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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Bobby McClure: prazer mórbido de trocar carreira artística por trabalho numa penitenciária

McClure engrossa as manias curiosas de artistas
Um grande nome da Soul Music foi Bobby McClure. De Chicago, aos nove anos de idade começou a cantar na igreja onde a família congregava. Logo, a voz de tenor chamou a atenção. Não demorou para entrar em grupos gospel de cidades vizinhas, incluindo The Soul Stirrers, do qual Sam Cooke era integrante.

 O talento obrigou McClure passar a soltar a voz em outros estilos musicais, incluindo R&B e Doo Wop. Criou o conjunto Bobby and The Vocals, ao lado do baterista Big Daddy Jenkins e do maestro Oliver Sain. Não demorou em reunir vários artistas ao seu redor, como Little Milton e Fontella Bass, com quem faria dueto num disco lançado em 1965, Don't Mess Up a Good Thing, que estourou nas paradas de sucesso dos Estados Unidos.

 Durante a década de 1960, ele retornou a Chicago, para trabalhar junto com Otis Clay e Little Milton, antes de mudar para St. Louis. Ali fez dueto com Shirley Brown e gravou alguns singles para the Memphis-based Hi label.


 Vinte anos depois, McClure soltaria alguns singles, mas virou as costas para a carreira artística, trabalhando numa penitenciária de Illinois. Não conseguiu ficar distante da música muito tempo. Foi para Los Angeles para gravar com outros artistas. Em novembro de 1992, aos 50 anos, sofreu um derrame e morreu.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Loose Ends: mesclagem de Soul com Disco Music

A Loose Ends fez sucesso na década de 1980

 O grupo Loose Ends nasceu em 1982, com Jane Eugene, Steve Nichol e Carl McIntosh. Foi a primeira banda britânica toda negra a assinar contrato com a Virgin Records. 

Após vários singles de sucesso adotou o nome final de Loose Ends. Contou com a ajuda do produtor Nick Martinelli e causou boa impressão no cenário Soul Music/Dance Music, com diversos lançamentos.

 Os singles “Hangin`On A String (Contemplating) e “Magic Touch”, do álbum So Where Are You, com backing vocal da cantora norte-americana Joanna Gardner estouraram nas paradas de sucesso da época. Já os seguintes não tiveram o mesmo desempenho, mas desenvolveram uma linha de trabalho como compositores e produtores (Julie Roberts, Five Star, Lavine Hudson).


Após o fim da banda original, McIntosh retornou na década de 1990 com outros integrantes: Linda Carriere e Sunay Suleyman, voltando a fazer sucesso com o hit “Don´t Be A Fool”.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Candye Kane: quando a maluquice resulta em talento

Após fazer filmes pornográficos, Candye pulou para a cama do Blues

 Candye Kane canta uma ousada mistura de Blues e Soul, além de realizar diversas funções ao mesmo tempo, como mãe de um aluno sério e de uma garota maluca numa peça de teatro e filmes picantes. Ela seria alguém que toca em Los Angeles, exceto por duas coisas: sabe cantar muito bem e tem uma visão sexy, inteligente e apaixonada de encaixar a voz com perfeição quando canta.

 Nascida em  1965 em Ventura, Califórnia, Kane passou a infância, na periferia de Los Angeles, no Highland Park. Ali a salvação veio por meio da música e teatro. Aos 17 anos ficou grávida e passou a trabalhar como alucinada para pagar as contas, aparecendo em dezenas de vídeos pornográficos, que exploravam os seios grandes dela.

 Aos 11 anos passou a gosta de Punk Rock, quando participou do programa USC's Junior opera. Nessa época diversas bandas de Country Music a conheceram. Logo a fama chegou à cúpula da CBS/Epic Records, com quem assinou contrato em 1985. Perceberam que tinha uma artista de Country nas mãos, até descobrirem seu passado pornográfico, antes de lançar o primeiro disco no ano seguinte.

 Ela mudou para San Diego, casou, teve outro filho e participou do Palomar Community College, onde se formou. Passou a trabalhar duro em composições e descobriu gravações clássicas de Blues de cantoras como Bessie Smith, Etta James, Big Mama Thornton e Big Maybelle. Percebeu que era na praia do Blues que iria ficar.

 O ano de 1991 marcou o lançamento do álbum Burlesque Swing, em 1992 assinou contrato com a Antone´s Records. Ali gravou diversos discos, até chegar à Discovery Records em 1997. No ano 2000 soltou o CD The Toughest Girl Alive on Rounder/Bullseye. Lançou mais três CDs pela gravadora alemã Ruf Records: Whole Lotta Love (2003), White Trash Girl (2005) e Guitar´d and Feathered (2007). Em 2009 pulou para a Delta Groove Records.


 Com perfeita visão do mercado soltou dois discos pela nova gravadora, um deles: Sister Vagabond reuniu Blues e Soul. Neste ano de 2013 lançou Come Out Swingin´, que trouxe a guitarra blues de Laura Chavez. 

Janiva Magness: sofrimento a levou virar grande cantora de Blues


Após a morte dos pais na infância, Janiva cresceu em casas de acolhimento

Janiva Magness, por causa do visual, não lembra em nada ser uma cantora e compositora de Blues e Soul, praia frequentada por artistas negros. Aos 56 anos, ela foi a segunda mulher a receber o prêmio BB Entertainer Of The Year, promovida pela The Blues Foundation. Também já foi nomeada Artista Feminina do Ano do Blues Contemporâneo, que venceu em 2006 e 2007, depois repetiu a dose em 2012. Desde 2006 obteve 22 indicações semelhantes. Já lançou nove álbuns.

 Mas até chegar ao estágio atual de grande estrela do Blues, enfrentou a dor de perder os pais para o suicídio antes da adolescência, passando a viver em diversas casas de acolhimento, pois perdeu o próprio lar. Aos 17 ficou grávida e teve de dar o bebê para adoção.

 O seu amor pela música nasceu por causa da coleção de discos do pai. Começara a estudar engenharia para trabalhar num estúdio de gravação em Saint Paul, Minnesota. Ali foi obrigada a fazer backing vocal em alguns discos. Depois mudou para Phoenix, Arizona e fundou a própria banda, The Mojomatics. Chegaram ao sucesso naquela cidade, antes de Magnesse mudar, em 1986, para Los Angeles, onde lançou o primeiro álbum It Takes One to Know, que saiu em 1997. Dois anos depois autuou numa produção teatral, em Westwood.

 Após três discos independentes, assinou contrato com a NorthernBlues Music Records, lançando o disco Bury Him at the Crossroads (2004) e Do I Move You? (2006). Ambos produzidos por ela e Colin Linden, com segundo álbum chegando entre as oito mais da Billboard Album Chart Blues.

 Em 2008 entrou na Alligator Records, com a crítica especializada escrevendo que Magness interpreta canções que transformam emoções e tristezas em alegria. Os bluesman reconhecem que ela sabe transitar livremente e competência nas praias do Funk e Soul, revigorando as forças a cada canção que interpreta. Em 2010 lançou o CD The Devil Is an Angel Too e Stronger for It dois anos depois, incluindo diversas canções próprias, experiência que colocou em prática desde sua estreia ao Show Biz em 1997. Neste ano de 2013 acabou indicada em cinco categorias no prêmio Blues Music Festivals.


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Ana Popovic: a Janis Joplin que veio dos Balcãs

O Blues seduziu Ana que nasceu em Belgrado 

Ana Popovic nasceu em 1976, em Belgrado, Iugoslávia. O pai tocava violão e logo cedo começou a cantar Blues, antes de se entregar para valer à guitarra. Ana recebeu forte influência de artistas de Rock e do Blues dos Estados Unidos. Passou gostar intensamente desse estilo musical.

 No começo da década de 1990 formou a própria banda, Hush. Ganhou vários simpatizantes. Excursionou por toda a Europa e gravou o primeiro disco. No final dos anos de 1990 fixou base na Holanda, onde estudou música e criou o grupo Popovic Ann.

 Em seguida assinou contrato com a Ruf Records. Em 2000 visitou os Estados Unidos pela primeira vez, tocando em Pittsburgh e por toda costa Leste. Passou a trabalhar no álbum Ruf, gravado parcialmente em Memphis, onde tocou no May Festival em 2001.


 A voz dura e uma guitarra nervosa mostram que Popovic tem o Blues correndo em suas veias. Acabou conquistando vários fãs na América do Norte, até então despreparados para uma jovem mulher dos Balcãs, sem qualquer tradição neste estilo musical, cantando Blues. 

Deborah Coleman: outra grande dama do Blues

Deborah aos 20 anos já tinha absorvido a essência do Blues

 Deborah Coleman, de Portsmouth, Virginia, tentou evitar o estrelato precoce. Procurou fugir da carreira artística trabalhando de enfermeira e eletricista. Mas o Blues a venceu.

 Por causa do grande talento, logo ganhou respeito neste circuito do Show Biz. A inspiração lhe veio ao assistir apresentação dos Monkees na televisão.

 Aos 15 anos começou tocar Rock e R&B em diversas bandas. A descoberta da música de Jimi Hendrix a fez deixar o baixo para a guitarra. Acabou mostrando seus dotes no grupo de Rock Moxxie.

 Com 20 anos já havia absorvido as principais influências do Blues que a levaram ao sucesso. Para colocar mais madeira na fogueira, desenvolveu as próprias habilidades de compor, sempre com um gravador ao lado.

 Em 1993 ganhou o primeiro lugar no Charleston Blues Festival, conquistando um contrato com a New Moon Records. Ali lançou o álbum Takin `A Stand, depois foi para a Blind Pig Records. O novo disco I Can’t Lose surpreendeu os críticos pela visão de assumir o Blues. Expandiu seu público, em 1997, com o CD Where Blue Begins.

 Consolidou-se como compositora e guitarrista ao lançar o álbum Soft Place To Fall. Nesse CD estão as canções “Confused” e “Another Hoping Fool”, além de versões dos hits “‘I’m A Woman” e “If You Love Me Like You Say”, para atingir o público jovem. Em 2001 e 2002 soltou os CDS Livin ´On Love e Soul Be It, antes de ir para Telarc Records, onde gravou em 2004 o álbum What About Love?


Joanna Connor: talento nato desde criança

Joanna Connor começou tocar guitarra ainda criança

Joanna Connor nasceu em Nova York em 1962, mas cresceu em Worcester, Massachusetts. Começou a tocar guitarra ainda criança, incentivada pela mãe, fã de Blues. Na adolescência, sua habilidade já chamava atenção do público, inclusive visitando diversos artistas desse gênero musical.

 Em meados da década de 80 mudou-se para Chicago, onde continuou sentada, desta vez com grandes figuras que apreciavam sua habilidade instrumental. Ao final dos anos 80 ela tocou em bandas lideradas por Johnny Littlejohn e Dion Payton, realizando show com o último em 1987 no Chicago Blues Festival.

 Formar sua própria banda era o próximo passo lógico e isso ela fez no final de 1987. Até o final da década, devido a seus registros, ela estava estendendo sua base de fãs em todo o país.


 Além de tocar e cantar, Connor também escreve suas próprias canções, desenvolveu esta faceta de seu talento através dos anos 90 e nos anos 2000. Seu canto tem sido comparado ao de Bonnie Raitt, um dos artistas convidados, com quem gravou de volta em Worcester. Seu maior trunfo é a sua excelente guitarra, onde demonstra grande habilidade.

Jimmy Thackery: a chama do Blues/Rock continua acesa


Thackery já gravou 20 discos

 Jimmy Thackery é um exímio guitarrista de Blues/Rock, comparado a feras do porte de Stevie Ray Vaughan. Ao lado de Mark Wenner formou a Blues Base Nighthawks em 1972. Em 15 anos de carreira já gravou 20 álbuns. Cansado da agenda de shows, saiu da banda em 1987 e criou a The Six-Piece Assassins. Gravou três discos na praia do R&B pelo seu próprio selo Seymour.

 A falta de dinheiro o levou a acabar com o grupo em 1991, para formar o trio Jimmy Thackery And The Drivers, com Mark Stutso (bateria) e Wayne Burdette (baixo). Um contrato com a Blind Pig Records resultou, em 1992, no lançamento do disco Empty Arms Motel.


 Depois soltou mais outros discos pela Blind, com Burdette cedendo lugar a Michael Patrick, com a produção de Jim Gaines. Ele lançou um álbum com o irmão David em 1999. Embora seus discos tenha ficado com menos Blues, Jimmy ainda atrai vários fãs em seus shows.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Kip Anderson: talento quase destruído pelas drogas

Kip Anderson ficou dez anos preso, mas conseguiu dar a volta por cima

Kip Anderson aprendeu música desde criança. Ainda pequeno passou a ter contato com guitarra e piano na igreja onde a família congregava na Carolina do Sul. Aos 13 anos acabou descoberto pela lendária Madame Edna Gallman Cooke. Passou diversos verões em turnês. O objetivo era torná-lo um cantor gospel.

 Porém ele conheceu Charles Derrick que ao aconselhou a seguir a música secular. Ao seu lado escreveu o hit “I Wanna Be The One”, em 1959, que saiu pela própria gravadora de Derrick. Não estourou nas paradas, mas ao ajudou a entrar na Vee Jay Records e depois para a Savoy.

 Soltou o hit “Oh My Linda”, gravado com o lendário guitarrista de estúdio, Mickey Baker. O lado B do disco tinha a canção "Till Your Love Is Mine”, autoria de Anderson, sem parceria. Isaiah Hennie e Derrick disseram que eles ajudaram a compor a música. Para acabar com o problema a Savoy Records mandou Anderson embora.

 Foi para a Everlast Records e lançou o terceiro single, em 1962, “I Will Cry”. Mesmo bem gravado, teve pouco sucesso comercial. O próximo saiu em 1963, “Here I Am, Try Me”, produzido em Chicago nos estúdios da Chess, mais colocado nas ruas pela Tomorrow Records e depois licenciada para a ABC Paramount. Ali gravou mais dois singles: “I'll Get Along" e "Time Waits for No One," antes de ir para a Muscle Shoals, para gravar "Woman, How Do You Make Me Love You Like I Do", primeiro de três trabalhos que soltaria pela subsidiária da Chess Records.

 Era ápice de Anderson, quando lançou no mercado canções recheadas de belos vocais, como “Without a Woman” e "A Knife and a Fork", obra prima do Bluesy, com grande destaque no Reino Unido. Após sair da Chess, aterrissou na Excello Records e aparecer nas paradas de 1968 pela última vez , com o hit “You'll Lose a Good Thing", verdadeira bomba atômica no Top da Billboard de R&B. Gravou também “Watch You Work It Out” e "I Went Off and Cried”.

 O começo de 1970 foi trágico para Anderson, refém da heroína, com a Excello Records o deixando na rua. Passou a trabalhar em rádio, mas a carreira artística virou anemia. Sete anos depois pegou dez anos de prisão. Ali formou um grupo gospel, aparecendo em diversas igrejas locais da Carolina do Sul para cantar, sob olhar atento da escolta de policiais.


 Após cumprir a condenação retornou à rotina de gravações, lançando a canção gospel “I Coulda Been Sleeping" para a Lorma Records em 1989. Fez outros trabalhos para a Ichiban Records em 1992, quatro anos depois participou de dueto com Nappy Brown e durante muitos anos organizou show gospel para uma estação de rádio local.