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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Mint Condition: Banda que lutou para fazer sucesso



A banda comeu muita poeira para colocar seus hits nas paradas de sucesso

 Luís Alberto Alves

 Foi uma grande quantidade de equipamentos de som a fonte de inspiração para nascimento da banda Mint Condition em 1989. O grupo tinha Larry Waddell (teclados), Homer O´Dell (guitarra), Stokley Williams (vocal, bateria), Jeff Allen (sax, teclados), Keri Lewis (teclados) e Ricky Kinchen (baixo).

 Dois após a fundação entraram na Perspective Records e lançaram o álbum Meant To Be. Entraram no Top 10 dos Estados Unidos com o single “Breakin ´My Heart (Pretty Brown Eyes) e “Forever In Your Eyes”. Em 1992 soltaram o disco From The Mint Factory. Desta vez o single “‘U Send Me Swingin’’ chegou ao segundo lugar no Hot R&B da Billboard.


 Deram muito sangue para deixar o terceiro álbum em lugar mais alto nas paradas, em 1996. Poucos críticos gostaram do disco, principalmente do single: “What Kind Of Man Would I Be”. Três anos depois lançariam novo disco pela Elektra Records, colocando o hit “If You Love Me” nas paradas. Após muito tempo sem gravar, o tecladista Keri Lewis saiu do grupo para investir na carreira de produtor. Os outros cinco voltaram a se unir em 2005, para lançar série de CDs de estúdio e ao vivo pela Caged Bird Records.

Switch: Protegidos de Jermaine Jackson na Motown Records



Empurrão de Jermaine Jackson os colocaram na Motown Records

Luís Alberto Alves

 A banda Switch, com Bobby DeBarge (teclados), Greg Williams (teclados) e Jody Sims (bateria), primeiro fez cozinha com o grupo White Heat no começo da década de 1970. Depois gravaram um disco trazendo o nome do grupo em 1975, produzido por Barry White, o trio deixou o conjunto aumentando o número de integrantes: Philip Ingram (vocais), Tommy DeBarge (baixo) e Eddie Fluellen (guitarra) para formar a First Class.

 Como quem tem padrinho não morre pagão, Jermaine Jackson deu força para garantir contrato com a Motown Records e produziu o primeiro álbum na gravadora de Berry Gordy. Ali ganharam o nome de Switch. Foram orientados a fazer hits dançantes e ficaram populares em clubes e discotecas, estourando três sucessos no final da década de 1970: “There’ll Never Be”, “I Call Your Name” e “Love Over And Over Again”.

 Porém não foram capazes de entrar no mercado Pop e baixas vendas de discos os retiraram da Motown. Bobby DeBarge saiu do grupo e criou a banda da família, DeBarge, antes de sua carreira cair com uma condenação por tráfico de cocaína. Dois anos depois o Switch mudou o nome para Total Experience e conseguiram emplacar o hit “Keeping Secrets no Reino Unido.


The Real Thing: Banda que sumiu igual orvalho durante a Disco Music



A banda não conseguiu aguentar a pauleira de emplacar vários sucessos nas paradas

Luís Alberto Alves

 A The Real Thing, nascida em Liverpool, durou pouco. Com o vocalista Eddie Amoo à frente, não conseguiu emplacar muitos sucessos nas paradas do Reino Unido. O início foi em 1976 com o hit “You To Me Are Everything”. Depois lançaram “Can’t Get By Without You”, canção comercial numa linha de Soul Music soft.


 Em 1979, resolveram aproveitar a influência do filme Star Wars e gravaram o hit “Can You Feel The Force. Obtiveram alguma popularidade junto ao público simpatizante da Disco Music do Reino Unido. Não tiveram mais pernas para prosseguir na escorregadia estrada do sucesso e saíram de cena. 

Viola Wills: Relâmpago do ShowBizz



A grande fase da cantora foi durante a Disco Music, na década de 1970

Luís Alberto Alves

 Viola Wills só mergulhou de cabeça na música após dar à luz ao sexto filho. Descoberta por Barry White, passou a participar de gravações de seus discos, até, em 1965, ela assinar com a Bronco Records. Lançou vários singles, mas só estourou em 1969, com o hit “A Bem Soul”.

 Depois substituiu Claudia Lennear numa turnê com Joe Cocker pela Europa, resultando na gravação de um disco no Reino Unido em 1974. Três anos depois entrou na Arista Records e ali lançou o maior sucesso de sua carreira: “Gonna Get Along Without You Now”, regravação de uma canção de Skeeter Davis no começo da década de 1960.


 Inclusive na onda da Disco Music veio ao Brasil em 1978, se apresentando no Programa do Chacrinha. Em seguida lançou as canções “If You Could Read My Mind” e “Up On The Roof”. Em 1986 retornou ao Reino Unido e estourou com os hits “Both Sides Now” e “ Dare To Dream”, produzidos pela Wide Angle Records. No ano seguinte foi para a Island Records e sumiu das paradas de sucesso igual relâmpago no horizonte.

Dan Hartman: Grande produtor musical tragado pela Aids




Dan foi produtor musical de vários artistas nos EUA

Luís Alberto Alves

 Dan Hartman, nascido em 1951 na Pensilvânia, e morto aos 43 anos, foi um artista talentoso, inclusive tocando vários instrumentos. Brilhou muito ao lado de Johnny Winter e Edgar Winter. Aliás, no período 1973/1977 teve grande sucesso comercial ao escrever várias canções na banda de Edgar, presentes ao disco They Only Come Out At Night, ganhando destaque o hit “Frankenstein”.

 Como músico participou de gravações em álbuns de Todd Rundgren, Ian Hunter, Rick Derringer, Stevie Wonder e Ronnie Montrose. Na onda da Disco Music, fez sucesso com os hits “Instant Replay” e “This Is It”. Porém após o fracasso do álbum Relight My Fire (1979), resolver se aposentar dos palcos para centrar forças na produção, em seu próprio estúdio, em Connecticut.


 Ali teve como clientes Average White Band, Neil Sedaka, 38 Special, James Brown no hit “Living In America, Muddy Waters, Diana Ross, Chaka Khan e Hilly Michaels. Em 1985 retornou às paradas dos Estados Unidos com a canção “I Can Dream About You”, depois emplacou outros dois hits no estilo Pop. Após descobrir que havia contraído Aids, produziu algumas faixas para Holly Johnson e o enorme sucesso “Foreign Affair", de Tina Turner. 

Harvey Mason: Baterista aos quatro anos de idade


Mason já gravou com grandes artistas da Black Music dos EUA

Luís Alberto Alves

 O talento de Harvey Mason já era nato quando ele tinha quatro anos de idade. Nascido em Atlantic City, New Jersey, Mason estudou no conceituado Berklee College of Music de Boston e mais tarde ganhou licenciatura em Educação no New England Conservatory.

 Trabalhou com pianistas do porte de Erroll Garner, George Shearing e Jan Hammer, antes de fixar residência em Los Angeles, em 1971. Ali trabalhou como músico de estúdio, tocando vários gêneros, como Jazz, Pop, Rock e Orquestra.


 Depois gravou com artistas do porte de Duke Ellington, Quincy Jones, Gunther Schuller, Donald Byrd, Gerry Mulligan, Grover Washington, George Benson e Lee Ritenour. Seu ritmo claro casou perfeitamente com o som de Herbie Hancock em 1973. Depois gravou vários discos na Arista Records. Na década de 1990 virou baterista da banda Fourplay.

Luther Vandross: O príncipe da Black Music



Vandross é outra grande voz da Soul Music

Luís Alberto Alves

 Luther Vandross Ronzoni nasceu em 1951, na cidade de Nova York e até 2005, quando morreu, deixou sua marca de grande intérprete. Nascido numa família imersa na Gospel e Soul Music, não demorou em ele formar o próprio grupo, quando ainda estava na escola. Quando dali saiu foi trabalhar com teatro musical, permitindo uma apresentação no lendário teatro Apollo no bairro do Harlem.

 Após breve intervalo na década de 1970, acabou convidado por um velho amigo de escola, Carlos Alomar para juntar forças com ele no estúdio em uma gravação com David Bowie. Impressionado, o roqueiro o convidou para organizar as partes vocais e contribuir com backing vocal naquele álbum.

 Quando surgiu a turnê de Bowie, o público já estava interessado em conhecer Vandross. Não demorou para aparecer em outras gravações, e vários artistas o convidarem para enriquecer o vocal em seus discos, gente do porte de Chaka Khan, Ringo Starr, Barbra Streisand e Donna Summer, inclusive com essa última incentivado sua gravadora, a Cotillion a contratá-lo, como parte de um grupo vocal. Mas a estratégia falhou, pois investiram muito em Disco Music, quando a praia de Vandross era a Soul music.

 Depois voltaram a trabalhar juntos, em gravações lindas para Quincy Jones, Patti Austin, Gwen Guthrie, Chic e Sister Sledge. O salário de Vandross engordou mais com a composição de jingles. Em 1980, o desempenho como cantor ao lado do grupo Change rendeu o álbum The Glow of Love, e os hits “Glow of Love” e “Searching” estourando na Inglaterra.

 Os executivos da gravadora perceberam que era preciso relançar a carreira de Vandross, num outro perfil, desta vez como artista solo da Epic/CBS Records. É dessa época o hit “ Never Too Much”, que chegou ao primeiro lugar da parada de R&B da Billboard dos Estados Unidos. Depois emplacou as canções “If This World Were Mine”, dueto ao lado de Cheryl Lynn, e “How Many Times Can We Say Goodbye”, junto com Dione Warwick. Em 1986 repetiu a dose com “Stop To Love” e “There´s Nothing Better Than Love (1987), em dueto com Gregory Hines.

 A partir dai sua carreira deslanchou. Em 1989 soltou o hit “ Here And Now”, “Power of Love/Love Power” (1991) e “Don’t Want To Be A Fool”(1991), virando grandes hits da Pop Music. Sem dúvida nenhuma, Vandross virou um dos melhores cantors de Soul nas décadas de 1980 e 1990. O ano de 1992 marcou sua colaboração com Janet Jackson no álbum The Best Things In Life Are Free. Em seguida fez dueto ao lado de Mariah Carey na canção “Endless Love”.

 Durante o seu auge comercial, Vandross ganhou vários prêmios, reforçando sua reputação de grande produtor, por seu trabalho junto com Dionne Warwick, Diana Ross e Whitney Houston. Durante a década de 1990 saiu da Sony Music por causa de queda nas vendas de seus discos. Foi para EMI Records e depois para J Records. A pauleira de sua vida profissional provocou danos na saúde de Vandros, inclusive provocando um AVC em 2003. Poucos antes de explodir nas paradas o seu CD Dance With My Father, a morte o levou dois anos depois.


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Woody Shaw: Outro talento destruído pelas drogas



A carreira de Shaw foi destruída pelas drogas

Luís Alberto Alves

Herman Shaw II, nascido em 1944 na Carolina do Norte foi criado em Newark, New Jersey, onde o pai cantava num grupo gospel. Logo tomou gosto pelo trombone, aos 11 anos de idade. Não demorou em mostrar o talento ao lado de jazzistas de renome. Aos 16 saiu da escola para trabalhar com Willie Bobo, em cuja banda tocou ao lado de Chick Corea e Joe Farrell.

 Também conheceu Eric Dolphy, gravando com ele em 1963. No ano seguinte Shaw foi convidado para participar de uma turnê na Europa, mas Dolphy morreu antes. Mesmo assim viajou e ficou algum tempo na França tocando com Kenny Clarke, Bud Powell e outros.  Retornou aos Estados Unidos no começo da década de 1960 e se uniu a Horace Silver, gravando dois discos, em 1965 e 1966.

 Em seguida trabalhou com McCoy Tyner e Art Blakey. No final da década de 1960 e começo dos anos de 1970 permaneceu muito tempo envolvido como músico de estúdio e caiu sua reputação no Jazz. Passou a gravar para Muse Records, onde seu talento renasceu. Mais uma vez tocou junto com Chick Corea e Art Blakey e o seu grupo apoiado por Dexter Gordon.

 O início da década de 1980, a banda de Shaw estava em trânsito constante, inclusive com a entrada dos músicos Terri Line Carrington e Larry Willis. Em 1984 virou destaque com a banda Paris Reunion, aparecendo em dois álbuns French Cooking e For Klook. Infelizmente Shaw passou a enfrentar problemas de saúde, provocados por dependência em drogas. Estava quase cego, quando no começo de 1989 visitou o Village Vanguard para ouvir Max Roach.


 Ao voltar para casa, tropeçou nos degraus de uma escada na estação de metrô de Nova York, sofrendo a amputação de um dos braços, decepado pelo trem. Socorrido ao hospital, permaneceu em coma e morreu três meses depois. É lembrado por ter o estilo de tocar de Clifford Brown e Freddie Hubbard, artistas com quem ele trabalhou. Se tivesse ficado longe das drogas, Shaw poderia ter sido um dos grandes nomes do Jazz Contemporâneo.

Tina Brooks: Quando a timidez impede a chegada do sucesso



Brooks tocou com grandes músicos do Jazz

Luís Alberto Alves

Harold Brooks Floyd é outro jazzista que nasceu na década de 1930. Morto aos 42 anos, ele ficou conhecido como Tina após o apelido Teeny. Estudou canto, melodia e sax alto e tenor antes de virar músico profissional em 1950, quando tinha 20 anos.

 No começo marcou presença em bandas de R&B e de som latino ao lado de Sonny Thompson, mas logo se cansou das restrições de trabalho e olhou para as oportunidades oferecidas pelo Jazz. Passou a tocar com Lionel Hampton em 1955, mas a chance de ouro veio quando o trompetista Benny Harris imitou sua forma de tocar e o apresentou aos demais músicos de Jazz.

 Harris foi fundamental para levar o jovem músico até a Blue Note Records, onde acabou contratado para tocar numa gravação de Jimmy Smith, na produção do álbum The Sermon. Logo mostrou que havia assimilado as influências de Lester Young e Sonny Rollins até chegar ao molho próprio.

 Entre 1958 e 1961 Brooks apareceu em uma série de álbuns com músicos de destaque como Jackie McLean, Freddie Redd, Kenny Burrell e Freddie Hubbard. Ele também participou de quatro gravações como líder, mas no momento apenas um, True Blue (1960), foi liberado.

 Depois de 1961, Brooks não gravado mais nada. Ele continuou a tocar em Nova York, durante vários anos, mas problemas de saúde e com drogas, finalmente, o levou a sua morte prematura em 1974. A timidez e incapacidade para ter sucesso no mundo altamente competitivo do músico profissional impediram Brooks de estabelecer-se plenamente como saxofonista líder.

 Só agora, com todos os seus álbuns regravados, que ele pode ser visto como um grande músico e compositor influente e original.



Sonny Clark: Gênio subestimado do piano

Clark viveu 32 anos, mas deixou sua marca no Jazz

Luís Alberto Alves

 Conrad Yeatis Clark é o nome de batismo de Sonny Clark, nascido em 1931 em Herminie, Pensilvânia. Morreu aos 32 anos, mas deixou sua marca no Jazz. Na época do Hard­Bop, Clark acabou subestimado, quando trouxe inovações nas gravações mais memoráveis da Blue Note Records.

 Art Tatum, um de seus heróis de infância, e Count Basie, são dois pianistas que influenciaram Sonny. Porém sua abordagem sucinta e melódica atraíram vários admiradores, pois a mão esquerda dele fornecia as mais básicas noções de acompanhamento ocasional.

 Depois mudou para a costa Oeste no começo da década de 1950 e passou a trabalhar com o saxofonista Vido Musso e o baixista Oscar Pettiford. Durante essa época era figura ativa naquela região dos Estados Unidos, inclusive em turnê com o clarinetista Buddy De Franco, o saxofonista Sonny Criss entre outros.

 O ano de 1957 marcou a mudança para Nova York, trabalhando com a cantora Dinah Washington e levando vários grupos pequenos, além de executar as funções de sideman com os saxofonistas Sonny Rollins, Clifford Jordan, Hank Mobley e o trombonista Curtis Fuller, antes de começar destruir sua vida com álcool e drogas.

 Para recordar os bons momentos de Clark é recomendável ouvir os discos Leapin and Lopin, gravados pela Blue Note, numa sessão inspirada ao lado dos saxofonistas Ike Quebec e Charlie Rouse e o gênio do Blues clássico, Serge Chalof. Em 1986, o pianista Wayne Horvitz liderou o Sonny Clark Memorial Quartet, com John Zorn, no Voodoo, um disco de tributo de canções de Clark.