Reportagens com clipes descrevendo histórias de artistas famosos,
principalmente de intérpretes da Black Music, além de destacar a importância do Blues no Showbiz.
A
banda Today é o exemplo claro da falta de imaginação da maioria das gravadoras.
Criada em 1988, era a tentativa da Motown Records de promover um novo Four
Tops. Fazia parte do conjunto Frederick Lee “Big Bub” Drakeford, Larry
Singletary, Wesley Adams e Larry McCain, amigos de infância do subúrbio de
Englewood, New Jersey.
Os meninos começaram em 1984 com o nome de The
Gents, composta por Drakeford, McCain, William McNeir, Ronald Scruggs e Bernard
Belle. Durante um benefício antidrogas, eles se reuniram com o produtor Teddy
Riley e receberam o nome de Today. Em seguida assinaram contrato com a MCA
Records.
Depois mudaram para a Motown. Em
1988 lançaram o álbum de estreia, Things Started off Looking Pretty Good. O single “Him or Me” chegou ao
terceiro lugar na parada de R&B. Depois explodiram com “Girl I Got My Eyes
On You”, que chegou ao primeiro posto.
Porém, o disco não se saiu tão como no início
e os integrantes da banda começaram a reclamar do tratamento que recebiam da
Motown Records, com produção e promoção deficientes. Riley não ajudou os
meninos no segundo álbum, The New Formula, que saiu em 1991 com o single de
sucesso “Why You Get Funky on Me”, segundo lugar nas paradas de R&B.
Após a separação da banda, Drakeford seguiu em
carreira solo, enquanto Singletary, Adams e McCain escreveram diversas canções
e tentaram selar acordo para continuar como trio.
A perda de um processo na Justiça selou o fim do grupo
No bairro do Queens, em Nova York, na década
de 1960 surgiram Shep and The Limelites, composto por James Sheppard (“Shep”),
Clarence Bassett e Charles Baskerville. De início o grupo se chamou Sheppard
and The Limelites, depois mudou para Shep and The Limelites.
Os três eram macacos velhos de outros
conjuntos. Shep tinha passado pelos The Heartbeats, Bassett pelos
The Five Sharps e Baskerville pelos The Videos. Colocaram os pés na Estrada em
1960. Logo lançaram o hit “Daddy´s Home” em 1961. Fizeram pouco sucesso, mas venderam
discos. Em seguida soltaram “What Did Daddy Do” e “Our Anniversary”.
Pouco tempo depois a Kahl Music, editora do
hit “A Thousand Miles Away” processou a Keel Music, editora da canção “Daddy´s
Home”, por violação de direitos autorais. Ela perdeu e o conjunto se acabou.
Bassett foi cantar com The Flamingos e Baskerville tentou retornar com o grupo no final da década de 1960, mas acabou morrendo num assalto.
Little
Caesar and The Romans eram um grupo musical que nasceu em Los Angeles na década
de 1960. Tiveram três hits nas paradas da época: “Those Oldies
But Goodies (Remind Me of You), “Hully Gully Again” e “Memories of Those Oldies
But Goodies”. Também
lançaram um disco pela Del-Fi Records.
Nas apresentações ao vivo, às vezes vestiam
togas. Em 1962 cada membro tomou seu próprio rumo, por causa de brigas entre o
vocalista Carl Barnett e David Johnson, autor da canção “Those Oldies But
Goodies”. Os dois discutiram para saber qual deles era Little Caesar.
Sunny
and The Sunnliners colocam fogo nas pistas de danças há mais de 50 anos. Ele
começou com uma banda de amigos, depois um deles o ajudou a criar o seu próprio
conjunto musical. Entre 1957 e 1958. Rudy War e Sunny fundaram a banda, que
consistia em seis membros, todos adolescentes: Perry Norwood (baixo), Al Condy
(guitarra), George Strickland (bateria), Rudy (saxofone), e Sunny Ozuna
(vocal).
De inicio o grupo chamava-se The Sunglows, que
tocava na base militar da Força Aérea de Lackland e outros clubes militares
próximos de San Antonio. No começo não ganharam muito dinheiro, mas valia a
emoção e diversão de tocar numa banda.
Por volta de 1961, os membros do grupo foram
mudando e Sunny foi orientado a cantar músicas em espanhol, mas ele resistiu.
Dois anos depois pegou outros colegas para criar outro conjunto, The Vees
Rockin´, em Houston, Texas. Depois resolveu batizá-la de Sunny and The
Sunnliners.
Pouco tempo depois ele saiu do grupo e virou
artista solo. Com um trio de amigos íntimos (Freddie Martinez, Augustin Ramirez
e Carlos Guzman) formou a banda The Legends, que ganhou o Grammy em 2000.
Continua fazendo muitos shows.
A
cantora Pop Lil Johanna começou nesta bela arte aos 11 anos de idade. Tudo
iniciou quando sua mãe enviou uma fita demo para uma estação de rádio. Em 1996,
ela assinou contrato com a High Power Records, após encontrar o produtor Tony “Dr.Edit”
Garcia, especialista em Dance Music.
Logo
lançou o álbum Real Love, estourando com o single “Take Me in Your Arms” e
faixa título deste disco. A grande sacada é que Jil Johanna interpretou metade
em inglês e o restante gravou em espanhol. O público ficou impactado pelo hit
dedicado a sua heroína “Selena”, também em várias versões em inglês e espanhol.
A
cantora e compositora Noelle Scaggs esteve durante dez anos na banda de Soul
The Rebirth, em Los Angeles. Às vezes trabalhou como vocalista ou escreveu
músicas para The Black Eyed Peas, Dilated Peoples, Quantic, Mayer Hawthorne,
Defari e Damion Marley. Em 2008 virou co-vocalista e letrista de outra banda de
Soul, Fitz and The Tantrums, ganhando
destaque com o álbum lançado em 2010, Pickin´Up The Pieces, que chegou ao
primeiro lugar no chart Heatseekers da Billboard. Depois entrou na turnê com o
grupo, além de shows no Jimmy Kimmel Live!, Conan e The Tonight Show com Jay
Leno.
Geralmente a crítica faz muito elogios a
Noelle por causa de voz poderosa aliada a presença de palco bem carismática.
Nascida em Dever, Colorado, logo mudou junto com os pais para Los Angeles, aos
seis anos de idade. Para deixar o bolo mais gostoso, o seu velho era DJ e tinha
grande coleção de discos de vinil, incluindo os Parliament, Teena Marie, The
Pointer Sisters e The Temptations. Noelle se recorda das visitas que Marvin
Gaye e vocalistas dos Temptations faziam em sua casa, na época de festas.
Aos nove anos de idade, ela resolveu que iria
cantar. Na escola passou a praticar os primeiros vocais e passou a frequentar
os diversos concursos de caça talentos que apareciam. Treinou um ano aulas de
canto, tornando-se profissional quando já cursava o Ensino Médio. A partir dai
passou a trabalhar como compositora e vocalista. De início enfrentou
dificuldades financeiras, assim como encontrar bons produtores.
A primeira aparição aconteceu no ano 2000,
como backing vocal na faixa “If There Be Pain” num disco do grupo The Rose. Em
2001 emprestou o talento no Dilated Peoples e dois anos depois repetiu a dose
no CD Elephunk, gravado pelo The Black Eyed Peas. Neste mesmo 2003 lançou o
primeiro disco, The Craft, com o trio de hip-hop Dilated Peoples.
Três anos depois, Noelle respondeu um anúncio
publicado por The Quantic e desde então trabalha compondo, fazendo vocal para
artistas como Orgone, Mayer Hawthorne, The Quantic Orchestra, Guilty Simpson,
Koushik e Evidence. Ela apareceu no lançamento do CD Damain Marley 2010 ao lado
do rapper Nas.
Em 2008 participou de vários shows, entre
eles o do saxofonista James King, como vocal de apoio. Marcou presença junto a Miley
Cyrus, além de escrever para diversas trilhas sonoras, como The Dewey Cox Story
e The Nanny Diaries, com Scarlet Johansson. Em seguida juntou forças com o
pessoal da Banda Fitz and The Tantrums
para um ensaio, após ser recomendada pelo líder do grupo, Michael Fitzpatrick.
As composições do grupo não eram familiares,
além de não lembrar o som da Motown Records na década de 1980. Fizeram shows no
Hollywood Hotel Café. Ali a banda resolveu colocá-la como vocalista e
compositora do conjunto. Logo gravaram o CD Songs for a Breakup, Vol. 1 em
2009. Suas letras logo chamaram a atenção da rádio KCRW de Los Angeles.
No final daquele mesmo ano excursionaram com
Hepcat, Flogging Molly e abriu oito concertos para Maroon. A banda assinou
contrato na Dangerbird Records em abril de 2010 e Noelle apareceu com o grupo
no Jimmy Kimmel Live!, Conan e The Tonight Show com Jay Leno.
O seu primeiro álbum full-length, Pickin 'Up
the Pieces foi lançado em 24 de agosto daquele mesmo ano. Aclamado pela
crítica, chegou ao número 1 na parada da Billboard Heatseekers, 140 na
Billboard 200 e 18 na parada de álbuns independentes.
A banda foi denominada
pela Vogue Magazine, o “Band Hardest Working de 2011” e “Artista to Watch” na
revista Rolling Stone. Essa última publicação escreveu que a rapaziada faz um
som espumante de brilho Pop mesclado ao estilo da Motown, por causa dos grandes
e sensuais vocais de Noelle. Em 2013 lançou o CD More Than Just A Dream, junto com
Fitz and The Tantrums.
Com vários músicos e vocalistas talentosos, a banda gravou belas músicas na década de 1980
A banda Starpoint, de R&B, começou a
gravar na década de 1980. Eram um sexteto de Maryland. Emplacaram várias
canções nas paradas de singles deste estilo. O hit “Object of My Desire”, pela
Elektra Records, ficou entre as 25 mais na Billboard Hot 100. De início usaram o
nome de Licyndiana, na época da criação, fruto dos filhos de dois médicos. Os
pais de Kayode Adeyemo vieram da Nigéria e Barbados, com o jovem crescendo em
Crownsville, Maryland. O doutor George Philips trabalhava no hospital da
cidade, ali Ademeyo acabou apresentado aos seus quatro filhos: Ernesto,
Orlando, Greg e George Jr.
Pouco tempo depois ele passou a tocar com o
quarteto, cada um deles era multi-instrumentista. De início Ademeyo ficou com o
baixo. Após a banda ganhar peso, veio Diggs Renée como vocalista. A soma dos
talentos contribuiu para cada um se especializar em instrumentos específicos. Ernesto
Philips abraça a guitarra, o irmão Orlando no baixo, guitarra, teclados e saxofone,
Greg na bateria e George nos teclados. Diggs e Adeyemo viraram vocalistas. Até
o final da década de 1970 conseguiram assinar contrato com Chocolate City
Records. Nessa época mudaram o nome da banda para Starpoint.
O disco de estreia trazendo o nome do grupo
chegou em 1980. Um dos singles, “I Just Wanna Dance With You” foi o primeiro
hit Top 20 na parada R&B dos Estados Unidos. A partir dai gravaram um álbum
por ano, sempre emplacando sucessos. Após a Chocolate City Records saiu do
mercado, passando o controle para a Casablanca Records, lançaram mais um disco
naquele selo, até assinarem com a Elektra Records. Para esquentar mais o clima,
Diggs e Ernesto passaram a namorar.
Só em 1985 que deixaram a marca registrada no
mundo dos superstars do R&B com o hit “Object of My Desire”, autoria de
Deyemo e Ernesto Phillips, com o produtor Keith Diamond lapidando a canção. Ela
foi o primeiro de vários Top Ten R&B da Starpoint. Isto se repetiu com as
músicas “O Que Você Tem Sentido Falta”, seguido de “Object” no Top dez de
R&B. A faixa “Restless” também foi lançada como single e estourou tanto no
segmento Pop quanto no de R&B.
Para colher os louros da vitória, embarcaram
numa longa turnê, com Diggs ganhando respeito por suas habilidades vocais, além
de Greg que mereceu vários elogios pela ótima percussão no grupo. Infelizmente,
no auge do sucesso, Diggs foi diagnosticada com esclerose múltipla. Era um duro
desafio para a banda, pois ela não aceitou suspender os shows. Permaneceu sem
sacrificar a presença de palco, de forma exuberante.
Em 1987 gravaram o álbum Sensational, com o
single “He Wants My Body” virando terceiro hit Top Ten na parada R&B. Antes
de chegar ao fim em 1990, eles lançaram mais dois discos. Depois da dissolução,
Diggs gravou o trabalho solo Oasis, que saiu primeiro na Europa. Várias faixas
foram compostas por ela e Ernesto, namorado de longa data. Continuou no mercado
artístico, além de criar a Fundação Diggs Renée para a Esclerose Múltipla,
chamando a atenção para essa doença. Os demais membros da banda passaram a
trabalhar com outros artistas de R&B.
O curioso é que Ernesto Phillips morreu em 25
de março de 204, vítima de AVC. Em sua memória foi criada a Bolsa para Jovens
Talentos, tributo pelos esforços em ajudar crianças mais jovens visando
realizar suas ambições para entrar na carreira musical. Uma semana antes do
aniversário de um ano da morte de seu antigo companheiro, Diggs Renée morreu,
em 18 de março de 2005, aos 50 anos, por causa de problemas cardíacos. E
finalmente o seu álbum Oasis acabou lançado nos Estados Unidos, Postumamente.
High Fashion é o típico caso de armação do show biz
A banda High Fashion é outro exemplo de grupo
musical cometa (aparece rápido e depressa some). Seus três integrantes (Eric
McClinton, Meli´as Morgan e Alyson Williams) foram escolhidos por Jacques Fred
Petrus em Nova York, naquelas típicas armações, comuns nas gravadoras, de criar
conjuntos para tocar canções descartáveis, denominadas fast trash, ou seja, tão
ruins que nada é aproveitado após a rápida passagem pelas rádios e pistas de
dança.
O trio de vocalistas já havia trabalhado no
ramo. McClinton cantou na The Mike Theodore Orchestra em 1979 e Meli´as participou
como backing vocal nos álbuns Kleer e A Shade of Love, de Funky Music. Alyson
era filha do bandleader de Jazz e trompetista Bobby Booker. Também havia
passado pela banda Unlimited Touch. Em 1983 Meli´as saiu da High Fashion para
seguir carreira solo de sucesso. Em seu lugar entrou Marcella Allen.
Evelyn foi a primeira artista a utilizar sintetizadores eletrônicos na gravação de suas músicas
Evelyn "Champagne"
King uma das cantoras norte-americana mais populares de R&B e Disco Music
no final das décadas de 1970 e início da de 1980. Algumas de suas canções
famosas são “Shame”, “I, m in Love” e “Love Come Down”. Foi destaque ao
utilizar sintetizadores nas gravações de seus hits. Nascida em 1960 no barra
pesada bairro do Bronx (espécie de Cracolândia de Nova York), acabou descoberta
quando trabalhava de faxineira no escritório da Philadelphia International
Records, inventora do belo e famoso The Philly of Sound, conhecido em todo
mundo como O Som da Filadelfia por das ricas harmonias lançadas pelos artistas
daquele selo do final dos anos de 1960 em diante.
A canção “Shame” permaneceu entre as dez mais
do Top 10 da Billboard Hot 100 em 1978. Resultado: ela ganhou Disco de Ouro por
causa da grande vendagem de cópias. Na mesma trilha estourou também “I Don´t
Know If It´s Right” em 1979, rendendo o segundo Disco de Ouro. Detalhe: Evelyn
tinha apenas 19 anos quando gravou o álbum Smooth Talk. Com várias faixas
dançantes e baladas Soul Music, prosseguiu fazendo estragos na Billboard 200 em
1980.
O ano de 1981 marcou o lançamento de I´m in
Love e a faixa título virou febre nas pistas de dança de todo o mundo. A grande
jogada é que até aquela época nenhum artista tinha usado sintetizadores pesados
em suas canções. O segundo single desse álbum “Don´t Hide Our Love” chegou ao
sexto lugar na parada de R&B. Em 1982 ela aparece com Get Loose, outra
nitroglicerina na Billboard, ficando entre as cinco primeiras colocadas,
rendendo Disco de Platina Duplo. O Single “Love Come Down” explode no Reino
Unido. O disco Get Loose tornou-se o mais vendido na carreira de Evelyn.
Em 1984 ela teve seu último Top 40 no hit pop
da Billboard Hot 100, com a canção “Just For The Night”, faixa do álbum So
Romantic. Isto não a impediu de continuar num alto nível de sucesso em hits de
R&B. São dessa época as músicas “High Horse” e “Your Personal Touch”.
Figuraram entre os dez maiores sucessos nas paradas da Europa e dos Estados
Unidos. Faziam parte do disco A Long Time Coming (A Change Is Gonna Come).
Na EMI Records, dois anos depois, o álbum
Flirt não obteve boa colocação na Billboard 200, apesar do estouro da faixa
título na parada de R&B. O mesmo ocorreu com o álbum Girl Next Door. Após o
fracasso, Eveyn lançou diversas compilações de sucessos, sem gravar outro disco
até 1995, quando soltou I’ll Keep A Light On, contando com o single “I Think
About You”, despercebido nas paradas.
Em 2004, o hit “Shame”, hino da época da
Disco Music entrou no Dance Music Hall of Fame, recém-formado em Nova York. A
composição acabou regravada por artistas como Kim Wild e Zhane e “Love Come
Down” entrou no repertório de Sweetbox. Três anos depois Evelyn lançou o 12º
álbum de estúdio, Open Book, destacando o single “The Dance”. Em 2011 gravou o
single “Everybody”.