George Martin imortalizou as canções dos Beatles com arranjos simples e ao mesmo tempo muito bonitos |
Luís Alberto Alves
A alma
de qualquer artista ou conjunto musical é o maestro responsável pela produção
das canções, de diamante retirado da terra até se transformar numa linda jóia nas
vitrines. O produtor pega composição em estado bruto, às vezes carecendo de
bons arranjos, e a transforma em sucesso comercial, escolhendo o melhor
instrumento para valorizar a melodia.
George Martin fez isto com os Beatles. Ouso a
dizer que sem ele, talvez os quatro meninos de Liverpool não tivessem conquistado o mundo do Showbiz, entrando para a galeria das grandes bandas.
Nascido em 1926, antes de cruzar os caminhos de George, Paul, John e Ringo,
Martin estudou na Guildhall School of Music de Londres, para anos depois entrar
na EMI Records em 1950, aos 24 anos.
Em 1960 entrou na Parlophone Records para
produzir grande variedade de artistas, entre eles: Shirley Bassey e Matt Monro,
bandas de Jazz como Temperance 7, John Dankworth, Humphrey Lyttelton e artistas
de comédia. Um deles foi Peter Sellers, cujo hits: “ Right Said Fred” e “Hole
In The Ground” estouraram no Reino Unido em 1962.
Nessa época entrou nos caminhos dos Beatles e
com eles ficou até o grupo se acabar em 1970, com a famosa frase de John
Lennon: “O sonho acabou”. Uma das exigências de Martin foi a troca do baterista
Pete Best por Ringo Starr, para que a banda pudesse assimilar suas ousadas idéias
musicais em termos práticos.
É dele os toques de música clássica para “Yesterday”
e “For No One”, também criou estranho som em Revolver e Lonely Hearts Club Band
do SGT. Pepper. Não parou por ai: fez dois álbuns orquestrais de músicas dos
Beatles, com Brian Epstein assinando como Cilla Black, Gerry and The Pacemakers
e Billy J. Kramer and The Dakotas a Parlophone. Ele supervisionou as gravações.
Em 1965 saiu da EMI e montou seu próprio
estúdio, AIR London com os colegas produtores Ron Richards (Hollies) e John
Burgess (Manfred Mann). Quatro anos depois, a parceria criou outro estúdio na
ilha caribenha de Montserrat, que se tornou um centro de gravação preferido
para artistas como Paul McCartney, Dire Straits e os Rolling Stones.
Ele continuou a trabalhar com vários novos
artistas da EMI. Na década de 1970 produziu uma série de álbuns de sucesso pela
América. Durante este período, trabalhou com Neil Sedaka, Ringo Starr, Jimmy
Webb, Jeff Beck e Stackridge, produziu a trilha sonora do filme de 1978 de
Lonely Hearts Club Band do Sgt. Pepper. Ele manteve a conexão Beatles,
preparando o lançamento 1977 da gravação ao vivo no Hollywood Bowl, e produziu
dois trabalhos solo de McCartney, Tug Of War (1981) e Pipes Of Peace (1983).
Ele também produziu a trilha sonora do filme
musical de McCartney Give My Regards To Broad Street. No final dos anos 1970,
AIR foi comprada pela Chrysalis Records, com Martin se tornando diretor da
empresa.
Martin foi menos prolífico como um produtor
durante a década de 1980, mas criou uma versão de Dylan Thomas "Under Milk
Wood em 1988 e trabalhou com o ex-membro Dexys Midnight Runners Andy Leek em
seu álbum solo de estréia. Ele foi premiado com um CBE para serviços para a
indústria da música em 1988.
Em 1990 anunciou planos para substituir AIR
Studios com um 'estado da arte' complexo de áudio e vídeo no norte de Londres,
e sua atenção meticulosa em remasterizar todo o trabalho dos Beatles para disco
compacto, demonstrando resultados notáveis. Martin foi fundamental na produção
de 1992 para televisão de um documentário para assinalar o 25 º aniversário do
sargento. Lonely Hearts Club Band da Pepper.
Em meados dos anos 90, ele
foi uma parte importante da série Beatles Anthology, embora estivesse
desapontado por não ter sido convidado para produzir os dois novos singles, “Free
As A Bird” e “Real Love”, tarefa que ficou com Jeff Lynne.
Pelo que já fez na indústria da música, Martin
já entrou para a história do Showbiz, por causa da personalidade tranqüila e
talento extraordinário. Recebeu o Grammy Trustees em 1995, pelos serviços prestados
a tantos artistas. Dois anos depois ao palco da Music For Monteserrat, num
concerto de caridade e produziu Elton John no “Candle In The Wind ´97´,
tornando o single mais vendido de todos os tempos.
O ano de 1998 marcou o lançamento de sue
último álbum, In My Life, coleção de covers dos Beatles, nas vozes de Celine
Dion, Jim Carrey, Goldie Hawn e Sean Connery, grandes estrelas do cinema.
Poucos produtores causaram impacto tão grande no mundo da música, como George
Martin e ganharam imenso respeito.
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