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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Hits ingleses na voz de brasileiros

morris albert Pense e responda rápido; qual desses cantores e conjuntos são
brasileiros: Terry Winter, Pholhas, Mark Davis, Pete Dunaway, Chrystian, Dave Maclean, The Jets Black´s, Morris Albert, Michael Sullivan e Light Reflection? Todos gravaram músicas em inglês nas décadas de 1960 e 70, mas nunca saíram do Brasil.
O carioca Morris Albert (Maurício Alberto Kaiserman) conseguiu a proeza de ter seu mega-sucesso “Fellings”, composto em 1973, ser regravado 6 mil vezes e vender mais de 100 milhões de cópias. Diversos interprétes regravaram essa música, inclusive Frank Sinatra e o soul man Isaac Hayes.
Outro paulistano a fazer sucesso na década de 1970, cantando em inglês, foi Pete Dunaway (nascido Otávio Augusto Fernandes Cardoso). Emplacou os hits “Tears of Life”, “Heart to Heart” e “Belivie me Darling”. Também compôs uma das primeiras canções-tema de abertura do jornal Hoje, “Adam and Eve”, em 1975.
O brasileiro, filho de britânicos, Terry Winter, frequentou várias vezes as paradas de sucesso. “Summer Holiday” foi uma de suas músicas que estourou em todo o Brasil em 1972. Morava em São Paulo, no bairro da Santa Cecilia, Centro. Sempre gravou em inglês. Já é falecido.
Em 1971, um jovem magrinho começou a aparecer em programas de auditório, interpretando músicas em inglês. “Don´t Let me Cry” marcava presença na Rádio Difusora (dos Diários Associados) e Excelsior (atual CBN) a Máquina do Som. Ninguém desconfiava que Mark Davis era o nome artístico  de Fábio Jr, que a partir de 1975 começou a cantar em português.
A novela da Globo, Cavalo de Aço, em que Glória Menezes interpretava uma fazendeira envolvida em conflito agrário, em 1973, tinha a balada “Please Don´t Say Goodbye” na voz do internacional Chrystian. Fez sucesso. Porém, a maioria das pessoas não sabia que ele era João Pereira da Silva Neto e hoje faz dupla sertaneja com Ralf.
O ano de 1973 foi brilhante para Dave Maclean (batizado Hélio Costa Manso). É dele a adocicada “Me and You”, tema da novela das 10h da Globo, Ossos do Barão. Emplacou vários hits, ocupando os primeiros lugares nas rádios, durante meses. Atualmente tem a banda Montana Country.
Já o grupo Pholhas ganhou as paradas de todo o País, em 1972, com a balada “My Mistake”. Diversos fãs desconheciam que o conjunto era do bairro da Mooca, Zona Leste de São Paulo. Com algumas mudanças de componentes, eles continuam em atividade.
Na década de 1960, auge da Jovem Guarda, o nordestino Ivanilton de Souza Lima participou de vários conjuntos, entre eles Renato e Seus Blue Caps, além de aprender tocar violão com Tim Maia. Com o nome de Michael Sullivan vendeu 1 milhão de cópias do hit “My Life”, em 1975. Mais tarde formou dupla com Paulo Massadas e escreveu inúmeras canções de sucesso.
A época de ouro do conjunto The Jets Black´s foi em 1966, quando regravaram a balada instrumental “Tema para Jovens Enamorados”. O líder da banda, Guilherme (já falecido), deu um andamento mais lento do que o original composto por Bruce Wich, no estilo country. Para não fugir da rotina, The Jets Black´s é de São Paulo.
“Tell me Once Again” é outra música composta por brasileiros, que muitos achavam ser de autoria de norte-americanos. Com esse hit, a banda Light Reflections ficou vários meses nas paradas.
A estratégia de gravar em inglês era para vender discos, passando a imagem de estrela internacional ao público. Porém como ocorre com a maioria das coisas, exceção de “Feelings” (plágio de uma música francesa da década de 1960), as letras eram banais, até com erros de grafia e pronúncia, essa moda passou.

Feelings vendeu mais de 100 milhões de cópias
Pholhas fez muito sucesso na década de 1970
O grande sucesso de Terry Winter
Mark Davis era Fábio Jr.
Tema do Jornal Hoje, em 1975
Balada em inglês do Brasil...
Tema de amor da novela Cavalo de Aço
My Life, o sucesso de Michael Sullivan
Banda fez sucesso até fora do Brasil
Música que embalou muitos corações na década de 1960

Música linda regravada fica cada vez melhor

partitura since  Há músicas que ficam cada vez mais lindas, quando regravada. Não importa duas ou três vezes. É o caso do blues “Since I Don´t Have You” imortalizada pelo grupo The Skyliners em 1959. O curioso é que o conjunto, formado por Jimmy Beaumont, Jackie Taylor, Wally Lester, Joe e Jane Verscharen, era composto por brancos.

Nos Estados Unidos os maiores cantores de blues são negros, assim como ocorre no Brasil com os grandes interpretes de samba. Esse detalhe não impediu que “Since I Don´t Have You”, entrasse na galeria dos blues mais bonitos da história da música, que popularmente é conhecido como balada, o hit que ajuda qualquer pessoa a conquistar alguém, desde que saiba dançar bem.

Don McLean, em 1981, foi um dos interprétes que regravaram “Since I Don´t Have You”. A deixou mais linda, com belo backing vocal e ótimo arranjo de teclados.

Em 1993, o Guns N´Roses também regravou “Since I Don´t Have You”. A introdução com um solo de guitarra deu outra roupagem, mas a beleza desse blues ficou intocável, mostrando porque o rock não pode viver sem o blues, de onde veio.

A The Brian Setzer Orchestra foi outra a incluir “Since I Don´t Have You “ no seu repertório. Com outra roupagem, lembrando as big bands do final da década de 1940, revela que música bonita nunca deve ser esquecida.

No arranjo elaborado por Ronnie Milsap, “Since I Don´t Have You” ganha mais destaque o piano e uma bateria bem no estilo da década de 1950, quando o couro não era tão apertado como ocorre atualmente. Manteve o mesmo clima romântico.

Art Garfunkel regravou “Since I Don´t Have You” em 1979 e embolou o meio de campo. O arranjo de piano Rhodes e sintetizadores, mesclado com uma bateria só na base do chimbal bem leve, depois incorporado ao solo de saxafone, mostrou que o blues é capaz de prodígios. O final é explêndido com a frase you repetindo-se em eco. É a senha para qualquer apaixonado declarar-se à mulher amada.

Don McLean caprichou nesta regravação também
Guns N´Roses também manteve a beleza de "Since I Don´t Have You"
Outra roupagem, com molho de orquestra
Outro arranjo para manter a beleza dessa música
Art Garfunkel em outra linda versão desse belo blues
A original com o grupo The Skyliners em 1959

O lindo vocal do Trio Esperança

trioesperanca1 No final dos anos de 1950, o Brasil iria ganhar um trio de cantores que ficaria na história da nossa música, por causa da beleza de suas vozes. Ainda crianças, com 15, 13 e 10 anos de idade, os irmãos Regina, Mário e Evinha formavam o Trio Esperança.
Em 1961, os três se apresentaram no programa de calouros de Hélio Ricardo e depois repetiram a dose no programa de José Messias, na Rádio Mundial , do Rio de Janeiro.
Depois gravaram “O Menino do Amendoin” e o “Rock do Espirro”. Porém, o sucesso só veio  em 1963 com o hit “Filme Triste”, versão de “Said Movies”. Outro destaque do Trio Esperança, principalmente nos bailes, é a versão da  música japonesa Sukiyaki, que em português chamou-se “Olhando para o Céu”. Nela, as meninas Regina e Evinha dão um show de interpretação.
Com o carimbo do sucesso, o Trio Esperança mostra o seu talento no programa Jovem Guarda, da TV Record, apresentado por Roberto Carlos, nas famosas tardes de domingo. Como ainda eram crianças, os pais desses cantores mirins precisavam estar presentes durante o show, inclusive com toda a documentação deles.
Nesse programa da TV Record, o Trio Esperança emplacou três sucessos: “Meu Bem Lollipop”, versão de “My Boy Lollypop”, “Festa do Bolinha” e “Gasparzinho”. No disco, de 1966, gravado pelo grupo, uma outra música ganhou destaque nos bailes: a balada “Aurora”.
Em 1968, Evinha deixa o grupo e inicia carreira-solo, conquistando o primeiro lugar no IV Festival Internacional da Canção, com a música “Cantiga por Luciana”, autoria de Paulinho Tapajós e Edmundo Souto.
Com outra irmã Marisa no seu lugar, o Trio Esperança grava em 1970 outro disco, batizado com o nome do grupo, destacando o hit “Primavera” de Cassiano e Rochael. Repetem a dose no ano seguinte em outro álbum, com música “Na Hora do Almoço”, de Belchior.
Em 1974 explodem nas paradas com samba “Arrasta a Sandália”, de Roberto Correia e John Lemos. Outro hit dessa época é “Replay”, em homenagem ao então ponta-esquerda da seleção e do Flamengo Paulo César Caju.
No ano de 1975, eles produzem mais um disco e incluem “Marambaia”, de Henricão e Rubens Campos, todos pela gravadora EMI-Odeon.
Atualmente, o Trio Esperança continua em atividade na Europa, pois seus integrantes residem na França.
O passaporte para o sucesso
A linda interpretação de Sukiyaki
Outra linda versão de "Primavera"
Replay virou tema na rádio Jovem Pan
samba melodioso, que hoje sumiu das paradas

Carros fora de linha, mas fontes de inspiração

corcelAVA73 Calhambeque, Corcel, Fuscão e Brasília. Todos modelos fora de linha, mas que serviram de inspiração para diversas músicas. No seu terceiro LP (disco com 12 faixas), gravado em 1964, Roberto Carlos incluiu o hit “Calhambeque”, versão de “Road Hog”, de John e Gwen Loudermilk.

A letra descreve o conserto de um carro velho (um Cadillac) e o mecânico entrega um substituto para ele não ficar a pé: “Enquanto o Cadillac/ consertava eu usava/ o Calhambeque, bi-bi/quero buzinar o Calhambeque…”

Em 1973, Raul Seixas grava “Ouro de Tolo”. A letra muito grande não impede a composição de virar sucesso. Na segunda estrofe, ele acrescenta: “Eu devia agradecer ao Senhor/por ter tido sucesso/ na vida como artista/eu devia estar feliz/porque consegui comprar um Corcel 73…”

No início da década de 1980, Almir Rogério aposta numa composição que fala de um Fuscão Preto que destruiu um casamento. Meio brega, o hit emplacou nas rádios de programação popular e virou até filme. É a descrição exata da dor de corno que atinge alguém, que viu seu grande amor andando de carro com outro pelas ruas da cidade. Num dos trechos é vísivel essa constatação: “Meu Deus do céu, diga que isso é mentira/se for verdade esclareça por favor/dai a pouco eu mesmo vi o Fuscão/ e os dois juntos se desmanchando de amor..”

Mas em 1995 foi uma Brasília amarela que conquistou o coração de várias pessoas. A música “Pelados em Santos”, dos Mamonas Assassinas, invadiu as rádios e programas de televisão, trazendo a estória de um casal que foi passar o final de semana em Santos e aproveita os momentos de amor dentro daquele carro. O começo a maioria conhece: “Mina, seus cabelos é da hora/seu corpão violão/meu docinho de coco/tá me deixando louco/minha Brasília amarela/tá de portas abertas/pra mode a gente se amar/ pelados em Santos…”

Essas letras revelam a época em que o Brasil tinha poucas montadoras de automóveis e o consumidor era obrigado a comprar modelos sem nenhum conforto, que na hora do namoro prejudicava a perfomance de qualquer apaixonado. Aliás quem nunca paquerou alguém dentro de um Fusca?

A descrição exata da dor de corno
Raul Seixas e um de seus grandes sucessos
Roberto Carlos cantando o Calhambeque

A inesquecível Brasília amarela dos Mamonas

terça-feira, 12 de julho de 2011

B.B. King: o rei do blues

bb-king
O lendário B.B. King é aclamado por muitos como o rei do blues nos últimos 50 anos. Suas notas dobradas e o staccato influenciaram uma legião de bluesmem por todo o mundo. Entre 1951 e 1985, ele  marcou impressionantes 74 entradas nas paradas da Bilboard, especializada em rhythm and blues.
Nos Estados Unidos, B.B. King foi um dos poucos artistas, sem ter olhos azuis, a fazer tal proeza, inclusive com o sucesso “The Thrill is Gone”, no programa Ed Sullivan Show (O Silvio Santos dos Estados Unidos).
Desde aquela época montou parceria com  músicos como  U2 e Eric Clapton, enquanto administra sua carreira solo, mantendo seu inconfundível estilo de tocar guitarra.
A fonte do seu talento vem do blues praticado na região do Mississippi, celeiro de grandes bluesman. Tudo começou em 1925, na cidade de Bena Itta, no caminho entre a casa de sua mãe e avó.
Tornaram-se comuns os cânticos de adoração ao Senhor, enquanto os meninos mais fortes trabalhavam nas plantações das fazendas da região. Foi assim que a música gospel envolveu o garoto Riley B. King´s.
Depois ele bebeu na fonte dos bluesman T.Boone Walker e Lonnie Johnson; e gênios do jazz como Charlie Christian e Django Reinhardt.
Em 1946, com 21 anos, partiu para Memphis em busca de seu primo, um grosseiro guitarrista de blues chamado Bukka White. Ele o ensinou todos os fundamentos para tocar blues numa guitarra.
Dois anos depois passou a apresentar sua música numa rádio de Memphis. Tempos depois fazia solos como fundo de propaganda. É quando passa a ser conhecido como Beale Street Blues Boy até ser encurtado para B.B. King.
Depois gravou um disco com quatro faixas, uma delas batizada de “Martha King” (nome de sua esposa). Os discos era produzidos por Sam Philips, que anos depois iria descobrir Elvis Presley na gravadora Sun Records.
Em 1951 faz pequeno sucesso com “Three O´Clock Blues”. É quando põe o pé na estrada para valer. Foi nessa época que escapou de incêndio num hotel, onde havia esquecido sua guitarra. Voltou para pegâ-la e descobriu depois que uma briga pelo amor de uma mulher chamada Lucille era a causa do incêndio.
A partir daí emplaca vários hits nas paradas de blues: “You Know I Love You” (1952), “Please Love Me” (1953), “You Upset Me Baby” ( 1954), “Ten Years Long” (1955), “Angel Sweet Little” (1956), “Please Accept My Love” (1958).
A década de 1960 foi pródiga em novos hits e assinatura de contrato com a ABC-Paramount Records. Um de seus grandes destaques é “Why I Sing The Blues” entre vários hits emplacados nas paradas.
Durante os anos de 1970, o público pop descobriu que não poderia ignorar mais o talento de B.B. King. É quando explode o hit “The hrill is Gone” no programa Ed Sullivan Show.
Em 1973, ele vai a Filadélfia e grava  “To Know You is To Love You” e “I Like To Live The Love”, usando o mesmo ritmo do grupo Spinners. Na Década de 1980 prossegue fazendo mistura de jazz com funk e uma média de 300 shows por ano.
Canção com o nome de sua guitarra
Primeiro sucesso na década de 1950
Homenagem à esposa Martha King
O hit que o aproximou do público pop
Em 1993 grava o disco Blues Summit com participações de Etta James, Fulson, John Lee Hooker e Koko Taylor. Seis anos depois faz outro disco, junto com o guitarrista Eric Clapton. Em 2005 comemorou 80 anos, com um álbum repleto de estrelas, inclusive da música pop como Gloria Estefan, John Mayer e Van Morrison. Três anos atrás gravou o álbum One Kind Please, classificado por ele de blues puro.

A doçura chamada A Taste of Honey

A taste of honey 1 A história dessa dupla A Taste of Honey começa em 1971, quando a cantora, baixista e guitarrista Janice Marie Johnson e o tecladista Kimble Perry decidem montar uma banda. A ideia surgiu após reunião para fazer shows num cruzeiro marítimo. Como teste, ambos passaram a tocar em bares do sul da Califórnia, bases militares norte-americanas e no Exterior.
Logo de cara perderam o vocalista Greg Walker para o roqueiro Santana. O grupo recebe a guitarrista Hazel Payne. Logo a banda assina com o selo Capitol e produzem o single “Boogie  Oogie Oogie”, hit inspirado numa plateia que não responde durante uma data numa base militar.
A famosa introdução dessa música, que fez muito sucesso no final da década de 1970,auge da Dance Music, ocorreu por acaso. Visto que Janice Johnson estava se aquecendo antes do inicio da gravação, desconhecendo que estava sendo gravada.
O single vendeu mais de 2 milhões de cópias, liderando as paradas da Bilboard por três semanas em 1978. Rendendo um disco de platina ao conjunto.
Logo depois, ao participar de um festival no Japão, a agora dupla Janice e Hazel  decidem gravar a música japonesa  Sukiyaki em inglês (essa mesma composição foi regravada no Brasil pelo Trio Esperança em 1963, com o nome de “Olhando para o Céu”).
A gravadora Capitol não apostava na versão dessa música japonesa, que rendeu várias dores de cabeça por causa de direitos autorais. A Capital centrou fogo no funk disco “Rescue Me”, que no Brasil fez parte de trilha sonora de novela da Globo, no começo da década de 1980.
Janice Johnson vestiu roupas típicas japonesas para interpretar Sukiyaki. O esforço não foi vão: o hit ocupou os primeiros lugares das paradas nos Estados Unidos em 1981. Em seguida, a banda excursionou no Japão, cantando essa composição ao lado de Kyu Sakamoto.
Em 1984, Janice Johnson resolve gravar um disco solo e o hit “Love me Tonight” não alcançou boas colocações nas paradas.
No ano de 1999, uma cadeia de restaurante de comida fast food passa a usar o single “Boogie Oogie Oogie” em campanha nacional de televisão. O hit também foi adotado pelo hip hop e artistas de RAP, como MC  Lyte e Mack 10.
Em 2000, Janice Johnson criou sua própria gravadora; a Tastebuds. A guitarrista Payne montou sua própria banda e continua em atividade.
Canção típica japonesa em inglês, com molho de mel
Hit que virou trilha sonora de novela no Brasil
Um dos maiores sucessos da banda

O romantismo dos Dramatics

Dramaticus

Quem gosta de música romântica, daquelas que se dança de rosto coladinho para facilitar a paquera deve se lembrar do conjunto The Dramatics, principalmente de suas baladas. Uma delas é “Be My Girl”, de 1976, que até hoje está presente nas programações de flash back das boas rádios FMs. Antes no ano anterior, eles regravaram o sucesso eterno de Billy Paul, “Me and Mrs. Jones”. Ficou difícil saber qual a melhor, mas com certeza quem acabou ganhando foram os nossos ouvidos.

Como todo conjunto de black music norte-americana, a história dos Dramatics começou em 1962, quando se chamavam Dynamics. Três anos depois gravam um disco na Wingate Records, subsidiária da Golden Worlds Records, em Detroit. Foi nessa época que o grupo adotou o nome Dramatics e começa sua rica trajetória.

Em 1966, lançam o segundo disco “Inky Dinky Doo Wang Dang” e a faixa de destaque é “Baby I Need You”. Após a compra do selo Wingate Records pela Motown, em 1967, eles mudam de ares e gravam “All Because for You” pela Sports Records e obtêm sucesso.

Em 1968 entram na Stax-Volt Records, a máquina rival da Motown de fabricar bons hits nas paradas  norte-americanas. Ali conseguem vender seu primeiro milhão de cópias com o hit “Whatcha See is Whatcha Get” e premiado com disco de ouro em 1971. Logo após, o conjunto perde Elbert Wilkins e William Howard, ambos no grupo desde sua primeira formação em 1962.

Porém a fila continuou andando e eles gravam a balada “In The Rain” e voltam às paradas de sucesso, com mais de 1 milhão de discos vendidos. Em 1975 regravam “Me and Mrs. Jones” e a dose se repete. No ano seguinte gravam “Be My Girl”, até hoje um hit que não falta nos bons bailes e rádios FMs. Nessa música, o vocal do grupo justifica o nome Dramáticos. A maioria das letras do conjunto foi escrita por Tony Hester, produtor e escritor de Detroit, morto a tiros durante um assalto de rua em 1980.

O conjunto continua em atividade, às vezes emplacando algum hit nas paradas. Dos membros originais, perdeu Ron Banks, William Howard, Elbert Wilkins, todos fulminados por ataques cardíacos, e o tecladista James Mack Brown e Leonard Mayes, também mortos em 2008 e 2004, respectivamente.

Outro disco inesquecível

Qual é a melhor Me And Mrs. Jones?

De novo nas paradas de sucesso

Álbum que vendeu 1 milhão de cópias

Nas paradas com outra gravadora

Um dos primeiros sucesso dos Dramatics

O dia em que o rock perdeu o seu “Neymar”

otis redding   Imaginem o futebol perder precocemente o craque Neymar e a Fórmula-1 ficar sem o talento do atual campeão mundial Sebastian Vettel? Isto aconteceu com o rock em 10 dezembro de 1967, quando um acidente aéreo matou, aos 26 anos, Otis Redding e quase a maioria dos integrantes de sua banda Booker T.& The MG´s. Assim como o atacante santista e o piloto da Red Bull, Redding começou cedo sua carreira musical.

Aos cinco anos já cantava no coral de uma igreja Batista de Macon, Estado da Geórgia, sul dos Estados Unidos. Na adolescência venceu por 15 semanas seguidas, o concurso show de talentos do Douglas Theatre. Logo resolveu ir embora para mostrar seu talento ao mundo. Aos 20 anos, em 1961, inicia turnê com o cantor Johnny Jenkins com o grupo The Pinetoppers.

Nesse mesmo ano escreve “Fat Girl” e “Shout Bamalama”. Nesses dois primeiros hits, Redding já denunciava sua marca registrada: rock com forte influência de blues mesclado ao som de metais para não deixar ninguém parado. De inicio, seu estilo lembrava Little Richard, mas logo seguiu sua própria marca ao mesclar emoção com interpretação.

Em 1962 grava “These arms of mine”, uma soul music em compasso de blues; a típica balada para não deixar ninguém sozinho numa festa. O hit estoura nas paradas e mais tarde vai influenciar feras como Al Green em suas composições românticas, como as presentes no álbum “Al Green Let´s Stay Together”, lançado em 1972.

A música sai pelo selo Volt Records, subsidiária da gravadora Stax, a máquina de sucessos rival da Motown na década de 1960. A vantagem de Redding é que ele não dependia de outros autores. Ele mesmo escrevia seus sucessos. Às vezes dividia parceria com o guitarrista Steve Cropper, um dos integrantes da Booker T. & The MG´s. Logo virou uma máquina de bons hits.

Pouco tempo depois escreve “Try a Little Tenderness”, outra dinamite; dessa vez amparada nos lindos metais da banda Bar-Kays, que fez muito sucesso no Brasil no final da década de 1970 e inicio dos anos 80. Ela começa lenta e seu ritmo vai acelerando até não deixar ninguém mais parado. Não é um rock barulhento, mas melodioso e dançante.

Foi o estilo musical que os ingleses assistiram numa apresentação de Otis Redding na Inglaterra em 1965. No ano seguinte ele retornou e colocou fogo na plateia numa inesquecível interpretação de “Satisfaction”, numa época em que os Rolling Stones ainda engatinhavam na carreira e o próprio Mick Jagger reconhecia que sua banda ainda não tinha a adrenalina de Redding.

Com cinco anos de carreira, Redding já era o pop star do rock, emplacando várias músicas nas paradas dos Estados Unidos e Europa. Em 1967 participa do Festival Pop de Monterey, de onde estouraram Janis Joplin e Jimmi Hendrix. A estrada de êxitos de Redding estava completamente asfaltada para uma longa carreira de êxito.

Porém, o destino não permitiu que continuasse nessa trilha. Dezoito dias antes do acidente aéreo que o mataria, junto com a maioria dos integrantes de sua banda Booker T. & The MG´s e alguns músicos do grupo Bar-Kays, Redding gravou “The Dock of The Bay”, produzida pelo guitarista Steve Cropper, que escapou do desastre com o avião. O hit ganhou o Grammy de 1968, na categoria The Best de Rhythm and Blues daquele ano. Até hoje, os fãs do rock bem composto, produzido e gravado questionam: se Otis Redding não tivesse morrido, como seria o atual cenário musical?

A última música gravada, 18 dias antes da morte

Satisfaction que os Stones seguiram

Rock melodioso e bem dançante

 

Balada para não deixar ninguém só
Shout Bamalama
Otis Redding e seu primeiro hit

 

Última música gravada, 18 dias antes da morte

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Maestros fabricantes de sucessos!

Muitos bailes foram animados por discos gravados por maestros. Com músicos de primeira linha, fizeram alguns hits virar sucessos eternos. Para quem gosta de dançar junto, que hoje o pessoal chama de dança de salão, mas nas décadas de 1970 e 1980 era conhecido como samba-rock ou sambalanço no Rio de Janeiro, a pedida é "Carly e Carole" (http://youtu.be/43LNNVMtnP4), da Banda Veneno, sob a batuta do maestro paulistano Erlon Chaves. Ele participou da maioria dos grandes festivais da canção realizados nos anos de 1960. Era regente, arranjador, pianista e compositor. Antes de morrer, aos 41 anos, em 1974, fez história na MPB.
No 5° Festival Internacional da Canção, de 1970, sua banda se apresentou com 40 integrantes. Para defender "Eu Quero Mocotó", entrou no palco sendo beijado por duas loiras. Foi preso pela Polícia Federal e teve de ficar 40 dias sem trabalhar. Em 1972 gravou com sua orquestra o hit "The Girls from Paramaribo" (http://youtu.be/j2y9vX7XlEM), durante anos prefixo de rádio em São Paulo. O forte de Erlon Chaves era por mulheres loiras. No ano seguinte uma delas entrou em sua vida. Era uma miss catarinense. Seu nome: Vera Fischer.
Burt Bacharach foi outro maestro que deixou seu nome gravado nos bailes. A balada "Mexican Divorce" (http://youtu.be/dd3brQuutKk) aqueceu muito namoro. Bacharach deu um molho de orquestra, diferente do original do grupo The Drifters (http://youtu.be/7Zih0CMBoJk). Boa pinta, ele cativava rapidamente o público feminino, principalmente por causa da cor de seus olhos verde garrafa.
No primeiro LP (disco com 12 faixas) dos Beatles (Please, Please Me) é de Bacharach o hit "Baby It´s You"(http://youtu.be/PBHUr9AUooA). Anos mais tarde, o funk-man Isaac Hayes regravava "Walk on By" (http://youtu.be/U5tqAbrZeX0). Essa música, que já era linda na voz de Dione Warwick, virou um verdadeiro funk progressivo. Tudo com dedo de Bacharach. Aliás, foi no coral de sua orquestra que Dione Warwick (tia de Whitney Houston) deu seus primeiros passos rumo ao sucesso na década de 1960. Ao seu lado, Bacharach criou canções lindas, como a inesquecível " I Say a Little Prayer"(http://youtu.be/tLCRUWCETK4). Também compôs "Anyone Who Had a Heart", "Are You There (With Another Girl)", "The Windows of The World" entre outras. Para B.J. Thomas escreveu seu megasucesso "Raindrops Keep Falling on My Head "(http://youtu.be/HYEvz0oniCM). Pianista clássico, Bacharach já ganhou inúmeros prêmios, principalmente o Grammy. Outro grande maestro é Quincy Jones. Na década de 1960 já eram famosos os seus arranjos. Naquela época foi vice-presidente do selo Mercury. Trabalhou para Count Basie, Frank Sinatra e Billy Eckstine, além de compor diversas trilhas sonoras. Deixou sua marca nos bailes ao escrever "Soul Bossa Nova" (http://youtu.be/T5ALPzS0QfQ), que na década de 1970 fazia parte do programa de rádio do apresentador Eli Correa. O talento de Jones ganhou mais força depois da produção do álbum Thiller, de Michael Jackson,em 1982: o disco mais vendido da história, com 102 milhões de cópias. Suas músicas é uma mistura de jazz-rock com inflexões de funk e soul. Como Erlon Chaves, Quincy Jones teve um caso amoroso com uma atriz. De 1991 a 1997 foi marido da alemã Nastassja Kinski. Detalhe: a diferença de idade entre eles era de 28 anos.
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