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Luís Alberto Alves/Hourpress

sexta-feira, 8 de março de 2013

Blowfly:o Dicró dos Estados Unidos

Blowfly pode ser considerado o Dicró dos Estados Unidos, por causa das letras cheias de sacanagens


  Blowfly é o nome artístico de Clarence Reid, atualmente com 74 anos. Compositor de vários sucessos de R&B nas décadas de 1960 e 1970, ficou conhecido em seus diversos discos, a maioria abordando temática sexual, por causa de paródias com suas próprias canções. O nome artístico, que em português significa mosca varejeira, foi ideia de sua avó depois de ouvi-lo cantando uma música. Gostou tanto que colocou em alguns álbuns o nome Mosca Varejeira.

  Nas décadas de 1960 e 1970, ele escreveu diversos hits para Betty Wright, Sam & Dave, McCrae Gwen, KC & The Sunshine Band entre outros. Também gravou muitas composições próprias, como “Nobody But You Babe”.  O passatempo de Blowfly era fazer versões pornográficas de hits de sucesso para se divertir, mas apenas para amigos  ou cantar em festas ou estúdios. Em 1971, ao lado de uma banda de estúdio, gravou um disco inteiro desse tipo de canções, sob o nome Blowfly. Como ninguém aceitou distribuir o material, criou uma gravadora independente, a Weird Records.

  O disco The Weird World of Blowfly, com Reid vestido como um supervilão, ganhou vida. Acabou criando este alter ego para proteger sua carreira de compositor. Logo, Blowfly virou personagem com uma risada semelhante ao astro de filme de terror, Vincent Price. Diversas canções dele, por causa do estilo de falar em rima podem ser consideradas uma forma primitiva de RAP. Alguns rappers o consideram o primeiro neste estilo musical.

  Sua versão profana de “RAPP Dirty”, escrito como “RAPP of Blowfly” ajudou seu disco Party Blowfly a estourar na Billboard em 1980. Por causa desse estilo, acabou sendo processado pelo compositor Stanley Adams.

  Após 17 anos de turnês esporádicas, Blowfly assinou com o selo independente Alternative Tentacles em 2005. Seu primeiro CD por essa gravadora foi Fahrenheit 69, com as participações de King Coleman, Gravy Train e Afroman.  Em 2007 fez sua primeira turnê pela Austrália. O segundo CD foi
Outros passeios recentes incluíram uma aparência atração principal no Ponderosa Stomp em Nova Orleans e shows com Rudy Ray Moore (Dolemite), The Devin Cara, e Blueprint.

 Em março de 2007, Blowfly completou sua primeira turnê pela Austrália. Depois lançou o CD Blowfly´s Punk Rock Party, contando com diversos clássicos do Punk Rock, incluindo a regravação de “Holiday in Cambodia”. No ano de 2008 viajou para a Alemanha.

 Em 2010 participou do Big Day Out 2010, festival de música realizado na Austrália e Nova Zelândia em todo mês de janeiro.  Seu último CD foi Black na Sack, lançado em 2012. Qualquer semelhança com Blowfly e o sambista carioca Dicró não é coincidência, pois o estilo de ambos é muito parecido. 


Waka Flocka: sangue novo no RAP dos Estados Unidos

Waka, no centro, já brilha no RAP



  No mundo do Hip-Hop, ninguém conhece Juaquin Malphurs, hoje com 27 anos. Mas quando se fala de Waka Flocka a conversa muda rapidamente. Ele ficou conhecido pelos hits “ O Let´s Do It”, “Hard In da Paint” e “ No Hands”. Já lançou três CDs (Flockaveli e Triple F Life: Friends and Family, que chegou às lojas em 2012 e Flockaveli 2.

  Flocka nasceu no bairro South Jamaica, no Queens, Nova York, porém sua família foi morar em Riverdale, Estado da Geórgia, região de Atlanta. O nome Wacka é tirada de uma frase do seriado Muppets. Chegou à fama por causa do hit “ O Let´s Do It”, em 2009, que chegou às paradas da Billboard Hot 100.  No ano seguinte saiu seu primeiro CD, Flockaveli.

 Waka Flocka lançou mixtapes anteriores, em 2011, incluindo “Salute Me” “Or  Shoot Me 3”. Em agosto de 2011 fez uma compilação com Gucci Mane e saiu o single “ She Be Puttin On”. Depois saiu o segundo CD, Round of Applause com a participação do rapper canadense Lex Luger.

  No início de 2013, Wacka Flocka confirmou que já está pronto seu terceiro CD, Flockaveli 2, com participação de Timbaland and Wyclef Jean. Nas rádios encontram-se o mais recente mixtape Rant DuFlocka 2, com participação e de Gucci Mane, Lil Wayne, French Montana, Ace Hood e Young Scooter, entre outros.


Whodini: depois deles o Hip-Hip nunca mais foi o mesmo

Whodini nasceu no bairro do Brooklin, em Nova York

  
 Um dos grupos que fez a cabeça da rapaziada na década de 1980 foi o Whodini. Formado em 1981 no bairro do Brooklin, Nova York, o trio consistia no vocalista e compositor Jalil Hutchins, John Fletcher (vocal) e Ecstazy Aka, conhecido por usar um chapéu semelhante ao do personagem Zorro. Na praia do Hip-Hop, Whodini estourou nas paradas das rádios de programação popular dos Estados Unidos e também nos bailes de Black Music de todo o mundo, inclusive no Brasil.

  Eles ajudaram abrir caminhos para grupos como Fat Boys, Grandmaster Flash  and Furius Five, entre outros. Administrado por Russell Simons, irmão de Joseph “Run” Simmons do Run-DMC, eles assinaram contrato com gravadora independente Jive, em 1982. Colocaram vários hits nas paradas norte-americanas. 
 
   Em 1983 gravaram o disco com o nome da banda e o primeiro single “Haunted House of Rock virou tema da série Halloween nas emissoras dos Estados Unidos.  Thomas Dolby ajudou a produzir outras canções, como “Magic Wand”, composta inicialmente como jingle para uma rádio de Nova York.

  No ano seguinte  lançaram o álbum Escape, incluindo os hits “Five Minutes of Funk”, “The Freaks Come Out at Night” e a instrumental “ Featuring Grand Master Dee”, além de “Big Mouth” e “Friends”.  Essas canções inovaram o Hip-Hop, pois cada composição contava uma história única do ponto de vista urbano. O álbum ganhou o Disco de Platina, vendendo mais de 1 milhão de cópias. A versão instrumental de "Cinco Minutos de Funk" foi usada como música tema para a TV WNYC Music Box Video Show, um influente no início do hip hop video show de música. 

A versão instrumental de " Five Minutes of Funk" foi usada como tema musical para um programa de televisão em Nova York. O disco de vinil, fora de catálogo, acabou lançado duas vezes ( 1992 e 2002). É bem disputado por colecionadores de Black Music. O ano de 1986 marcou a gravação do álbum Back in Black, destacando os hits " Beat Funky" e a polêmica " I´m a Ho". Essa época foi a fase mais produtiva do Whodini, pois fizeram diversas turnês ao lado de outras bandas de Funk. Em 1986 fizeram um show histórico num estádio da Filadélfia para 18 mil pessoas. 

 Foram pioneiros como grupo de RAP a excursionar para o Reino Unido e outros países da Europa. Em 1987 ganharam um Disco de Ouro, com o álbum Open Sesame. Na década de 1990, a banda tentou retornar e nesse mesmo ano assinou com a MCA Records e lançaram Bag A-Trix, sem qualquer impacto comercial. Em 1994 conseguiram fazer sucesso com o hit "It All Comes Down to The Money", co-produzido por Public Enemy.

  Depois lançaram em 1996 o álbum Six, com o single "Keep Running Back" ganhando destaques nas paradas de R&B. A partir dai passaram a viver do sucesso dos velhos hits. Nesta pegada saíram em 1995 The Collection Jive, Vol.1; RAP Attack (2003) e Funky Beat: The Best of Whodini (2006). Esse CD teve sete minutos do "Whodini Mega Mix", um resumo de alguns dos maiores hits da banda. Atualmente eles viajam de vez em quando, ganhando dinheiro com seus hits do passado. Encostaram o burro na sombra. 

   


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Soul Generation: o doce sabor de um grande sonho

A Soul Generation surgiu em 1970; enfrentou barreiras, mas conseguiu sentir o gosto doce do sucesso


  Tudo começou em janeiro de 1970 quando Cliff Parkins (vocalista), Earl Davenport (tenor), Thomas Timmons (baixo) e Herman Hammonds (barítono) resolveram criar um grupo musical: Soul Generation! Determinados em fazer diferença no mundo da música norte americana procuraram Doc Bagby, especialista em Jazz. Ele contribuiu para o grupo conhecer a estrada do sucesso. Os apresentou a Ben E. King, na época membro dos The Drifters.

  Por causa de sua vasta agenda não pode produzir a banda, mas escreveu uma canção para eles: “Chicago Womam”, que nunca foi lançada. Jeff Burgess entrou no lugar de Thomas Timmons e começou a pauleira de shows. Burgess trouxe canções do compositor Paul Kyser. De cara compôs “Body &Soul”. Foram ao estúdio, gravaram o hit. Mas os selos musicais não gostaram.

  Entretanto Perkins não desistiu. Junto com Kyser criou o selo Ebony Sounds em 1972. Ligaram para as rádios. Logo o hit “Body & Soul” estourou nas paradas e ganharam um Disco de Ouro e outro de Platina. Não demorou em a Ebony Sounds ter parte de suas ações compradas pela Hillary Records, mas com a banda Soul Generation à frente dos negócios. Veio a associação com Stan Vincent.

  A rapaziada gravou o hit “If I Had...”. Ganharam outra vez Disco de Ouro e de Platina. Em 1973 a canção “Million Dolars” subiu nas paradas. O álbum Beyond Body & Soul, o primeiro da Soul Generation resultou com a banda sendo considerado O Grupo Mais Promissor do Ano. Era a concretização do sonho de Cliff Perkins.

  Não pararam no tempo, emendaram com mais sucessos como “I Wonder What She´s Doing”, “In Your Way” e “Wait So Long”. O ano de 1975 teve mais ouro para a banda. Porém o sabor não ficou totalmente doce, por causa da morte de Earl Davenport, substituído por Michael Murphy. Com ajuda de Cecil Holmes entraram na Buddah Records.

  Ali juntaram forças com Tony Camilio e produziram inúmeras canções, como “Close To You”, “Stop, Look and Sisten”, “Take My Word For It Baby” e “One Thing On My Mind”. A Soul Generation prosseguiu cantando e aquecendo corações de inúmeros fãs até chegar a Disco Music. O grupo sentiu o baque e o individualismo prevaleceu. Porém Perkins não aceitou o seu sonho morrer.

  Permaneceu no show biz fazendo jingle para diversas empresas de fast food, bebidas, cigarros entre outros. Trabalhou como backing vocal de vários artistas, como Ray Goodman & Brown. Percebeu que na década de 1990 as canções de amor eram coisas do passado. 

Em 1995 investiu nesse tipo de hit. A banda ganhou as presenças de Veda Ramos, Cristal Perkins e Donald Taylor, além de Cliff Perkins. Sábio, ele criou grande conglomerado de comunicação envolvendo desde a gravadora (Class II) a empresa de publicidade. Mas tudo girando em torno de boas canções de amor, como ocorria na década de 1970.

Ryan Shaw: artista preocupado com a Soul Music Clássica

Shaw combina voz poderosa e inúmeras canções clássicas 


  Apesar de novo (26 anos) Ryan Shaw é um homem de missão. Pretende reviver a paixão da Soul Music e Rhythm & Blues da época de ouro (1960-1972) para a nova geração. Cantor e compositor, mostrou firmeza no álbum de estreia, Haven, pela Columbia Records. Shaw combina voz poderosa e inúmeras canções clássicas para seduzir a plateia.

  Para não decepcionar, resolveu trabalhar com os produtores Jimmy Bralower e Johnny Gale. Garimpou no fundo do baú joias da Soul Music, esquecidas por artistas como Combo Kings e The Sharpees, juntamente com canções mais conhecidas de Wilson Pickett, Jackie Wilson e Bobby Womack. Incluiu composições próprias, como “Nobody”, “We Got Love” e “Over and Done”. Todas construídas sobre os valores da velha guarda, com melodias fortes e boas letras.

  Nascido no final de 1980 na Geórgia, cresceu numa família profundamente pentecostal. Começou a cantar na igreja aos cinco anos de idade. Mais tarde criou um grupo familiar com seus quatro irmãos, os Shaw Boys. Não ouviam músicas seculares ou Pop. Dai as influências de cantores Gospel como Darryl Coley, Keith Brooks, James Moore e Pace Sisters.

  Em 1998 uniu-se ao elenco da peça I Know, escrita e dirigida por Tyler Perry (Diário de Uma Louca), e foi para Nova York se apresentar para multidões no Beacon Theater. Depois participou de outra peça. Encontrou outro show notável sobre o estilo de dançar na década de 1950, destacando canções de Frank Sinatra, Nat King Cole, Dion and The Belmonts e as inesquecíveis músicas gravadas pela Stax e Motown.

  Afinou os ouvidos para hits que ganharam as paradas nas décadas de 1950, 1960 e 1970, prestando atenção aos acordes, melodias, letras e arranjos. Percebeu que no final dos anos de 1980 esses elementos passaram a desaparecer da Black Music até chegar à mediocridade atual. Em 2004 conheceu os Soul Shakers, grupo vocal especializado em Soul Music clássica, cujo guitarrista do grupo é o veterano Johnny Gale.

  Da parceira surgiram regravações de clássicos de Jackie Wilson, como “I´ll Be Satisfied” e “Lookin ´For A Love”, de Bobby Womack. Criaram novas canções com o mesmo molho da antiga Soul Music. Não demorou para o hit “We Got Love” ganhar as paradas em 2007. Prova de que Ryan já faz parte da grande galeria dos imortais da Soul Music clássica.


Shanice: outra bela voz da Black Music

Shanice ficou conhecida aos 18 anos por causa do hit " I  Love Your Smile"


  Shanice ficou conhecida no show biz norte-americano após, em 1991 (aos 18 anos), marcar um hit no Top 5 da Billboard, com o single “I Love Your Smile”, seguindo “Saving Forever for You”, em 1993. Nascida na Pensilvânia, mudou-se para Los Angeles com a mãe e tia, pois a incentivavam a seguir a carreira artística.

  Aos oito anos de idade, apareceu num comercial da rede de fast food KFC como uma vocalista imitando a ícone do Jazz, Ella Fitzgerald. Em 1984 assinou contrato com a A&M Records. Três anos depois lançou o primeiro álbum, Discovery, aos 14 anos. Emplacou dois tops nas paradas: “(Baby Tell Me) Can You Dance” e “No ½ Steppin”.

  Foi para Motown Records em 1991 e gravou Inner Child. O disco incluía o hit “I Love Your Smile”. Ele chegou ao número dois na Billboard Hot 100. O álbum teve também uma regravação do mega sucesso de Minnie Riperton de 1975, “Loving You”. O mercado passou a prestar atenção em sua voz de cinco oitavas.

  Após provar ao mercado que não era mais outra armação de gravadoras em busca de dinheiro do público, Shanice lançou vários discos. Embora não tenha alcançado sucesso comercial significativo, contribuiu com inúmeras trilhas sonoras de filmes. Para aumentar a renda salarial passou a fazer trabalhos em estúdios para diversos artistas como Toni Braxton nas faixas “Come On Over Here” e “Um-Break My Heart, e “Bedtime”, de Usher. Ela emprestou sua voz para o vídeo game The Bouncer.

Serieux: herdeiros do maravilhoso som Motown


Vocais fenomenais é uma das marcas registradas da banda



  Inovação e dinâmica são duas palavras que definem a banda Serieux. Alegram inúmeros fãs mundo afora, com o maravilhoso som Motown. O carisma e estilo próprio rendeu muito sucesso. Criada em 1998 por Larry Griffin (vocalista), ValenicaTaylor (gestora), Donovan Johnson (diretor musical) e Robert Grand (gerente). Basearam-se nos diversos grupos que passaram pela Motown, como Four Tops.

  Não demorou em o Serieux mostrar seus vocais fenomenais, coreografia e suas habilidades musicais nos casinos de Detroit, Michigan, Las Vegas e Nevada. Nesta pegada, abriram shows para Earth, Wind & Fire, Four Tops, The Neville Brothers, KC and The Sunshine Band, Manhattans, O´Jays e outras lendas da Black Music dos Estados Unidos.

  Por causa da qualidade professional, participaram do musical da Motown Come and Get These Memories, com Martha Reeves, ganhando elogios dos Temptations. A agenda de shows ficou cheia e passaram por Jamaica, Manila e Canadá, entre os inúmeros roteiros traçados pela banda. Também marcaram presença em eventos públicos e privados como The Detroit Auto Show International e Festival de Cinema de Cannes, na França.

  Em 2007, Serieux lançou seu primeiro CD, I Can Give You Love, com a participação da lenda do R&B, George Curtis, o famoso GC, ex-vocalista dos Spinners e Temptations. Não demorou para o CD ganhar o aval da crítica e dos fãs dos Estados Unidos, Reino Unido, Europa e Japão. O álbum veio recheado de canções como “Keep Running Back”, “My Hearts on Fire”, “I Can Give You Love”, “Du The Damn Thang”  e “Sarah Smile”. Ao lado de Aretha Franklin e Anita Baker receberam o prêmio de Melhor Grupo Vocal de R&B da Associação de Músicos de Detroit.


Soul Talk: alegria e irreverência no Show Biz

Banda ocupa lugar específico no cenário atual da Black Music dos Estados Unidos

    Pode parecer clichê, mas é meio difícil encontrar uma banda igual à rapaziada da Soul Talk. Eles captaram a mensagem de que os jovens de hoje de Soul Music e R&B não querem ouvir conjuntos, porém cantores e bons argumentos que os levem aos shows e a comprar seus CDs.

  Eles pisaram no terreno minado do show biz com o álbum batizado de Soul. Logo seus componentes Gary Poole, Toby Baker e Ernie McKone perceberam que as bandas podem criar um som reconhecível e distinto, porém a tarefa fica difícil de replicar, que o vocalista tenha às mãos bons compositores, arranjadores e produtores.

  O CD Soul ocupa um lugar específico na cena musical norte americana. É o lugar onde Soul Music cruza com Funk (o legítimo dos Estados Unidos). É neste momento que as boas bandas sabem como fazer um tipo de som que os fãs detectam rapidamente. A grande jogada da Soul Talk é ter essa capacidade.

  Essa rapaziada tem boa musicalidade e canções de bom conteúdo, executadas por um bom vocalista. Poole é um tenor rouco que mescla gemidos com notas altas, como fazem Al Green e Boby Womack. Detalhe: Poole não é imitador de nenhuma dessas duas feras da Black Music norte-americana. Retirou essa química do Gospel.

  É fascinante ouvir a Soul Talk executar “Fire&Rain”, de James Taylor, transformando um Country Rock em Funk. Com “Really Don´t Mind”, de Earth, Wind & Fire, não vacilam ao colocar uma bela linha de baixo Funky cheia de floreios. Eles fazem bonito, também, na canção “I Want It”, quando mostram que é possível cantar e tocar Funk de forma sensual. A descontração é registrada na faixa “Free”, ao mostrar as más notícias do mundo, mas de forma cômica. Só grandes e competentes bandas conseguem esse grau de ousadia. 

Seal: a voz de barítono rouco que embeleza a Soul Music

Romantismo e hits agitados fazem parte do repertório de Seal


   A carreira de Seal já dura mais de 20 anos. Neste período ganhou três Grammy e vendeu mais de 15 milhões de discos em todo o mundo. Conhecido por sua voz de barítono rouco e composições clássicas, ele faz sucesso em diversos gêneros musicais. 

Nas canções românticas é difícil ninguém se lembrar de “Prayer For The Dying”, “Kiss From a Rose” e” Don´t Cry” e claro “Love´s Divine”, de 2003.

  Mas Seal não vive apenas de composições românticas, também coloca hits para o pessoal balançar nas pistas de dança. No início da carreira, ao lado do produtor britânico Trevor Horn, em 1990, lançou as faixas “Killer” e “Crazy”, que chegaram ao top das paradas dos Estados Unidos, numa fusão de Soul, Pop, Rock e R&B. A senha de que um novo talento chegava ao show biz.

  No quinto CD (2007), a estratégia foi homenagear esses gêneros musicais com melodias brilhantes, recheadas de sintetizadores e guitarra acústica, mesclado com pitadas eletrônicas. Depois veio o sexto CD produzido pelo renomado maestro David Forster, pela Warner Bros Records, numa rica coleção de Soul Music clássica.

    Todas as canções transpiram drama, emoção e romance. Ou seja, mantendo a mesma pegada que Seal lançou quando gravou seu primeiro álbum. Para não pagar mico, ele e o maestro Forster escolheram a dedo todas as músicas. A primeira faixa gravada foi a bela balada de Sam Cooke “A Chang is Gonna Come”. Parece que Seal nasceu para cantar esses clássicos da Black Music dos Estados Unidos.