Ela criou o próprio estilo de som, com boas letras e recheadas de sua bela voz |
Ra-Re Valverde pilotou na contramão da Soul Music tradicional ao criar o seu próprio estilo de som, com boas letras recheadas com sua linda voz. Isto é visível no CD A Beautiful Mess. O álbum começou a ser gravado em 2007, após muitas pesquisas. Valverde reconheceu que ficou com medo e só resolveu pisar no acelerador após participar de um festival com Jill, Erykah e Queen Latifah em 2005. Ali, ela resolveu investir em equipamentos de gravação e partiu em busca de informações de como produzir um CD. Tudo escorado nas influências de Chick Corea, Bobby McFerrin, John Lee Hooker, Sarah Vaughn, Ella Fitzgerald, Nina Simone, Stevie Wonder, James Taylor, Bjork, Sting, Milles Davis e Oleta Adams.
Após passar por esse processo, passou a compor e colocar em prática algumas ideias. A primeira canção que saiu de sua mente foi “Outside the Box”. Esse hit definiu o restante do álbum. Para evitar uma produção mecânica, sentou-se à mesa e passou a escrever as músicas, tendo como inspiração Coltrane e Miles Davis, assim como Marvin Gaye e até discos de Bjork. A explicação para ouvir diversos tipos de gêneros de canções foi para contar boas histórias aos fãs. Nesse processo gastou muitas energias em composições instrumentais. Uma delas é “Intermission RV”.
O ponto alto deste CD foi Valverde contar profissionais de renome, inclusive professores de músicas. Ela reconhece que tudo correu bem, porque gosta do que faz. Acostumou-se a viajar num estúdio móvel e dormir em quartos de hotéis ou mesmo no ônibus usado para a turnê. Na estrada, Valverde reconhece que grandes inspirações, mesmo após terminar um show de 2 horas. O cansaço serviu como adrenalina. As amizades e trabalhos ao lado de Rahsaan Patterson, Lalah Hathaway, Jill Scott, Jennifer Lopez e Trina Broussard contribuíram no resultado final de seu CD.
Mas o ponto alto da carreira de Valverde foi ter estudado no Berklee College of Music e Escola LaGuardia. Ali esteve ao lado de grandes músicos e professores, onde era ampla a liberdade de expressão musical. Isto ajudou a entender os diferentes gêneros, como Jazz, Música Clássica e até mesmo os ritmos africanos e indígenas. Quando saiu do Berklee, procurou honrar no show-biz a formação em Gestão de Negócios de Música. Aprendeu a compreender os elementos essenciais que todo artista deve saber sobre o negócio e desempenhar bem o seu papel na indústria da música.
Quando está na estrada, prefere optar por apresentações acústicas. Pois o som íntimo possibilita mais proximidade com o público. Mas às vezes fica ao lado de uma banda com bateria, baixo, guitarra e dois backing vocals. Nesse período procura compor e gravar ao mesmo tempo para não perder a emoção do momento. Quando chegar a hora de transformar o hit em faixa do CD, não há perda da ideia inicial.