Mable John: Uma das primeiras estrelas da Motown Records

 

Mable John cantou em duas grandes gravadoras: Motown e Stax

Luís Alberto Alves

 Quase no final de 1930 nascia em Bastrop, Lousiana, Mable John. Anos depois assinou contrato com a Motown Records, a fábrica de sucessos de Berry Gordy. Apareceu primeiro no primeiro Motortown Revue de 1959, gravando quatro singles.

 Após um pequeno trabalho pela Four Brothers, entrou na Stax Records, em 1966, outra usina de produção de boas músicas naquela época. Nessa gravadora centrou fogo em baladas, recheadas de apelos emotivos, amparada pela ótima banda de estúdio Booker T.And The MGs/Mar Keys backing.

 Foi nesse ano que ela lançou o memorável ‘Your Good Thing (Is About To End), um conto de infidelidade e suas consequências, que Low Rawls mais tarde levou às paradas Pops, no primeiro de sete lançamentos. Em 1967 Mable John juntou forças com o grupo feminino The Raeletts de Ray Charles deixando em segundo por muitos anos sua carreira solo.

.Sua voz inconfundível é audível em várias das gravações do Groups Tangerine. Posteriormente trabalhou como consultora em Lady Sings The Blues, filme biográfico de Berry Gordy e de Billie Holiday . Mable John deixou as Raeletts em 1976 para frequentar uma escola de teologia, para tornar-se pastora da Igreja Santuário de Louvor em Los Angeles e trabalhando incansavelmente com organizações de caridade sem-teto da cidade.

 Seu primeiro álbum gospel, Where Can I Find Jesus? , Foi lançado em 1992. Um ano mais tarde Stax lançou uma excelente compilação de suas 60 gravações.

Bobby Marchan: A drag queen da Black Music

Marchan ganhou destaque como drag queen em New Orleans

Luís Alberto Alves

 Foi em 30 de abril de 1930, em Youngstown, Ohio, que Bobby Marchan veio ao mundo, de onde partiu em dezembro de 1999, quando estava em New Orlenas, Lousiana. Nessa cidade teve sucesso moderado, tanto como cantor de Rock quanto de Soul.

 Ele começou se apresentar em Ohio como cantor e aos 24 anos, em 1954, resolveu ir para New Orleans no papel de drag queen no grupo Powder Box Revue. Nessa época gravou as primeiras canções para Aladdin Records.

Em 1957 entrou na banda Huey ‘Piano’ Smith and the Clowns como vocalista, chamando atenção por causa do estilo de cantar, principalmente Boogie Woogie. Gravou vários hits de Rock, como: “‘Rockin’ Pneumonia” e “The Boogie Woogie Flu” e “Don’t You Just Know It”.

 Em 1960 saiu dessa banda para explodir nas paradas com a canção “There Is Something On Your Mind”, chegando ao primeiro lugar nas paradas de R&B e Pop. A versão de Marchand causou impacto por causa da interpretação apaixonada da letra que falava de um homicídio por causa de ciúme sexual, em cima do hit anterior, de Larry Darnell “I’ll Get Along Somehow”, gravada em 1949.

 O ano de 1966 marcou outro sucesso, mas moderado, nas paradas com o hit “Shake Your Tambourine”. Continuou gravando no começo da década de 1970, porém sem grandes destaques. Passou a ganhar a vida trabalhando como travesti no New Orleans’ Bourbon Street e mestre de cerimônias em diversos clubes até morrer de câncer no final de 1999.

Mickey Murray: Carona na sombra de Otis Redding rendeu pouco sucesso

O auge de Murray foi na década de 1960

Luís Alberto Alves

 Mickey Murray aproveitou a impressão modesta que o público fazia com ele por causa do Soul man Otis Redding ao gravar o hit “Shout Bamalama que estourou nas paradas dos Estados Unidos em 1967.

 Depois lançou mais uma dezena de singles, mas só os hits: “Lonely Room” e “ Hit Record” conseguiram marcar pequenos pontos nas paradas de Funk Music. Em 1999 saiu uma coletânea com suas melhores canções: Shout Bamalama: The Very Best of Mickey Murray.

Lisa Hartman: Famosa por causa de Neely O´Hara

Um dueto de Lisa Hartman ao lado do marido Clint Black rendeu indicação ao Grammy

Luís Alberto Alves

 Lisa Hartman (nascida em 1956 em Houston, Texas) é atriz e cantora. Após pequenas pontas na televisão passou a cantar Rock nos anos de 1982 e 1983, quando numa série de TV o seu personagem era assassinado. Ficou famosa em 1981 por causa do remake do filme Vale das Bonecas, de Jacqueline Susann, como a personagem Neely O´Hara.

 Desempenho grande papel no filme Where The Boys Are´84. Em 1991 resolveu se casar com o músico Clint Black. Antes entre 1976 e 1987 gravou quatros discos solo: dois para Kirshner Records, um para RCA Records e outro para Atlantic Records.

 Sua canção mais notável é “If Love Must Go”, que se apresentou em vários programas de televisão como Solid Gold e Merv Griffin. Apesar das contribuições adicionais de compositores e produtores de sucesso, incluindo Jeff Barry, Dobie Gray, Bryan Adams, Rick Springfield, Will Jennings e Holly Knight, os álbuns não foram bem sucedidos comercialmente.

 Ela conseguiu seu sucesso mais notável num dueto com o marido, intitulado "When I Said I Do", que chegou ao primeiro lugar na Billboard Hot Country Singles & Tracks no final de 1999, sendo indicada ao Grammy. Depois repetiram a dose com o hit “Easy For Me To Say” em 2002.

 Em abril de 2011, seus álbuns Lisa Hartman, Hold On e Letterock foram lançados oficialmente em CD com faixas bônus por Wounded BIRD Records sob licença da Sony (que detém os direitos sobre eles agora). Seu último álbum, 'Til My Heart Stops já foi lançado em CD pela Bird Records.

K. Frimpong: A Pop Star de Gana

K.Frimpong foi grande talento revelado em  Gana

Luís Alberto Alves

 Alhaji Kwabena Frimpong foi um grande cantor nascido em Gana, África. É conhecido pelo hit “Kyenkyen Bi Adi M´awu”, gravado por ele e o grupo His Cubanos Fiestas.

 Na década de 1970 participou de duas bandas diferentes. Uma delas foi a banda Vis-A-Vis, nascida em Kumasi e liderada por Isaac Yeboah. Seu álbum Obi Agye me Dofo foi lançado em Gana pela Probisco Records, mais tarde relançado pela Makossa International Records.

 O segundo grupo que K. Frimpong participou foi o cubano Fiestas, gravando com eles o disco K. Frimpong e His Cubanos Fiestas em 1977 pelo selo Ofori Brothers. É nesse disco que está a famosa “Kyenkyen Bi Adi M´awu”.

 Depois gravou mais dois outros álbuns com His Cubanos Fiestas: Me da Um Onnda (1980) e K Frimpong, ambos lançados em Gana pela Polydor Records. Ele morreu em outubro de 2005 na África.

Bill Johnson: Grande divulgador do Jazz no começo do século 20

Bill Johnson na quente King Oliver´s Creole Jazz Band

Luís Alberto Alves

 A carreira de Bill Johnson chegou de volta a praticamente o início de jazz. Ganhou o crédito de ser o primeiro jazzista a arrancar as cordas de seu baixo e substituir a tuba. Ele começou como guitarrista no final da década de 1890, depois foi trabalhar em New Orleans em 1900 com as bandas Peerless e Eagle, tocando tuba.

 Após sair da cidade em 1908 passou a tocar Jazz em Los Angeles e ajudou a introduzir esse gênero como música, ainda sem nome, na costa Oeste dos Estados Unidos. Seu conjunto, the Original Creole Band, incluindo Freddie Keppard, viajou por todos os Estados Unidos até a separação em 1918.

  Resolveu fixar moradia em Chicago e durante 1922 e 1923 participou da King Oliver's Creole Jazz Band, tocando baixo e banjo. Durante mais de 25 anos virou lenda nessa cidade, gravando com Johnny Dodds e com Bunk Johnson. No começo da década de 1950 se aposentou, mudou para o México e viveu no Texas até os 100 anos de idade. 

Sylvester "Sly" Stone reescreveu a Black Music dos EUA

Luís Alberto Alves

 Ninguém pode questionar: James Brown inventou o Funky, mas Sly Stone acelerou sua química adicionando Soul, Rock, Gospel e outras pitadas psicodélicas. Tanto que sua banda The Family Stone deixou de lado restrições raciais e de gênero, influenciando diversos artistas na década de 1960.

Sylvester "Sly" Stone, a cabeça pensante da banda Sly & The Stone 

 É neste contexto que aparece Sylvester “Sly” Stone, nascido em 1943 no Texas, mas crescido em Vallejo, Califórnia. Ali começou a cantar com um grupo gospel de sua família. Depois assumiu a liderança de um grupo de Doo Wop, Viscaynes, aos 16 anos. Gravaram o hit local “Lon Time Gone”, explodindo em várias emissoras de rádios da região.

 Após estudar trompete, composição e teoria no Vallejo Junior College, em 1964 assinou contrato com a Autumn Records. Lançou uma série de singles solo, além de trabalhar como produtor musical na casa. Dirigiu o álbum de Bobby Freeman “C´Mon and Swin”, bem como participou de gravações de Beau Brummels, The Men Mojo entre outros.

 O ano de 1966 marcou a formação do grupo Sly & The Stoner, enquanto seu irmão mais novo, Freddie, criou a própria banda, Freddie & the Stone Souls. Depois se uniram e com o baixista Larry Graham, a trompetista Cynthia Robinson, o saxofonista Jerry Martini e o baterista Greg Errico, fundaram a Sly & The Family Stone.

 Logo soltaram o single "I Ain't Got Nobody” e assinaram com a Epic Records para lançar o disco, em 1967, A Whole New Thing, seguido de Dance to The Music (1968), gerando um Top Tem com a faixa título.  Naquele mesmo ano arrebentaram nas paradas Pop e R&B com os hits: “Everyday People" b/w e "Sing a Simple Song"; e com a clássica “Stand!”

 Cada vez mais politizavam suas canções, como o hit "Don't Call Me Nigger, Whitey." Como vocalista, compositor e produtor da banda, Sly explodiu em 1970 com a música "Thank You Falettinme Be Mice Elf Agin," essencialmente criando o projeto sonoro do Funk e dominou aquela década.

 Mas os ideais utópicos dos agitados anos de 1960 deram lugar à paranoia e corrupção. O som de clima de comemoração de Sly cedeu espaço a hits inquietantes, como “There's a Riot Goin' On”. A escuridão da militância rendeu os hits "Family Affair" e "Running Away.

 O excesso de drogas pesadas prejudicou Stone que passou a chegar atrasado a shows ou não comparecer. O ano de 1973 marcou o lançamento de Fresh was Sly & the Family Stone's, talvez o último grande álbum da banda. A partir de 1975 os problemas com tóxicos e batalhas judiciais chegaram a conhecimento público.

 De nada valeram a gravação dos discos Heard Ya Missed Me (1976), Well I'm Back and (1979), atraindo pouco interesse dos fãs. Em 1983 emendou turnê com George Clinton & P-Funk All-Stars, mas fracassou. Quatro anos depois lançou o single "Eek-a-Bo-Static” e ganhou as manchetes de jornais e revistas por uma apreensão de cocaína que o levou à prisão. Não conseguiu mais retornar à estrada do sucesso. 

Billy Aways: O afilhado de Mahalia Jackson

Luís Alberto Alves

 O afilhado de Mahalia Jackson, o vocalista Billy Aways sempre teve uma extensa carreira na infância cantando Gospel. Ele era o vocalista do grupo de louvor da igreja. Não demorou em participar de gravações com o Ver. Isaac Whittman, aos 11 anos. Repetiu a dose ao lado de Aretha Franklin em 1969 e fez backing vocal com Cissy Houston e sua irmã Carolyn.

 No começo da década de 1970 virou vocalista do grupo Evelyn Green e mais tarde ajudou a escrever diversas canções com Strong, entre elas “Man Up in The Sky”. Nove anos depois produziu seu primeiro álbum, ganhando destaque as faixas “I Mean to Love You” e “Some Kind of Love”.

 Na década de 1980 o lendário produtor de Memphis, Willie Mitchell, produziu o single "Didn't We Do It" para a Waylo Records. Repetiu a dose em 1981 e 1982, sempre com a ajuda de Mitchell, principalmente em 1988, ao gravar o disco Always e Trust Me. Para aumentar a grana na conta corrente Ann Peebles regravou “Always”, "Didn't We Do It" e “Come to Me”, que ele escreveu junto com Bernie Miller, incluído no disco de Walter Jackson, Tell Me Where It Hurts.

Memphis Minnie: A grande guitarrista do Blues

Memphis Minnie foi uma das grandes guitarristas do Blues, influenciando diversos artistas até hoje

Luís Alberto Alves

 O Blues registra uma particularidade: a dificuldade de encontrar mulheres que tocam guitarra neste gênero, casos de Rosetta Tharpe e Om Terrell. Elas gravaram e tocaram, excluindo os artistas contemporâneos. A exceção mais notável foi Memphis Minnie, a blueswoman mais popular que fugiu desta incômoda tradição.

 Memphis Minnie ganhou respeito dos críticos, apoio dos fãs, além de elogios de diversos artistas de Blues com os quais trabalhou ao longo de sua extensa carreira. Apesar das raízes sulistas, ela era conhecida também em Chicago como em qualquer outra cidade dos Estados Unidos. Tocava violão, baixo, banjo e bateria.

 Big Broonzy se lembra dela o deixando para trás num concurso. É categórico ao dizer que Memphis Minnie foi a melhor guitarrista mulher que ouviu. Tinha resistência suficiente para aguentar o tranco na rude estrada do Showbiz do Blues. Ganhou respeito por causa de sua musicalidade sólida e boas gravações nos 40 anos de discos gravados na Columbia, Vocalion, Bluebird, Okeh, Regal, Checker e JOB.

 Tinha bom gosto musical e sustentou longos casamentos neste gênero ao lado de guitarristas do porte de Casey Bill Weldon, Joe McCoy e Ernest Lawlars. Seus duetos de guitarra abrangem o estilo afro-americano e a música popular, incluindo Spirituals, peças de danças dos velhos tempos.

Porém o melhor de Memphis Minnie consistia de Blues profundos, como "Moaning the Blues." Mais de uma excelente mulher guitarrista de Blues e cantora, seu talento continua influenciado diversos guitarristas de hoje. É lembrada por ter escrito a canção “When The Levee Breaks”, que foi regravada pela banda de rock, Led Zeppelin, no quarto disco deles, com letra e melodias alteradas.