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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dan Hartman: Grande produtor musical tragado pela Aids




Dan foi produtor musical de vários artistas nos EUA

Luís Alberto Alves

 Dan Hartman, nascido em 1951 na Pensilvânia, e morto aos 43 anos, foi um artista talentoso, inclusive tocando vários instrumentos. Brilhou muito ao lado de Johnny Winter e Edgar Winter. Aliás, no período 1973/1977 teve grande sucesso comercial ao escrever várias canções na banda de Edgar, presentes ao disco They Only Come Out At Night, ganhando destaque o hit “Frankenstein”.

 Como músico participou de gravações em álbuns de Todd Rundgren, Ian Hunter, Rick Derringer, Stevie Wonder e Ronnie Montrose. Na onda da Disco Music, fez sucesso com os hits “Instant Replay” e “This Is It”. Porém após o fracasso do álbum Relight My Fire (1979), resolver se aposentar dos palcos para centrar forças na produção, em seu próprio estúdio, em Connecticut.


 Ali teve como clientes Average White Band, Neil Sedaka, 38 Special, James Brown no hit “Living In America, Muddy Waters, Diana Ross, Chaka Khan e Hilly Michaels. Em 1985 retornou às paradas dos Estados Unidos com a canção “I Can Dream About You”, depois emplacou outros dois hits no estilo Pop. Após descobrir que havia contraído Aids, produziu algumas faixas para Holly Johnson e o enorme sucesso “Foreign Affair", de Tina Turner. 

Harvey Mason: Baterista aos quatro anos de idade


Mason já gravou com grandes artistas da Black Music dos EUA

Luís Alberto Alves

 O talento de Harvey Mason já era nato quando ele tinha quatro anos de idade. Nascido em Atlantic City, New Jersey, Mason estudou no conceituado Berklee College of Music de Boston e mais tarde ganhou licenciatura em Educação no New England Conservatory.

 Trabalhou com pianistas do porte de Erroll Garner, George Shearing e Jan Hammer, antes de fixar residência em Los Angeles, em 1971. Ali trabalhou como músico de estúdio, tocando vários gêneros, como Jazz, Pop, Rock e Orquestra.


 Depois gravou com artistas do porte de Duke Ellington, Quincy Jones, Gunther Schuller, Donald Byrd, Gerry Mulligan, Grover Washington, George Benson e Lee Ritenour. Seu ritmo claro casou perfeitamente com o som de Herbie Hancock em 1973. Depois gravou vários discos na Arista Records. Na década de 1990 virou baterista da banda Fourplay.

Luther Vandross: O príncipe da Black Music



Vandross é outra grande voz da Soul Music

Luís Alberto Alves

 Luther Vandross Ronzoni nasceu em 1951, na cidade de Nova York e até 2005, quando morreu, deixou sua marca de grande intérprete. Nascido numa família imersa na Gospel e Soul Music, não demorou em ele formar o próprio grupo, quando ainda estava na escola. Quando dali saiu foi trabalhar com teatro musical, permitindo uma apresentação no lendário teatro Apollo no bairro do Harlem.

 Após breve intervalo na década de 1970, acabou convidado por um velho amigo de escola, Carlos Alomar para juntar forças com ele no estúdio em uma gravação com David Bowie. Impressionado, o roqueiro o convidou para organizar as partes vocais e contribuir com backing vocal naquele álbum.

 Quando surgiu a turnê de Bowie, o público já estava interessado em conhecer Vandross. Não demorou para aparecer em outras gravações, e vários artistas o convidarem para enriquecer o vocal em seus discos, gente do porte de Chaka Khan, Ringo Starr, Barbra Streisand e Donna Summer, inclusive com essa última incentivado sua gravadora, a Cotillion a contratá-lo, como parte de um grupo vocal. Mas a estratégia falhou, pois investiram muito em Disco Music, quando a praia de Vandross era a Soul music.

 Depois voltaram a trabalhar juntos, em gravações lindas para Quincy Jones, Patti Austin, Gwen Guthrie, Chic e Sister Sledge. O salário de Vandross engordou mais com a composição de jingles. Em 1980, o desempenho como cantor ao lado do grupo Change rendeu o álbum The Glow of Love, e os hits “Glow of Love” e “Searching” estourando na Inglaterra.

 Os executivos da gravadora perceberam que era preciso relançar a carreira de Vandross, num outro perfil, desta vez como artista solo da Epic/CBS Records. É dessa época o hit “ Never Too Much”, que chegou ao primeiro lugar da parada de R&B da Billboard dos Estados Unidos. Depois emplacou as canções “If This World Were Mine”, dueto ao lado de Cheryl Lynn, e “How Many Times Can We Say Goodbye”, junto com Dione Warwick. Em 1986 repetiu a dose com “Stop To Love” e “There´s Nothing Better Than Love (1987), em dueto com Gregory Hines.

 A partir dai sua carreira deslanchou. Em 1989 soltou o hit “ Here And Now”, “Power of Love/Love Power” (1991) e “Don’t Want To Be A Fool”(1991), virando grandes hits da Pop Music. Sem dúvida nenhuma, Vandross virou um dos melhores cantors de Soul nas décadas de 1980 e 1990. O ano de 1992 marcou sua colaboração com Janet Jackson no álbum The Best Things In Life Are Free. Em seguida fez dueto ao lado de Mariah Carey na canção “Endless Love”.

 Durante o seu auge comercial, Vandross ganhou vários prêmios, reforçando sua reputação de grande produtor, por seu trabalho junto com Dionne Warwick, Diana Ross e Whitney Houston. Durante a década de 1990 saiu da Sony Music por causa de queda nas vendas de seus discos. Foi para EMI Records e depois para J Records. A pauleira de sua vida profissional provocou danos na saúde de Vandros, inclusive provocando um AVC em 2003. Poucos antes de explodir nas paradas o seu CD Dance With My Father, a morte o levou dois anos depois.


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Woody Shaw: Outro talento destruído pelas drogas



A carreira de Shaw foi destruída pelas drogas

Luís Alberto Alves

Herman Shaw II, nascido em 1944 na Carolina do Norte foi criado em Newark, New Jersey, onde o pai cantava num grupo gospel. Logo tomou gosto pelo trombone, aos 11 anos de idade. Não demorou em mostrar o talento ao lado de jazzistas de renome. Aos 16 saiu da escola para trabalhar com Willie Bobo, em cuja banda tocou ao lado de Chick Corea e Joe Farrell.

 Também conheceu Eric Dolphy, gravando com ele em 1963. No ano seguinte Shaw foi convidado para participar de uma turnê na Europa, mas Dolphy morreu antes. Mesmo assim viajou e ficou algum tempo na França tocando com Kenny Clarke, Bud Powell e outros.  Retornou aos Estados Unidos no começo da década de 1960 e se uniu a Horace Silver, gravando dois discos, em 1965 e 1966.

 Em seguida trabalhou com McCoy Tyner e Art Blakey. No final da década de 1960 e começo dos anos de 1970 permaneceu muito tempo envolvido como músico de estúdio e caiu sua reputação no Jazz. Passou a gravar para Muse Records, onde seu talento renasceu. Mais uma vez tocou junto com Chick Corea e Art Blakey e o seu grupo apoiado por Dexter Gordon.

 O início da década de 1980, a banda de Shaw estava em trânsito constante, inclusive com a entrada dos músicos Terri Line Carrington e Larry Willis. Em 1984 virou destaque com a banda Paris Reunion, aparecendo em dois álbuns French Cooking e For Klook. Infelizmente Shaw passou a enfrentar problemas de saúde, provocados por dependência em drogas. Estava quase cego, quando no começo de 1989 visitou o Village Vanguard para ouvir Max Roach.


 Ao voltar para casa, tropeçou nos degraus de uma escada na estação de metrô de Nova York, sofrendo a amputação de um dos braços, decepado pelo trem. Socorrido ao hospital, permaneceu em coma e morreu três meses depois. É lembrado por ter o estilo de tocar de Clifford Brown e Freddie Hubbard, artistas com quem ele trabalhou. Se tivesse ficado longe das drogas, Shaw poderia ter sido um dos grandes nomes do Jazz Contemporâneo.

Tina Brooks: Quando a timidez impede a chegada do sucesso



Brooks tocou com grandes músicos do Jazz

Luís Alberto Alves

Harold Brooks Floyd é outro jazzista que nasceu na década de 1930. Morto aos 42 anos, ele ficou conhecido como Tina após o apelido Teeny. Estudou canto, melodia e sax alto e tenor antes de virar músico profissional em 1950, quando tinha 20 anos.

 No começo marcou presença em bandas de R&B e de som latino ao lado de Sonny Thompson, mas logo se cansou das restrições de trabalho e olhou para as oportunidades oferecidas pelo Jazz. Passou a tocar com Lionel Hampton em 1955, mas a chance de ouro veio quando o trompetista Benny Harris imitou sua forma de tocar e o apresentou aos demais músicos de Jazz.

 Harris foi fundamental para levar o jovem músico até a Blue Note Records, onde acabou contratado para tocar numa gravação de Jimmy Smith, na produção do álbum The Sermon. Logo mostrou que havia assimilado as influências de Lester Young e Sonny Rollins até chegar ao molho próprio.

 Entre 1958 e 1961 Brooks apareceu em uma série de álbuns com músicos de destaque como Jackie McLean, Freddie Redd, Kenny Burrell e Freddie Hubbard. Ele também participou de quatro gravações como líder, mas no momento apenas um, True Blue (1960), foi liberado.

 Depois de 1961, Brooks não gravado mais nada. Ele continuou a tocar em Nova York, durante vários anos, mas problemas de saúde e com drogas, finalmente, o levou a sua morte prematura em 1974. A timidez e incapacidade para ter sucesso no mundo altamente competitivo do músico profissional impediram Brooks de estabelecer-se plenamente como saxofonista líder.

 Só agora, com todos os seus álbuns regravados, que ele pode ser visto como um grande músico e compositor influente e original.



Sonny Clark: Gênio subestimado do piano

Clark viveu 32 anos, mas deixou sua marca no Jazz

Luís Alberto Alves

 Conrad Yeatis Clark é o nome de batismo de Sonny Clark, nascido em 1931 em Herminie, Pensilvânia. Morreu aos 32 anos, mas deixou sua marca no Jazz. Na época do Hard­Bop, Clark acabou subestimado, quando trouxe inovações nas gravações mais memoráveis da Blue Note Records.

 Art Tatum, um de seus heróis de infância, e Count Basie, são dois pianistas que influenciaram Sonny. Porém sua abordagem sucinta e melódica atraíram vários admiradores, pois a mão esquerda dele fornecia as mais básicas noções de acompanhamento ocasional.

 Depois mudou para a costa Oeste no começo da década de 1950 e passou a trabalhar com o saxofonista Vido Musso e o baixista Oscar Pettiford. Durante essa época era figura ativa naquela região dos Estados Unidos, inclusive em turnê com o clarinetista Buddy De Franco, o saxofonista Sonny Criss entre outros.

 O ano de 1957 marcou a mudança para Nova York, trabalhando com a cantora Dinah Washington e levando vários grupos pequenos, além de executar as funções de sideman com os saxofonistas Sonny Rollins, Clifford Jordan, Hank Mobley e o trombonista Curtis Fuller, antes de começar destruir sua vida com álcool e drogas.

 Para recordar os bons momentos de Clark é recomendável ouvir os discos Leapin and Lopin, gravados pela Blue Note, numa sessão inspirada ao lado dos saxofonistas Ike Quebec e Charlie Rouse e o gênio do Blues clássico, Serge Chalof. Em 1986, o pianista Wayne Horvitz liderou o Sonny Clark Memorial Quartet, com John Zorn, no Voodoo, um disco de tributo de canções de Clark.

McCoy Tyner: O tenorman do Jazz



Tyner começou a estudar piano na adolescência

Luís Alberto Alves

Alfred McCoy Tyner, nascido em 1938 na Filadélfia, começou a estudar piano na adolescência, antes de juntar forças ao Jazztet, liderado por Benny Golson e Art Farmer 21 anos depois. Em 1960 estava ao lado de John Coltrane e ficou com ele até 1965, quando se tornou conhecido como tenorman, por causa do quarteto clássico, fazendo várias turnês internacionais e gravando diversos álbuns, incluindo os célebres Impressions (1963) e A Love Supreme (1965).

 Com apoio de vários artistas do Jazz começou a gravar usando o próprio nome. Ao longo da década de 1970 excursionou e gravou geralmente com um quarteto ou quinteto. Vários de seus discos conquistaram sucesso de crítica e público. Permaneceu em turnê e gravando nos anos de 1980, na maioria das vezes como líder, mas também tocando ao lado de Sonny Rollins no Milestone Jazzstars.

 No início da carreira, Tyner foi influenciado por Bud Powell, Thelonious Monk e Art Tatum, mas durante o tempo que passou com Coltrane desenvolveu o próprio estilo. Não se contentou em usar apenas a mão esquerda, mas tocando com as duas de forma vigorosa e forte emoção rítmica. Seu contato instrumental e composição apresentam uma consciência harmônica avançada.

 Em alguns de seus discos, Tyner adotou recursos estilísticos de outros campos da Música, incorporando elementos da tradição clássica européia, africana e asiática. Inesquecível é o disco de composições de Burt Bacharach, em 1997, onde mostra grande afeição para linha Pop melódica. Em 200 retornou às raízes do Jazz.

 Tyner é um dos seletos artistas que viveram e prosperaram de forma criativa na era mais excitante do Jazz. Jovens talentos como Joe Lovano, Christian McBride e Jeff Tain “Watts” são músicos que desejam tocar como este grande sobrevivente do Jazz.



segunda-feira, 14 de abril de 2014

Bob Welch: De Hollywood para o sucesso



Welch é autor do famoso hit "Sentimental Lady"

Luís Alberto Alves


Robert Welch nasceu em Los Angeles, em 1946. Cantor e compositor era filho de um produtor de cinema e uma atriz. Criado em Hollywood, logo foi estudar na Ucla. Depois entrou numa banda de R&B de Ivory Hudson And The Harlequins, que mais tarde se chamou Seven Souls, antes da separação em 1969, após não conseguir fechar um contrato de gravação.

 Welch foi trabalhar num clube parisiense de R&B em 1971, quando recebeu o convite para entrar na Fleetwood Mac, como guitarrista. Ali ficou até 1974. No grupo escreveu vários hits, entre eles “Sentimental Lady”.

 Após sair da Fleetwood Mac começo carreira solo, com o líder da banda o ajudando a entrar numa gravadora. Em 1977 estourou nas paradas com os hits “Ebony Eyes” e “Hot Love, Cold World”.  Dois anos depois repetiu a dose com “Love Precious”. Infelizmente Welch não conseguiu repetir a proeza.


Mudou-se base para Phoenix, Arizona, para trabalhar em trilhas sonoras de filmes antes de assumir residência em Nashville. Ele continuou envolvido com música, e seu primeiro álbum novo em mais de 15 anos, direcionado ao Jazz at Bop, saiu em 1999.