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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Dory Previn: A compositora de The Vallery of the Dolls




Dory ganhou várias indicações ao Oscar

Luís Alberto Alves

 Dory Previn era uma letrista de sucesso para trilha sonora de filmes de cinema durante a década de 1960 e início dos anos de 1970. Ganhou três indicações ao Oscar de Melhor Canção naquela época. Ainda é conhecida pelos seis álbuns que lançou entre 1970 e 1976.

 Recebeu grande influência do pai e teve infância difícil. Na adolescência estudou na Academia Americana de Artes  Dramáticas. Depois trabalhou de dançarina e atriz, até passar a escrever letras de músicas, onde conseguiu arrumar emprego na MGM.

 Conheceu o compositor André Previn, namoraram. Em 1957, com poucos mais de 30 anos lançou o disco The Leprechauns Are Upon Me, acompanhada de Previn e Kenny Burrell na Verve Records. Ela e Previn se casaram em 1959.
 O ano de 1960 marcou por vários trabalhos como letrista de trilhas de filmes, geralmente em parceria com o marido. É desta época o hit "The Faraway Part of Town," na trama estrelada por Judy Garland, nomeada para Oscar de Melhor Canção.

 Escreveram diversos hits independentes, além de canções para discos de Doris Day, Eileen Farrell e Jack Jones. Entraram neste circuito Bobby Darin, Sammy Davis Jr., Eddie Fisher. Em 1964 Tony Bennett gravou deles o hit “So Long, Big Time!”

  Mesmo sofrendo dos nervos prosseguiu trabalhando, usando o nome de casada, Dory Previn, pela primeira vez. É quando Frank Sinatra grava “You're Gonna Hear from Me” em 1965. Nessa mesma época o casal escreveu cinco hits para o Vale das Bonecas. The Vallery of the Dolls passou seis meses nas paradas e Dionne Warmick faturou com a gravação da canção tema.

 No final da década de 1960, André Previn passou a compor canções para orquestras e a esposa virou atriz.  O problema é que ele engravidou Mia Farrow e o casamento chegou ao fim. Dory aproveitou para compor a música "Beware of Young Girls." Magoada voltou a escrever trilhas sonoras, num estilo mais introspectivo, como o hit "Come Saturday Morning" . Ganhou a terceira indicação ao Oscar.

 Entrou numa gravadora criada por executivo que saiu da Capital Records, Alan Livingston. Lançou o primeiro álbum após 13 anos, On My Way to Where. Vendeu 25 mil cópias e as letras foram publicidas num livro em 1971. Depois o selo acabou vendido para a United Artists Records, que reeditou seus discos.
 Em 1973 pisou no palco do Carnegie Hall, onde depois lançou disco a vivo, Live at Carnegie Hall. Pulou no barco da Warner Bros Records, onde soltou três discos.

 Na década de 1980 não foi muito ouvida. A partir dos anos 2000 virou ambientalista, mas teve diversos problemas de saúde, inclusive quase perdeu a visão. O CD The Art of Dory Previn saiu em 2008, trazendo suas canções desde a década de 1970. Em fevereiro de 2012 partiu para sempre desta vida na sua fazenda em Massachusetts.


quarta-feira, 20 de maio de 2015

Laura Nyro: A musa do Festival Pop de Monterey


Laura foi uma das cantoras mais originais da Pop Music


Luís Alberto Alves

 Laura Nyro foi uma das cantoras mais originais da Pop Music, além de compositora brilhante e inovadora. Suas canções fizeram muito sucesso comercial nas mãos de outros artistas. Quando resolve cantar, deixa fluir a fusão alquímica de Gospel, Soul, Folk e Jazz.

 Filha de um trompetista de Jazz, compôs as primeiras canções aos 8 anos de idade. Estudou na Escola Superior de Música e Arte de Manhattan. Ali passou a conhecer os clubes da região, influenciada por Bob Dylan e John Coltrane.

 Em 1967 gravou o primeiro disco. Fracasso comercial, mas fonte de inspiração para outros artistas. A banda The Fifth Dimension bebeu nessa fonte para lançar a canção “Wedding Bell Blues” e  “Blowin' Away,” Barbra Streisand repetiu a dose com “Stoney End” e Blood, Sweat & Tears com "And When I Die."

 Em 1967 deu as caras no Festival Pop de Monterry, onde caiu nas graças da multidão. Foi tão impactante o desempenho que o agente David Geffen virou seu empresário. Entrou na Nyro Columbia. Gravou um disco e fez sucesso, cantando músicas de outros artistas.

 Na década de 1970 explorou bastante a Soul Music em suas gravações. É dessa época o disco "Beads of Sweat". O divisor de águas foi o álbum Gonna Take a Miracle, gravado com Labelle e a lendária equipe de produção de Gamble & Huff.

 Aos 24 anos resolveu se aposentar. Casou, cortou relações com o showbiz e mudou para uma comunidade rural na Nova Inglaterra. Quatro depois veio o divórcio e ela ressurgiu com o disco Smille e uma turnê que resultou no disco ao vivo Season of Lights. Mas o tempo longe da música prejudicou a carreira. Baixas vendas a fez se afastar no mundo do showbiz.

 Em 1984 retornou. Esperou mais de cinco anos para lançar outro disco, Live at The Bottom Line, gravado no lendário clube de Nova York, Walk the Dog & Light the Light. Era a primeira coleção de material novo após quase dez anos. Ficou no auge quatro anos até morrer de câncer em abril de 1997. Em 2001 saiu um álbum póstumo, Angel in The Dark.


Randy Newman: Grande intérprete e gênio de trilhas sonoras


Newman ganhou muito dinheiro com trilha sonora de filmes


Luís Alberto Alves
 Até hoje alguns fãs discutem que tipo de música fazia Newman: a Folk Music de Bob Dylan ou a R&B de New Orleans. Na verdade ele alternava entre o Pop e o R&B, todos carregados de senso de humor.

 Nas suas letras, os personagens eram desajustados, párias, charlatões e vigaristas. Acabou conhecido pela sátira mordaz, principalmente no hit “Short People” e a paródia “´80s Yuppies” e “I Love L.A”. Recebeu varias críticas positivas e ganhou muito dinheiro compondo trilhas sonoras. Não vendeu muito disco, mas influenciou diversas gerações de compositores, como Lyle Lovett e Mark Knopfler.

 Como ocorre sempre na vida dos talentosos, Newman nasceu numa família musical, inclusive teve tios compositores de cinema. Aos 17 anos já fazia suas letras, trabalhando numa editora na Califórnia. Entrou na faculdade, mas mudou de idéia ao assinar contrato na Reprise Records.

 Em 1968 chamou atenção da crítica ao lançar o primeiro disco. Ganhou moral ao escrever canções para Judy Collins, Dusty Springfield e Peggy Lee. O Three Dog Night gravou sua “Mama Told Me Not To Come” em 1970. Nilsson lançou um album só de canções de Newman.

 Nesse mesmo ano soltou o disco SongsNewman, trazendo 12 hits. Elogiado pela crítica, mas ruim de vendas. Repetiu a dose em 1971, com Sail Away. O ano de 1977 marcou com o hit “Short People”, sátira de intolerância ao preconceito tomado de Little Criminals.

 Em 1979 lançou Born Again. Dali para frente embarcou de vez na carreira de compositor de trilha sonora para cinema, acabando indicado ao Oscar. Aproveitou e gravou Trouble in Paradise, depois soltou I Love L.A. Onze anos depois apresentou outro disco.

 A maioria dos álbuns de Newman não vendeu muito. Na década de 1990 passou a maior parte do tempo fazendo trilha sonora de filmes. Em 1996 acabou indicado ao Oscar, pelo hit “You've Got a Friend”, destaque num filme de animação da Disney ToY Story. Em 1998, sua carreira foi celebrada com o lançamento de quatro discos: 30 Years of Randy Newman.


 Após muitos anos na Reprise Records, mudou para a DreamWorks, lançando o CD Bad Love, o primeiro álbum desde 1988, quando soltou Land of Dreams. Deixou a carreira em segundo plano, outra vez, ao voltar a compor trilhas sonoras. Em 2009 e 2010 centrou fogo neste seguimento nos filmes The Princess and The Frog e Toy Story. Ganhou o Oscar e o Grammy.

Bill Justis: A voz de "Raunchy"




O hit "Raunchy" virou eterno cartão de visita de Justis

Luís Alberto Alves

 Mais conhecido para a maioria dos ouvintes por causa do hit instrumental “Raunchy”, ele foi peça importante na Meca da Country Music, Nashville. Ganhou fama como produtor e diretor musical.

 Nascido no Alabama em 1927 cresceu em Memphis, onde estudou música e inglês na universidade de Tulane, enquanto tocava trompete nas bandas de Jazz da cidade. Aos 30 anos a sorte mudou, ao começar a trabalhar na lendária Sun Records, responsável pelo lançamento de Elvis Presley.

 No princípio não gostava de Rock, até perceber a mina de dinheiro que este gênero começou a trazer. Como diretor musical escreveu a canção instrumental “Backwoods”, depois batizada de “Raunchy”. Ela estourou nas paradas em 1957.

 A jogada é que Bill forjou o riff da canção não nas cordas médias tradicionais da guitarra, mas nas graves, criando um som cavernoso, aproveitando o eco do estúdio. Ficou 14 semanas no Top 40 Pop. Continuou a gravar, incluindo a famosa “Flea Circus”, escrita por Steve Cropper.

 Porém centrou foco numa carreira dentro dos estúdios, organizando gravações para Jerry Lee Lewis, Johnny Cash e Roy Orbison. Também descobriu Charlie Rich em Memphis quando estava num clube e o levou à Sun Records em 1960, produzindo seu grande sucesso “Lonely Weekends.”

 Brigas internas o levaram a sair da Sun. Criou a própria gravadora, de curta duração, Play Me Records. Mudou-se para Nashville e ao lado de Rich entraram na Mercury, onde ficou até o fim da carreira.


 A partir daí participou de trabalho com a rainha da Country Music, Patsy Cline, Dean Martin e Tom Jones. Lançou diversos discos instrumentais. Depois trabalhou no cinema com Burt Reynolds e Hooper. Em 15 de julho de 1982 morreu de câncer.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

B.B.King: O Blues perde o seu rei



A guitarra Lucille perde para sempre o talento de B.B. King

Luís Alberto Alves

  O Blues ficou mais triste: morreu seu rei B.B. King, nascido Riley B. King´s. O apelido é diminutivo de Beale Street Blues Boy. Suas notas dobradas e o staccato influenciaram diversos bluesman em todo o mundo. Ao lado da famosa guitarra, carinhosamente chamada de Lucille (homenagem a uma mulher que tocou fogo num hotel após briga de amor e seu instrumento escapou de virar cinzas), nos últimos 54 anos entrou literalmente para a história.

 Entre 1951 e 1985, B.B. King entrou 74 vezes nas paradas da Billboard, especializada em Rhythm and Blues. Nos Estados Unidos foi um dos poucos artistas, sem ter olhos azuis, a fazer tal proeza, inclusive com o sucesso “The Thrill is Gone”, no programa de televisão Ed Sullivan Show (o Sílvio Santos dos norte-americanos).

 A fonte do seu talento veio do Blues tocado na região do Mississippi, celeiro de grandes artistas deste gênero musical. Tudo teve início em 1925, na cidade de Bena Itta, no caminho entre a casa de sua mãe e avó.

 Como eram comuns os cânticos de adoração ao Senhor (o Blues nasceu nas igrejas evangélicas dos Estados Unidos na época da escravidão dos negros), logo o garoto Riley B. King´s acabou envolvido pela Gospel Music.

 Teve grandes influências: T. Boone Walker e Lonnie Johnson, além dos gênios do Jazz, como Charlie Christian e Django Reinhardt. Mas o pulo do gato na sua carreira aconteceu aos 21 anos, quando se mudou para Memphis em busca do primo, grosseiro guitarrista de Blues conhecido como Bukka White. Ele foi o professor de B.B. King.

 Em 1948 passou a tocar numa rádio daquela cidade e apresentar solos de guitarra como fundo de propaganda. É dessa época que passa a ficar conhecido como Beale Street Blues Boy, encurtado para B.B. King. Logo gravou um disco com quatro faixas, uma delas batizada de “Martha King”, nome de sua esposa. Os álbuns eram produzidos por Sam Philips, homem que iria descobrir Elvis Presley na gravadora Sun Records.

                                                              Novos hits

 O ano de 1951 brilha para ele com o sucesso de “Three O´Clock Blues”. Coloca os pés na estrada de vez.  A partir daí emplaca vários hits nas paradas de Blues: “You Know I Love You” (1952), “Please Love Me” (1953), “You Upset Me Baby” ( 1954), “Ten Years Long” (1955), “Angel Sweet Little” (1956), “Please Accept My Love” (1958).

 A década de 1960 foi pródiga em novos hits e assinatura de contrato com a ABC-Paramount Records. Um de seus grandes destaques é “Why I Sing The Blues” entre vários hits emplacados.

 Durante os anos de 1970, o público pop descobriu que não poderia ignorar mais o talento de B.B. King. É quando explode o hit “The hrill is Gone” no programa Ed Sullivan Show.

 Em 1973 vai a Filadélfia e grava  “To Know You is To Love You” e “I Like To Live The Love”, usando o mesmo ritmo do grupo Spinners. Na Década de 1980 prossegue fazendo mistura de Jazz com Funk e uma média de 300 shows por ano.

 O ano de 1993 marca a gravação do disco Blues Summit com participações de Etta James, Fulson, John Lee Hooker e Koko Taylor. Seis anos depois faz outro disco, junto com o guitarrista Eric Clapton.

 Em 2005 comemorou 80 anos, com um álbum repleto de estrelas, inclusive da música pop como Gloria Estefan, John Mayer e Van Morrison. Em 2008 gravou o álbum One Kind Please, classificado por ele de Blues puro.


quinta-feira, 14 de maio de 2015

The Gaturs: A banda de música de som de baile



A banda era expert em som de baile
Luís Alberto Alves

O  grupo The Gaturs não foi tão conhecido como os The Meters. Não eram minimalista em relação à Funk Music, mas criaram um som distinto, baseado no clima de festa, no qual New Orleans é conhecida. Ou seja, é a famosa música de baile.


 Liderado pelo músico veterano Willie Tee, grande conhecedor de Funk, Soul e Jazz, a banda lançou vários singles. Essas canções fizeram a cabeça de muita gente nos bailes da década de 1960, não só nos Estados Unidos, mas na Europa também.

Barbara George: A bela intérprete de “I Know (You Don't Love Me No More)”


No final da carreira, Barbara não conheceu mais o sucesso
Luís Alberto Alves

 Barbara é lembrada pelo solitário hit “I Know (You Don't Love Me No More)”. Outro destaque do R&B de New Orleans nasceu em 16 de agosto de 1942 em Crescent Ninth Ward, onde começou a cantar na adolescência no coral da igreja Batista e escrever as próprias canções.

 Aos 16 anos era casada e mais tarde virou amiga da lenda desse estilo musical, Jessie Hill. Em 1961, o arranjador Harold Battiste organizou sessão de gravação no lendário J&M Studios, cuja estrela era o produtor Cosimo Matassa.

 Foi neste trabalho que surgiu a canção “I Know (You Do not Love Me No More)”, inspirada no hino tradicional “Just a Closer Walk With Three”. Na Sue Records ela soltou o hit “I Know”, grande estourou nas rádios e chegou ao topo das paradas dos Estados Unidos.

 Não demorou para Barbara receber propostas de ganhar um novo Cadillac e guarda-roupa e até comprar o restante do seu contrato naquela gravadora. Veio o single “You Talk About Love”. Após a Primavera de 1962, após a mudança de Battiste para Los Angeles, a carreira dela caiu. Mesmo assim ainda emplacou os hits “If You Think”, “Send for Me (If You Need Some Lovin)” e “Recipe (For Perfect Fools)”.

 Após gravar a canção “Something´s Definitely Wrong” o selo rompeu contrato com ela. Mergulhou no inferno das drogas e álcool. Eddie Bo ajudou, em 1967, a produzir a música “Something You Got”, mas o single não estourou.


 Centrou forças na criação de seus três filhos. No final da década de 1970 lançou os hits “ Take Me Somewhere Tonight” e “This Is the Weekend”. Porém sua carreira havia chegado ao fim. Voltou ao evangelho, concentrando suas atividades musicais no coral da igreja.

 Em 2001 cantou “I Know” no funeral de um grande amigo, Ernie K-Doe. Morreu de hepatite em 2006, menos de uma semana antes de completar 64 anos.

Benny Spellman: A voz do sucesso "Lipstick Traces (On a Cigarette)"


Spellman não conseguiu estourar em todas as paradas
Luís Alberto Alves

 A voz grave do R&B de New Orleans é conhecida por Benny Spellman, através das produções de Alln Toussaint. Era o ano do bom som da década de 1960. Quem não se lembra do grande sucesso: “Lipstick Traces (On a Cigarette).”

 Ele passou algum tempo com Huey “Piano” Smith and the Clowns antes de assinar com a Minit Records, onde Toussaint deitava e rolava no domínio da técnica da produção de bons discos.


 Durante boa parte da década de 1960 ele esteve naquela casa, até ela se transformar em Atlantic, onde assumiu trabalho executivo de relações pública para Miller Beer.

Eddie Bo: Grande talento subvalorizado do R&B



Eddie Bo era cantor, compositor, produtor e pianista

Luís Alberto Alves

 Um veterano extremamente subvalorizado do R&B de New Orleans. Bo foi cantor, compositor, produtor e pianista. Grande músico de Funk durante a década de 1960 e começo da de 1970, embora nunca tivesse sentido o sabor de estourar em todos os Estados Unidos.

 Nascido Edwin Joseph Bocage, em 20 de setembro de 1930, era de família musical, incluindo os tios Peter e Charles, além do primo Henry e da mãe, pianista.

 Após o Serviço Militar entrou na Escola de Música de Grunewald, e ali descobriu os talentosos Art Tatum e Oscar Peterson. Começou a tocar na periferia de New Orleans. Logo percebeu que o R&B era sua paixão.

 Juntou forças na banda do Club Tijuana conhecida como Spider Bocage Orchestra. Desse ninho de cobra saíram feras do porte de Ruth Brown, Earl King, Lloyd Price, Big Joe Turner, Smiley Lewis e Guitar Slim.

 Gravou o primeiro disco em 1955 para Ace Records, onde soltou vários singles, um deles, “I'm Wise,” mais tarde acabou adaptado por Little Richard para “Slippin ´and Slidin´” Gravou outros singles para Chess and Checker. Lançou os sucessos regionais: “Every Dog Has Its Day” e “Tell It Like It Is”; o hit “My Dearest Darling” estourou na voz de Etta James.

  Em 1961 o hit “Check Mr. Popeye” vendeu muito disco, mas as versões de Chubby Checker e Huey “Piano” Smith reduziram suas vendas. Aproveitou e produziu discos de Sister Thomas, Chris Kenner e Johnny Adams.

 Na década de 1970, o R&B de New Orleans caiu comercialmente. Por outro lado, o seu estilo de tocar piano na formação jazzísticas criou som característico lançando bases do Funk de New Orleans. É dessa época o hit “Hook and Sling, Pts. 1&2” que estourou nas paradas.

 Logo descobriu que gravadoras gostam de sugar o sangue dos artistas. Criou o próprio selo, Bo-Sound em 1971. Passou a trabalhar pouco com música na década de 1970. Lançou os discos Another Side of Eddie Bo e Watch for the Coming.

 No final dos anos de 1980 gravou com Dirty Dozen Brass Band, excursionando pela Europa. Na década de 1990  ressuscitou sua gravadora Bo-Sound, soltando vários discos, incluindo Eddie Bo and Friends, Back Up This Train e Nine Yards of Funk.


Jessie Hill: De Cantor de sucesso a motorista de táxi em New Orleans



Álcool e drogas acabaram com a carreira de Hill
Luís Alberto Alves

 Recordado melhor para o clássico "Ooh Poo Pah Doo," do R&B de New Orleans, Jessie Hill virou lenda. Esse objetivo entrou na sua vida ainda na adolescência, quando começou a tocar bateria em bandas lideradas por Kid Arnestine e Freddie Domino.

 Em 1951, aos 19 anos, criou a própria banda, The House Rockers, ao lado do guitarrista Little Eddie Lang, os irmãos Melvin e David Lastie no trompete e saxofone.

 Tocaram em todos os Estados Unidos no espaço de um ano. Ao retornar a New Orleans foi tocar bateria com Professor Longhair. Segundo críticos, ele foi grande percussionista e simpático. Antes de formar outra versão de banda, emprestou o talento a Huey “Piano” Smith & The Clowns, em 1958.

 Além de David Lastie nos metais, o grupo tinha o guitarrista Alvin “Shine” Robinson, o baixista Richard Payne e o baterista John Boudreaux. As origens do hit “Ooh Poo Pah Doo” foi baseada num pianista mentiroso, conhecido como Big Four. Em troca de bebida ele cantou essa música. Hill plagiou, na introdução, Dave Bartholomew.

 Virou clássico da R&B de New Orleans. Era o primeiro grande trabalho do produtor Allen Toussaint no começo da década de 1960. Vendeu 800 mil cópias, chegou às paradas da Billboard, R&B Top Five e Pop Top 30.

 Hill levou sua banda numa gigantesca turnê, com apresentação no lendário Apollo Theater de Nova York. Mas o hábito de querer passar as pernas nos parceiro resultou na dissolução do grupo e preciso colocar outros componentes na banda numa apresentação em Washington.

 Aproveitou a onda e lançou a canção “Whip It on Me”, outro estouro na Billboard. Teve também o hit “Scoop Scoobie Doobie”. Escreveu outras letras sem grande repercussão, como “I Got Mine” e “Oogsey Moo”. Resolveu acertar a mão, outra vez, na canção “I Can not Get Enough Of That Ooh Poo Pah Doo” até sair da gravadora em 1962.

  Na tentativa de voltar ao sucesso, mudou para Califórnia, onde fez amizade com colegas como Harold Battiste, Dave Nixon e Mac Rebennack, o futuro Dr. John. Não demorou para Ike & Tina Turner gravar algumas músicas de Hill. O mesmo fez Willie Nelson.

 Em 1972 entrou na Blue Thumb Records para lançar disco solo. Outro fracasso. O vício na bebida atrapalhou sua vida financeira. Para complicar, teve o carro roubado, onde estavam diversas letras. Cinco anos depois voltou à New Orleans, virando motorista de táxi.

O aumento do uso de bebidas e drogas o fez perder a licença. Fazia shows esporádicos. Diversas apresentações ocorreram em sua homenagem para lhe ajudar financeiramente. Em 17 de setembro de 1996 o coração e insuficiência renal o mataram.