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Luís Alberto Alves/Hourpress

terça-feira, 23 de junho de 2015

Lucinda Williams: Perfeccionismo no formato de lindas canções



Perfeccionismo é a marca registrada de Lucinda

Luís Alberto Alves

 O objeto de adoração cultish por anos, a cantora e compositora Lucinda Williams recebeu grande aclamação da crítica e colegas como grande talento. Porém levou tempo até transformar a admiração que chamasse a atenção do público. Perfeccionista, Lucinda demorou anos em lançar discos, para aprimorar a técnica e composições.

 Seus primeiros álbuns saíram por selos pequenos que concordavam com as exigências dela, mas não tinham dinheiro para promovê-la. Sua música, de qualidade, contribuiu para construir sua fama. Até mesmo os hits sem grande apelo eram ricos em detalhes, cheio de poesias e esmerados personagens.

 Alguns críticos a descreveram como Bob Dylan de saias. Nascida em 1953 em Lake Charles, o pai era professor de literatura e poeta. A família mudava muito. Viajaram para Louisiana, Mississippi, Geórgia, Arkansas e até mesmo México e Chile. Não demorou em descobrir a música popular, principalmente a de Joan Baez, através de sua mãe.

                                                               Austin

 Imersa no ambiente universitário, acabou conhecendo o Rock e cantores e compositores como Leonard Cohen e Joni Mitchell. Se apresentou em festas folclóricas em New Orleans. Em 1974, após sair de casa em 1969, mudou para o Texas e virou parte integrante da cena musical daquela cidade até dividir o tempo entre Austin e Houston e mudar para Nova York.

 Entregou uma fita demo na Folkways Records e depois seguiu caminho para Jackson, onde lançou o primeiro álbum pela Malaco Records, Ramblin ´on My Mind, que saiu em 1979 e tinha muito Blues tradicional, Folk e Cajun.

 No ano seguinte soltou Happy Woman Blues, o primeiro disco de composições originais. Seu talento já era conhecido. Em 1984 estava em Los Angeles e passou a chamar atenção de grandes gravadoras. Assinou com a CBS Records, porém ela não sabia como vender os discos de Lucinda.

                                                              Caminho

 Entrou num selo indie britânico, Rough Trade, conhecido por produzir discos de Punk Rock. Com ajuda do produtor Gurf Morlix mesclou hits combinando Blues, Country, Folk e Rock. Mas o seus som não caiu no gosto rígido dos programadores de rádios. Serviu para abrir caminho.

 O álbum Sweet Old World caiu no gosto da crítica, como grande declaração de talento. A Rough Trade lançou um par de EPs, trazendo apresentações ao vivo de Lucinda e Patty Loveless, incluindo o hit “The Night's Too Long”. Virou sucesso no país. Foi para a RCA Records, mas permaneceu pouco tempo ao perceber que a gravadora forçava ela lançar material de gosto duvidoso. Mudou para a pequena Chameleon, onde soltou Sweet Old World em 1992.

 Chegou ao Top Five em 1993 e ganhou um Grammy. Fã confessa de Emmylou Harris gravou “Crescent City” como oração de vaqueira e regravou “Sweet Old World” dois anos depois. Em 1998 ganhou um Grammy de Melhor Álbum de Folk Contemporâneo.

                                                             Credibilidade

 Em 2001 soltou o CD Essence, após três anos de repouso proposital. Caiu outra vez no gosto da crítica. A faixa "Get Right with God" lhe rendeu o terceiro Grammy, desta vez como Melhor Vocal de Rock Feminino, consolidando a credibilidade de cantora e compositora. Em 2003 lançou World Without Tears. O ano de 2005 marcou a gravação de Lost Highway e New West veio em 2007, seguido por Little Honey em 2008.

 Voltou ao estúdio no ano de 2010 para gravar o CD Blessed, no mercado em 2011 com duas edições, uma delas trazendo disco bônus, incluindo demos de trabalho. Em 2014 regravou o disco de 1988. Criou a própria gravadora, Highway 20 Records, onde apresentou ao mercado o álbum Where the Spirit Meets the Bone, composto de dois CDs no ano passado.


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