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Luís Alberto Alves/Hourpress

quinta-feira, 6 de março de 2014

Sylvester "Sly" Stone reescreveu a Black Music dos EUA

Luís Alberto Alves

 Ninguém pode questionar: James Brown inventou o Funky, mas Sly Stone acelerou sua química adicionando Soul, Rock, Gospel e outras pitadas psicodélicas. Tanto que sua banda The Family Stone deixou de lado restrições raciais e de gênero, influenciando diversos artistas na década de 1960.
Sylvester "Sly" Stone, a cabeça pensante da banda Sly & The Stone 

 É neste contexto que aparece Sylvester “Sly” Stone, nascido em 1943 no Texas, mas crescido em Vallejo, Califórnia. Ali começou a cantar com um grupo gospel de sua família. Depois assumiu a liderança de um grupo de Doo Wop, Viscaynes, aos 16 anos. Gravaram o hit local “Lon Time Gone”, explodindo em várias emissoras de rádios da região.

 Após estudar trompete, composição e teoria no Vallejo Junior College, em 1964 assinou contrato com a Autumn Records. Lançou uma série de singles solo, além de trabalhar como produtor musical na casa. Dirigiu o álbum de Bobby Freeman “C´Mon and Swin”, bem como participou de gravações de Beau Brummels, The Men Mojo entre outros.

 O ano de 1966 marcou a formação do grupo Sly & The Stoner, enquanto seu irmão mais novo, Freddie, criou a própria banda, Freddie & the Stone Souls. Depois se uniram e com o baixista Larry Graham, a trompetista Cynthia Robinson, o saxofonista Jerry Martini e o baterista Greg Errico, fundaram a Sly & The Family Stone.

 Logo soltaram o single "I Ain't Got Nobody” e assinaram com a Epic Records para lançar o disco, em 1967, A Whole New Thing, seguido de Dance to The Music (1968), gerando um Top Tem com a faixa título.  Naquele mesmo ano arrebentaram nas paradas Pop e R&B com os hits: “Everyday People" b/w e "Sing a Simple Song"; e com a clássica “Stand!”

 Cada vez mais politizavam suas canções, como o hit "Don't Call Me Nigger, Whitey." Como vocalista, compositor e produtor da banda, Sly explodiu em 1970 com a música "Thank You Falettinme Be Mice Elf Agin," essencialmente criando o projeto sonoro do Funk e dominou aquela década.

 Mas os ideais utópicos dos agitados anos de 1960 deram lugar à paranoia e corrupção. O som de clima de comemoração de Sly cedeu espaço a hits inquietantes, como “There's a Riot Goin' On”. A escuridão da militância rendeu os hits "Family Affair" e "Running Away.

 O excesso de drogas pesadas prejudicou Stone que passou a chegar atrasado a shows ou não comparecer. O ano de 1973 marcou o lançamento de Fresh was Sly & the Family Stone's, talvez o último grande álbum da banda. A partir de 1975 os problemas com tóxicos e batalhas judiciais chegaram a conhecimento público.


 De nada valeram a gravação dos discos Heard Ya Missed Me (1976), Well I'm Back and (1979), atraindo pouco interesse dos fãs. Em 1983 emendou turnê com George Clinton & P-Funk All-Stars, mas fracassou. Quatro anos depois lançou o single "Eek-a-Bo-Static” e ganhou as manchetes de jornais e revistas por uma apreensão de cocaína que o levou à prisão. Não conseguiu mais retornar à estrada do sucesso. 

Billy Aways: O afilhado de Mahalia Jackson




Luís Alberto Alves

 O afilhado de Mahalia Jackson, o vocalista Billy Aways sempre teve uma extensa carreira na infância cantando Gospel. Ele era o vocalista do grupo de louvor da igreja. Não demorou em participar de gravações com o Ver. Isaac Whittman, aos 11 anos. Repetiu a dose ao lado de Aretha Franklin em 1969 e fez backing vocal com Cissy Houston e sua irmã Carolyn.

 No começo da década de 1970 virou vocalista do grupo Evelyn Green e mais tarde ajudou a escrever diversas canções com Strong, entre elas “Man Up in The Sky”. Nove anos depois produziu seu primeiro álbum, ganhando destaque as faixas “I Mean to Love You” e “Some Kind of Love”.

 Na década de 1980 o lendário produtor de Memphis, Willie Mitchell, produziu o single "Didn't We Do It" para a Waylo Records. Repetiu a dose em 1981 e 1982, sempre com a ajuda de Mitchell, principalmente em 1988, ao gravar o disco Always e Trust Me. Para aumentar a grana na conta corrente Ann Peebles regravou “Always”, "Didn't We Do It" e “Come to Me”, que ele escreveu junto com Bernie Miller, incluído no disco de Walter Jackson, Tell Me Where It Hurts.


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Memphis Minnie: A grande guitarrista do Blues

Memphis Minnie foi uma das grandes guitarristas do Blues, influenciando diversos artistas até hoje


Luís Alberto Alves
 O Blues registra uma particularidade: a dificuldade de encontrar mulheres que tocam guitarra neste gênero, casos de Rosetta Tharpe e Om Terrell. Elas gravaram e tocaram, excluindo os artistas contemporâneos. A exceção mais notável foi Memphis Minnie, a blueswoman mais popular que fugiu desta incômoda tradição.
 Memphis Minnie ganhou respeito dos críticos, apoio dos fãs, além de elogios de diversos artistas de Blues com os quais trabalhou ao longo de sua extensa carreira. Apesar das raízes sulistas, ela era conhecida também em Chicago como em qualquer outra cidade dos Estados Unidos. Tocava violão, baixo, banjo e bateria.
 Big Broonzy se lembra dela o deixando para trás num concurso. É categórico ao dizer que Memphis Minnie foi a melhor guitarrista mulher que ouviu. Tinha resistência suficiente para aguentar o tranco na rude estrada do Showbiz do Blues. Ganhou respeito por causa de sua musicalidade sólida e boas gravações nos 40 anos de discos gravados na Columbia, Vocalion, Bluebird, Okeh, Regal, Checker e JOB.
 Tinha bom gosto musical e sustentou longos casamentos neste gênero ao lado de guitarristas do porte de Casey Bill Weldon, Joe McCoy e Ernest Lawlars. Seus duetos de guitarra abrangem o estilo afro-americano e a música popular, incluindo Spirituals, peças de danças dos velhos tempos.
Porém o melhor de Memphis Minnie consistia de Blues profundos, como "Moaning the Blues." Mais de uma excelente mulher guitarrista de Blues e cantora, seu talento continua influenciado diversos guitarristas de hoje. É lembrada por ter escrito a canção “When The Levee Breaks”, que foi regravada pela banda de rock, Led Zeppelin, no quarto disco deles, com letra e melodias alteradas.


Clique Girlz: Outra banda que rápido surgiu e de repente sumiu



Luís Alberto Alves
 A banda Clique Girlz nasceu em Atlantic City, Nova Jersey, criada pelas irmãs adolescentes Destinee & Paris, depois acrescentada com as amigas Ariel Moore e Sara Diamond que entrou no lugar de Ariel. Escreveram pouco mais de 79 canções e eram a sensação dos adolescentes dos Estados Unidos, enquanto durou até final de 2009.
Apesar do visual de patricinhas, a banda Clique Girlz durou pouco na estrada do Showbiz
 Destinee, nascida em 1994, era a roqueira do grupo, inclusive vestindo roupas pretas e tocando o rock clássico T-Shirts. Por causa de um problema nos olhos durante a infância ficou fanática por estrelas.
 Paris nasceu dois anos depois, gosta da cor rosa, sendo tratada como princesinha da banda. Sara Diamond é de 1995, nasceu em Montreal, Canadá. É compositora, dança Jazz, Ballet, Hip-Hop desde os três anos. Também toca piano e canta desde os cinco anos.
 Ariel Moore nasceu em 1994 e tem como hobby dançar, design de moda e leitura. Gosta de ajudar o próximo. Saiu do grupo no começo de 2009. Em novembro daquele mesmo ano a banda chegou ao fim, com Destinee & Paris trabalhando no CD CherryTree Records. Na curta duração do conjunto, gravaram Bratz: Motion Picture Soundtrack (2007) e o EP Clique Girlz (2008). Também lançaram o single “Perfect Day” para o comercial do Beaches Resort.



sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Injustiça musical tem nome: Maxine Brown

Maxine Brown foi uma das vocalistas mais subestimadas na história da Black Music


Luís Alberto Alves

 Maxine Brown nunca teve muitos hits estourando nas paradas. Foi uma das vocalistas mais subestimadas de Soul e R&B na década de 1960. Naquele tempo ela lançou vários singles para Nomar e Wand Records, porém só pegaram os hits “All in My Mind”, “Something You Got”, “Oh No Not My Baby” e “ Funny”.

 Ficou marcada como uma das melhores vozes do R&B da época, capaz de transportar Soul, Jazz e Pop sem qualquer sacrifício. Nascida em Kingstree. Começou a cantar ainda criança. Depois passou a atuar em grupos evangélicos de Nova York quando chegou à adolescência.

 Em 1963 entrou na pequena gravadora Nomar Records, onde lançou a balada “All in My Mind” no final daquele ano. O single explodiu, ficando em segundo lugar nas paradas de R&B. Depois emendou “Funny”, outro arraso.

 Quando se preparava para virar estrela do showbiz entrou na ABC/Paramount Records. Dali saiu sem emplacar nenhum hit. Entrou na Wand. Ali desenvolveu grande trabalho, inclusive com uma série de sucessos em três anos. Escreveu “Oh No Not My Baby”, gravada por Carole King e “It´s Gonna Be Alright”, além de “Something You Got”, “Hold On I'm Coming” e ““ Daddy’s Home”.


 Um dos motivos de Brown não ter muita exposição na mídia, é por que a gravadora centrou fogo sobre Dionne Warwick. Em 1969 ela saiu da Wand e assinou com a Commonwealth United, onde teve hits menores como “We'll Cry Together" e "I Can't Get Along Without You." Em 1971 foi para AVCO Records, mas ficou no gelo ali e desapareceu ao longo daquela década.

Chuck Jackson: Artista ignorado pelo tempo




Luís Alberto Alves

 Atualmente Chuck Jackson está esquecido. Sua marca de Soul Uptown é rejeitada pelos críticos que preferem o Soul profundo Down Home. Antes não era assim, quando visitava as paradas de R&B no começo da década de 1960, com suas canções que misturavam Pop e Soul, hits iguais "I Don't Want to Cry”, "Any Day Now," e "Tell Him I'm Not Home."
Após entrar na Motown, a carreira de Chuck regrediu


 Os discos de Jackson eram como peça de obra de arte Pop/Rock/Soul, cheios de lindos arranjos de cordas e lindas vozes de vocalistas femininas no backing. Não era parecido aos de Ben E. King ou Wilson Pickett, mas quem gostava de Pop ou Soul optava pelos seus álbuns.

 Ele é da velha escola do Doo Wop, pois cantou ao lado do pessoal do The Dell Vikings no final da década de 1950.  Gravou seu primeiro disco pela Scepter Records em 1961. Aplicou a velha fórmula usada por Dionne Warwick e The Shirelles, misturando Pop e R&B, além de muito profissionalismo.

 Jackson foi um dos primeiros, junto com Dionne, a gravar canções da dupla Bacharach/David. Uma de suas canções inesquecíveis foi “I Keep Forgettin” de 1962, escrita e produzida por Leiber Stoller.


 Fez algum sucesso em duetos ao lado de Maxine Brown, mas deixou a Wand Records em 1967 para entrar na Motown a pedido de Smokey Robinson. Mau negócio. Ficou quatro anos terríveis na gravadora de Berry Gordy. Passou a ser ignorado pela crítica. Embora ainda seja favorito no Northen Soul da Inglaterra.

Barbara Lewis: A inesquecível voz de "Hello Stranger"



Luís Alberto Alves


 O Soul/Pop não seria o mesmo sem o talento de Barbara Lewis, cujo sedutor sussurro na canção “Hello Stranger”, de 1963, deixou boas lembranças nos amantes da boa música.  Nascida em Michigan, ela já escrevia hits desde os nove anos de idade, e na adolescência começou a gravar com o produtor Ollie McLaughlin.
Barbara Lewis deixou de cantar há vários anos, mas suas canções ainda fazem sucesso

 Experiente, pois ajudou nas carreiras de Del Shannon, The Capitols e Deon Jackson, foi importante na vida de Barbara. Talentosa escreveu todas as canções do seu álbum de estreia, incluindo “Hello Stranger”. O diferencial é que colocou harmonia de Soul Music, em outra implantou a nova batida Bossa/Like.

 O single "Someday We're Gonna Love Again” serviu de antídoto contra a invasão da música britânica nos Estados Unidos na década de 1960. No início daqueles fervorosos anos ela passou a gravar em Nova York, apoiada pelos produtores Bert Berns e Jerry Wexler. Ambos empregavam arranjos orquestrais e Pop.

 Tanto comercialmente quanto artisticamente, os hits "Baby I'm Yours" e "Make Me Your Baby" se tornaram grandes sucessos, no melhor estilo daquela década. No final dos anos de 1960 Barbara gravou um disco pela Stax. Porém, o álbum não vendeu bem.


 Após essa experiência ela se retirou do Showbiz, depois de lançar diversos singles. Mas o hit "beach music" continua sendo a grande marca dessa grande cantora, que continua popular mesmo há muitos anos fora do mercado.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Neneh Cherry: A Black music que veio da Suécia




Mistura de sangue sueco e africano resultou na beleza e talento de Neneh Cherry

Luís Alberto Alves
 Neneh Cherry é a prova viva de que a música não conhece fronteiras. Nascida na Suécia, há 40 anos, ela mistura Hip-Hop com outros estilos e faz sucesso. Sua mãe sueca e pai, jazzista, nativo de Serra Leoa, África, passaram os primeiros anos de vida de Neneh na cidade de Hässleholm, antes de a família passar a seguir o padrasto, Don Cherry nas turnês.
 Pouco tempo depois foram morar em Nova York e aos 14 anos começou a se apresentar depois que saiu da escola. Foi para Londres, onde entrou na banda de Punk Rock, The Cherries.  Após muitas voltas, em 2005, no álbum Demon Days, do grupo Gorillaz, Neneh está nos vocais na faixa “Kids With Guns”.
 Já lançou os seguintes discos solos: Raw Like Sushi (1989), Homebrew (1992), Man (1996), Neneh Chérie Remixes (1997), Blank Project (2014). Com o grupo Cirkus soltou Neneh Cherry and Cirkus (2005), Laylow (2006) e Medicine (2009).