Eckstine foi pioneiro, como artista negro, gravar Blues românticos no estilo popular |
Billy Eckstine foi o primeiro cantor negro a
fazer sucesso com música romântica na década de 1940. Isto repercutiu no estilo
de Sam Cooke nos anos de 1950 e 1960. São inesquecíveis suas canções “Prisoner
of Love”, “My Foolish Heart” e “I Apologize”. De Pittsburg, mas criado em
Washington DC, Eckstine começou a cantar aos sete anos de idade.
Logo começou a disputar prêmios nos shows de
caça talentos da época. Apesar de ter planos de ser jogador de futebol. Após
quebrar a clavícula, mergulhou de vez na música. No final dos de 1930 entrou na Orquestra de
Earl Hines. Devagar introduziu canções românticas, no estilo Blues.
Os primeiros
sucessos de Eckstine foram “Jelly, Jelly” e “A Jitney Man”. Em 1943 ganhou três
colegas de peso na orquestra: Dizzy Gillespie, Charlie Parker e Sarah Vaughan.
Não demorou em formar a própria banda naquele ano. Engordou o grupo com Wardell
Gray, Dexter Gordon, Miles Davis, Kenny Dorham, Fats Navarro e Art Blakey, além
dos arranjadores Tadd Dameron Gil Fuller. Era equivalente no futebol atual,
montar um time igual ao Barcelona da Espanha.
Para deixar sua marca no Show Biz, inovou
aumentando seus harmônicos vocais nas baladas normais. Apesar de cunho
modernista, nas turnês pela Europa, ele tocava trompete, trombone de válvula e
guitarra. Entrou nas paradas com as canções “A Home for Sale” e “Prisoner of
Love”.
Quatro anos depois teve de abandonar a banda,
com Gillespie formando seu próprio conjunto. Eckstine foi responsável pela
transição para baladas cheias de cordas com extrema facilidade. Em seguida
gravou vários hits, estourando na Europa as canções “No One But You” e “Gigi”,
além de dueto ao lado de Sarah Vaugh.
Voltou às raízes do Jazz ao gravar disco junto
com Count Basie, Sarah Vaugh e Quincy Jones em álbuns separados na década de
1960. É dessa época o lindo disco No Cover No Minimum, repleto de solos de
trompete. Lançou vários discos pela Mercury e List Records, aproveitando a
brecha do filho ser presidente da Mercury. Depois mudou para Motown. Gravou
pouco na década de 1970. O último disco, Billy Eckstine Sings With Benny
Carter, saiu em 1986. Seis anos depois o Blues o perdeu para sempre.