Reportagens com clipes descrevendo histórias de artistas famosos,
principalmente de intérpretes da Black Music, além de destacar a importância do Blues no Showbiz.
Artista de muitos
talentos: cantor, rapper e guitarrista Maverick Sabre nasceu em Londres, mas
logo mudou-se para a Irlanda na infância. O começo foi modesto, quando lançou o CD Terawrizt e Nu-Centz (Sense the Terror)
em 2008 e Jermiside & Danny Diggs (Middle Classic) de 2009.
O ano de 2010 marcou
a chega do CD Jungle e Chase & Status, destacando o hit “Fire in Your Eyes”.
Em 2011 entrou na Mercury Records e soltou seu EP de estreia, The Lost Words,
numa fusão de Hip-Hop, R&B, Reggae e Folk.
O estouro nas
paradas foi o hit “Let Me Go”. Em 2012 soltou o CD Lonely Are The Brave e
chegou bonito nas paradas de sucesso de Londres. É o primeiro disco trazendo
apenas composições de sua autoria.
A marca registrada desse grupo é o som do
Blues clássico, Soul e Rock & Roll das décadas de 1950 e 1960. Mesclam o
estilo daquela época com o de hoje. Ganharam milhares de fãs nos Estados Unidos
e Reino Unido. A banda surgiu em 2010 pelas mãos do vocalista Ty Taylor, o
guitarrista Nalle Colt, o baixista Rick Barrio Dill e o baterista Richard
Danielson, quando viviam em Los Angeles.
Taylor já trabalhado
com os grupos Dakota Moon, Camp Freddy e Ghosthounds, além de participar do
concurso de Rock Music INXS. Colt já havia tocado na Dakota Moon e Ghosthounds.
O baixista Dill diversos discos solo sob codinome Duff Ferguson e bateristas em
várias bandas.
A Vintage Trouble
surgiu quando eles se reuniram para tocar juntos. Numa apresentação ao vivo, a
sugestão virou algo sério ao passar se apresentar no circuito de clubes de Los
Angeles. Em 2011 lançaram o primeiro CD. Ganharam várias críticas positivas.
Logo arrumaram uma
turnê para o Reino Unido e ganharam destaque nas emissoras de televisão. Em 2013
se apresentaram no programa The Tonight Show com Jay Leno e coloram no pessoal
do The Who para diversos shows na Europa, abrindo inclusive para os Rolling
Stones em Londres. Não demorou em assinar contrato com a lendária Blue Note
Records.
Qualquer banda ou
cantor precisa de um bom produtor na retaguarda. Do contrário, seus discos
cairão diretamente na lata do lixo, além de agredir os ouvidos dos fãs. Quando
analisamos a harmonia (roupa da música) das canções dos Beatles, percebemos o
talento de George Martin, que partiu para sempre desde mundo nesta semana.
Ele foi o
responsável pela lapidação dos hits lançados pelos quatro meninos de Liverpool.
Na maioria das composições, Martin usava apenas quatro acordes. Todos simples.
Num deles: E (mi), C#- (dó sustenido menor), F#- (fá sustenido menor), A (lá);
ele vestiu um dos grandes sucessos dos Beatles.
Martin tinha o feeling
de transformar músicas ruins em bons produtos. O showbiz deve sempre agradecer
a ele por transformar a pedra bruta Beatles num diamante valioso, cujas músicas
ainda vendem até hoje, mesmo após 47 anos da famosa frase: “o sonho acabou”.
O leigo ou os
abelhudos que nunca pisaram os pés em
uma escola de música, desconhecem o trabalho feito dentro do estúdio. Quando o
produtor, que geralmente é maestro e entende tanto de teoria quanto de prática
musical, vai começar a dar corpo naquela letra.
Por ter bastante
sensibilidade, sabe qual melhor instrumentação para determinado hit. Exemplo disso
é a clássica “Let It Be”, com direito a solo de piano no meio dessa canção feito
por Billy Preston. A cifra consiste em quatro acordes: C (dó), G (sol), A- (lá
menor) e F (fá). Nas mãos de um cabeça de bagre iria virar um lixo, porém
Martin a transformou um grande diamante.
E o que dizer de
Anna, outro grande sucesso dos Beatles, onde novamente Martin trabalhou cinco
acordes: D (ré), B- (si menor), E- (mi menor), G (sol) e A (lá) que funciona
como preparação para D. O segredo desse grande produtor era não abusar de notas
dissonantes (que podem ser usadas ou não no arranjo, como se fosse uma peça de
roupa bonita, que necessariamente nem sempre precisa fazer parte da vestimenta
do dia a dia).
Donet foi outro
compositor que bebeu na fonte da Soul Music e colocou os pés na estrada em 2004
com o CD Simply Mic, lançado pela Sony Music na Alemanha.
Antes participou de
turnês com Stevie Wonder, Carlos Santana e Erykah Badu. O segundo disco ficou
na gaveta algum tempo. Finalmente em 2012 saiu Plenty of Love, pela Universal
Music alemã. Naquela mesma época soltou o álbum Losing You, destacando o single
“I Know”.
Lizz Wright é uma
vocalista e compositora que sintetiza no seu repertório R&B, Jazz, Folk,
Blues e Gospel. Natural da Geórgia, onde nasceu em 1980, o gosto pela boa
música apareceu ainda na infância. O pai era pianista e diretor musical na
igreja e a incentivava a cantar os hinos numa levada de Soul Music.
Não demorou em
começar a ganhar prêmios em diversas competições envolvendo corais. A voz
quente, mas de timbre suave a levou a estudar canto. Em 2000 entrou num
quarteto vocal, que rapidamente caiu nas graças de Atlanta.
Dois anos mais tarde a Verve Records a
contratou como artista solo. Em 2003 lançou o CD Dreaming Wide Awake. Três anos
após apareceu no álbum TootsThielemans One More for the Road, lançou o terceiro CD, The Orchard em
2008.
No ano de 2010 solto a voz no disco
Fellowship, numa mistura bem pesada de Gospel Music, trazendo as presenças de
Me´Shell Ndegeocello e Angélique Kidjo.
Em 2015 gravou o o CD Freedom & Surrender, seu quinto álbum, incluindo
versões de Nick Drake de “Man River” e dos Bee Gees para “To Love Somebody”.
Marsha Ambrosius e
Natalie Stewart são as divas funk atrás do Neo-Soul duo Floetry. Ambrosius e
Stewart surgiram em meados dos anos de 1990 como compositores de demanda. Elas
estão por trás de alguns dos maiores sucessos do novo milênio, também.
O
par escreveu faixas para Michael
Jackson, Jill Scott, Glenn Lewis, e Bilal. Enquanto estão altamente respeitadas
nos bastidores, Floetry é a sua maneira de mover-se para frente.
As duas se
conheceram por causa da paixão pelo basquete. Stewart veio de Londres e também
gosta do mesmo esporte. A música as uniu. Ambrosius trazendo as raízes do
Reggae e Stewart pelo Funk e Soul, além de estudar negócios e finanças, abrindo
cursos de voz, técnica de execução e gravação. Stewart é mais da praia do
teatro.
Após ganhar bolsa de
basquete na Georgia University, uma lesão retirou Ambrosius deste cenário.
Stewart foi para Universidade de Middlesex e depois da North Londo University.
Continuaram a se falar e adorando música.
Floetry surgiu em 1997, quando as duas
passaram a escrever e tocar em shows em Londres. Três anos depois mudaram para
a América. Numa rápida passagem por Atlanta não foram felizes, mas reverteu o
quadro na Filadélfia. Conheceram Julius Erving III, filho do grande jogador de
basquete Julius Erving, no começo do ano 2000.
Ele colocou a dupla no circuito. Em 2002
assinaram contrato com a Dream Works e prepararam o CD de estreia, Floetic,
depois lançaram Flo´Ology que chegou ao Top Ten em 2005.
Aclamada como um prodígio no contrabaixo
acústico dentro de alguns meses depois tocar o instrumento com 15 anos,
Esperanza emergiu como baixista de Jazz, mas também se aventurando pelo Blues,
Funk, Hip-Hop, fusão de Pop Music e ritmos brasileiros e afro-cubanos.
Nascida em Portraland, Oregon, em 1984, ela
não foi bem recebida na rede pública de ensino e logo deixou as aulas de lado
para estudar sozinha em casa. Só retornou aos 15 anos, tocando seu primeiro
baixo acústico. Saiu da escola novamente e entrou na Universidade de
Portraland. Em três meses acabou contratada pela prestigiosa Berklee College of
Music em Boston em 2005.
Logo passou a tocar com diversos artistas: Joe
Lovano, Patti Austin, Michel Camilo, Charlie Haden, Regina Cartes, Pat Metheny,
Davi Samuels entre outros, além de marcar presença no seu trio de jazz, onde lançou
um CD em 2006 e repetiu a dose dois anos depois, no álbum Esperanza, pela Heads
Up Records.
No ano de 2010
soltou o CD, pela Chamber Music Society, trazendo regravações de Dimitri
Tiomkin, Ned Washington e Tom Jobim. O disco teve participações de Milton
Nascimento e Gretchen Parlato e do guitarrista Ricardo Vogt. Fez bonito nas
paradas de Jazz da Billboard e a ajudou receber o Grammy 2011, de Melhor
Artista Novo.
Prosseguiu com uma
banda regular, incluindo o baterista Terri Lyne Carrington e o pianista Leo
Genovese, além de Joe Lovano no saxofone e outras feras do mundo do Jazz. Em
2012 soltou outro álbum. Em 2014 ganhou destaque como vocalista em publicações
especializada. Com Emily D + Evolution soltou outro CD.
Naquela noite de sábado, de 5 de março de 1963, antes de embarcar no avião monomotor que a levaria para além minutos depois, a
cantora Patsy Cline, considerada por muitos eterna rainha da Country Music,
telefonou para o marido com o qual vivia em guerra permanente. Dentro de
algumas horas estaria em casa e a reconciliação seria selada entre o casal. Entrou
na aeronave pilotada pelo empresário e amante, junto com outros artistas. Sob
forte tempestade, o aparelho não chegou a sair do espaço aéreo do Tennessee,
onde caiu, matando Patsy.
A partir
daí, o dia 5 de março entrou para a história dos fãs de Country Music. Numa
curta carreira que durou apenas seis anos, interrompida em 1963, ela ficou
conhecida pelo tom rico, emocionante e ousado de contralto de voz. Virou
pioneira da Country Music, na década de 1950, vista como música de caipira e de
velhos. Ajudou a abrir caminho e serviu de inspiração para diversos artistas.
Nos seus seis anos de sucesso, emplacou nas paradas
os hits: “Walkin ´After Midnight”, “I Fall to Pieces”, “She´s Got You”, “Sweet
Dreams” e a inesquecível “Crazy”, onde dá verdadeiro show de interpretação. A
introdução com piano entrou para a história dos clássicos da Country Music.
Ganhou
diversos prêmios e vendeu milhões de discos após sua morte, aos 30 anos. Alguns
críticos a comparam aos talentos de Johnny Cash e Elvis Presley. Suas canções,
passados mais de 53 anos, continuam atuais, por causa da grande capacidade de
interpretação.
Nascida
em 1932, em Winchester, Virgínia, desde criança cantava na igreja ao lado da
mãe. Admirava estrelas do cinema: Kay Starr, Stafford Jo, Hank Williams, Judy
Garland e Shirley Temple. Naquela época
já tinha afinação perfeita. Nem uma infecção na garganta a prejudicou.
Após o
pai abandonar a família, Patsy saiu da escola para sustentar a casa. Num certo
dia pediu ao DJ de uma rádio perto do seu trabalho para cantar num programa da
emissora. Tinha apenas 15 anos e os convites começaram a aparecer. Logo soltava
a voz em casas noturnas.
Em 1954
já atraia grande público. A estrada estava aberta. Gravou três álbuns de estúdio.
Entrou Four Star Records, da Califórnia, onde soltou o primeiro disco em 1955.
Lançou mais 17 singles entre essa data e 1960. Mas foi a canção “Walkin ´After
Midnight” que a fez conhecida em todos os Estados Unidos.
Nessa
época gravou vários hits no estilo Gospel e Rockabilly. Trabalhando com o
produtor Owen Bradley, Patsy mudou o estilo para Honky Tonk mesclado ao Pop do
som de Nashville. Em 1961 estava na Decca Records, onde lançou o hit “I Fall to
Pieces”. Outro estouro nas paradas. O single “Crazy” foi grande sucesso de
vendas, num disco com apenas duas canções.
O
terceiro single na Decca Records foi “She Got You”, de 1962, que também fez
bonito na parada Billboard. O terceiro e último álbum de estúdio, Sentimentally
Your, saiu em agosto daquele ano. Nele estavam os hits: “Strange”, “When I Get
Thru With You” e “Imagine That”. Em janeiro de 1963 lançou o hit “Starting in
Your Mind”. No dia 5 de março daquele ano iria morrer num acidente de avião em
Camden, Tennessee.
Após o show no
estádio Mané Garrincha em Brasília, na noite do dia 2 de março de 1996, nenhum
fã da banda Mamonas Assassinas imaginaria o que iria ocorrer algumas horas
depois com os cinco jovens de Guarulhos (SP), que em nove meses venderiam quase
2 milhões de CDs, algo inédito no showbiz brasileiro.
Era um sábado,
tempo fechado, principalmente na Grande SP, onde fica o Aeroporto Internacional
de Guarulhos, no bairro de Cumbica. Por volta das 23h15 o jato executivo
Learjet bateu nas árvores da Serra da Cantareira, que margeiam o lado esquerdo
do aeroporto, a 2 quilômetros do local onde iria pousar.
Destroços do Learjet que bateu na Serra da Cantareira em SP
Ninguém
sobreviveu ao impacto da aeronave na serra. Morreram o vocalista Dinho, 24
anos, o guitarrista Alberto Hinoto, 26, o Bento; o tecladista Júlio Rasec, 28;
e os irmãos Samuel e Sérgio Reis de Oliveira, de 22 e 26 anos, baixista e
baterista. Também perderam as vidas o piloto Jorge Martins, o copiloto Alberto
Takeda e dois funcionários da banda.
Por causa das
piadas corriqueiras de Dinho, inicialmente muitos não acreditaram no acidente.
Tudo mudou quando os programas de rádio e televisão passaram a reprisar
apresentações, entrevistas e o hit “Pelados em Santos” virou prefixo para
entrada de matérias ao vivo. O sonho dos meninos de Guarulhos, apesar de colada
a São Paulo, ser confundida como bairro da capital paulista, tinha chegado ao
fim.
Velório dos integrantes da banda em Guarulhos (SP)
Na curta carreira ganharam Disco de Diamante e
milhões de fãs, a maioria crianças e adolescentes que gostavam das letras de
duplo sentido e carregadas de humor. Era um Rock alegre, imitando o Brega, mas
com pitadas de crítica social sem parecer composições “papo cabeça” nem muitos
menos panfletária, como as dos Titãs,
cujos filhos dos componentes gostavam dos Mamonas.
O grupo musical
que várias estrelas da MPB e mesmo do Rock não era levado a sério parou o
Brasil naquele final de semana. A programação da Rede Globo se pautou apenas no
assunto acidente de avião dos Mamonas, trazendo reprises da apresentação no
Domingão do Faustão, quando os meninos vieram fantasiados de Chapolin.
O sisudo Jornal
Nacional terminou a edição de segunda-feira (4), com a música “Pelados em
Santos” num solo de piano bem sóbrio. Jornais e revistas exploraram bem a
tragédia. A Guarulhos, de onde saíram para o sucesso, os recebeu num concorrido
velório no ginásio de esportes da cidade. Suas ruas estreitas foram pequenas
para acomodar a multidão, em grande número crianças e adolescentes.
O cortejo até o cemitério Primavera, na
Avenida Otávio Braga de Mesquita, foi lento, apesar de pouco distante de onde
os corpos foram velados. Passados 20 anos, até hoje os túmulos recebem visitas
de fãs de várias regiões do Brasil. Curioso: do cemitério é possível ver os
aviões voando baixinho para pousar no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Algo que o Learjet dos Mamonas Assassinas não conseguiu fazer naquele fatídico
e hoje histórico 2 de março de 1996.