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Luís Alberto Alves/Hourpress

terça-feira, 17 de março de 2015

Billy Ward: O chefe mão de ferro dos The Dominoes



Billy Ward era o grande cabeça desse grupo musical

Luís Alberto Alves

 The Dominoes (às vezes também conhecido como Billy Ward & the Dominoes) teve um dos melhores pedigrees musicais de qualquer R & B como grupo vocal da década de 1940, pelo menos com base na formação e experiência do seu fundador.  Com diversos hits R&B o conjunto saiu do Gospel e Bo Diddley ainda estudou violino como um menino. O mais curioso é o criador da banda ter sido treinado na Juilliard.

 Billy Ward nasceu em 1921, em Los Angeles. Os pais eram ministros musicais na igreja. Na infância já se revelou grande prodígio, recebendo educação e teoria musical clássica e composição. Na adolescência sabia, como ninguém, tocar órgão, ganhando prêmio de composição aos 14 anos, a partir de Walter Damrosch, o célebre educador musical de Nova York.

 Após o Serviço Militar durante a Segunda Guerra Mundial, Ward estudou na Juiliard School of Music, onde mais tarde virou maestro na arte vocal. Trabalhou na Broadway no final da década de 1940. Com seus ex-alunos recrutou os membros para sua banda: Clyde McPhatter (vocalista), Charlie White (tenor), Joe Lamont (barítono) e Bill Brown (baixo).

 The Dominoes venceu vários concursos de caça talentos, incluindo o célebre Talent Scouts de Arthur Godfrey. A voz de McPhatter fez o grupo ter um som muito bom e ajudar emplacar diversos hits de R&B no começo de 1951, entre eles “Do Something for Me”. Mas foi com a canção, neste mesma época, “Sixty Minute Man” que entraram para a história da Black Music dos Estados Unidos.

 Suas músicas serviram de ante sala do que seria o Rock & Roll, que dava os primeiros passos. Vários meses em turnês, ganharam o reputação de melhor banda de R&B da década de 1950. Os excelentes arranjos e linda voz de McPhatter ajudaram a vencer barreiras raciais, num tempo de forte segregação nos Estados Unidos.

Ganharam fãs entre negros e brancos, a maioria adolescentes, que não se importavam com as regras sociais, mas curtiam o momento. Foi desse fermento que estourou de vez o Rock & Roll. Infelizmente é difícil administrar o sucesso. Ainda em 1951, a banda já enfrentava problemas quando Charlie White saiu, cedendo lugar para James Van Loan, seguido por Bill Brown, depois substituído por David McNeil, antigo membro do grupo Cotovias.

 Mesmo assim estouraram nas paradas com: “I Am With You” e “That's What You're Doing to Me”, antes de chegar ao topo com “Have Mercy Baby”, dois meses seguidos na boca do povo em 1952. Parte da moçada não agüentou sucesso, diversas turnês e gravações. Ninguém contestava a competência musical de Ward para gerir a banda com mão de ferro, o problema é que o público amava a voz de McPhatter e o restante dos integrantes recebia pouco dinheiro.

 McPhatter chegou a dizer que ganhava apenas o suficiente para viver. Às vezes para driblar dificuldades dizia que era irmão de Clyde Ward. Em 1953 tudo isso explodiu de vez. Ele saiu para criar os The Drifter, gravando na Atlantic Records. A sua ausência nos The Dominoes mexeu com a comunidade negra.

 Ward percebeu o erro. Colocou no seu lugar Jackie Wilson, com voz melhor do McPhatter. Eles emplacaram os hits  "You Can't Keep a Good Man Down" e "Rags to Riches". O grupo parecia estar no caminho certo. Em 1954 Ward resolveu renovar o contrato da banda com a King Records. Vendia muitos discos, mas viam pouco dinheiro de direitos autorais.

 Entraram na Jubilee Records em 1954, onde lançaram dois singles. Em 1955 mudaram-se para Decca Records e ali conheceram o doce sabor do sucesso do hit “St. Teresa of the Roses”. Não conseguiram repetir a dose no ano seguinte. Em 1956 Jackie Wilson sai para carreira solo de sucesso.


 Ward tentou segurar a onda contratando Eugene Munford, obtendo novo contrato na Liberty Records. Fizeram sucesso com “Star Dust”. No final da década de 1950 o conjunto passou a viver de flash backs. Mesmo assim chegaram até 1960 explorando os hits imortalizados nas vozes McPhatter e Wilson.

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