada do grupo consistia num barítono na liderança respondendo com falsete na segunda voz.

 Também foram descobertos pela dupla de produtores, inventores do Som da Filadélfia, Gamble e Huff. Gravaram vários discos pela Philadelphia International Records e chegaram às paradas com os hits: “You´re The Reason Why” (1971) e “It´s Forever” (1973).


 Três anos depois entraram na Buddah Records, mas tiveram pouco sucesso. Só conseguiram obter êxito com o single “Making Love Ain´t No Fun (Without The One You Love”. Depois desapareceram do mundo artistico.