Reportagens com clipes descrevendo histórias de artistas famosos,
principalmente de intérpretes da Black Music, além de destacar a importância do Blues no Showbiz.
Empurrão de Jermaine Jackson os colocaram na Motown Records
Luís Alberto Alves
A banda Switch, com Bobby DeBarge (teclados),
Greg Williams (teclados) e Jody Sims (bateria), primeiro fez cozinha com o
grupo White Heat no começo da década de 1970. Depois gravaram um disco trazendo
o nome do grupo em 1975, produzido por Barry White, o trio deixou o conjunto
aumentando o número de integrantes: Philip Ingram (vocais), Tommy DeBarge
(baixo) e Eddie Fluellen (guitarra) para formar a First Class.
Como quem tem padrinho não morre pagão,
Jermaine Jackson deu força para garantir contrato com a Motown Records e
produziu o primeiro álbum na gravadora de Berry Gordy. Ali ganharam o nome de
Switch. Foram orientados a fazer hits dançantes e ficaram populares em clubes e
discotecas, estourando três sucessos no final da década de 1970: “There’ll
Never Be”, “I Call Your Name” e “Love Over And Over Again”.
Porém não foram capazes de entrar no mercado
Pop e baixas vendas de discos os retiraram da Motown. Bobby DeBarge saiu do
grupo e criou a banda da família, DeBarge, antes de sua carreira cair com uma
condenação por tráfico de cocaína. Dois anos depois o Switch mudou o nome para
Total Experience e conseguiram emplacar o hit “Keeping Secrets no Reino Unido.
A banda não conseguiu aguentar a pauleira de emplacar vários sucessos nas paradas
Luís Alberto Alves
A The Real Thing, nascida em Liverpool, durou
pouco. Com o vocalista Eddie Amoo à frente, não conseguiu emplacar muitos
sucessos nas paradas do Reino Unido. O início foi em 1976 com o hit “You To Me
Are Everything”. Depois lançaram “Can’t Get By Without You”, canção comercial
numa linha de Soul Music soft.
Em 1979, resolveram aproveitar a influência do
filme Star Wars e gravaram o hit “Can You Feel The Force. Obtiveram alguma
popularidade junto ao público simpatizante da Disco Music do Reino Unido. Não
tiveram mais pernas para prosseguir na escorregadia estrada do sucesso e saíram
de cena.
A grande fase da cantora foi durante a Disco Music, na década de 1970
Luís Alberto Alves
Viola Wills só mergulhou de cabeça na música
após dar à luz ao sexto filho. Descoberta por Barry White, passou a participar
de gravações de seus discos, até, em 1965, ela assinar com a Bronco Records.
Lançou vários singles, mas só estourou em 1969, com o hit “A Bem Soul”.
Depois substituiu Claudia Lennear numa turnê
com Joe Cocker pela Europa, resultando na gravação de um disco no Reino Unido
em 1974. Três anos depois entrou na Arista Records e ali lançou o maior sucesso
de sua carreira: “Gonna Get Along Without You Now”, regravação de uma canção de
Skeeter Davis no começo da década de 1960.
Inclusive na onda da Disco Music veio ao
Brasil em 1978, se apresentando no Programa do Chacrinha. Em seguida lançou as canções “If You Could Read My
Mind” e “Up On The Roof”. Em 1986 retornou ao Reino Unido e
estourou com os hits “Both Sides Now” e “ Dare To Dream”, produzidos pela Wide
Angle Records. No ano seguinte foi para a Island Records e sumiu das paradas de
sucesso igual relâmpago no horizonte.
Dan foi produtor musical de vários artistas nos EUA
Luís Alberto Alves
Dan Hartman, nascido em 1951 na Pensilvânia, e
morto aos 43 anos, foi um artista talentoso, inclusive tocando vários
instrumentos. Brilhou muito ao lado de Johnny Winter e Edgar Winter. Aliás, no
período 1973/1977 teve grande sucesso comercial ao escrever várias canções na
banda de Edgar, presentes ao disco They Only Come Out At Night, ganhando
destaque o hit “Frankenstein”.
Como músico participou de gravações em álbuns
de Todd Rundgren, Ian Hunter, Rick Derringer, Stevie Wonder e Ronnie Montrose.
Na onda da Disco Music, fez sucesso com os hits “Instant Replay” e “This Is It”.
Porém após o fracasso do álbum Relight My Fire (1979), resolver se aposentar
dos palcos para centrar forças na produção, em seu próprio estúdio, em
Connecticut.
Ali teve como
clientes Average White Band, Neil Sedaka, 38 Special, James Brown no hit “Living
In America, Muddy Waters, Diana Ross, Chaka Khan e Hilly Michaels. Em
1985 retornou às paradas dos Estados Unidos com a canção “I Can Dream About You”,
depois emplacou outros dois hits no estilo Pop. Após descobrir que havia
contraído Aids, produziu algumas faixas para Holly Johnson e o enorme sucesso “Foreign
Affair", de Tina Turner.
Mason já gravou com grandes artistas da Black Music dos EUA
Luís
Alberto Alves
O talento de Harvey Mason já era nato quando
ele tinha quatro anos de idade. Nascido em Atlantic City, New Jersey, Mason estudou
no conceituado Berklee College of Music de Boston e mais tarde ganhou
licenciatura em Educação no New England Conservatory.
Trabalhou com pianistas do porte de Erroll
Garner, George Shearing e Jan Hammer, antes de fixar residência em Los Angeles,
em 1971. Ali trabalhou como músico de estúdio, tocando vários gêneros, como
Jazz, Pop, Rock e Orquestra.
Depois gravou com artistas do porte de Duke
Ellington, Quincy Jones, Gunther Schuller, Donald Byrd, Gerry Mulligan, Grover
Washington, George Benson e Lee Ritenour. Seu ritmo claro casou perfeitamente
com o som de Herbie Hancock em 1973. Depois gravou vários discos na Arista
Records. Na década de 1990 virou baterista da banda Fourplay.
Luther Vandross Ronzoni nasceu em 1951, na
cidade de Nova York e até 2005, quando morreu, deixou sua marca de grande
intérprete. Nascido numa família imersa na Gospel e Soul Music, não demorou em
ele formar o próprio grupo, quando ainda estava na escola. Quando dali saiu foi
trabalhar com teatro musical, permitindo uma apresentação no lendário teatro
Apollo no bairro do Harlem.
Após breve intervalo na década de 1970, acabou
convidado por um velho amigo de escola, Carlos Alomar para juntar forças com
ele no estúdio em uma gravação com David Bowie. Impressionado, o roqueiro o
convidou para organizar as partes vocais e contribuir com backing vocal naquele
álbum.
Quando surgiu a turnê de Bowie, o público já
estava interessado em conhecer Vandross. Não demorou para aparecer em outras
gravações, e vários artistas o convidarem para enriquecer o vocal em seus
discos, gente do porte de Chaka Khan, Ringo Starr, Barbra Streisand e Donna
Summer, inclusive com essa última incentivado sua gravadora, a Cotillion a
contratá-lo, como parte de um grupo vocal. Mas a estratégia falhou, pois
investiram muito em Disco Music, quando a praia de Vandross era a Soul music.
Depois voltaram a trabalhar juntos, em
gravações lindas para Quincy Jones, Patti Austin, Gwen Guthrie, Chic e Sister
Sledge. O salário de Vandross engordou mais com a composição de jingles. Em
1980, o desempenho como cantor ao lado do grupo Change rendeu o álbum The Glow
of Love, e os hits “Glow of Love” e “Searching” estourando na Inglaterra.
Os executivos da gravadora perceberam que era
preciso relançar a carreira de Vandross, num outro perfil, desta vez como
artista solo da Epic/CBS Records. É dessa época o hit “ Never Too Much”, que
chegou ao primeiro lugar da parada de R&B da Billboard dos Estados Unidos. Depois emplacou as canções “If This World Were Mine”,
dueto ao lado de Cheryl Lynn, e “How Many Times Can We Say Goodbye”, junto com
Dione Warwick. Em 1986 repetiu a dose com “Stop To Love” e “There´s Nothing
Better Than Love (1987), em dueto com Gregory Hines.
A partir dai sua carreira deslanchou. Em 1989 soltou o hit “ Here And Now”, “Power of
Love/Love Power” (1991) e “Don’t Want To Be A Fool”(1991), virando grandes hits
da Pop Music. Sem dúvida nenhuma, Vandross virou um dos
melhores cantors de Soul nas décadas de 1980 e 1990. O ano de 1992 marcou sua
colaboração com Janet Jackson no álbum The Best Things In Life Are Free. Em
seguida fez dueto ao lado de Mariah Carey na canção “Endless Love”.
Durante o seu auge comercial, Vandross ganhou
vários prêmios, reforçando sua reputação de grande produtor, por seu trabalho
junto com Dionne Warwick, Diana Ross e Whitney Houston. Durante a década de
1990 saiu da Sony Music por causa de queda nas vendas de seus discos. Foi para
EMI Records e depois para J Records. A pauleira de sua vida profissional
provocou danos na saúde de Vandros, inclusive provocando um AVC em 2003. Poucos
antes de explodir nas paradas o seu CD Dance With My Father, a morte o levou
dois anos depois.
Herman Shaw II,
nascido em 1944 na Carolina do Norte foi criado em Newark, New Jersey, onde o
pai cantava num grupo gospel. Logo tomou gosto pelo trombone, aos 11 anos de
idade. Não demorou em mostrar o talento ao lado de jazzistas de renome. Aos 16
saiu da escola para trabalhar com Willie Bobo, em cuja banda tocou ao lado de
Chick Corea e Joe Farrell.
Também conheceu Eric Dolphy, gravando com ele
em 1963. No ano seguinte Shaw foi convidado para participar de uma turnê na
Europa, mas Dolphy morreu antes. Mesmo assim viajou e ficou algum tempo na
França tocando com Kenny Clarke, Bud Powell e outros. Retornou aos Estados Unidos no começo da
década de 1960 e se uniu a Horace Silver, gravando dois discos, em 1965 e 1966.
Em seguida trabalhou com McCoy Tyner e Art
Blakey. No final da década de 1960 e começo dos anos de 1970 permaneceu muito
tempo envolvido como músico de estúdio e caiu sua reputação no Jazz. Passou a
gravar para Muse Records, onde seu talento renasceu. Mais uma vez tocou junto
com Chick Corea e Art Blakey e o seu grupo apoiado por Dexter Gordon.
O início da década de 1980, a banda de Shaw
estava em trânsito constante, inclusive com a entrada dos músicos Terri Line
Carrington e Larry Willis. Em 1984 virou destaque com a banda Paris Reunion,
aparecendo em dois álbuns French Cooking e For Klook. Infelizmente Shaw passou
a enfrentar problemas de saúde, provocados por dependência em drogas. Estava
quase cego, quando no começo de 1989 visitou o Village Vanguard para ouvir Max
Roach.
Ao voltar para casa, tropeçou nos degraus de
uma escada na estação de metrô de Nova York, sofrendo a amputação de um dos
braços, decepado pelo trem. Socorrido ao hospital, permaneceu em coma e morreu
três meses depois. É lembrado por ter o estilo de tocar de Clifford Brown e
Freddie Hubbard, artistas com quem ele trabalhou. Se tivesse ficado longe das
drogas, Shaw poderia ter sido um dos grandes nomes do Jazz Contemporâneo.
Harold Brooks Floyd
é outro jazzista que nasceu na década de 1930. Morto aos 42 anos, ele ficou
conhecido como Tina após o apelido Teeny. Estudou canto, melodia e sax alto e
tenor antes de virar músico profissional em 1950, quando tinha 20 anos.
No começo marcou presença em bandas de R&B
e de som latino ao lado de Sonny Thompson, mas logo se cansou das restrições de
trabalho e olhou para as oportunidades oferecidas pelo Jazz. Passou a tocar com
Lionel Hampton em 1955, mas a chance de ouro veio quando o trompetista Benny
Harris imitou sua forma de tocar e o apresentou aos demais músicos de Jazz.
Harris foi fundamental para levar o jovem
músico até a Blue Note Records, onde acabou contratado para tocar numa gravação
de Jimmy Smith, na produção do álbum The Sermon. Logo mostrou que havia
assimilado as influências de Lester Young e Sonny Rollins até chegar ao molho
próprio.
Entre 1958 e 1961 Brooks apareceu em uma série
de álbuns com músicos de destaque como Jackie McLean, Freddie Redd, Kenny
Burrell e Freddie Hubbard. Ele também participou de quatro gravações como
líder, mas no momento apenas um, True Blue (1960), foi liberado.
Depois de 1961, Brooks não gravado mais nada.
Ele continuou a tocar em Nova York, durante vários anos, mas problemas de saúde
e com drogas, finalmente, o levou a sua morte prematura em 1974. A timidez e
incapacidade para ter sucesso no mundo altamente competitivo do músico
profissional impediram Brooks de estabelecer-se plenamente como saxofonista líder.
Só agora, com todos os seus álbuns regravados,
que ele pode ser visto como um grande músico e compositor influente e original.
Conrad Yeatis Clark é o nome de batismo de
Sonny Clark, nascido em 1931 em Herminie, Pensilvânia. Morreu aos 32 anos, mas
deixou sua marca no Jazz. Na época do HardBop, Clark acabou subestimado,
quando trouxe inovações nas gravações mais memoráveis da Blue Note Records.
Art Tatum, um de seus heróis de infância, e
Count Basie, são dois pianistas que influenciaram Sonny. Porém sua abordagem
sucinta e melódica atraíram vários admiradores, pois a mão esquerda dele
fornecia as mais básicas noções de acompanhamento ocasional.
Depois mudou para a costa Oeste no começo da
década de 1950 e passou a trabalhar com o saxofonista Vido Musso e o baixista
Oscar Pettiford. Durante essa época era figura ativa naquela região dos Estados
Unidos, inclusive em turnê com o clarinetista Buddy De Franco, o saxofonista
Sonny Criss entre outros.
O ano de 1957 marcou a mudança para Nova York,
trabalhando com a cantora Dinah Washington e levando vários grupos pequenos,
além de executar as funções de sideman com os saxofonistas Sonny Rollins,
Clifford Jordan, Hank Mobley e o trombonista Curtis Fuller, antes de começar
destruir sua vida com álcool e drogas.
Para recordar os bons momentos de Clark é recomendável
ouvir os discos Leapin and Lopin, gravados pela Blue Note, numa sessão
inspirada ao lado dos saxofonistas Ike Quebec e Charlie Rouse e o gênio do
Blues clássico, Serge Chalof. Em 1986, o pianista Wayne Horvitz liderou o Sonny
Clark Memorial Quartet, com John Zorn, no Voodoo, um disco de tributo de
canções de Clark.