Billy Ward era o grande cabeça desse grupo musical |
Luís
Alberto Alves
The Dominoes (às vezes também conhecido como
Billy Ward & the Dominoes) teve um dos melhores pedigrees musicais de
qualquer R & B como grupo vocal da década de 1940, pelo menos com base na
formação e experiência do seu fundador. Com diversos hits R&B o conjunto saiu do
Gospel e Bo Diddley ainda estudou violino como um menino. O mais curioso é o
criador da banda ter sido treinado na Juilliard.
Billy Ward nasceu em 1921, em Los Angeles. Os
pais eram ministros musicais na igreja. Na infância já se revelou grande
prodígio, recebendo educação e teoria musical clássica e composição. Na
adolescência sabia, como ninguém, tocar órgão, ganhando prêmio de composição
aos 14 anos, a partir de Walter Damrosch, o célebre educador musical de Nova
York.
Após o Serviço Militar durante a Segunda
Guerra Mundial, Ward estudou na Juiliard School of Music, onde mais tarde virou
maestro na arte vocal. Trabalhou na Broadway no final da década de 1940. Com
seus ex-alunos recrutou os membros para sua banda: Clyde McPhatter (vocalista),
Charlie White (tenor), Joe Lamont (barítono) e Bill Brown (baixo).
The Dominoes venceu vários concursos de caça
talentos, incluindo o célebre Talent Scouts de Arthur Godfrey. A voz de
McPhatter fez o grupo ter um som muito bom e ajudar emplacar diversos hits de
R&B no começo de 1951, entre eles “Do Something for Me”. Mas foi com a
canção, neste mesma época, “Sixty Minute Man” que entraram para a história da
Black Music dos Estados Unidos.
Suas músicas serviram de ante sala do que
seria o Rock & Roll, que dava os primeiros passos. Vários meses em turnês,
ganharam o reputação de melhor banda de R&B da década de 1950. Os
excelentes arranjos e linda voz de McPhatter ajudaram a vencer barreiras
raciais, num tempo de forte segregação nos Estados Unidos.
Ganharam fãs entre negros e
brancos, a maioria adolescentes, que não se importavam com as regras sociais,
mas curtiam o momento. Foi desse fermento que estourou de vez o Rock &
Roll. Infelizmente é difícil administrar o sucesso. Ainda em 1951, a banda já
enfrentava problemas quando Charlie White saiu, cedendo lugar para James Van
Loan, seguido por Bill Brown, depois substituído por David McNeil, antigo
membro do grupo Cotovias.
Mesmo assim estouraram nas paradas com: “I Am
With You” e “That's What You're Doing to Me”, antes de chegar ao topo com “Have
Mercy Baby”, dois meses seguidos na boca do povo em 1952. Parte da moçada não
agüentou sucesso, diversas turnês e gravações. Ninguém contestava a competência
musical de Ward para gerir a banda com mão de ferro, o problema é que o público
amava a voz de McPhatter e o restante dos integrantes recebia pouco dinheiro.
McPhatter chegou a dizer que ganhava apenas o
suficiente para viver. Às vezes para driblar dificuldades dizia que era irmão
de Clyde Ward. Em 1953 tudo isso explodiu de vez. Ele saiu para criar os The
Drifter, gravando na Atlantic Records. A sua ausência nos The Dominoes mexeu
com a comunidade negra.
Ward percebeu o erro. Colocou no seu lugar
Jackie Wilson, com voz melhor do McPhatter. Eles emplacaram os hits "You Can't Keep a Good Man Down" e
"Rags to Riches". O grupo parecia estar no caminho certo. Em
1954 Ward resolveu renovar o contrato da banda com a King Records. Vendia
muitos discos, mas viam pouco dinheiro de direitos autorais.
Entraram na Jubilee Records em 1954, onde
lançaram dois singles. Em 1955 mudaram-se para Decca Records e ali conheceram o
doce sabor do sucesso do hit “St. Teresa of the Roses”. Não conseguiram repetir
a dose no ano seguinte. Em 1956 Jackie Wilson sai para carreira solo de
sucesso.
Ward tentou segurar a onda contratando Eugene
Munford, obtendo novo contrato na Liberty Records. Fizeram sucesso com “Star
Dust”. No final da década de 1950 o conjunto passou a viver de flash backs.
Mesmo assim chegaram até 1960 explorando os hits imortalizados nas vozes
McPhatter e Wilson.
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