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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

domingo, 12 de maio de 2013

Shirley Carvalhaes: fenômeno do Gospel brasileiro com mais de 6 milhões de discos vendidos



Em 36 anos de carreira, Shirley já vendeu mais de 6 milhões de discos

    Shirley Carvalhaes  é da época que cantar louvores para Deus era considerado caretice. Nos programas de televisão nenhum artista Gospel aparecia. O espaço ficava cedido às canções do mundo, que pouco falam de Deus, apenas retratam o triste cotidiano das pessoas ou da vingança cega contra alguém que tenha mágoa no coração. Nascida no bairro de Mesquita, Rio de Janeiro, Shirley lançou o primeiro disco independente (na época de vinil, conhecido como bolachão) em 1976, aos 22 anos, batizado de Estrada do Gólgota. Em 36 anos de carreira lançou 30 álbuns, além de passar por gravadoras como Continental/Warner Music, Franc Records, Nancel, Aliança Produções, Sião Records, Art Gospel. Agora é contratada da Sony Music.

  Por causa da unção (presença de Deus) existente em seus louvores (os evangélicos pentecostais e tradicionais não chamam de músicas ou canções as composições que falam dos milagres de Jesus Cristou ou mesmo passagens da Bíblia transformadas em letras de sucesso), Shirley consegue impactar as pessoas que as ouvem. As letras são simples, num português sem muitas figuras de linguagem, tudo de forma coloquial, como se ela estivesse conversando com quem esteja ouvindo algum dos seus CDs.

  Nas décadas de 1980 e 1990 ela vendeu muitos discos. De 1983 a 2012, ela já vendeu 5,8 milhões de álbuns. Mansões Celestiais lançado em 1983 ganhou Disco de Ouro pelas 200 mil cópias adquiridas no mercado. Há uma Saída, gravado em 2003, chegou a 1,5 milhão de cópias, proeza que poucos artistas não evangélicos conseguem. Com exceção do CD O Tempo de Cantar Chegou, pela Sony Music, que já teve 50 mil cópias compradas, Shirley sempre vende acima de 100 mil CDs. Tudo sem precisar de propaganda nas emissoras de televisão ou rádios que tocam pouco música Gospel. É provável que de 1976, quando colocou no mercado o primeiro disco, Estrada do Gólgota, numa gravação independente, até 1982, quando saiu o álbum Asas da Humilhação, ela tenha vendido perto de 600 mil discos. 

   Outro destaque é a ótima produção dos seus álbuns. Não tem dedo de amadores no seu trabalho artístico. Tanto a mixagem quanto a masterização é tudo de primeira linha. Ela grava os louvores em ritmo de Samba, Tango, Rock, Pop, Pagode, Blues e Soul. Foi através de Shirley que os evangélicos conheceram intérpretes como Fernanda Brum, Rose Nascimento, Cassiane (outra grande vendedora de CDs Gospel), além de ajudar o ex-músico da banda Paralamas do Sucesso, Mattos Nascimento. Quando passou a ser muito criticada por causa do estilo arrojado e diferente de seus louvores, gravou o hit "Pedradas" em 1992.

  Antes de a Rede Globo "descobrir" que evangélico gosta de música Gospel, Shirley já fazia apresentações para mais de 150 mil pessoas em 1996. Atualmente é uma da maiores expressões do Gospel brasileiro. Desde criança  já cantava louvores ao Senhor. Quando parou de apresentar canções falando de Jesus Cristo ficou doente e perdeu a voz. Dias depois recebeu a visita de um irmão em Cristo Jesus e começou a cantar, entoando os versos "Eu preciso falar de Jesus/aos perdidos que vivem sem luz.." 

  Em 1977 recebeu o convite para substituir a mulher do cantor Wilson de Almeida que se encontrava doente, colocando voz no disco Acima das Estrelas, na gravadora Rocha Eterna. Dois anos depois veio o segundo álbum, Supremo Autor, colocando voz nas 12 faixas em 8 horas seguidas, algo difícil para alguém que não conhece a rotina de um estúdio de música. A partir dai lançou um novo disco a cada ano. Em 1984 lançou o álbum Renúncia, com o louvor "A Árvore da Cruz" estourando nas rádios e igrejas, em conjunto com a faixa "Ditosa Cidade".

  Quando colocou no mercado o 12º disco, Asas do Vento, gravou o louvor "Muitos Anos de Bençãos", citando os nomes dos 11 trabalhos anteriores, inédito em letras de canções naquela época. Em 1993 soltou o disco De Coração pra Coração, que tornou-se sucesso até os dias de hoje. No ano de 1994 lançou o álbum Primeiro Amor, destacando o louvor "Faraó ou Deus". Em 1995 assinou contrato com a Continental Warner Music e colocou no mercado o disco Quero te Adorar. Sua voz chegou ao Exterior, em países como Estados Unidos, Japão e Reino Unido. 

  Em 1997 grava o primeiro álbum ao Vivo na casa de show Rio Sampa, no ano seguinte entra no selo Rosa de Saron e coloca nas ruas o disco Olhos de Quem Ama, com grande sucesso no Nordeste, explorando mais o timbre e sua força da voz. Quando algumas pessoas imaginavam que Shirley iria dormir em cima dos louros, encostando o burro na sombra, como fazem diversos artistas do mundo e até do meio Gospel; em 2003 entra na gravadora Art Gospel e dali sai o CD Há uma Saída, lhe rendendo o Disco de Ouro em poucos meses de lançamento. Em 2004 lançou outro CD e seu primeiro DVD Tudo sobre Mim, gravado no Teatro Gazeta, em São Paulo.  Seu último CD, O Tempo de Cantar Chegou, foi produzido em 2012 pela Sony Music, onde Shirley é contratada atualmente.







Corinne Bailey Rae: a beleza do Neo-Soul

No "mar "da Soul Music. Corinne "surfa" com grande tranquilidade

 Neo-Soul é o mar por onde "surfa" a cantora Corinne Bailey Rae, britânica da cidade de Leeds, onde nasceu em 1979.

   
  Da mistura de sangue britânico da mãe e do pai indu saiu essa linda pérola. Desde criança que ela demonstrava interesse pela música. Então resolveu estudar violino clássico, depois comprou uma guitarra na adolescência. 
  
   Inspirada no Alt-Rock da década de 1990, como L7 Veruca Salt e Belly, Corinne criou sua primeira banda: The All-Female Indie Rock Outfit Helen, que durou três anos e acabou quando ela ficou grávida. Apesar de receber muito apoio local , preferiu naquele momento estudar literatura inglesa. Quando estava fora da escola, trabalhava num clube de jazz, ali começou a escrever suas primeiras canções.

   Para não perder tempo assinou contrato com a EMI Records e lançou o primeiro CD em 2006, com várias canções que reuniu em dez anos enquanto cantava em festas familiares. Antes a EMI Records pediu que Corinne apresentasse ao público o single "Like a Star". O sucesso da música a fez ganhar o Prêmio Som de 2006 da BBC, além de diversas capas de revista e entrevistas em programas de rádio. O álbum  alcançou o quarto lugar na Billboard 200, além de três indicações ao Grammy No ano seguinte gravou um CD/DVD ao vivo em Londres e Nova York.

  O lançamento do CD The Sea, em 2010, acabou afetado pela morte do marido em 2008, Jason Rae, saxofonista do grupo The Haggis Horns. Reposta as energias colocou no mercado outro CD em 2011, com canções originalmente gravadas por Prince, Bob Marley e Paul McCartney & Wings. A regravação de "Is This Love", de Bob Marley, em ritmo de Soul é algo explêndido na voz de Corinne.  A grande escola musical de Corinne foi começar cantando em grupos de louvor da igreja. Ali aprendeu todos os atalhos da Soul Music clássica.




Jessie Ware: outra jovem guarda da Soul Music na Europa

Jessie tornou-se conhecida após gravar o single "Running" em 2012



   Jessie Ware tem 29 anos e ficou conhecida pelo single gravado em 2012, "Running", lançado pela PMR Records. Trabalhou como backing vocal de SBTRKT, Man Like Me e Jack Penate. Como ocorre com artistas jovens, ela a comparada a outros talentos, como a cantora Sade, Florence, Tracey Thorn, Lisa Stansfield, Carol Wheeler e Lana Del Rey.   

   Apesar de novata na estrada sinuosa do Show Biz, já gravou diversos singles entre 2010 e 2011, com todas suas canções no estilo Soul Music. Nascida no Sul de Londres, seu talento estourou quando mostrou sua voz poderosa no hit " Soundclash", autoria de RackNRuin. Depois lançou a canção "Nervous", numa parceria com SBTRKT. 

  Em 2011 aumentou a produção, lançando o primeiro CD, num dueto com o vocalista e produtor Sampha. Depois apareceu no álbum de SBTRKT, Sanctuary. Na faixa título "The Vision", que teve os dedos do produtor Joker, ela deixou o recheio do bolo mais gostoso com a canção " Strange Feeling". Em 2012, os produtores Okumu e Julio Bashmore colaboraram no single "Race".  O hit estreou bem  nas paradas de sucesso britânicas, sendo indicada ao Prêmio Mercury Prize. 






Sandie Shaw: a estrela maior do Festival Eurovisão da Canção






Sandie ficou famosa ao vencer o Festival Eurovisão da Canção, em 1967


    Sandie Shaw ficou famosa em toda a Europa ao vencer o Festival Eurovisão da Canção em 1967, aos 20 anos, com o hit "Puppet on a String". Sua carreira esteve repleta de sucessos, com três primeiros lugares nas paradas britânicas.  Mais duas de suas famosas canções são "(There´s) Always Something There to Remind", "Long Live Love".

  Uma das sacadas de marketing de Sandie foi ter cantado descalça em Viena, na época em que disputou o Festival citado acima. Já na década de 1960, ela era consciente em relação ao  seu talento. Também estudou psicoterapia, para conhecer profundamente o comportamento das pessoas, principalmente aquelas que viviam ao seu redor.

   Sandie é uma das heroínas musicais de Morrissey, ex-vocalista dos The Smiths. Com o grupo no vlipe "Hand in Glove", música famosa do conjunto de Manchester em 1985. Não há dúvida de que a Europa rendeu-se ao carisma e talento dela, ao vencer o Festival Eurovision da Canção.

  Conseguiu deixar gravada na mente do público europeu a imagem da moça que dançava e cantava de pés descalços. Acabou conquistar vários fãs, dentre eles estão a vocalista Chrissie Hynde, da banda The Pretenders e a dupla Morrissey e Johnny Marr dos The Smiths. 

  Foi na década de 1980 que Sandie deu uma nova guinada na carreira, ao cantar em dueto com Chrissie num dos shows dos Pretenders, além de gravar com The Smiths singles, considerados atualmente verdadeiros cult, como "Jeane", "I Don´t Owe You Anything" e Hand in Glove"  
















sábado, 11 de maio de 2013

Dusty Springfield: a voz de ouro da Soul Music do Reino Unido


Para vários críticos, Dusty é considerada a melhor cantora branca de Soul Music de todos os tempos


A estrela de Dusty Springfield brilhou até os 59 anos, quando um câncer de mama a matou em 1999. Cantora britânica, nascida em Londres em 1939, descobriu que tinha jeito para a Pop Music após sair da escola em 1958 aos 19 anos. 

  Logo tratou de entrar num grupo vocal, neste caso o Lana Sisters. Ali ficou até 1960, quando resolveu criar o trio The Springfields com o irmão Dion O´Brien e Tim Feild. 

Três anos depois emendou a carreira solo, gravando o sucesso "I Only Want to Be With You", inspirada no estilo "Wall of Sound" de Phil Spector. Outros de seu hits que ganharam as paradas foram "Wishin´and Hopin", "I Just Don´t Know What to Do With Myself" (1964), "You Don´t Have to Say You Love Me" (1966) e "Son of a Preacher Man" (1969).

  Durante o período em que esteve na ativa, trabalhou para tornar os artistas de Soul Music mais conhecidos no Reino Unido, desenvolvendo e apresentando em 1965 o programa The Sound of Motown, edição especial da série de TV Ready Steady Go com os melhores artistas da lendária Motown Records.

  Quando ocorreu a "invasão" britânica nos Estados Unidos, Dusty foi a que provocou mais impacto no mercado norte-americano de Show Biz. De 1963 a 1970, colocou 18 singles  no Hot 100 da Billboard, além de ganhar o título de Melhor Cantora Britânica pelos leitores da New Musical Express em 1964, 1965 e 1968. 

  Para muitos críticos, Dusty é considerada uma das melhores intérpretes brancas de Soul Music de todos os tempos. Em 1966 ganhou o Prêmio Cash Box como melhor cantora do ano.  Sua voz de menina cativou vários fãs, isto é visível no hit de Burt Bacharah, "The Look of Love", gravado por ela em 1967.  

   Na década de 1980 fez dueto com Pet Shop Boys no hit " What Have I Done to Deserve This?" Prosseguiu na cantando até descobrir que tinha câncer de mama em 1995. Quatro anos depois morreu  em sua terra natal na Inglaterra. Durante sua carreira pouco vezes comentou sobre sua vida sexual, mas dizia que era homossexual.








Derek and The Dominos: a história de um dos discos mais famosos do Rock

Brincadeira que resultou num disco clássico do Rock


    Para disfarçar a paixão pela mulher do amigo George Harrison, ex-guitarrista dos Beatles, Eric Claptou teve a ideia de criar uma banda de Blues/Rock chamada Derek and The Dominos na Primavera de 1970. Entraram em estúdio e produziram um álbum duplo. Na época o disco não vendeu quase nada. Tremendo fracasso comercial. Mas o passar do tempo o transformou num clássico do Rock. Por ironia do destino, a faixa título, "Layla"(na época mulher do ex-Beatles George Harrison) era uma declaração de amor, em claro sinal de adúlterio. 

  Eric Clapton adotou o pseudônimo de Derek, após tocar em outras bandas como Yardbirds, John Mayall´s, Cream e Blind Faith. Os Dominos eram o tecladista Bobby Whitlock, o baixista Carl Radle e o baterista Jim Gordon, todos remanescentes do conjunto Delaney and Bonnie and Friends, com quem Clapton já havia tocado algumas vezes. A maioria das canções é resultado de sessões de improviso sem qualquer compromisso sério. A proposta era economizar tempo e dinheiro.  O autor do célebre riff no hit "Layla", Duane Allman, tinha ocupado a vaga de Clapton naquela banda. Porém as brigas entre Delaney e Bonnie Bramlett acabaram com o grupo. 

 Jim Gordon (bateria) e Carl Radle (baixo) ficaram com Leon Russell na turnê do álbum Mad Dogs and Englishmen de Joe Cocker, enquanto Bobby Whitlock ficou com os Bramletts. Steve Cropper (guitarrista que produziu aquele que seria o último disco de Otis Redding em 1967) aconselhou que Whitlock procurasse Clapton na Inglaterra. Foi e morou alguns meses na casa dele. Nessa época participou de várias jams e escreveu canções que fariam parte do primeiro e último disco da futura banda Derek and The Dominos.

   O curioso dessa história maluca é que até o show de estreia ao vivo no Lyceum Theatre de Londres, em 14 de junho de 1970, o conjunto Derek and The Dominos não tinha nome definido. Eram chamados de Eric Clapton and Friends. Foi quando o mestre de cerimônicas Jeff Dexter, amigo de Clapton, perguntou se não teria um nome melhor para a banda. Como o show era a apresentação do álbum All Things Must Pass, de George Harrison, ele e Clapton sugeriram Derek and The Dominos.


  Antes disso, o  destino fez Clapton trazer Duane Allman para tocar guitarra no hit "Layla". Os solos mais pareciam um trem sem freios na descida, numa dos riffs mais inesquecíveis da história do Rock, deixando em segundo plano o célebre solo do hino nacional dos Estados Unidos que Jimi Hendrix tocou no festival de Woodstock. Ao término da gravação, o produtor Tom Dowd saiu impressionado do estúdio, afirmando que fora o melhor disco que gravara em 10 anos. A canção "Layla" ocupou o sétimo lugar nas paradas e depois atingiu o quarto posto em 1980. 

  A letra do hit falava sobre o amor não correspondido de Pattie Boyd, a mulher do melhor amigo de Clapton, o ex-Beatles George Harrison. Como não a conseguiu fazer largar o marido para ir morar com ele, Derek descarregou a paixão frustrada para a música deste álbum, fazendo diversas releituras de clássicos do Blues, de Big Bill Broonzy a Jimi Hendrix.

  A banda emendou várias turnês por pequenas casas de shows da Grã Bretanha, em que Clapton escolheu para tocar no anonimato.Nos contratos era proibido usar o nome Eric Clapton para atrair público. Seria o mesmo, descontada as proporções, de Pelé no auge da fama jogar num time desconhecido usando o apelido de infância Dico. Visto que o pseudônimo de família de Clapton é Del. Como no final da primeira apresentação algumas pessoas chamaram o grupo de Eric and The Dynamos e outros sugeriram o nome de Del and The Dominos, saiu a contração Del e Eric, resultando em Derik.

  A história toda começa com o trabalho de gravação sob supervisão do produtor Tom Dowd, no Criteria Studios de Miami. Como ainda faltava pimenta no molho, Dowd convidou Clapton para um concerto do The Allman Brothers Band. Era a primeira vez que Clapton ouviria Duane Allman  tocando. Após o show, Clapton convidou a banda para uma jam session no Criteria Studios. Ficaram tocando 18 horas. Os engenheiros de som gravaram tudo. 

  As jams seriam lançadas anos mais tarde no segundo CD da caixa The Layla Sessions: 20th Anniversary Edition. Após as sessão, Allman interessou-se em ficar no estúdio observando os Dominos gravarem. Porém Clapton pediu que Duane trouxesse sua guitarra. Tocaram juntos a célebre "Tell the Truth". Naquele dia, Allman  colocou riffs nas faixas "Nobody Knows You When You´re Down and Out", depois em outros dias fez o mesmo com "Key to the Highway", "Have Your Ever Loved a Woman" e "Why Does Love Got to Be So Sad". 

  Allman voltou a cumprir agenda de shows de sua banda. Neste período, Derek and The Dominos gravaram "I Looked Away", "Bell Bottom Blues" e "Keep on Growing". Dias depois Allman participou das faixas "I am Yours", "Anyday" e "It´s Too Late". Depois todos os músicos tocaram juntos na gravação de "Little Wing" e da célebre "Layla", onde Allman fez o famoso riff que entrou para a história do Rock And Roll. Apesar de todo o barulho, Allman recusou o convite de Clapton para participar de sua banda. 

  Depois a rapaziada colocou os pés na estrada para uma turnê regada a drogas. Visitaram diversas cidades norte-americanas. Allman, sem largar sua banda original, participou de dois concertos em Tampa, Flórida, (Curtis Hixon Hall) e  Nova York (Onondaga Country War Memorial). Apesar de todos os músicos estarem bem alucinados, a turnê rendeu um bem sucedido álbum ao vivo, In Concert, gravado durante vários shows no Fillmore East em Nova York. Seis faixas desse disco foram resmaterizadas e inclusas em outro álbum ao vivo, Live at the Fillmore, lançado em 1994.

  Mas a banda Derek and The Dominos não conseguiu andar muito na estrada do Show Biz. Na gravação do hit "Layla", Clapton ficou de baixo astral ao tomar conhecimento da morte de seu amigo e também guitarrista, Jimi Hendrix, encontrado morto num quarto de hotel de Londres sufocado pelo próprio vômito. Um ano depois Duane Allman morre num acidente de motociclete. As críticas negativas à canção "Layla" e as baixas vendas afetaram Clapton, o deixando longo período envolvido com drogas, principalmente heroína. O baixista Carl Radle morreu em 1980 em virtude do abuso de álcool e drogas, o baterista Jim Gordon, após tentar matar a própria mãe num surto psicótico, em 1984, está internado num hospício até hoje.O guitarrista Whitlock não tem mais amizade com Clapton.






Little Walter: o rei da gaita no Blues

Na gaita, Walter era grande fenômeno do Blues


   Muitos imaginam que os grandes talentos do Blues só toquem guitarra, piano ou saxofone, piston ou trombone. Esquecem da gaita. Little Walter foi revolucionário na arte de soprar suas canções nesse instrumento pouco usado na maioria dos gêneros musicais. Nascido em 1930, em Rapides Parish, Estados da Lousiana, Walter acabou comparado a Charlie Parker e Jimi Hendrix, por causa do talento.  Inovou e impactou sucessivas gerações de simpatizantes do Blues em todo o mundo. No Hall da Fama do Rock and Roll, onde está introduzido desde 2008, ele é o primeiro e único artista que ali entrou especificamente por causa do trabalho de tocar gaita.

   Walter aprendeu a tocar ainda criança, quando saiu da escola aos 12 anos e começou a viajar por várias cidades, entre elas Memphis, Helena, Arkansas e St.Louis. Aperfeiçou as habilidades nesse instrumento e guitarra tocando com velhos bluesman, como Sonny Boy Williamson II, Sunnyland Slim, Honeyboy Edwards e demais. Quando chegou a Chicago, com 15 anos, em 1945, passou a trabalhar como guitarrista, mas chamou a atenção quando soprava sua gaita. 

  Segundo seu colega e bluesman, Floyd Jones, a primeira gravação de Walter foi uma demonstração inédita de algo que iria impactar o Blues. Porém ficava incomodado quando o som dos instrumentos de corda encobriam a gaita. A solução foi pegar um pequeno microfone nas mãos junto com ela e ligá-lo em um sistema de endereço público ou amplificador de guitarra. Competia com o volume de qualquer guitarrista.


 Ao contrário de outros gaitistas de Blues contemporâneos, como Sonny Boy Williamson II e Snooky Pryor, que começaram a usar a tecnologia de amplificação recentemente disponível na mesma época apenas para o volume adicionado, Walter empurrou seus amplificadores para além do suas limitações técnicas, usando para explorar e desenvolver novos timbres radicais e efeitos sonoros inéditos de uma gaita ou qualquer outro instrumento. Foi o primeiro a utilizar propositalmente distorção eletrônica na música.
  
 Em 1947 começou a gravar seus primeiros discos na pequena Ora-Nelle Records. Ela funcionava no quarto dos fundos da Abram´s Bernard Abrams Maxwell Radio e guardou suas canções na Maxwell Street em Chicago. No ano seguinte entrou na banda de Muddy Waters e em 1950 tocava em gravações de Muddy para a Chess Records. Em 1951 gravou, usando o recurso de amplificação da gaita, no disco Country Boy de Muddy Waters. 
  Após a saída da banda de Muddy em 1952, a Chess Records continuou  o contratando  para tocar em outras gravações. Como guitarrista gravou três músicas na ParkWay Records com Muddy e Baby Face Leroy Foster, que acabou lançado como CD, The Blues World of Little Walter, pela Delmark Records em 1993. O mesmo ocorreu com outro disco gravado junto com o pianista Eddie Ware e outras canções em que acompanhou Muddy Waters e Jimmy Rogers.

  Seu maior sucesso é o hit "Juke", que estourou na Billboard R&B.  Entre 1952 e 1958, ele apareceu nas paradas, inclusive com a canção "My Babe" (1955), sucesso comercial nunca alcançado por seus antigos companheiros de Blues, como Howlin ´Wold e Sonny Boy Williamson II. Seguindo a fórmula bem sucedida de "Juke", o restante de seus singles contou com uma performance vocal de um lado e gaita instrumental de outro. Várias de suas canções eram originais que escrevera ou adaptara e atualizou a partir de temas anteriores do Blues. Porém, o som acabava modernizado, sem a rigidez que outros gaitistas impunham quando tocavam esse gênero musical.

  Depois que saiu da banda de Muddy Waters, criou um grupo jovem com alguns músicos que já havia trabalhado em Chicago, como Junior Wells, os irmãos David Myers, o baterista Fred Below e nascia o conjunto The Jukes. Em 1955 alguns membros saíram, cedendo lugar aos guitarristas Robert Junior Lockwood e Luther Tucker, e o baterista Odie Payne Jr. Durante a década de 1950 também trabalharam com Walter os guitarristas Jimmie Lee Robinson e Freddie Robinson, além do saxofonista Albert Ayler e um pianista em início de carreira chamado Ray Charles. 

  
  O grande problema de Littler Walter era o alcoolismo e o nervosismo, que lhe provocara vários problemas, inclusive o declínio na fama, além de perder muito dinheiro, apesar de turnês bem-sucedidas pela Europa em 1964 e 1967. Numa delas, ele participou do American Folk Blues, do qual resultou em imagens registrada do seu desempenho no palco. A apresentação resultou num DVD lançado em 2004. Em outra, Walter aparece tocando na Alemanha as canções "My Babe"e "Mean Old World". O material rendeu outro DVD, disponível no mercado desde janeiro de 2009.  
  Em 1967, a Chess Records lançou um album de estúdio com Little Walter com Bo Diddley e Muddy Waters, conhecido como Super Blues.  Após retornar de uma turnê na Europa, ele envolveu-se numa briga de rua após se apresentar em uma boate em Chicago. Ficou ferido e preferiu ir dormir na casa da namorada. No dia seguinte não acordou mais. Aos 38 anos, seu comportamento temperamental acabou responsável por matá-lo. Para muitos críticos, Walters é considerado o rei de todos os harpistas de Blues pós-guerra.



sexta-feira, 10 de maio de 2013

Public Enemy: a grande banda polêmica do Hip-Hop






Chuck D (de camisa azul) é o fundador e cabeça pensante do Public Enemy

  Quando se fala de Hip-Hop nunca se pode esquecer de Public Enemy, também conhecido nos Estados Unidos como PE. Desde 1982, quando surgiu pelas mãos de Chuck D, a temática política sempre está presente em suas composições, além de crítica à mídia. O ativismo nas causas de interesse da comunidade negra não fica esquecido. É um grupo musical com fortes pitadas de politização. Descontadas as proporções é algo parecido com os Racionais MCs no Brasil.

A história do Public Enemy começou em 1982 quando Carlton Ridenhour, mais conhecido como Chuck D., ainda estudava na Universidade Adelphi, em Long Island. 

Na mesma época, Chuck conhece Hank Schocklee e Bill Stephney, com quem dividiu a paixão pelo Hip-Hop. Shocklee, que nessa altura gravava uma fita demo, deixou Chuck D fazer um RAP sobre uma de suas composições, mais tarde batizada de "Public Enemy No.1". A demo foi parar nas mãos de Rick Rubin, co-fundador da editora Def Jam, que não hesitou em convidar Chuck D. para gravar.

Mesmo inseguro, ele aceitou o desafio, e convidou seus amigos (Hank Schocklee e Bill Stephney) para fazer parte do projeto. Shocklee ficou com o cargo de produtor e Stephney com o de promoção. Mais tarde, eles se juntaram com o DJ Terminator X , além de Teacher Griff, que assumiu o cargo de coreógrafo da banda. Para completar a equipe William Drayton também passa a integrar o Public Enemy. William, que adotou o título de Flavor Flav, tinha um inconfundível relógio gigante ao pescoço como marca registrada.

  Desde aquela época o objetivo do Public Enemy era modernizar as bases e batidas do RAP e levar para o gênero as discussões políticas e sociais norte-americanas. A banda com Terminator X., Teacher Griff e Flavor X. Em 1987 lançaram o primeiro álbum, Yo! Bum Rush the Show. No outro ano gravaram os hits "It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back". Depois vieram os sucessos "Don´t Believe The Hype" e "Rebel Without a Pause". O disco é sucesso de crítica e faz do Public Enemy uma grande banda, ultrapassando os limites do Hip-Hop.

  Com "Fight of Power", presente na trilha do filme Faça a Coisa Certa, lançado em 1989 por Spike Lee, o Public Enemy mira sua metralhadora giratória para os ídolos brancos, como John Wayne e Elvis Presley. O filme mostra a intolerância e conflitos raciais numa comunidade multi-étnica no bairro de Bedford-Stuyesant no Brooklin, Nova York. O hit fica famoso dos simpatizantes do Hip-Hop. Nesse mesmo ano, Teacher Griff é expulso do grupo após supostas declarações anti-semitas ditas ao jornal The Washington Post. 

Porém a banda continuaria a conservar o sucesso de crítica e público com os discos Fear of a Black (1990) e Apocalypse 91...The Enemy Strikes Black (1991). Nesse segundo, a banda regravou o tema "Bring The Noise", juntamente com  "The Anthrax". O álbum ficou em quarto lugar na paradas da Billboard. Mas os problemas com drogas de Flavor Flav deixou a banda longe dos palcos em 1993, além de perder um pouco de cartaz junto à crítica, mesmo fazendo turnê ao lado da banda U2.

  Em 1992 provocam polêmica com o clipe "By The Time I Get to Arizona", num protesto contra o Arizona, um dos dois Estados norte-americanos que não consideravam feriado a data de aniversário do líder negro e Prêmio Nobel da Paz de 1964, Martin Luther King, assassinado em 1968. Ficam cada vez mais populares. Principalmente quando Chuck D., diz que o RAP é a CNN da comunidade negra dos guetos.  


  O ano de 1994 os traz de volta com disco Muse Sick-N-Hour Mess Age. Não bem-recebido pelos fãs. Nessa época Chuck D., resolve acabar com a banda, e investe na carreira solo, solidificando as relações com Def Jam. Dois anos depois lança o primeiro disco, Autobiography of MistaChuck. Mudou de ideia e anunciou um novo álbum do Public Enemy. Tudo tornou-se realidade em 1998 com gravação de "He Got Game", outra trilha sonora em mais um filme de Spike Lee.

  Em 1999 veio  o álbum There´s a Poison Going On, após ficar disponível na internet. Três anos depois lançou Revolverlution, mesclando sucessos antigos e faixas inéditas. A banda colocou no mercado em 2005 uma coletânea com seus maiores hits, além de um novo álbum, New Whirl Odor. Outros CDs foram Rebirth of a Nation (2006), How You Sell Soul To A Soulless People Who Sold Their Soul??? (2007), Bring The Noise, Hits, Vids and Docs Box: Greatest Hits and Sounds (Chapter 2 1999-2009) (2010), Most of My Heroes Still Don´t Appear On No Stamp (2012), The Evil Empire of  Everything (2012).