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Luís Alberto Alves/Hourpress

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Buddy Knox: Grande estrela esquecida do Rock and Roll


A grande pegada do Rockabilly

Luís Alberto Alves

Buddy Knox foi o primeiro artista da era do Rock & Roll a escrever e gravar seu próprio hit ‘Party Doll” que vendeu milhões de cópias em 1957. Foi pioneiro da Lone Star State Rockabilly, que depois ganharia o nome de Tex-Mex. Ele antecipou a carreira do colega do Texas, Buddy Holly. O mais curioso é que as contribuições de Knox para o Rock ficaram subestimadas.

 Nascido Wayne Knox, em 1933, numa fazenda na periferia de West Texas Town of Happy, durante a Segunda Guerra Mundial sua mãe e os irmãos eram integrantes de um grupo gospel, embora fosse apaixonado por Country Music.

No Ensino Médio ele participou do West Texas State College e como clandestino entrou no grupo vocal amador Serenaders, que incluía o baixista Jimmy Bowen e o guitarrista Donny Lanier. Em 1955 o trio ganhou o nome de The Rhythm Orchids por causa das camisas roxas que usavam nas apresentações.

 Depois entrou o baterista Don Mills, nesta época se aproximaram do Rock. Conheceram a lendária Sun Records, a gravadora que descobriu Elvis Presley. Aconselhados por Roy Orbison deixaram a produção do disco nas mãos de Norman Petty, que já havia trabalhado com outras estrelas deste estilo musical. Porém o baterista Mills sentiu a responsabilidade e resolveu voltar para a escola. No seu lugar entrou Dave Alldred.

 Gravaram os hits: “ Party Doll” e “"I'm Stickin' With You”. Pegaram 500 cópias dos discos e voltaram para West Texas. Juntaram uma grana e fundaram a Triple D e prensaram mais 2.500 discos. A irmã do guitarrista Lanier passou, modelo em Nova York, pegou um dos vinis e repassou para editora de música Phil Kahl. O hit entrou na recém-formada Roulette Records.

                                             Ed Sullivan
 Conseguiram vender mais de 1 milhão de cópias, com o hit “Party Doll”, estourando nas paradas. A canção ficou mais de 23 semanas no topo dos grandes  sucessos, rendendo apresentação no programa de Ed Sullivan, o Silvio Santos dos Estados Unidos na década de 1950.

A partir dai Knox e Bowen optaram por carreiras solos, mas usando a banda
The Rhythm Orchids como grupo de apoio. Em 1957, Knox explodiu com a canção "Rock Your Little Baby to Sleep”, vendendo mais 1 milhão de discos. A grande jogada é que o som dele era um Rockabilly  mais bonito. Durante aquele ano ele ocupou o posto de grande estrela do Rock. Em 1958 gravou os hits “Devil Woman” e "Swingin' Daddy”, seguido de uma regravação de “Somebody Touched Me”, outro estouro de vendas. A canção "I Think I'm Going to Kill Myself", que incentiva o suicídio foi proibida em diversas rários, marcou o último Hot 100.

                                           Taste of the Blues
 Após lançar dois singles para a Roulette, “Taste of the Blues” (1960) e “Long Lonely Nights”, Knox saiu da gravadora para entrar na Liberty Records. Ali o produtor Snuff Garret o lapidou mais. Soltou o hit “Lovey Dovey” em 1961, mas a produção de Garret numa pegada adolescente não rendeu bons frutos.

Lançou outros singles: “Ling-Ting- Tong”, “Dear Abby” e “All Time Loser” sem bons resultados. Saiu para entrar na Reprise Records em 1964. Gravou as canções “"Livin' in a House Full of Love" e "Love Has Many Ways." Pulou no barco da United Artists e o produtor Bob Montgomery acertou a mão na música “Gypsy Man", grande sucesso em 1968.

 Mudou para o Canadá e abriu uma boate e manteve agenda intensa de turnês nas décadas de 1970 e 1980. Em 1999 descobriu que tinha câncer no pulmão, por causa do vício no cigarro. Quando o mês de fevereiro daquele ano terminou, Knox já estava na lista dos passageiros que embarcaram rumo ao além.


Joe Maphis: O talento instrumental da guitarra dupla


Maphis e sua famosa guitarra dupla


Luís Alberto Alves

Joe e Rose Maphis foram uma popular dupla de marido e mulher na década de 1940 e 1950, cantando diversas canções ancorada no talento instrumental de Joe que tocava tudo sobre cordas, especialmente guitarra dupla.


A canção “Dim Lights, Thick Smoke (And Loud, Loud Music)” é um dos grandes sucessos da dupla. Até a morte de Joe, em 1986, ele tocou para diversos artistas, entre eles Rick Nelson, Tex Ritter e Wanda Jackson.

Morte de Maurice White deixa Black Music mais pobre


Maurice White foi um dos fundadores da Earth, Wind & Fire
Luís Alberto Alves

A Black Music ficou mais pobre no dia 3 de fevereiro: morreu um dos fundadores da Earth, Wind & Fire, Maurice White. Aos 74 anos, ele já estava afastado dos palcos por causa do mal de Parkinson. Talentoso, durante várias décadas fez os arranjos da maioria dos grandes sucessos da banda que tirou do papel em 1968 em Chicago.  

Dois anos antes, White era baterista da banda Young Holt Unlimited, que estourou nas paradas de todo o mundo com o hit “Soulful Strut”. Nessa época ele conheceria Ramsey Lewis, que ao lado de White, mais tarde, escreveria canções e arranjos de hits que viraram clássicos nos bailes de todo o mundo. Um deles é a balada de 1975 “Reasons”, onde a bela introdução feita com clarinete a imortalizou.

 Nascido em Memphis, terra da inesquecível e legendária gravadora Stax Records, em 1941, na adolescência mudou-se para Chicago e ali começou a trabalhar como baterista na Chess Records, quando conheceu Ramsey Lewis. Num dos hits da Eart, Wind & Fire, gravado em 1979, o talento de White é exposto na canção “September”, até hoje outro grande sucesso do grupo.

 No palco era difícil não reconhecê-lo, por causa dos quase 2 metros de altura e a famosa cabeleira estilo black power. Ao lado do irmão e contrabaixista Verdine White, o vocalista Philip Bailey (a voz fina do hit “Reasons”), o percussionista e vocalista Ralph Johnson, manteve a Earth, Wind & Fire no topo.


 Mesmo quando a doença o afastou das apresentações, o trio Verdine, Bailey e Johnson manteve ativo o DNA da banda, agora com 48 anos de estrada. Com mais de 90 milhões de discos vendidos, seis prêmios Grammy e espaço assegurado no Rock & Roll Hall of Fame, White pode descansar em paz. Entrou para a galeria dos grandes artistas da Black Music.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Blog Blackmusicworld já passou das 300 mil visualizações

Compacto simples (disco de vinil com 2 músicas) raro de Jorge Benjor, na época assinava Jorge Ben



Último desfile pela escola de samba Vai-Vai em março de 1987, ainda na Avenida Tiradentes
Folheto de divulgação de baile da equipe Tropicália em 1975



Luís Alberto Alves

Com mais de  300 mil acessos, nestes cinco anos, posso afirmar que este blog blackmusicworld.blogspot.com.br é um sucesso. Em visualizações o Brasil aparece em primeiro com 151.451 acessos, Estados Unidos com 116.258, Alemanha com 4.759, Portugal com 2.569, Rússia com 2.026, França com 1.129, China com 855, Reino Unido com 557, México com 374 e Japão com 372. A matéria que mais chamou a atenção dos meus leitores foi: “A morte gosta de quem faz a segunda voz”, com 4.444 visualizações, seguida de “Ricky Chayne, o cantor de Mamy Blue”, com 1.442 acessos.

 Mas não cheguei até aqui ao acaso, existe trabalho de bastidores, como pesquisas e extenso arquivo de canções que reuni em mais de 35 anos de estrada.

 Desde a adolescência gostei de estudar a história da Black Music. Nenhum segmento musical conseguiu aglutinar tantos gêneros embaixo do seu imenso guarda-chuva. Dois dos estilos mais famosos do mundo tiveram influências afro: Rock e Samba!

  Na minha curtida juventude aprendi a manejar duas rudimentares picapes para dar os famosos bailes de garagens, onde muitos namoros se transformaram em casamentos. Não existia a tecnologia atual. Os efeitos eram obtidos por meio de disco de vinil. Numa picape ele era acionado, na outra entrava a canção. Tinha desde canto de passarinho a barulho de turbina de avião subindo ou o estrondoso ronco das buzinas dos navios chegando ou saindo do porto.

  Para ficar sintonizado nas novidades, pois não existiam Google, Youtube, Facebook, Orkut, Facebook, ouvia todos os dias a rádio AM Difusora Jet Music, pertencente aos Diários Associados, dono também da rede de televisão Tupi. A Difusora fazia programação FM numa época que não existia este tipo de rádio no Brasil. Ali que garimpava as canções que fariam sucesso nos bailes, principalmente as músicas lentas, que hoje são denominadas de melodias, por causa do ritmo vagaroso.

  Do salário de Office boy (na época não havia motoboys) tirava um pouco de dinheiro para comprar os discos de vinil (cada um com 12 canções, seis de cada lado). Quando era raro, o preço subia. É como se pagasse por um determinado CD, hoje, o equivalente a R$ 500 ou R$ 1.000,00 por causa da sua preciosidade. Aos poucos comecei montar minha discoteca. Passei a gostar de Black Music nesta época, por causa do balanço das músicas (os arranjos). O que elas provocavam quando tocadas em determinados horários.

                                                                       Discos de vinil raros

  Lembro-me que em 1980 comprei o disco de vinil gravado por Roy Ayers em 1978 pela Polydor Records, onde está a célebre canção “You Send Me”, composta por Sam Cooke em 1957, desbancando Elvis Presley das paradas na época. Era importado. Paguei o equivalente a R$ 100 em valores atuais na loja Museu do Disco, da Rua Dom José Gaspar, quase esquina com a Avenida São João, Centro de São Paulo. Quando a toquei no baile a primeira vez, de madrugada, todos começaram a correr atrás das meninas para dançar. Ninguém queria perder a chance de usar aquele hit para não voltar sozinho para casa.
LP de Vinil de Roy Ayers, onde está a regravação de "You Send Me"

  Também me recordo do disco de vinil gravado pela dupla Peaches and Herb, em 1978, em que a lenta “Reunited” estourou em todo o mundo, principalmente nos bailes de garagem e salão no Brasil. O comprei na Rua Barão de Itapetininga, região central de São Paulo. Cada disco tem sua história. Passei a ser muito requisitado para fazer, inclusive, festa de casamento. Porque o pessoal sabia que minha coleção de disco fazia a diferença de madrugada. Conseguia tocar mais de sete horas sem repetir canções.

  Em épocas especiais frequentava os bailes promovidos no salão (hoje demolido, e na época grudado ao Shopping Bourbon, no bairro da Pompéia, Zona Oeste da Capital paulista) do Palmeiras pela Chic Show e na Casa de Portugal ou Club Homs pelo pessoal de Os Carlos O Som para Dançar. A Chic Show, que chegou a ter mais de seis casas de shows em São Paulo nas décadas de 1970 e 1980, seria considerado o time do Barcelona na arte de fazer baile e Os Carlos, o Som para Dançar, o Santos de Neymar.

                                                                   Love Island, de Eumir Deodato
Outro disco raro, de 1978,  do maestro Eumir Deodato, com a disputada balada "Tahiti Hunt"

 Tinham as outras, Zimbabwe, Black Mad, Tranza Negra, Galotte, Kaskatas, Sideral (que ousou trazer pela primeira vez um cantor internacional ao Brasil, em 1978), Soul Grand Prix, Jirau, Furacão 2000, essas últimas do Rio de Janeiro. Mas não portavam com o profissionalismo da Chic Show e sua imensa coleção de discos, assim como Os Carlos, O Som para Dançar eram mestres em raridades de samba-rock, numa época que se dançava muito Soul e Funk (o dos Estados Unidos, sem o rebolado erótico e letras obscenas do atual ritmo que nada tem de Funk, nem os arranjos musicais).
Disco de vinil de Djavan, com a primeira gravação de "Flor de Liz"

 No final da década de 1970 passei a gostar de escola de samba. Época dos desfiles na Avenida Tiradentes, Centro da Capital paulista. Em 1978 ao assistir a apresentação da Vai-Vai, e mesmo sem som no microfone do intérprete de samba, ela conseguiu ganhar o título de campeã naquele ano, deixando em segundo lugar sua arquirrival Camisa Verde e Branco. Dois anos depois passei a participar dos ensaios e depois dos desfiles até 1987, quando fui tetracampeão, ainda na Passarela da Avenida Tiradentes. No quinto ano de Vai-Vai entrei na Ala de Compositores. Antes em 1978 comecei a aprender tocar violão. 
É neste álbum duplo que está a primeira gravação do inesquecível hit "Reasons" de 1975

  Conheci ícones do samba, como Geraldo Filme, com quem aprendi a escrever letras curtas, mas cheia de informações e melodias gostosas, Osvaldinho da Cuíca, Nadão, Ademir, Paquera, Chapinha, Xoxão (parceiro de samba enredo e grande talento ignorado pelas gravadoras), Branca di Neve (antes de gravar seus dois antológicos discos que entraram para a história do samba-rock no Brasil) e Mário Sérgio, que toca cavaquinho há vários anos no grupo Fundo de Quintal. Com ele fui incentivado a entrar num conservatório musical e estudar música clássica. Isto fiz no conservatório Souza Lima, da Rua José Maria Lisboa, região da Avenida Paulista, em São Paulo.
Parceria de Chubby Cheker e Bobby Ridel de 1962

                                                                      Acesso ao Gospel

  Com esse pessoal aprendi a compor sambas cheio de balanço, na linha de Tim Maia e Jorge Benjor, cantores que tive a oportunidade de assistir muitos shows nas décadas de 1970 e 1980. Nessa época era raro se ouvir samba em rádio FM ou AM, só na época do Carnaval. Nas quadras das escolas, o pessoal acabava formando rodas de samba e cada um apresentava suas músicas inéditas. Caia na boca do povo e ali muitos ganhavam dinheiro vendendo fitas K/7 (avó do CD) de suas músicas.
Segundo e último disco de Branca di Neve, com quem tive prazer de tocar na época de Vai-Vai

  Acabei conhecendo um maestro, conhecido como Jacó Guitarra, responsável pela produção do primeiro disco gravado por Angela Maria na década de 1950 no Brasil. Ele lecionava no conservatório onde estudava. Passei a entregar minhas músicas para que escrevesse as partituras.  Ainda na segunda metade da década de 1980 entrei na faculdade de Jornalismo. Em 1990, quando trabalhava no extinto jornal paulistano Diário Popular, resolvi com colegas de trabalho, fundar uma banda de carnaval, denominada Banda do Caju, espécie de Casseta Planeta do asfalto.
Banda de carnaval que mantive até 1996

 Escolhíamos um tema político da época e em cima disso a música era composta. Um delas teve como inspiração as pernas (lindas, diga-se de passagem) da ex-cunhada do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que teve o mandato cassado em 1992, Thereza Collor. A folia da Banda do Caju durou até 1996.

                                                                 Cantores evangélicos dos Estados Unidos
Guitarra Ibanez que esteve na maioria dos meus CDs Gospel

  Apesar de estar com 35 anos, minha vida pessoal, profissional e espiritual parecia um carro sem freios numa imensa ladeira. Era igual o general sem tropa ou perfume sem cheiro. Resolvi me tornar cristão ou evangélico como se diz atualmente. Passei a perceber que as igrejas evangélicas, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, investem muito na área musical. Não deixando nenhum culto sem tocar ou cantar canções, que mais tarde fui descobrir, eram Blues, Soul e Funk (o legítimo dos Estados Unidos).

  Descobri que várias bandas que ouvia na minha adolescência ou mesmo cantores solo, eram evangélicos nos Estados Unidos, como Al Green, Philip Bailey (intérprete do hit “Reasons” na banda Earth, Wind And Fire), Isley Brothers, Commodores (inclusive seu grande vocalista Lionel Ritchie), Kool and The Gang, James Brown (pasmem), Janis Joplin, Billie Holiday, Billy Stewart (intérprete da linda “I Do Love You”), Denicie Williams (pastora), Little Richard, Elvis Presley, George Benson, Cissy Houston (mãe de Whitney Houston) entre outros.  

  Ao estudar inglês percebi que diversas letras falavam do poder de Jesus Cristo em mudar nossas vidas. “The Greatest of the Love All”, de George Benson, é um exemplo disto. Em 1997 comecei a escrever letras evangélicas, a maioria Blues, Soul ou Funk Music (o legítimo dos Estados Unidos). Porém, só em 2000 consegui lançar meu primeiro CD, numa gravadora independente. O acaso acabou responsável por uma grande amizade profissional com o maestro Isaias AES, dos estúdios Art&Louvor, em São José dos Campos, SP, Brasil.

  Perto do final do ano 2000, meu CD, com 12 canções, acabou concluído pelo irmão em Cristo, Isaias AES. Em nossas conversas percebi que ele gostava do estilo Black Music, as pegadas Funk de James Brown, Kool and The Gang, Bar- Kays, The Gap Band, Billy Stewart e o Blue e Soul de Sam Cooke, Roy Ayers, Al Green, Linda Clifford, Isley Brothers, GQ, Bobby Womack entre outros.

                                                              “Donna”, namorada de Ritchie Valenz

 Dai por diante passou a produzir meus CDS (neste 2013 sai o 8º, em nome de Jesus Cristo). Algumas das faixas desses álbuns coloquei no youtube, a maioria com a batida e timbre de instrumentos das décadas de 1950 (Blues “Outro Amor”, “Eu Só Quero te Adorar”), de 1960 (Blues “Reflexão”), 1970 (Ska “Jerusalém”), 1980 (Funk “Graças”, “O Futuro a Deus Pertence”, “Não se Canse de Interceder pela Vida de seu Irmão”), 1990 (Soul “Adoração”, Reggae instrumental “Eternamente”, RAP “Valeu”).

 Em 2008, durante minha passagem pelo jornal paulistano Metrô News, onde ocupei o cargo de editor-chefe, passei a escrever às segundas-feiras matérias relativas à música, trazendo ao leitor curiosidades desse segmento, na maioria das vezes desconhecidas pelos leigos, como exemplo, informando que Tim Maia foi quem ensinou Erasmo Carlos a tocar violão e que na adolescência, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, junto com Roberto Carlos e o contrabaixista Edson Trindade (autor do hit “Eu Gostava Tanto de Você”), formaram uma banda conhecida como The Sputinik.

  Passava dados como o início da carreira musical do guitarrista Jimi Hendrix na banda de Black Music The Isley Brothers, na década de 1960; que a canção “Donna” teve como inspiração a então namorada e grande amor de Ritchie Valenz, morto num acidente de avião em 3 de fevereiro de 1959, nos Estados Unidos, quando se dirigia para se apresentar no segundo show daquela noite de sábado. Também esclarecia que o conjunto The Commodores, em 1968, era a banda de apoio do grupo The Jackson Five, onde brilhava o garotinho Michael Jackson.

  Após quase dois anos no Metrô News resolvi sair da empresa em fevereiro de 2010. Três meses depois criei este blog e passei a publicar todos os textos que saiam nas edições de segunda-feira do Metrô News. A mesma atenção dispensada pelos leitores passou a ocorrer neste blog, com internautas de todo o mundo acessando meus textos. Alguns de países distantes, onde talvez nunca possa visitar um dia, como Finlândia, Indonésia, Ilhas Fiji, Nova Zelândia.

Deixo aqui o meu carinho a todos vocês. Fiquem cientes de que procuro dar o melhor em minhas pesquisas para escrever e publicar matérias que valorizem os ricos talentos da Black Music, responsável por mais de 80% dos estilos existentes no mundo. Comparem: Jazz+Soul+Blues (Funk), Soul+Calypso+Blues (Reggae), Blues+Gospel+Jazz (Soul), Blues+Gospel (Sharm), Jazz+Samba (Bossa Nova), Jazz+Soul+Rock (RAP), Gospel+Blues (Jazz), Rhythmn´Blues + Country (Rock and Roll), R&B+Hip-Hop (New Jack).




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

The Collins Kids: A dupla que sacudiu a década de 1950 misturando Rockabilly e Country Music



A dupla de irmãos que sacudiu a década de 1950

Luís Alberto Alves

Os irmãos Lawrence e Lawrencine Collins, ambos nascidos no início da década de 1940, aos 11 e 13 anos de idade já faziam a diferença na Columbia Records e nas emissoras de televisão dos Estados Unidos. A irmã mais velha Lorrie era a mais sensual, já o menino tinha muita energia, que despejava na guitarra, que aprendeu rapidamente.


Os dois faziam lindo dueto em canções campestre, mais tarde mesclando para o Rockabilly, misturando Black Music. Reverenciado por colecionadores de Rockabilly de todo o mundo, ambos não eram apenas bons quando adolescentes, mas simplesmente excelentes artistas para aquela época.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Há 57 anos o rock perdia Ritchie Valenz, Buddy Holly e Big Bopper



Ritchie Valenz

Buddy Holly e sua banda que inspiraram Stones e Beatles

O DJ Big Bopper

Os restos do avião que mudou para sempre a história do Rock


Luís Alberto Alves

 Em alguns momentos da vida nos deparamos com a inexplicável palavrinha “se”. Hoje aplico o “se” aos eternos ro     queiros Ritchie Valenz, 17 anos,  e Buddy Holly, 22 anos. Caso os dois não tivessem morrido no fatídico início de madrugada daquele domingo de 3 de fevereiro de 1959, na pequenina cidade de Mason, Estado de Iowa, Oeste dos Estados Unidos, como seria (olha de novo o se aqui) o Rock atualmente? Correndo por fora o DJ Bopper, que abriu os microfones das rádios para bandas iniciantes.

 Para os desavisados ou desconectados, Valenz entrou para a história da música com os hits “La Bamba”, “Donna” e “We Belong Together”. Holly e sua banda The Crickets serviram de inspiração para Beatles e Rolling Stones. No final da década de 1950 o Rock enfrentava um clima pesado, com Elvis Presley prestando Serviço Militar, Chuck Berry (ensinou Keith Richards dos Stones a tocar guitarra) preso e Little Richard afastado dos palcos.

 Valenz morava numa favela no Vale de San Fernando, periferia de Los Angeles. Filho de mexicanos, aos 15 anos mergulhou de cabeça na música, competindo com Elvis Presley, Chuck Berry, Buddy Holly, Little Richard, Bill Haley e Seus Cometas, Fat Domino (o homem que gravou o primeiro rock do mundo e Sam Cooke, autor da inesquecível “You Send Me”.

 Após formar a primeira banda em 1957, com dois negros, um americano descendentes de mexicanos e outro de origem japonesa, foi descoberto pelo produtor Bob Keane, o mesmo que apostou nos talentos de Sam Cooke Barry White. Gravou o compacto simples (disco de vinil com apenas duas músicas) com o hit “Come on Let´s Go”.

 O ano de 1958 marcou a explosão da canção “Donna”, cuja letra surgiu num orelhão em homenagem à colega de escola, Donna Ludwig, o grande amor de sua vida. O hit chegou ao segundo lugar das paradas dos Estados Unidos. Numa viagem ao México transformou na pegada de rock, a canção folclórica “La Bamba”.

 A partir dai a vida de Valenz tomou ritmo alucinante. Para cumprir a extensa agenda de shows, só utilizando avião. Assim poderia estar se apresentando em diversos locais numa mesma noite. Para pagar dívidas, Buddy Holly também adota a mesma tática, usando aeronaves para vencer rapidamente as distâncias. Prodígio, teve a ideia de deixar o contrabaixo ao lado da bateria quando cantava ao vivo. Logo diversos artistas imitaram seus gestos. Nos estúdios conseguia fazer milagres numa aparelhagem limitada, que só na década de 1970, outras bandas imitariam.

 Como ninguém é capaz de prever as surpresas do destino, os três embarcaram num avião monomotor naquela madrugada de domingo, 3 de fevereiro de 1959, após saírem de um show na cidade de Clear Lake. A pressa deixou para trás o medo da tempestade de neve, que minutos depois iria derrubar a aeronave e provocar sua explosão numa plantação de milho.

 Ali chegava ao fim a curta trajetória do garoto pobre, morador numa favela, que rapidamente virou pop star e do talentoso Buddy Holly, fonte de inspiração de duas das maiores bandas de rock que o mundo já conheceu. Repito a palavrinha “se”. Caso estivesse vivos até hoje, o showbiz teria qual cara? Stones e Beatles teriam estourado ou ficariam restritos ao Reino Unido? Essa pergunta, infelizmente, nunca teremos respostas!!!