Postagem em destaque

#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

The Crusaders: apesar das baixas, ainda continuam na estrada

The Crusaders é o exemplo típico da longevidade na espinhosa estrada do show-biz. O conjunto surgiu em 1952 na cidade de Houston (Texas), sob a batuta do pianista Joe Sample, o baterista Stix Hooper, o saxofonista Wilton Felder e o trombonista Wayne Henderson. Como ocorre nos Estados Unidos, a meca da música é Los Angeles (seria em termos musicais o Rio de Janeiro) e para lá foram os primeiros membros da banda. Em 1960 assinaram contrato com a Pacific Jazz Records e ali ficariam dez anos. No início da década de 1970 já eram conhecidos pelos norte-americanos por misturar Jazz, Pop e Soul, espalhando adrenalina por onde passavam.  A mistura deu certo, porque desde os anos de 1960 até agora, já gravaram mais 40 álbuns, alguns ao vivo e outros de estúdio.  A grande sacada dos Crusaders foi colocar na linha de frente trombone e saxofone, solidificando as raízes no Hard Pop, mas enfatizando em R&B e Soul. Em 1971 adotaram o estilo Jazz/Funk, além de incorporar o baixo elétrico e guitarra. Nessa época entraram no grupo, o baixista Robert "Pops" Popwell e o guitarrista Larry Carlton. A pegada da dupla ficou caracterizada na maioria dos álbuns gravados durante a década de 1970. O novo método de trabalho resultou em canções estourando nas paradas pop da Billboard.
O auge chegou em 1979, com o disco Street Life, que alcançou o posto 18 nas paradas de discos pop da Billboard e 36 na Billboard Hot 100. Cinco anos antes, Henderson deixou a banda, após o lançamento do 28º disco, para seguir carreira-solo. A saída obrigou os Crusaders mudar de estilo, pois em 1983  Stix Hooper, um dos fundadores do conjunto no início da década de 1950, pulou fora do barco. Terminou a fase mais popular do grupo.
Continuaram gravando, mas nos anos de 1990, a maioria dos seus  membros originais já tinham escolhido carreira-solo. Em 1991, apenas Wilton Felder e Joe Sample permaneciam como músicos desde a fundação da banda. Mesmo assim, conseguiram chegar aos primeiros lugares na parada Top Jazz. Depois não lançaram mais nenhum CD até 2001. Nas tentativas anteriores, os hits não se pareciam com o estilo acústico da época áurea da banda, na década de 1970.
Em 2003, Felder e Hooper procuraram dar fôlego novo aos Crusaders ao gravar CD com as presenças de Ray Parker Jr e Eric Clapton. Sete anos depois, Joe Sample divulgou turnê de reencontro com Wayne Henderson e Wilton Felder, mas sem a presença de Stix Hooper. Era a primeira reunião dos membros fundadores dos Crusaders desde 1974. Os shows se transformaram num álbum.



Spyro Gyra é a beleza pura do Smooth Jazz











O som do grupo Spyro Gyra é inesquecível,  fazendo jus aos excelentes conjuntos de Smooth Jazz dos Estados Unidos. O primeiro álbum da banda, Morning Dance, saiu em 1979 e chegou ao hit Top 40 das paradas dos Estados Unidos. A canção "Breakout" ficou igual pipoca em porta de cinema. Outra faixa, "Calypso", também marcou e entrou nas listas dos grandes sucessos.
Em 32 anos de estrada já venderam 11 milhões de discos em todo o mundo. Mesmo assim não se acomodaram, como ocorreu com diversos artistas, que perderam a inspiração para lançar novos trabalhos. Conformaram-se de viver de direitos autorais e de shows repletos de flash backs.  
Nesta caminhada, em 2001, lançaram o álbum Modern Times, depois vieram Original Cinema (2003), The Deep End (2004) e Wrapped in a Dream (2006). A ideologia musical do Spyro Gyra é a seguinte, segundo um dos fundadores da banda, Jay Beckenstein: "Acreditamos que a única coisa que estamos fazendo em determinado momento é o melhor que já fizemos. Queremos sempre manter essa filosofia, porque é isso que nos impulsiona para frente. Não nos conformamos de jogar os hits nas paradas e depois cobrar o cheque". 
Apesar do grande profissionalismo, a Spyro Gyra  nunca se imaginaram uma banda pop, apenas um conjunto que gosta de apostar sempre na criatividade.
Isto é possível ver no Spyro Gyra Good to Go-Go, lançado em 2009.  Como sempre, os arranjos sofisticados predominam em todo o CD, cujo tema principal foi escrito por Beckenstein, recheado com o magnífico teclado de Tom Schuman e o inebriante solo de guitarra de Julio Fernandez.  Na faixa "Get Busy", o sax soprano deixa os nosso ouvidos bem massageados. Na segunda parte da canção, Scott Ambush dá verdadeira aula de como tocar baixo. Nem a entrada do novo baterista e percussionista Bonny B, tirou o brilho do álbum. A faixa "Jam Up" é outra pérola deste magnífico trabalho. 
Com este CD, o grupo pegou a estrada e durante vários meses os fãs de Smooth Jazz agradeceram ao saber que, apesar da mediocridade da indústria da música atual, ainda há vida inteligente em cima de alguns palcos. Ou seja, ainda vale apena investir alguns dólares, euro ou reais para assistir shows de quem é competente; não um cavalo de troia decorado por empresários sacanas e marqueteiros mal- intencionados. 
A entrada de Bonny B trouxe sabor exótico ao Spyro Gyra, assim como o excelente violino de Christian Howes, ao fundir Jazz, Bluess, Folk e Pop. Nesta pegada, os meninos terão muita estrada para percorrer. Os fãs de boa música agradecem.







domingo, 11 de dezembro de 2011

João Bosco: o mineiro arretado da MPB


João Bosco é um dos grandes nomes da MPB. Foi o talento que a engenharia civil perdeu para a música em 1972. Aos 4 anos de idade, em 1950, já cantava nas missas de Ponte Nova (Minas Gerais), onde nasceu. Quando tinha 12 anos ganha seu primeiro violão e forma a banda de rock X-Gare. Mas como toda família do Interior, os pais incentivam João Bosco a investir nos estudos. Em 1967, aos 21 anos, ingressa na universidade para cursar Engenharia, saindo com o canudo cinco anos. Nesse mesmo período conhece Vinicius de Morais e faz parceria  em algumas canções com o poetinha. Três anos depois, em 1970, aparece o psiquiatra Aldir Blanc, com quem iria compor canções inesquecíveis, inclusive a clássica o "Bêbado e a Equilibrista", sucesso eterno na voz de Elis Regina.
No ano de 1972 grava o disco de bolso, projeto do jornal alternativo O Pasquim. A curiosidade é que João Bosco divide o vinil com Tom Jobim, já famoso e ele ainda desconhecido. Mas seu destino na história da MPB estava sendo selado, quando entra em seu caminho Elis Regina. Ela grava a composição "Bala com Bala" da rica parceria Bosco/Blanc. Em 1973 troca Minas Gerais pelo Rio de Janeiro e tudo muda para melhor. É convocado para o time da gravadora RCA Victor.
Igual faminto diante do prato de comida, Bosco/Blanc passam a produzir diversas obras-primas: "O Mestre Sala dos Mares" (em homenagem ao marinheiro João Cândido, negro que liderou seus companheiros pelo fim dos castigos na Marinha em 1910, movimento conhecido como Revolta da Chibata), "Dois pra Lá e Dois pra Cá", "Caça à Raposa". A segunda metade da década de 1970 trouxe lindas canções como "Kid Cavaquinho", Incompatibilidade de Gênio" (imortalizada na voz de Clementina de Jesus), "O Ronco da Cuíca", "Transversal do Tempo" e "Falso Brilhante".
Cientes das sacanagens cometidas contra os compositores, Bosco/Blanc são expulsos da Sicam (Sociedade Independente de Compositores e Autores Musicais) por causa da luta pelo pagamento correto dos direitos autorais. Até hoje, essa situação não foi resolvida, com a dupla ficando sem o dinheiro do hit "O Bêbado e a Equilibrista", escolhida entre 14 melhores canções brasileiras do século XX.
Em 1983, João Bosco faz sua primeira apresentação internacional no Festival de Montreux, registrada com sucesso pela gravadora Barclay. A crítica europeia o elogia pela atuação. No ano seguinte lança o álbum Gagabirô e passa a compor sozinho e firma outras parcerias. Desta época, explode nas paradas com "Papel Machê", escrita junto com Capinam. Quatro anos depois consolida a carreira no Exterior ao produzir o primeiro álbum pela CBS Records.
Em 1992 lança o disco Zona de Fronteira, pela Sony Music, numa mescla de vários ritmos e culturas. Emenda com diversos shows pelo Brasil e Europa.  Três anos após, recria 14 músicas de várias épocas, como Villa-Lobos, Noel Rosa, Ary Barroso, Caetano Veloso e Chico Buarque, para o CD Dá Licença meu Senhor. Com o talento reconhecido mundo afora, passa a participar de inúmeros festivais na Europa e Estados Unidos. O ano 2000 marca a gravação do 20º disco de sua carreira, além da consolidação da parceria com o filho Francisco Bosco. O álbum mistura ritmos afro-americanos, cubanos e brasileiro, além de clássicos como "Siboney", autoria de Lecuona, e "True Love", de Cole Porter.



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

João Nogueira: o homem do nó da madeira


O balanço dos sambas de João Nogueira é inesquecível, principalmente de um dos seus maiores sucessos: "Nó na Madeira", responsável por colocá-lo nas paradas, numa época em que era difícil tocar samba em rádio ou aparecer em programas de televisão.
O envolvimento com a música começou cedo, aos 17 anos; em 1958, quando já era diretor de bloco carnavalesco no bairro carioca do Méier. Naquela mesma época gravou pelo selo Copacabana a canção "Espera, ó Nega", acompanhado pelo grupo que mais tarde seria conhecido como Nosso Samba, responsável por tocar com Clara Nunes e depois Bezerra da Silva, além de participar de gravações de estúdios de vários sambistas.
Doze anos após, em 1970, Elizeth Cardoso gostou da letra "Corrente de Aço" e resolveu colocar no seu disco. Em 1971, Clara Nunes fez o mesmo com "Meu Lema" e Eliana Pittman", com "Das Duzentas pra Lá". Esta última composição defendia a ampliação do mar territorial do Brasil para 200 milhas, bandeira adotada pela Ditadura Militar. Por causa disso, João sofreu perseguição. Um de seus maiores sucessos "Nó na Madeira" teve como parceiro um amigo que trabalhava com ele num banco. Logo, após deixou esse emprego e mergulhou na vida de artista.
Nesta mesma época entrou para a ala de compositores da Portela, onde venceu o concurso de samba enredo com a letra "Sonho de Bamba". Mais tarde, insatisfeito com os rumos que a escola havia tomado, saiu com outros sambistas e ajudou a criar a escola de samba Tradição. Também participou da fundação do bloco Clube do Samba, visando a revitalizar o carnaval de rua carioca.
Durante 40 anos, até morrer em junho de 2000, João Nogueira gravou 18 discos, e compôs diversas obras-primas ao lado de Paulo César Pinheiro entre outros. Fã de Noel Rosa e Wilson Batista, sempre procurava se espelhar no estilo de cantar e escrever de ambos. Ele era um artista antenado e procurava passar em suas músicas, a preocupação com o bem-estar da população. Não cantava samba por curtição, mas tentava mostrar que o artista precisa ter interesse pelos problemas que afligem seus fãs. Algo raro na nova safra de sambistas, a maioria interessada em namorar loiras, modelos ou atrizes de novela.




quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mandrill mantém a marca do som psicodélico

Em 1968, os Estados Unidos ganhavam mais uma banda de funk, formada no bairro do Brooklyn, Nova York pelos irmãos Carlos Wilson (trombone, vocal), Lou Wilson (trompete e vocais) e Ric Wilson (sax e vocais). Mais tarde entraram no grupo o baixista Bundy Cenas, Neftali Santiago (baterista e percussionista), Juaquin Jessup (guitarra, percussão e vocal), Charles Prado (baterista), Claude Cave II (tecladista e vocal e Fudgie Kae Salomão (baixista) e Omar Mesa (guitarrista).
A grande jogada da banda Mandrill foi misturar Funk com Salsa, Rock, Blues e Soul. O resultado disso, 40 anos depois, acabou nas mãos de artistas como Public Enemy, Shawty Lo, Big L, Kanye West, Eminen entre outros.
Algumas das canções do grupo entraram nas trilhas sonoras de filmes como The Greatest (1977) e The Warriors (1979). Composite Truth, de 1973, é dos melhores álbuns  da banda. Uma das marcas registradas da Mandrill é tocar um som amplamente progressista, classificado pelos críticos como World Music, pois misturam diversos ritmos dançantes. Apesar que tocando Funk e Soul, eles revelam a força da black music norte-americana, principalmente numa forte base de metais. Exemplo disso é o hit "On Fire", "Two Words", premiado com Grammy na voz de Kanye West. "Dey Know" é outra nitroglicerina pura. Assim como a canção "Weekends", regravada pelos Black Eyed Peas.  A Mandrill é um conjunto que não precisa provar mais nada a ninguém. Já deixou seu nome na história da música.
O projeto bem recente da banda é um DVD/CD, gravado no Festival de Montreax, incluindo entrevistas com membros da banda, galeria de fotos, além de concerto com 90 minutos de excelente canções. Nesta apresentação misturam Funk, R&B, ritmos latinos, Jazz e Rock. Colocaram neste show os hits "Fendewalk", "House of Wood", "Peace and Love" e outras pérolas produzidas nos últimos 43 anos de estrada. Para manter o estilo década de 1960, não deixaram de fora as mensagens positivas de justiça, paz e harmonia social. É excelente oportunidade para ouvir "Meat Mango", "Ape is High", "Git It All", "Rollin ´On". A banda continua colaborando para arrecadar fundos visando o sustento de crianças refugiadas de guerra, além de ser grande crítica da destruição das florestas, principalmente no continente africano.



Roy Orbison, o mestre das baladas de amores perdidos

Roy Orbison foi um dos pioneiros do Rock na década de 1950. Sua carreira durou 40 anos, quando morreu em 6 de dezembro de 1988 aos 52 anos. Conhecido por suas baladas sobre amores perdidos, melodias bem avançadas para sua época, timbre vocal de três oitavas, além do seu característico óculos de hastes pretas. Até hoje é sucesso nas rádios e bailes os hits "Only The Lonely", "Oh, Pretty Woman" (trilha sonora do filme Uma Linda Mulher com Richard Gere e Julia Roberts na década de 1980), e "Crying", entre outros.
Quando tinha seis anos de idade, ganhou a primeira guitarra dos pais. Morando no Texas, acabou influenciado pelo Gospel e Country Music. Logo os familiares o incentivaram a cantar em shows. Aos 10 anos estreou num programa de rádio e recebeu o primeiro pagamento como cantor num concurso de talentos.
Na adolescência já viajava pelo Estado do Texas. Aos 13 anos, em 1949, formou a banda The Wink Wesrners, composta por amigos de escola. Quando estava na Universidade do Texas, cursando Geologia, pois o pai trabalhava nos campos de petróleo da região, acabou influenciado pelo amigo Pat Boone e criou outra banda. Depois de formado, mexia com petróleo durante o dia e a noite tocava nos bares da cidade.
As apresentações chamaram a atenção de Johnny Cash. Aconselhado por ele, enviou uma fita do hit "Ooby Dooby" para Sam Philips (que mais tarde descobriria Elvis Presley) da Sun Records. Aprovado, a canção vendeu 20 mil cópias de discos. O plano de atuar como compositor mudou e passou a gravar suas próprias músicas. O timbre de sua voz forte e a característica de permanecer em tons agudos agradaram o público.
Estes detalhes, na segunda metade da década de 1950, confundiram diversos DJs, pois achavam que ele fosse negro, por causa da voz. Em 1958, o grupo The Everly Brothers gravou o hit "Claudette", composição em homenagem a sua primeira mulher.
Tempos depois, como agradecimento, Robinson, gravou dois de seus grandes sucessos "Bye Bye Love", do álbum Lonely & Blue (1960), e "All I Have To Do is Dream", do disco In Dreams (1963). O dinheiro ganho com direitos autorais de "Claudette" o retirou da Sun Records e o levou para a Monument Records. Ali estourou com "Up Town" (1960). Nesse mesmo ano Elvis Presley e Everly Brothers recusaram gravar "Only The Lonely". Orbison resolveu cantá-la, vendeu 2 milhões de cópias e chegou ao topo das paradas da Grã Bretanha e quase repete o mesmo nos Estados Unidos.
A praia de Orbison era interpretar baladas românticas para disfarçar sua timidez. Assim investiu em "Blue Angel", "Running Scared", "Crying", "Dream Baby", "Blue Bayou" e "In Dreams". Nem os Beatles conseguiram incomodá-lo nas paradas norte-americanas. No auge dos meninos de Liverpool, ele estourou na Inglaterra com os hits "It´s Over" e "Oh, Pretty Woman", que vendeu 7 milhões de discos em 1964. O ibope de Orbison era tão alto, que Paul McCartney e seus amigos  ficaram orgulhosos de fazer uma turnê ao seu lado em 1963. Seria o Otis Redding branco, que teve forte influência sobre os Rolling Stones.
 Em 1965 assinou com a MGM Records apostando na carreira de ator, mas acabou fracassando. Mas o sucesso não o livrou da tragédia de perder sua mulher Claudette, em 1966, num acidente ao cair do banco traseiro de uma moto. Dois anos depois um incêndio matou dois de seus três filhos. Em 1969 casaria com Barbara, falecida em 7 dezembro de 2011, com quem viveu até sua morte em 1988.
Na década de 1970 enfrentou problemas financeiros, passou por cirurgia do coração em 1979. No ano seguinte ganhou o Grammy pelo dueto com Emmylou Harris no hit " That Lovin´You Fellin´ Again". Em 1986, o sucesso "In Dreams" fez parte da trilha sonora do filme Veludo Azul.
 Mesmo com toda essa bagagem, só acabou incluído na Hall da Fama do Rock em 1987. Nessa época assinou contrato com a Virgin Records e regravou todos seus sucessos. Também uniu-se a George Harrison, Bob Dylan, Tom Petty e Jeff Lynne formando os Traveling Wilburys. Conquistaram o Grammy. Porém um ataque cardíaco encerrou a rica carreira de Orbison. O lançamento do álbum póstumo em 1989 acabou considerado pela crítica como o mais bem-sucedido de toda sua vida, pelo fato de conter canções que revelavam um homem descontraído, com uma voz soando bem melhor. Todos os seus grandes sucessos estão reunidos no álbum The Very Best of Roy Orbison.








domingo, 27 de novembro de 2011

Som nota 1000 da The JB´s

Quem acompanhou a carreira de James Brown nunca se esquecerá da banda The JB´s. Lendários músicos responsáveis pelo melhor som instrumental do pai do Funk. Deram mostra disto quando Brown apresentou-se no ginásio do Palmeiras, em São Paulo, em 1978. Percussão, metais e cordas tocando numa sintonia inesquecível. Para fazer comparação, é multiplicar por cem o excelente som da banda Vitória Régia, conjunto que trabalhou com Tim Maia durante vários anos.
A espinha dorsal da The JB´s eram os saxofonistas Maceo Parker e Alfred "Pee Wee" Ellis e o trombonista Fred Wesley. O trio entrou no conjunto durante a década de 1960.
No período 1970/1975, sob a batuta de Wesley, eles gravaram alguns álbuns próprios, a maioria instrumental. A primeira versão oficial da The JB´s ocorreu em 1970, após se destacar como banda regular de James Brown. O pai do Funk cobrava muito empenho profissional de todos seus músicos. Abria exceção apenas em relação ao organista/vocalista Bobby Byrd. Ele foi trazido de Cincinnati, Estado de Ohio, onde tocava no grupo de R&B: The Pacemakers, também foram incorporados ao conjunto os irmãos Phelps "Catfish" Collins (guitarra) e William "Bootsy" Collins (contrabaixo).
Ambos tiveram grande importância para Brown cantar um Funk mais pesado, onde naipe de metais e contrabaixo incendiavam qualquer baile.
É nessa época que Wesley  aceita convite para ser diretor musical da The JB´s. Porém, apenas alguns meses mais tarde, os irmãos Collins deixam o grupo. Incorporam-se ao grupo o guitarrista Hearlon "Cheese" Martin, o baterista John "Jabo" Starks, o sax-tenor Clair Pinckney, o baixista Fred Thomas e o saxofonista Jimmy Parker. Entrariam também os trombonistas Jerone "Jasaan" Sanford, Russel Crimes e Isiah "Ike" Oakley.
Com todos entrosados, a The JB´s começa a visitar as paradas de sucesso dos Estados Unidos. Os hits "Pass The Peas" e "Gimme Some More", em 1971, são exemplo disto. No início de 1973, outra canção chega ao Top da R&B da Billboard: "Doing It to Death". É forte a influência de Fred Wesley nos arranjos. Brown convence Maceo Parker a dividir a responsabilidade de apimentar mais o molho do Soul e Funk tocados pela banda. Resultado: a composição "Soul Power" (1974) fica entra as 20 mais das paradas de R&B.
No final daquele ano, a carreira de Brown começa perder brilho. O mesmo ocorre com a The JB´s, mesmo após emplacar o hit "Papa Don´t Take no Mess", sucesso em bailes de todo o mundo. Em 1975, Wesley sai do grupo para tocar ao lado de George Clinton, seguidos de Maceo Parker, o baixista Thomas, os bateristas Starks e Morgan, o guitarrista Martin e o saxofonista Jimmy Parker.
Com James Brown ficaram Jimmy Nolen e Russel Crimes. Em 1976, Brown volta às paradas cantando "Everybody Wanna Get Funky one More Time". A partir daí, surgem várias versões da The JB´s. Nas décadas de 1980, 1990 e 2000, Wesley, Parker e Alfred Ellis excursionaram pela Europa ao lado de Bobby Byrd e chegaram a gravar álbum, em 1988, contando com Pee Wee (saxofonista), Fred (trombonista) e Maceo (saxofonista). Nos anos de 1990, faziam shows usando o nome de JB Horns. As melhores turnês da banda ocorreram em 2002, quando lançaram o álbum Bring The Funk On Down. Dele participaram o contrabaixista Bootsy Collins e o baterista Jabo Starks.

















terça-feira, 22 de novembro de 2011

Johnny Mathis tornou inesquecíveis diversas canções



A voz de Johnny Mathis é inconfundível, principalmente interpretando baladas. Sem qualquer sombra de dúvida, é o Cauby Peixoto dos Estados Unidos. Nascido no Texas, em setembro de 1935, viveu parte da infância em San Francisco, Califórnia. Ali começou a cantar, primeiro em escolas e depois nos eventos da igreja. Seu pai logo percebeu o talento precoce, aos 13 anos, e o matriculou numa escola de canto. O estudo incluiu treinamento de Ópera, modalidade que exige prolongamento dos agudos.
 Mas Johnny Mathis era atleta que não fazia feio no campo esportivo. Chegou a ganhar bolsa de estudo para esportistas na Faculdade Estadual de San Francisco. Onde permaneceu boa parte de sua vida dedicada ao esporte, inclusive quebrando o recorde mundial de salto alto do basquetebol, cujo registro mais alto foi de Bill Russel, pulando 1,96 metro. Naquela época, apenas quatro atletas tinham conseguido alcançar esta altura. 
Mas o destino tem planos desconhecidos pelo homem. Enquanto treinava para se tornar professor de Educação Física, aproveitava para mostrar seu talento num concerto e assinou contrato com a Columbia Records. Logo entrou numa sinuca de bico: disputar as provas olímpicas, para as quais fora convidado, ou manter compromisso para iniciar suas primeiras gravações em 1956, quando contava com 21 anos? Continuou gostando do esporte, principalmente do golfe, mas para felicidades dos nossos ouvidos optou pela carreira artística. 
Embora seja lembrado como cantor romântico, seu portfólio inclui Jazz, MPB, Soul, R&B, Soft Rock, Música Flamenca e outros diversos estilos, que somente um grande intérprete é capaz de colocar sua voz. Os primeiros discos não venderam muito. Porém, o tempo tratou de desfazer esta imagem errônea. Já gravou mais de 130 álbuns e vendeu  350 milhões de discos. É o artista com o contrato mais longo numa única gravadora (Columbia), na primeira fase de 1956 a 1963 e de 1968 até hoje. É um dos únicos a manter carreira com mais de 60 anos sem nenhum intervalo. É o terceiro cantor que mais sucesso faz nos Estados Unidos. Já ganhou três Grammies. Os programas de televisão norte-americanos tiveram 300 vezes a presença de Johnny Mathis. 
Para não sobrecarregar sua voz,  limitou entre 50 e 60 apresentações durante o ano. 
O lançamento de seu álbum comemorativo aos 25 anos de trabalho, em 1981, ficou 9,5 anos no topo das paradas da Billboard, valendo-lhe um lugar no Guinness Book. Também teve cinco de seus discos na Billboard, simultaneamente. Só igualado por Frank Sinatra e Barry Manilow. Já lançou 200 singles e tem 71 músicas fazendo sucesso em todo o mundo. 
Suas canções de sucesso, entre muitas, incluem "Evie", My Love For You", "Mariah", "Chances Are", "It´s Not  For Me To Say", "Wonderful! Wonderful!", "The Twelfth of  Never", "Wild is The Wind", "Misty", "Little", "Gina", "The Shadow of  Smile", "Love is Blue" e "Love Story". 







segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Stanley Clarke, um dos grandes talentos do contrabaixo

Stanley  Clarke é outro grande nome do Jazz, Funk, Rock, Pop e R&B. Compositor, cujo talento é reconhecido no contrabaixo,  baixo elétrico, guitarra, além de suas ótimas apresentações, seja ao vivo ou na televisão.
Clarke nasceu na Filadélfia, costa Leste dos Estados Unidos, em 1951, e aprendeu tocar baixo na escola por causa de um atraso. Naquele dia seriam distribuídos instrumentos musicais aos alunos, mas como perdeu o horário, Clarke precisou se contentar com o baixo acústico. Tempos depois formou-se em Música pela Academia Musical da Filadélfia.
Em 1971 mudou-se para Nova York e começou a trabalhar com grandes artistas norte-americanos. Essa nata incluía gente como Stan Getz, Horace Silver, Art Blakey, Dexter Gordon, Gato Barbieri, Joe Henderson, Chick Corea, Pharoah Sanders eGil Evans. Nos seus primeiros trabalhos, ele deixou explícito seu amor pela Cientologia, em diversas faixas de seus primeiros discos.
Durante a década de 1970, Clarke tocou na banda Return to Forever, liderada pelo pianista Chick Corea. O conjunto tornou-se uma dos mais importantes grupos de Fusion Jazz. Os diversos álbuns lançados tiveram grande acolhida da crítica. Nesta época, ele dá seus primeiros passos na carreira-solo ao lado do colega Jaco Pastorius. É quando grava os discos Journey to Love (1975) e School Days (1976).
Depois começou a compor trilhas sonoras para produções de Hollywood e emissoras de televisão. Porém nunca deixou em segundo plano a participação musical em bandas. Na década de 1980 fundou o grupo Animal Logic com o baterista Stewart Copeland e a compositora/vocalista Deborah Holland. Teve outros projetos ao lado do guitarrista Jeff Beck (1979), e em 1981, 1983 e 1990 trabalhou junto com  o pianista George Duke e Miroslav Vitous (1984). Depois juntou-se a Jean-Luc Ponty (1995) e Al Di Meola (1999).
Igual fôlego de gato, mesmo em turnê com sua banda de apoio, Stanley Clarke encontra tempo para dar uma força aos seus colegas. Fez isso com Bela Fleck e Jean-Luc Ponty (2005) e ganharam um prêmio como turnê do ano. Em 2006, pela primeira vez em 15 anos, Clarke e George Duke  excursionaram juntos por diversas cidades norte-americanas, alcançando o Top 20 com o hit "Sweet Baby". No ano seguinte repetiu o gesto ao lado de Al Di Meola e Jean-Luc Ponty em shows nos Estados Unidos, Europa e América do Sul.
No ano de 2007 lançou DVD musical em parceria com Stevie Wonder, Wallace Roney, Bela Fleck, Sheila E, Stewart Copeland, Flea, Wayman Tisdale, Marcus Miller e diversos artistas visando levantar fundos para entidade beneficente de Hollywood, fornecedora de bolsas de estudo aos jovens que desejam aprender Música.
 Nessa mesma época lançou o álbum Toys of Men, que alcançou o 2º lugar nas paradas de Jazz da Billboard. As 13 canções do CD questionam os problemas causados pelas guerras.  O trabalho conta com excelentes atuações da cantora Esperanza Spalding, do tecladista Ruslan Sirota, do percussionista brasileiro Paulinho da Costa e do violinista Mads Tolling.
Em 2009 uniu-se a alguns colegas e formou o Stanley Clarke Trio, gravando o álbum Jazz in The Garden. Ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo.








sábado, 19 de novembro de 2011

Adoniran Barbosa: o homem do trem das onze

Todo final de ano a mesma cena se repete nas mesas de bares, onde as pessoas comemoram o fim de mais 365 dias de lutas e conquistas. Ali alguém movido a cerveja ou caipirinha, mesmo sem qualquer noção de música, vai puxar o coro do famoso "Trem das Onze": "Não posso ficar nem mais um minuto com você/ sinto muito amor mas não pode ser/ moro em Jaçanã/ se eu perder esse trem, que sai agora as onze horas/ só amanhã de manhã..."
De letra simples, igual seu autor Adoniran Barbosa, já foi regravado por diversos cantores e cantoras. A melodia é inesquecível. Conseguiu apagar a mancha que Vinicius de Morais tinha jogado sobre São Paulo, dizendo que a cidade era o túmulo do samba. Pois foi no Rio de Janeiro, que o famoso "Trem das Onze" venceu um festival, entrando para sempre na galeria dos sambas impossíveis de se esquecer. Os próprios cariocas reconheceram, mais tarde, que Adoniran Barbosa era a grande marca do samba paulista. Merecia respeito. O segredo dele era compor canções retratando a rotina sofrida do trabalhador. Daquele que por falta de moradia, era e ainda é obrigado a morar em favelas, como descreve em "Saudosa Maloca". Não fazia letras intelectuais, que exigia profundo conhecimento de Filosofia ou Sociologia para entendê-la. O feijão com arroz sempre marcou o estilo de Adoniran Barbosa.
Alguns desavisados ao ouvir o "Samba do Arnesto", cheio de erros propositais de português, poderiam achar que o autor da letra fosse analfabeto. Engano! Adoniran Barbosa sabia dominar nosso idioma. Certa vez tirou a dúvida do público ao dizer numa entrevista em rádio que para falar errado era preciso dizer certo. Os críticos  calaram-se de vez.
O curioso é que seu nome de batismo é João Rubinato. Para homenagear dois amigos, pegou Adoniran, nome de um grande amigo e Barbosa, em homenagem ao cantor Luiz Barbosa.
Filho de imigrantes italianos, nascido em Valinhos (SP), passou a adolescência em Santo André, Grande SP, onde aos 14 anos trabalhou de entregador de marmitas, carregador, encanador, pintor, garçom, DJ e locutor de rádio.
Aos 22 anos, em 1933, compôs seus primeiros sambas, em parceria com Pedrinho Romano e Viriato dos Santos. Em 1941 vai trabalhar na Rádio Record como ator cômico, DJ e locutor. Ali conheceu o conjunto Os Demônios da Garoa. Eles propuseram a Adoniran escrever letras com erros de português de propósito.
Em 1955, o conjunto gravou "Saudosa Maloca", depois vieram "Samba do Arnesto", "As Mariposas", "Abrigo de Vagabundo", "Iracema" e a famosa "Trem das Onze". Na década de 1980, uma de suas últimas composições "Tiro ao Álvaro", foi gravada por Elis Regina. Como aconteceu com diversos sambistas, o talento de Adoniran Barbosa acabou sendo reconhecido na velhice. Morreu em novembro de 1982, deixando o bairro do Bixiga, Centro de SP, desfalcado de um dos seus mais célebres moradores.  Curiosidade: o Trem das Onze nunca existiu, pois o último saía às 8h da noite de SP em direção a Guarulhos, onde fazia ponto final. Ficou conhecido como o trenzinho da Cantareira, desativado em 1964.









quarta-feira, 16 de novembro de 2011

New Edition: com solavancos chegam aos 30 anos

O criador do grupo New Edition, em 1978, foi o produtor musical Maurice Starr. Reuniu os garotos Bobby Brown, Bivins Michael, Ricky e Bell. Todos moradores do conjunto habitacional Orchard Park ( a norte-americana Cidade Tiradentes, Zona Leste de SP) na periferia de Boston. Bell e Brown trouxeram outro amigo da turma; Ralph Tresvant. Ele seria o vocalista da banda. O nome da banda significava nova edição do Jackson Five.
Participaram de um show de talentos, dirigido por Maurice Starr, na comunidade local e conquistaram o segundo lugar. Ele gostou da performance dos meninos  e resolveu gravar, em 1981, o álbum de estreia do conjunto: Candy Girl.
Lançado em 1983, o álbum contou com os hits "Is This The End", "Popcorn Love"e a faixa-título "Girls Jealous". As canções explodiram nas paradas dos Estados Unidos e de outros países. Logo após a primeira turnê, o grupo se separou de Maurice Starr em 1984. Para contrapor, lançou o New Kinds on The Block, apenas com adolescentes brancos, mas explorando o mesmo tipo de música, inclusive em arranjos parecidos aos do New Edition.
Starr perdeu a causa na Justiça. Assinaram contrato com a MCA Records e o escritório de advocacia Steven Martin, Machat e Streetwise passou a administrar a carreira da banda.  Gravaram outro álbum e as faixas "Cool It Now" e "Mr. Telephone Man" garantiram o primeiro Disco de Platina ao grupo.
No segundo semestre de 1985, lançam o segundo álbum pela MCA, New Edition All For Love. Ganham outro Disco de Platina e chegam às paradas os hits "Count Me Out", "A Little Bit of Love (Is All It Takes)" e "With You All The Way".  No final daquele ano gravaram outro disco, com músicas no estilo da década de 1950, e  Bobby Brown sai do conjunto, por causa de mau comportamento.
O agora quarteto grava, em 1986, o hit "Earth Angel" para a trilha sonora do filme Karatê Kid, part. II. A canção fica bem colocada nas paradas de sucesso. O período 1987/1989 marca a admissão de Johnny Gill ao New Edition e rompimento com o escritório de advocacia administrador da carreira da banda. O futuro fica incerto e a indústria de fofocas divulga que o vocalista Ralph Tresvant pretende seguir carreira-solo.
Sob  produção de Jimmy Jam e Terry Lewis, lançam o álbum Heart Break, com Gill na função de segundo vocalista. As letras eram mais leves e perfil adulto. Fizeram sucesso os hits "If It Isn´t Love", "You´re Not My Kind of Girl", "Can You Stand The Rain", "Crucial" e "NE Heartbreak". O disco vendeu 5 milhões de cópias, ganhou dois Discos de Platina, além de ajudar o quinteto numa bem-sucedida turnê.
Durante a primeira metade da década de 1990, por sugestão dos produtores Jimmy Jam e Terry Lewis, Bell, Bivins e De Voe formam um trio e o álbum Poison rende um Disco de Platina Triplo. Os outros dois integrantes, Ralph Tresvant e Johnny Gill também fazem trabalho solo e recebem Disco de Platina.
Em 1996, o New Edition obteve seu maior sucesso comercial ao lançar o álbum Home Again, marcando a volta de Bobby Brown ao grupo, agora sexteto. Vendem mais de 6 milhões de cópias em todo o mundo. Entraram nas paradas as canções "Hit Me Off" e "I´m Still in Love With You". Porém a turnê do conjunto foi ruim. A guerra de egos entre os componentes, principalmente entre Brown e Bivins, abortou sua conclusão. Cada membro resolveu seguir seu rumo, todos cheios de rancores.
No Outono de 2005, o New Edition comemorou 25 anos de criação da banda. Para fumar o cachimbo da paz, convidaram Brown para cantar seu hit de 1985 "Mr. Telephone Man". Depois se reconciliou com o restante do conjunto e anunciaram o lançamento de um novo álbum e turnê em 2009. Naquele ano, fizeram um medley de Jackson Five, homenageando Michael Jackson e cantaram e dançaram clássicos como "I Want You Back", "ABC" e "The Love You Save". Também uniram-se ao New Kids on The Block para show beneficente na famosa casa de shows House of Blues.
Em 3 de julho de 2011, todos os seis membros do New Edition  participaram da nova edição do Essence Music Festival, em Nova Orleans, Louisiana, além de celebrar a turnê do 30º aniversário de quando a banda entrou num estúdio para gravar seu primeiro disco. Eles prometem vários shows para 2012 e diversas novidades.