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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Como Tim Maia, Johnny Guitar Watson morre trabalhando

Assim como ocorreu com Tim Maia, em 1998; dois anos antes o guitarrista, cantor e compositor Johnny Guitar Watson morreu trabalhando, quando um ataque cardíaco durante show no Japão encerrou sua brilhante carreira.
Aos 11 anos, seu avô lhe deu uma guitarra e logo aprendeu a tocar Blues. Com 15 anos, em 1950, muda para Los Angeles e passa a fazer parte de bandas de Jazz e Blues. De 1950 a 1953, manteve contrato com a Federal Label, onde lançou o single " Space Jam" e "Gangster of Love", mais tarde regravada por Steve Miller. No auge do nascimento do Rock, passou a excursionar com Little Richard, em 1957. Três anos depois conhece o vocalista Larry Williams durante turnê a Grã-Bretanha. Entra para a Fantasy Records e ali fica até 1972. De 1975 até 1994 lança diversos álbuns de Blues e Funk. Suas músicas mais inesquecíveis foram "Those Lonely, Lonely Nights" (1955), "Baby Motorhead" (1954), "Mercy, Mercy, Mercy" (1967) e "Three Hours Past Midnight" (1956). Este último hit, segundo Frank Zappa, o inspirou a tornar-se guitarrista. Uma das grandes damas do Blues, Etta James, reconheceu que o talento de Johnny Guitar Watson era inquestionável. "Não era apenas um músico, mas mestre. Poderia escrever uma bela melodia na aba do chapéu e colocar todas as harmonias", definiu.
Desde a adolescência, Johnny Guitar Watson  já dominava a técnica instrumental do Blues com o som do baixo pesado do Funk dos Estados Unidos. Era admirado por diversos guitarristas, geralmente recrutado para participar de gravações nos estúdios. Sabia, como poucos, explorar todos os recursos existentes na guitarra. Também tinha competência ao cantar e compor.
Confessou certa feita que recebeu muita influência do bluesman Clarence "Gatemouth" Brown, excelente músico de violino e guitarra, além de grande presença de palco. Bateu no liquidificador as boas qualidades de Brown e as absorveu.
Na década de 1950, o seu estilo de tocar era bem avançado para época, criando diversos efeitos na guitarra. Algo que poucos exploravam. O seu nome artístico é derivado do filme estrelado por Sterling Hayden, o Johnny Guitar. Adotou o pseudônimo e pisou firme no acelerador da carreira musical. É dele a maneira de tocar com a guitarra de pé, hábito imitado depois por Jimi Hendrix.
Ao contrário de outros artistas, Johnny Guitar Watson sempre esteve atento às mudanças que ocorriam ao seu redor. Em 1976, na DJM Records, gravou vários discos nos quais mesclou suas habilidades de bluesman com o funk, num som bem pesado. Nunca desejou ficar preso ao passado. Procurava estar antenado ao presente.
Sabia que a música Pop negra é dominada, na maioria das vezes, por jovens. Consciente disso lançou os álbuns Ain´t That a Bitch (1976) e A Real Mother for Ya (1977). Ambos ganharam discos de ouro pela venda de mais de 500 mil cópias. Como grande produtor, manipulou vocais, guitarra e baixo apresentando nas faixas uma bela fusão de Blues/Funk.
Percebeu que o RAP já estava saindo do berço e passou a colocar longos interlúdios, com muitas falas, em suas gravações feitas em 1978. Isto é visível num remake de "Ganster of Love". Não foi à toa que estrelas como Ice Cube e Snoop Doggy Dogg o admiravam.
Em 1995 foi nomeado para um Grammy. No ano seguinte recebeu grande homenagem da Fundação Rhythm & Blues, com o prêmio Pioneer. Sentiu-se revigorado. Embarcou depois numa turnê para o Japão, de onde não retornou vivo.
      
 

Supertramp tornou-se realidade por causa de um milionário


O patrocínio de um milionário holandês foi  responsável pelo surgimento da banda Supertramp de rock progressivo em 1969, na Grã Bretanha. O dinheiro de Stanley August Miesegaes encorajou o vocalista, pianista e ex-baterista Rick Davies a anunciar num jornal que buscava músicos para formar o grupo.
Atenderam ao pedido Roger Hodgson (vocal, guitarra e teclados), Richard Palmer (guitarra, balalaika - típico instrumento russo- e vocais) e Robert Miller (percussão). O nome do conjunto foi inspirado num livro de W.H. Davies (The Autobiography of a Supertramp). Assinaram contrato com  A&M Records, selo do trompetista Herb Alpert. O primeiro álbum lançado em 1970 fracassou nas vendas. Isto incentivou a saída de Palmer e Miller. Entram  Frank Farrell (baixo), Kevin Currie (bateria) e Dave Winthrop (flauta e saxofone).
As harmonias vocais entre Davies e Hodgson e lindos solos de saxofone não evitaram outro tombo musical.O milionário pulou fora do barco. Sem grana, o Supertramp ficou apenas com Hodgson e Davies.
O negócio estava tão feio para o Supertramp, que no final de 1972 admitiram na banda o clandestino norte-americano e baterista Bob Siebenberg. Felizmente ele acertou o som do grupo, junto com John Helliwell nos metais e vocais.
Dai para frente lançam, em 1974, o disco Crime of the Century e estouram nas paradas "Dreamer", "School", "Bloody Well Right". Repete o mesmo em 1977 com o disco Even in the Quietest Moments e o sucesso prossegue nos hits "Give a Little Bit" e " Fool´s Overture". Breakfast (1979) traz belas canções como "The Logical Song", "Tak the Long Way Home", "Goodbye Stranger", além da faixa título do álbum, que vendeu  18 milhões de cópias.
Três anos depois Hodgson sai do conjunto. O Supertramp lança o álbum Brother Where You Bound, a faixa principal "Cannonball" tinha 16 minutos. O disco contou com a participação de David Gilmour, do Pink Floyd.  Em 1996, a banda sofre outra reformulação com a entrada de mais músicos de estúdios. Com este time, gravam o CD Slow Motion no ano de 2002. Em 2010, a banda completou 40 anos de estrada fazendo vários shows. 

Sharon Jones: a James Brown de saias

Pense num James Brown de saias. Esta é Sharon Jones, a grande sensação da Soul Music e Funk (o legítimo dos Estados Unidos). Ao lado de sua banda The Dap-Kings, ela faz o mesmo estrago que Brown, quando subia ao palco com a excelente The JB´s . Ninguém conseguia ficar parado, tamanha era carga energética de boa música, recheada com ótimos arranjos na voz de quem sabia cantar e interpretar magníficas canções.
Sharon Jones trouxe à tona, nesta primeira década do século 21, a beleza da black music do final da década de 1960 e meados da de 1970. Infelizmente, só depois dos 40 anos que conseguiu entrar na estrada do show-biz, mesmo tentando várias vezes romper o cerco desde quando era jovem. Igual James Brown, ela nasceu na cidade de Augusta, no estado racista da Geórgia. Na infância gostava de imitar Brown, principalmente seu estilo de dançar. Na igreja fazia parte do grupo de louvor e ali bebeu na fonte do Gospel.  Aos 14 anos, em 1970, diversas bandas locais de funk já conheciam o seu talento. Mas para ganhar a vida e não morrer de fome, passou vários anos trabalhando de carcereira na penitenciária de Rikers Island. Também foi segurança de carro blindado da Wells Fargo Bank, até chegar 1996, aos 40 anos, que passou a ser backing vocal na banda de funk de Campos Lee.
Ela foi a única a conseguir cantar como backing para três cantores numa extinta gravadora francesa. Sua sorte mudou, porque Gabriel Roth e Philip Lehman perceberam que havia talento de sobra e merecia ser explorado. Fez uma faixa solo e a colocaram num álbum de Soul Music batizado de The Soul Providers. Os músicos de estúdio, mais tarde se tornariam sua banda de apoio em shows e turnês.
A repercussão junto à crítica encorajaram  Roth e Lehman a abrir outra gravadora (Desco Records) e apostar em Sharon Jones. O hit "Swichblade" e mais três singles : "Damn is Hot", "Bump N Touch" e "You Better Think Twice" agradaram os fans da black music norte-americana. Muitos acreditaram que as canções gravadas por Jones  eram originais das décadas de 1960 e 1970.
Logo o álbum virou o CD Desco Funk 45´Collection, ao lado de outros artistas da Desco Records. No ano  2000, Roth terminou a parceria com Lehman. Porém o mercado ganha outra gravadora: a Soul Fire Records, extinta pouco tempo depois. Mas Roth não dormiu no ponto e criou a Daptone Records com o saxofonista Neal Sugarman.
Neste selo Sharon Jones começa voar alto, principalmente com apoio da banda Dap-Kings, que a acompanha até hoje. O time de músicos é composto só de cobras criadas, especialistas em tocar black music. A mesma energia presente nos CDs de Jones aparece nos shows ao vivo, como ocorria com James Brown e a The JB´s .
 Em 2002, com o nome Sharon Jones & The Dap-Kings, saiu o CD Dap Dippin´que mereceu muitos elogios da crítica especializada, além de ser bem-recebido por DJs e colecionadores. Ai a porteira do sucesso se abriu: em 2005 veio Naturally, 100 Days, 100 Nights (2007) e I Learned The Hard Way (2010). Os três lançamentos serviram de combustível para reviver o movimento Soul Music e Funk nos Estados Unidos, pois trazem a essência da black music da época de Sam Cooke, Aretha Franklin, Thom Bell, Otis Redding, Ike & Tina Turner, Ella Fitzgerald, assim como a energia musical de Michael Jackson. Depois disso, o passado de humilhação ficou para trás. Hoje Sharon Jones não precisa mais garantir o sustento como carcereira ou segurança de carro blindado de banco. Ganha dinheiro cantando, mostrando que o Soul e o Funk continuam bem representados por sua voz.






terça-feira, 13 de dezembro de 2011

The Hollies ainda resistem na estrada do sucesso


No começo da década de 1960, a Grã-Bretanha ganhou mais um grupo de rock: The Hollies. Foram contratados pela Parlophone Records, como colegas de selo dos Beatles. Lançaram seu primeiro álbum em 1964 na leva de conjuntos ingleses que invadiram os Estados Unidos naquela época. A maioria dos membros morava ou residia próximos à cidade de Manchester. Nestes 50 anos de carreira, trocou de integrantes diversas vezes. A ideia de criar a banda partiu de Allan Clarke (vocalista) e Graham Nash. Depois vieram Don Rathbone (baterista), Eric Haydock (baixo) e Vic Steele (guitarra-solo). Mas Rathbone logo passou as baquetas para Bobby Elliot, eleito um dos melhores bateristas britânicos na década de 1960.
Em vendagens de discos, os Hollies ficaram apenas atrás dos Beatles. Conseguiram emplacar diversos hits nas paradas de sucesso. A marca registrada da época áurea do conjunto foram os vocais, às vezes duplos e até triplos, com Clarke, Nash e Hicks, semelhante na pegada com os Everly Brothers. 
Mesmo numa época onde diversas bandas de boa qualidade disputavam as paradas de sucesso, oposto de hoje, onde qualquer cabeça de bagre apoiado num forte esquema de marketing vira estrela; tornaram célebres canções como: "Long Cool Woman in a Black Dress", "Stay", "Stop in The Name of Love", " Bus Stop", "Look Through Any Window", "Sorry Suzanne", " Jennifer Eccles", " The  Air That I Breathe", e as inesquecíveis "He Ain´t Heavy, He´s My Brother". Alguns dos hits dos Hollies viraram versões em português na época da Jovem Guarda. 
Mesmo emplacando tanto sucesso nas paradas da Europa e Estados Unidos, a banda sofreu diversas mudanças. Haydock foi o primeiro a pular do barco, suspeitando que não lhe pagavam corretamente pelos shows e vendas de discos. Seu lugar é preenchido pelo baixista Bernie Calvert. Isto após quatro anos de caminhada no mundo do show-biz. 
Em 1968 gravaram "King Midas in Reverse" usando os recursos mais sofisticados da época, mas o hit fracassou nas paradas. Grahan Nash tentou fazer os Hollies mudar de postura musical, mas acabou sozinho. Saiu e nos Estados Unidos criou o trio Crosby, Stills and Nash. A vaga é ocupada por Terry Sylvester. Em 1971 é a vez de Allan Clarke seguir carreira-solo, deixando o microfone para Mikael Rickfors. O problema é que ele não conseguia cantar em inglês com facilidade. Passou por vários vexames em shows da banda. 
Os Hollies saíram da Parlophone e assinaram com a Polydor. Sentiram o gosto do sucesso outra vez com a canção "The Baby". Porém, a ex-gravadora lançou a gravação de "Long Cool Woman", na voz de Allan Clarke, quando ainda era vocalista do grupo. A explosão nas paradas o levou novamente ao vocal dos Hollies em 1973. Ficou na banda até 2002. 
Aos trancos e barrancos, a banda continuou lançando álbuns e viajando para diversos shows. Atualmente, eles se apresentam de vez em quando, com apenas dois de seus integrantes originais




segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

The Crusaders: apesar das baixas, ainda continuam na estrada

The Crusaders é o exemplo típico da longevidade na espinhosa estrada do show-biz. O conjunto surgiu em 1952 na cidade de Houston (Texas), sob a batuta do pianista Joe Sample, o baterista Stix Hooper, o saxofonista Wilton Felder e o trombonista Wayne Henderson. Como ocorre nos Estados Unidos, a meca da música é Los Angeles (seria em termos musicais o Rio de Janeiro) e para lá foram os primeiros membros da banda. Em 1960 assinaram contrato com a Pacific Jazz Records e ali ficariam dez anos. No início da década de 1970 já eram conhecidos pelos norte-americanos por misturar Jazz, Pop e Soul, espalhando adrenalina por onde passavam.  A mistura deu certo, porque desde os anos de 1960 até agora, já gravaram mais 40 álbuns, alguns ao vivo e outros de estúdio.  A grande sacada dos Crusaders foi colocar na linha de frente trombone e saxofone, solidificando as raízes no Hard Pop, mas enfatizando em R&B e Soul. Em 1971 adotaram o estilo Jazz/Funk, além de incorporar o baixo elétrico e guitarra. Nessa época entraram no grupo, o baixista Robert "Pops" Popwell e o guitarrista Larry Carlton. A pegada da dupla ficou caracterizada na maioria dos álbuns gravados durante a década de 1970. O novo método de trabalho resultou em canções estourando nas paradas pop da Billboard.
O auge chegou em 1979, com o disco Street Life, que alcançou o posto 18 nas paradas de discos pop da Billboard e 36 na Billboard Hot 100. Cinco anos antes, Henderson deixou a banda, após o lançamento do 28º disco, para seguir carreira-solo. A saída obrigou os Crusaders mudar de estilo, pois em 1983  Stix Hooper, um dos fundadores do conjunto no início da década de 1950, pulou fora do barco. Terminou a fase mais popular do grupo.
Continuaram gravando, mas nos anos de 1990, a maioria dos seus  membros originais já tinham escolhido carreira-solo. Em 1991, apenas Wilton Felder e Joe Sample permaneciam como músicos desde a fundação da banda. Mesmo assim, conseguiram chegar aos primeiros lugares na parada Top Jazz. Depois não lançaram mais nenhum CD até 2001. Nas tentativas anteriores, os hits não se pareciam com o estilo acústico da época áurea da banda, na década de 1970.
Em 2003, Felder e Hooper procuraram dar fôlego novo aos Crusaders ao gravar CD com as presenças de Ray Parker Jr e Eric Clapton. Sete anos depois, Joe Sample divulgou turnê de reencontro com Wayne Henderson e Wilton Felder, mas sem a presença de Stix Hooper. Era a primeira reunião dos membros fundadores dos Crusaders desde 1974. Os shows se transformaram num álbum.



Spyro Gyra é a beleza pura do Smooth Jazz











O som do grupo Spyro Gyra é inesquecível,  fazendo jus aos excelentes conjuntos de Smooth Jazz dos Estados Unidos. O primeiro álbum da banda, Morning Dance, saiu em 1979 e chegou ao hit Top 40 das paradas dos Estados Unidos. A canção "Breakout" ficou igual pipoca em porta de cinema. Outra faixa, "Calypso", também marcou e entrou nas listas dos grandes sucessos.
Em 32 anos de estrada já venderam 11 milhões de discos em todo o mundo. Mesmo assim não se acomodaram, como ocorreu com diversos artistas, que perderam a inspiração para lançar novos trabalhos. Conformaram-se de viver de direitos autorais e de shows repletos de flash backs.  
Nesta caminhada, em 2001, lançaram o álbum Modern Times, depois vieram Original Cinema (2003), The Deep End (2004) e Wrapped in a Dream (2006). A ideologia musical do Spyro Gyra é a seguinte, segundo um dos fundadores da banda, Jay Beckenstein: "Acreditamos que a única coisa que estamos fazendo em determinado momento é o melhor que já fizemos. Queremos sempre manter essa filosofia, porque é isso que nos impulsiona para frente. Não nos conformamos de jogar os hits nas paradas e depois cobrar o cheque". 
Apesar do grande profissionalismo, a Spyro Gyra  nunca se imaginaram uma banda pop, apenas um conjunto que gosta de apostar sempre na criatividade.
Isto é possível ver no Spyro Gyra Good to Go-Go, lançado em 2009.  Como sempre, os arranjos sofisticados predominam em todo o CD, cujo tema principal foi escrito por Beckenstein, recheado com o magnífico teclado de Tom Schuman e o inebriante solo de guitarra de Julio Fernandez.  Na faixa "Get Busy", o sax soprano deixa os nosso ouvidos bem massageados. Na segunda parte da canção, Scott Ambush dá verdadeira aula de como tocar baixo. Nem a entrada do novo baterista e percussionista Bonny B, tirou o brilho do álbum. A faixa "Jam Up" é outra pérola deste magnífico trabalho. 
Com este CD, o grupo pegou a estrada e durante vários meses os fãs de Smooth Jazz agradeceram ao saber que, apesar da mediocridade da indústria da música atual, ainda há vida inteligente em cima de alguns palcos. Ou seja, ainda vale apena investir alguns dólares, euro ou reais para assistir shows de quem é competente; não um cavalo de troia decorado por empresários sacanas e marqueteiros mal- intencionados. 
A entrada de Bonny B trouxe sabor exótico ao Spyro Gyra, assim como o excelente violino de Christian Howes, ao fundir Jazz, Bluess, Folk e Pop. Nesta pegada, os meninos terão muita estrada para percorrer. Os fãs de boa música agradecem.







domingo, 11 de dezembro de 2011

João Bosco: o mineiro arretado da MPB


João Bosco é um dos grandes nomes da MPB. Foi o talento que a engenharia civil perdeu para a música em 1972. Aos 4 anos de idade, em 1950, já cantava nas missas de Ponte Nova (Minas Gerais), onde nasceu. Quando tinha 12 anos ganha seu primeiro violão e forma a banda de rock X-Gare. Mas como toda família do Interior, os pais incentivam João Bosco a investir nos estudos. Em 1967, aos 21 anos, ingressa na universidade para cursar Engenharia, saindo com o canudo cinco anos. Nesse mesmo período conhece Vinicius de Morais e faz parceria  em algumas canções com o poetinha. Três anos depois, em 1970, aparece o psiquiatra Aldir Blanc, com quem iria compor canções inesquecíveis, inclusive a clássica o "Bêbado e a Equilibrista", sucesso eterno na voz de Elis Regina.
No ano de 1972 grava o disco de bolso, projeto do jornal alternativo O Pasquim. A curiosidade é que João Bosco divide o vinil com Tom Jobim, já famoso e ele ainda desconhecido. Mas seu destino na história da MPB estava sendo selado, quando entra em seu caminho Elis Regina. Ela grava a composição "Bala com Bala" da rica parceria Bosco/Blanc. Em 1973 troca Minas Gerais pelo Rio de Janeiro e tudo muda para melhor. É convocado para o time da gravadora RCA Victor.
Igual faminto diante do prato de comida, Bosco/Blanc passam a produzir diversas obras-primas: "O Mestre Sala dos Mares" (em homenagem ao marinheiro João Cândido, negro que liderou seus companheiros pelo fim dos castigos na Marinha em 1910, movimento conhecido como Revolta da Chibata), "Dois pra Lá e Dois pra Cá", "Caça à Raposa". A segunda metade da década de 1970 trouxe lindas canções como "Kid Cavaquinho", Incompatibilidade de Gênio" (imortalizada na voz de Clementina de Jesus), "O Ronco da Cuíca", "Transversal do Tempo" e "Falso Brilhante".
Cientes das sacanagens cometidas contra os compositores, Bosco/Blanc são expulsos da Sicam (Sociedade Independente de Compositores e Autores Musicais) por causa da luta pelo pagamento correto dos direitos autorais. Até hoje, essa situação não foi resolvida, com a dupla ficando sem o dinheiro do hit "O Bêbado e a Equilibrista", escolhida entre 14 melhores canções brasileiras do século XX.
Em 1983, João Bosco faz sua primeira apresentação internacional no Festival de Montreux, registrada com sucesso pela gravadora Barclay. A crítica europeia o elogia pela atuação. No ano seguinte lança o álbum Gagabirô e passa a compor sozinho e firma outras parcerias. Desta época, explode nas paradas com "Papel Machê", escrita junto com Capinam. Quatro anos depois consolida a carreira no Exterior ao produzir o primeiro álbum pela CBS Records.
Em 1992 lança o disco Zona de Fronteira, pela Sony Music, numa mescla de vários ritmos e culturas. Emenda com diversos shows pelo Brasil e Europa.  Três anos após, recria 14 músicas de várias épocas, como Villa-Lobos, Noel Rosa, Ary Barroso, Caetano Veloso e Chico Buarque, para o CD Dá Licença meu Senhor. Com o talento reconhecido mundo afora, passa a participar de inúmeros festivais na Europa e Estados Unidos. O ano 2000 marca a gravação do 20º disco de sua carreira, além da consolidação da parceria com o filho Francisco Bosco. O álbum mistura ritmos afro-americanos, cubanos e brasileiro, além de clássicos como "Siboney", autoria de Lecuona, e "True Love", de Cole Porter.



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

João Nogueira: o homem do nó da madeira


O balanço dos sambas de João Nogueira é inesquecível, principalmente de um dos seus maiores sucessos: "Nó na Madeira", responsável por colocá-lo nas paradas, numa época em que era difícil tocar samba em rádio ou aparecer em programas de televisão.
O envolvimento com a música começou cedo, aos 17 anos; em 1958, quando já era diretor de bloco carnavalesco no bairro carioca do Méier. Naquela mesma época gravou pelo selo Copacabana a canção "Espera, ó Nega", acompanhado pelo grupo que mais tarde seria conhecido como Nosso Samba, responsável por tocar com Clara Nunes e depois Bezerra da Silva, além de participar de gravações de estúdios de vários sambistas.
Doze anos após, em 1970, Elizeth Cardoso gostou da letra "Corrente de Aço" e resolveu colocar no seu disco. Em 1971, Clara Nunes fez o mesmo com "Meu Lema" e Eliana Pittman", com "Das Duzentas pra Lá". Esta última composição defendia a ampliação do mar territorial do Brasil para 200 milhas, bandeira adotada pela Ditadura Militar. Por causa disso, João sofreu perseguição. Um de seus maiores sucessos "Nó na Madeira" teve como parceiro um amigo que trabalhava com ele num banco. Logo, após deixou esse emprego e mergulhou na vida de artista.
Nesta mesma época entrou para a ala de compositores da Portela, onde venceu o concurso de samba enredo com a letra "Sonho de Bamba". Mais tarde, insatisfeito com os rumos que a escola havia tomado, saiu com outros sambistas e ajudou a criar a escola de samba Tradição. Também participou da fundação do bloco Clube do Samba, visando a revitalizar o carnaval de rua carioca.
Durante 40 anos, até morrer em junho de 2000, João Nogueira gravou 18 discos, e compôs diversas obras-primas ao lado de Paulo César Pinheiro entre outros. Fã de Noel Rosa e Wilson Batista, sempre procurava se espelhar no estilo de cantar e escrever de ambos. Ele era um artista antenado e procurava passar em suas músicas, a preocupação com o bem-estar da população. Não cantava samba por curtição, mas tentava mostrar que o artista precisa ter interesse pelos problemas que afligem seus fãs. Algo raro na nova safra de sambistas, a maioria interessada em namorar loiras, modelos ou atrizes de novela.




quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mandrill mantém a marca do som psicodélico

Em 1968, os Estados Unidos ganhavam mais uma banda de funk, formada no bairro do Brooklyn, Nova York pelos irmãos Carlos Wilson (trombone, vocal), Lou Wilson (trompete e vocais) e Ric Wilson (sax e vocais). Mais tarde entraram no grupo o baixista Bundy Cenas, Neftali Santiago (baterista e percussionista), Juaquin Jessup (guitarra, percussão e vocal), Charles Prado (baterista), Claude Cave II (tecladista e vocal e Fudgie Kae Salomão (baixista) e Omar Mesa (guitarrista).
A grande jogada da banda Mandrill foi misturar Funk com Salsa, Rock, Blues e Soul. O resultado disso, 40 anos depois, acabou nas mãos de artistas como Public Enemy, Shawty Lo, Big L, Kanye West, Eminen entre outros.
Algumas das canções do grupo entraram nas trilhas sonoras de filmes como The Greatest (1977) e The Warriors (1979). Composite Truth, de 1973, é dos melhores álbuns  da banda. Uma das marcas registradas da Mandrill é tocar um som amplamente progressista, classificado pelos críticos como World Music, pois misturam diversos ritmos dançantes. Apesar que tocando Funk e Soul, eles revelam a força da black music norte-americana, principalmente numa forte base de metais. Exemplo disso é o hit "On Fire", "Two Words", premiado com Grammy na voz de Kanye West. "Dey Know" é outra nitroglicerina pura. Assim como a canção "Weekends", regravada pelos Black Eyed Peas.  A Mandrill é um conjunto que não precisa provar mais nada a ninguém. Já deixou seu nome na história da música.
O projeto bem recente da banda é um DVD/CD, gravado no Festival de Montreax, incluindo entrevistas com membros da banda, galeria de fotos, além de concerto com 90 minutos de excelente canções. Nesta apresentação misturam Funk, R&B, ritmos latinos, Jazz e Rock. Colocaram neste show os hits "Fendewalk", "House of Wood", "Peace and Love" e outras pérolas produzidas nos últimos 43 anos de estrada. Para manter o estilo década de 1960, não deixaram de fora as mensagens positivas de justiça, paz e harmonia social. É excelente oportunidade para ouvir "Meat Mango", "Ape is High", "Git It All", "Rollin ´On". A banda continua colaborando para arrecadar fundos visando o sustento de crianças refugiadas de guerra, além de ser grande crítica da destruição das florestas, principalmente no continente africano.



Roy Orbison, o mestre das baladas de amores perdidos

Roy Orbison foi um dos pioneiros do Rock na década de 1950. Sua carreira durou 40 anos, quando morreu em 6 de dezembro de 1988 aos 52 anos. Conhecido por suas baladas sobre amores perdidos, melodias bem avançadas para sua época, timbre vocal de três oitavas, além do seu característico óculos de hastes pretas. Até hoje é sucesso nas rádios e bailes os hits "Only The Lonely", "Oh, Pretty Woman" (trilha sonora do filme Uma Linda Mulher com Richard Gere e Julia Roberts na década de 1980), e "Crying", entre outros.
Quando tinha seis anos de idade, ganhou a primeira guitarra dos pais. Morando no Texas, acabou influenciado pelo Gospel e Country Music. Logo os familiares o incentivaram a cantar em shows. Aos 10 anos estreou num programa de rádio e recebeu o primeiro pagamento como cantor num concurso de talentos.
Na adolescência já viajava pelo Estado do Texas. Aos 13 anos, em 1949, formou a banda The Wink Wesrners, composta por amigos de escola. Quando estava na Universidade do Texas, cursando Geologia, pois o pai trabalhava nos campos de petróleo da região, acabou influenciado pelo amigo Pat Boone e criou outra banda. Depois de formado, mexia com petróleo durante o dia e a noite tocava nos bares da cidade.
As apresentações chamaram a atenção de Johnny Cash. Aconselhado por ele, enviou uma fita do hit "Ooby Dooby" para Sam Philips (que mais tarde descobriria Elvis Presley) da Sun Records. Aprovado, a canção vendeu 20 mil cópias de discos. O plano de atuar como compositor mudou e passou a gravar suas próprias músicas. O timbre de sua voz forte e a característica de permanecer em tons agudos agradaram o público.
Estes detalhes, na segunda metade da década de 1950, confundiram diversos DJs, pois achavam que ele fosse negro, por causa da voz. Em 1958, o grupo The Everly Brothers gravou o hit "Claudette", composição em homenagem a sua primeira mulher.
Tempos depois, como agradecimento, Robinson, gravou dois de seus grandes sucessos "Bye Bye Love", do álbum Lonely & Blue (1960), e "All I Have To Do is Dream", do disco In Dreams (1963). O dinheiro ganho com direitos autorais de "Claudette" o retirou da Sun Records e o levou para a Monument Records. Ali estourou com "Up Town" (1960). Nesse mesmo ano Elvis Presley e Everly Brothers recusaram gravar "Only The Lonely". Orbison resolveu cantá-la, vendeu 2 milhões de cópias e chegou ao topo das paradas da Grã Bretanha e quase repete o mesmo nos Estados Unidos.
A praia de Orbison era interpretar baladas românticas para disfarçar sua timidez. Assim investiu em "Blue Angel", "Running Scared", "Crying", "Dream Baby", "Blue Bayou" e "In Dreams". Nem os Beatles conseguiram incomodá-lo nas paradas norte-americanas. No auge dos meninos de Liverpool, ele estourou na Inglaterra com os hits "It´s Over" e "Oh, Pretty Woman", que vendeu 7 milhões de discos em 1964. O ibope de Orbison era tão alto, que Paul McCartney e seus amigos  ficaram orgulhosos de fazer uma turnê ao seu lado em 1963. Seria o Otis Redding branco, que teve forte influência sobre os Rolling Stones.
 Em 1965 assinou com a MGM Records apostando na carreira de ator, mas acabou fracassando. Mas o sucesso não o livrou da tragédia de perder sua mulher Claudette, em 1966, num acidente ao cair do banco traseiro de uma moto. Dois anos depois um incêndio matou dois de seus três filhos. Em 1969 casaria com Barbara, falecida em 7 dezembro de 2011, com quem viveu até sua morte em 1988.
Na década de 1970 enfrentou problemas financeiros, passou por cirurgia do coração em 1979. No ano seguinte ganhou o Grammy pelo dueto com Emmylou Harris no hit " That Lovin´You Fellin´ Again". Em 1986, o sucesso "In Dreams" fez parte da trilha sonora do filme Veludo Azul.
 Mesmo com toda essa bagagem, só acabou incluído na Hall da Fama do Rock em 1987. Nessa época assinou contrato com a Virgin Records e regravou todos seus sucessos. Também uniu-se a George Harrison, Bob Dylan, Tom Petty e Jeff Lynne formando os Traveling Wilburys. Conquistaram o Grammy. Porém um ataque cardíaco encerrou a rica carreira de Orbison. O lançamento do álbum póstumo em 1989 acabou considerado pela crítica como o mais bem-sucedido de toda sua vida, pelo fato de conter canções que revelavam um homem descontraído, com uma voz soando bem melhor. Todos os seus grandes sucessos estão reunidos no álbum The Very Best of Roy Orbison.








domingo, 27 de novembro de 2011

Som nota 1000 da The JB´s

Quem acompanhou a carreira de James Brown nunca se esquecerá da banda The JB´s. Lendários músicos responsáveis pelo melhor som instrumental do pai do Funk. Deram mostra disto quando Brown apresentou-se no ginásio do Palmeiras, em São Paulo, em 1978. Percussão, metais e cordas tocando numa sintonia inesquecível. Para fazer comparação, é multiplicar por cem o excelente som da banda Vitória Régia, conjunto que trabalhou com Tim Maia durante vários anos.
A espinha dorsal da The JB´s eram os saxofonistas Maceo Parker e Alfred "Pee Wee" Ellis e o trombonista Fred Wesley. O trio entrou no conjunto durante a década de 1960.
No período 1970/1975, sob a batuta de Wesley, eles gravaram alguns álbuns próprios, a maioria instrumental. A primeira versão oficial da The JB´s ocorreu em 1970, após se destacar como banda regular de James Brown. O pai do Funk cobrava muito empenho profissional de todos seus músicos. Abria exceção apenas em relação ao organista/vocalista Bobby Byrd. Ele foi trazido de Cincinnati, Estado de Ohio, onde tocava no grupo de R&B: The Pacemakers, também foram incorporados ao conjunto os irmãos Phelps "Catfish" Collins (guitarra) e William "Bootsy" Collins (contrabaixo).
Ambos tiveram grande importância para Brown cantar um Funk mais pesado, onde naipe de metais e contrabaixo incendiavam qualquer baile.
É nessa época que Wesley  aceita convite para ser diretor musical da The JB´s. Porém, apenas alguns meses mais tarde, os irmãos Collins deixam o grupo. Incorporam-se ao grupo o guitarrista Hearlon "Cheese" Martin, o baterista John "Jabo" Starks, o sax-tenor Clair Pinckney, o baixista Fred Thomas e o saxofonista Jimmy Parker. Entrariam também os trombonistas Jerone "Jasaan" Sanford, Russel Crimes e Isiah "Ike" Oakley.
Com todos entrosados, a The JB´s começa a visitar as paradas de sucesso dos Estados Unidos. Os hits "Pass The Peas" e "Gimme Some More", em 1971, são exemplo disto. No início de 1973, outra canção chega ao Top da R&B da Billboard: "Doing It to Death". É forte a influência de Fred Wesley nos arranjos. Brown convence Maceo Parker a dividir a responsabilidade de apimentar mais o molho do Soul e Funk tocados pela banda. Resultado: a composição "Soul Power" (1974) fica entra as 20 mais das paradas de R&B.
No final daquele ano, a carreira de Brown começa perder brilho. O mesmo ocorre com a The JB´s, mesmo após emplacar o hit "Papa Don´t Take no Mess", sucesso em bailes de todo o mundo. Em 1975, Wesley sai do grupo para tocar ao lado de George Clinton, seguidos de Maceo Parker, o baixista Thomas, os bateristas Starks e Morgan, o guitarrista Martin e o saxofonista Jimmy Parker.
Com James Brown ficaram Jimmy Nolen e Russel Crimes. Em 1976, Brown volta às paradas cantando "Everybody Wanna Get Funky one More Time". A partir daí, surgem várias versões da The JB´s. Nas décadas de 1980, 1990 e 2000, Wesley, Parker e Alfred Ellis excursionaram pela Europa ao lado de Bobby Byrd e chegaram a gravar álbum, em 1988, contando com Pee Wee (saxofonista), Fred (trombonista) e Maceo (saxofonista). Nos anos de 1990, faziam shows usando o nome de JB Horns. As melhores turnês da banda ocorreram em 2002, quando lançaram o álbum Bring The Funk On Down. Dele participaram o contrabaixista Bootsy Collins e o baterista Jabo Starks.

















terça-feira, 22 de novembro de 2011

Johnny Mathis tornou inesquecíveis diversas canções



A voz de Johnny Mathis é inconfundível, principalmente interpretando baladas. Sem qualquer sombra de dúvida, é o Cauby Peixoto dos Estados Unidos. Nascido no Texas, em setembro de 1935, viveu parte da infância em San Francisco, Califórnia. Ali começou a cantar, primeiro em escolas e depois nos eventos da igreja. Seu pai logo percebeu o talento precoce, aos 13 anos, e o matriculou numa escola de canto. O estudo incluiu treinamento de Ópera, modalidade que exige prolongamento dos agudos.
 Mas Johnny Mathis era atleta que não fazia feio no campo esportivo. Chegou a ganhar bolsa de estudo para esportistas na Faculdade Estadual de San Francisco. Onde permaneceu boa parte de sua vida dedicada ao esporte, inclusive quebrando o recorde mundial de salto alto do basquetebol, cujo registro mais alto foi de Bill Russel, pulando 1,96 metro. Naquela época, apenas quatro atletas tinham conseguido alcançar esta altura. 
Mas o destino tem planos desconhecidos pelo homem. Enquanto treinava para se tornar professor de Educação Física, aproveitava para mostrar seu talento num concerto e assinou contrato com a Columbia Records. Logo entrou numa sinuca de bico: disputar as provas olímpicas, para as quais fora convidado, ou manter compromisso para iniciar suas primeiras gravações em 1956, quando contava com 21 anos? Continuou gostando do esporte, principalmente do golfe, mas para felicidades dos nossos ouvidos optou pela carreira artística. 
Embora seja lembrado como cantor romântico, seu portfólio inclui Jazz, MPB, Soul, R&B, Soft Rock, Música Flamenca e outros diversos estilos, que somente um grande intérprete é capaz de colocar sua voz. Os primeiros discos não venderam muito. Porém, o tempo tratou de desfazer esta imagem errônea. Já gravou mais de 130 álbuns e vendeu  350 milhões de discos. É o artista com o contrato mais longo numa única gravadora (Columbia), na primeira fase de 1956 a 1963 e de 1968 até hoje. É um dos únicos a manter carreira com mais de 60 anos sem nenhum intervalo. É o terceiro cantor que mais sucesso faz nos Estados Unidos. Já ganhou três Grammies. Os programas de televisão norte-americanos tiveram 300 vezes a presença de Johnny Mathis. 
Para não sobrecarregar sua voz,  limitou entre 50 e 60 apresentações durante o ano. 
O lançamento de seu álbum comemorativo aos 25 anos de trabalho, em 1981, ficou 9,5 anos no topo das paradas da Billboard, valendo-lhe um lugar no Guinness Book. Também teve cinco de seus discos na Billboard, simultaneamente. Só igualado por Frank Sinatra e Barry Manilow. Já lançou 200 singles e tem 71 músicas fazendo sucesso em todo o mundo. 
Suas canções de sucesso, entre muitas, incluem "Evie", My Love For You", "Mariah", "Chances Are", "It´s Not  For Me To Say", "Wonderful! Wonderful!", "The Twelfth of  Never", "Wild is The Wind", "Misty", "Little", "Gina", "The Shadow of  Smile", "Love is Blue" e "Love Story".