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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ski Oakenfull: o renascentista da Black Music

Ski Oakenfull é considerado o renascentista da Black Music

   Ski Oakenfull acertou a mão em compor, produzir e remixar. Isto ficou visível em 1991 quando passou pela Talkin´Loud Records. Ele co-escreveu e produziu a estreia de Q.E.D e fez turnê com a rapaziada pelo Japão e Europa. Depois gravou no Reino Unido com Sylus Raw, também trabalhou na banda de Gilles Peterson num bar de Londres, muito frequentado por fãs do Acid Jazz.

   Em 1994 uniu-se a colegas de sua antiga gravadora e co-produziu e escreveu algumas músicas para o álbum do Incognito. Oakenfull deixou também sua marca em algumas faixas do disco Sun Sun, que contou com a presença de artistas do calibre de DJ Cam, Bob Sinclar, Kruder e Dorfmeister e DJ Die. O trabalho feito na faixa "Montreux A Marselha" lhe abriu as portas na Sony Records, onde lançou a versão cover de Joe Henderson, Tress-Cun-Deo-La, mais tarde remixada por King Britt mais o vocal de Valerie Etienne. .
 
  As habilidades de Oakenfull são muito procuradas desde 1998, quando ele transformou em sucesso canções de Heaven 17, Cevin Fisher, Helicopter Girl, Funki Porcini,  Afro-Celt Sound System e Speeka. Em 2001 remixou o hit " American Dream" para o Ministry Of Sound’s Rulin’ label. Noshow biz, Oakenfull ganhou a fama de homem renascentista. 

Little Steven & The Disciples of Soul: outra cria de Nova Jersey

Maior parte de sua carreira foi ao lado de Bruce Springsteen

  Steven Van Zandt cresceu na costa sul de Nova Jersey, famosa por revelar tantos artistas para a Black Music norte-americana. Era membro da band Steel Mill de Bruce Springsteen entre 1969 e 1970. 

  Depois excursionou com o grupo The Dovells no início da década de 1970, passando a trabalhar com  Southside Johnny, formando a banda Asbury Jukes em 1974. No começo de 1975 uniu-se novamente a Bruce Springsteen na E Streetn Band. O grupo estourou nas paradas e Van Zandt co-produziu os  discos The River (1980) e  Born in The USA (1984), além de escrever canções para Southside Johnny e Gary "EUA" Bonds.

  Em 1982 organizou a banda Little Steven & The Disciples of Soul, saiu do conjunto de Bruce Springsteen para alcançar luz própria. Dois anos depois lançou álbum Voice of America. O trabalho em sua banda o levou para uma política de esquerda, finalizando em 1985 com a criação da United Artists Against Apartheid, emplacando nas paradas o hit "Sun City", aumentando a conscientização da população a respeito da vergonhosa política do apartheid na África do Sul.

  O ano de 1987 marca o lançamento do terceiro disco, Freedom, após a saída dos Disciples of Soul. Depois veio o álbum No Compromise e Revolution em 1989. Durante a década de 1990 ficou sem contrato com gravadoras, mesmo assim produziu discos para diversos artistas, além de se envolver na composição de trilhas sonoras. Em 1995 retornou para a banda de Bruce Springsteen. Três anos depois foi trabalhar na televisão, na série The Sopranos. Mas percebeu que sua praia era a música e em 1999 estava novamente na E Streetn Band para mais uma turnê. Nesse período lançou o álbum Born Again Savage.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Mary Wells: a primeira estrela da Motown Records


Mary Wells, a primeira estrela da Motown Records
Nos 49 anos em que viveu, parte deles cantando, Mary Wells deixou sua marca na Soul Music, R&B e Pop. De origem humilde, passou a infância num bairro pobre de Detroit, a meca da Black Music no Norte dos Estados Unidos. 

  Mary foi a primeira cantora a assinar contrato com a Motown Records, a máquina de sucessos fundada por Barry Gordy no final da década de 1950, responsável pelo lançamento de estrelas como Stevie Wonder, Diana Ross, Marvin Gaye, Temptations, The Miracles, Four Tops entre outros, que mudou o panorama da indústria da música no século passado. 


 Na Motown, Mary gravou seu maior sucesso: " My Guy", em 1964, quando tinha 21 anos. Também cantou em dueto com Marvin Gaye e emplacou nas paradas os hits "Once Upon a Time" e "What´s The Matter With You, Baby?" Depois de sentir o gosto doce do sucesso rompeu contrato com a Motown e acabou na 20th Century Fox. Além da música, os executivos de sua nova casa prometeram-lhe carreira no cinema. 

 Entretanto, ela não repetiu a mesma pegada registrada na Motown. Teve relativo sucesso com três singles pela Fox. O álbum fracassou comercialmente e acabou na rua. Bateu na porta da Atco, subsidiária da Atlantic Records. Ali colocou o hit " Dear Love" no sexto lugar da parada de R&B da Billboard, mas os outros deram n´agua. Assinou com a Jubilee Records em 1968 e sentiu o mesmo gosto amargo, repetindo a dose na Reprise Records. 
  Conseguiu sair do lodo em 1981 ao gravar o disco In And Out of Love, pela Epic Records. A canção "Gigolo" estourou em todo o mundo e ficou em segundo lugar na Billboard. Onze anos depois não conseguiu  prosseguir na carreira. Em 1992 um câncer na laringe a matou. 



OutKast: a mina de ouro do Hip-Hop


OutKast já escreveu o nome na galeria dos grandes artistas da Black Music

    Sem sombra de dúvida a Outkast de Hip-Hop é um sucesso nos Estados Unidos e demais países do mundo. Já ganhou seis Prêmios Grammy ( Oscar da música entre os norte-americanos e sinônimo de êxito profissional), venderam mais de 25 milhões de cópias de seus sete álbuns lançados (seis deles de estúdio, incluindo um álbum duplo. Naturais de Atlanta, Geórgia, Estado racista do Sul dos Estados Unidos, Andre 3000 e Antwan "Big Boy" Patton são os responsáveis por essa mina de ouro. Em seus CDs mesclam Funk ( o legítimo), Soul, Pop, Música Eletrônica, Rock, RAP, Jazz e Blues. 

   O resultado é explosão dos seus hits nas paradas de sucesso de todo o mundo. Exemplo disso é o álbum Speakerboxxx/The Love Below, que vendeu 10 milhões de cópias e ganhou Disco de Diamante. São elogiados pela crítica por causa da originalidade e conteúdo artístico.  Benjamin e Patton se conheceram quando participavam da Tri-Cities promovida pela High School, escola de artes visuais e cênicas. Benjamin foi morar com o pai após o divórcio dos velhos e Patton mudou-se com os quatros irmãos e seis irmãs de Savannah para Atlanta.

  No início da carreira, em 1992, desejam ser chamados de 2 Shades Deep ou The Misfits, mas acabaram perseguidos por um grupo de produtores locais. Optaram pelo nome OutKast, algo como desajuste, pária. Assinaram contrato com a LaFace Records e foram os primeiros a colocar o Hip-Hop num remix da TLC, conhecido como "What About Your Friends". Dois anos depois lançaram o single "Ball Player", com estilo de Funk, tocado com instrumentação ao vivo, um sucesso de público. A canção acabou nas paradas da Billboard Hot RAP Tracks.  

   Em 1994 saiu o álbum de estreia, Southernplayalisticadillcmuzik. Eram as bases do Hip-Hop no Sul dos Estados Unidos, considerado um clássico pelos fãs desse gênero musical. Cada faixa foi produzida pela Organized Noize e outros membros da família Dungeon. Estourou o hit "Git Up Git Out. Neste material, as letras refletem o estilo de vida dos cafetões e bandidos, mas com material politicamente consciente, descrevendo a situação dos negros no Sul dos Estados Unidos. Em 1995 ganharam o prêmio de Melhor Novo Grupo de RAP. 

  O ano de 1996 marca a gravação do disco ATLiens. Ele apresentou mais auto consciência e solidificou ainda mais o OutKast, como representantes  da primeira geração do Hip-Hop no sul norte-americano. Ganharam mais reconhecimento entre fãs nas regiões Leste e Oeste dos Estados Unidos. Neste formaram parceria com David "Mr.DJ" Sheats e criaram a empresa de produção Earthtone III, permitindo à dupla produzir suas próprias faixas. ATLiens ficou em segundo lugar nas paradas e refletiu o estilo de vida de Andre, sem drogas ou álcool. A canção " Elevators (Me &You)", a primeira produzida pela empresa de ambos, tornou-se o primeiro Top 20 da dupla naquele ano.   

  O terceiro álbum Aquemini, lançado em 1998, fez bonito também na Billboard 200, elogiado como melhor material do OutKast. A partir dai mergulharam em novos sons, investiram em Soul Music, Trip Hop e Música Eletrônica, além de contar com a colaboração de Raekwon, que nadou muitos anos na praia de George Clinton, um dos papas da Funk Music nos Estados Unidos. O resultado é que OutKast já escreveu o nome na galeria dos grandes artistas da Black Music norte-americana, não um grupo fogo de palha, sem noção dos CDs que lançam. Sabem da importância que representam para a nova geração de rappers.   



segunda-feira, 29 de abril de 2013

Jessie Clark Funk: quando se junta a fome com a vontade de comer

Jessie pegou gosto pela música aos seis anos de idade


   Literalmente a carreira de Jessie Clark Funk começou aos seis anos de idade, quando percebeu que gostava de música e passou a viajar por todos os Estados Unidos, Europa e África. Aos 15 anos foi para Orlando na Flórida para assinar seu primeiro contrato com uma gravadora. Ela cresceu em meio ao luxo, numa bela casa com lago no quintal, jet ski, e trabalhando com pessoas famosas, além de cartão de crédito que poderia ser usado em compras quando desejasse. Mas tudo não estava bem, porque sentia o coração vazio.

   Percebeu que o caminho da fama não tinha tanto ouro na estrada. Retornou para casa, ficando em Utah. No momento de dificuldade resolveu falar com Deus, para saber que decisão tomar, pois pensava em deixar de cantar. São poucos os artistas com coragem para este tipo de postura. 

   Logo as portas se abriram e passou, novamente, a  participar de gravações. Logo gravou seu CD. Lembrou que aos 16 anos enviou uma fita demo ao produtor Greg Hansen e ele a contratou para cantar canções temáticas. Ali nasceu uma relação de amizade com os executivos da Zion Company. Não demorou para lançar vários álbuns.  

   Dessa fornada saíram os CDs Clay in His Hands e Better Than I, e recentemente Everything Speaks His Name. Mesmo com a dura rotina imposta pela indústria da música, Jessie encontra tempo de ser mãe em tempo integral ao compartilhar canções que gosta de interpretar. Mantém suas prioridades, algo meio difícil em Hollywood e no agitado mundo do show biz. 

   Ela conhece o ritmo frenético desse meio, visto que aos 17 anos percorreu 36 estados norte americanos com o musical da Broadway, Footloose, porque além da música, a dança é outra paixão de Jessie. Nesse espetáculo cantava e dançava. A viagem durou quatro meses. Pelo visto ela juntou a fome com a vontade de comer, algo difícil na indústria da música.






Pancadão não é Funk!


A banda Chic misturou o Funk à Disco Music no final da década de 1970, destacando arranjos de cordas

A banda Earth Wind & Fire, criada no final da década de 1960, também toca e canta o Funk verdadeiro ao vivo

The Emotions explodiram nas paradas com o Funk " Best of My Love" em 1978

George Clinton é outro grande nome do Funk verdadeiro, suas músicas são verdadeiras adrenalinas

James Brown é considerado o "Pai" do Funk no início da década de 1960

A Banda KC and The Sunshine Band misturou o Funk à Disco Music e fez muito sucesso nas décadas de 1970 e 1980

Tim Maia é exemplo claro do Funk no Brasil, principalmente com o hit "Do Leme ao Pontal"

A banda Ohio Players tem mais de 50 anos de estrada e sempre privilegiou o Funk em suas letras

Average White Band gravou vários hits Funk, explorando lindos arranjos de metais

A banda Bar- Kays tem mais de 50 anos de estrada; é outro grande nome do Funk norte-americano

Brass Construction teve a maioria de suas músicas baseadas na Funk Music

Brothers Johnson fizeram muito sucesso no final da década de 1970, criando o estilo Slap de tocar contrabaixo

Cameo é outra banda que valoriza o Funk  dos Estados Unidos em suas canções

Chaka Khan é outra grande voz feminina do Funk legítimo dos Estados Unidos

Charles Wright gravou em 1975 o Funk romântico "Loveland" e estourou nas paradas de sucesso

O maestro, arranjador, compositor e cantor George Duke é outro grande nome do Funk legítimo

Rick James misturou o Funk com a Disco Music e fez muito sucesso na década de 1980

Kurtis Blow foi o primeiro rapper norte americano a fazer sucesso nos Estados Unidos, sem deixar o Funk de lado

Leo Sayer estourou nas paradas de sucesso com o Funk mesclado à Disco Music "You Make Me Feel  Like Dancing" em 1976

Tom Browne também agitou os bailes com Funk de qualidade nascido nas ruas dos Estados Unidos

Um dos grandes sucessos do grupo Sister  Sledge é o Funk "Frank", gravado na década de 1980

A banda War, criada no final da década de 1960, é um dos expoentes da Funk Music nos Estados Unidos

Chute! Atualmente quando se fala de Black Music muitos pseudos críticos começam a opinar sem qualquer conhecimento de causa. É o que ocorre com o Funk. Gênero que surgiu nos Estados Unidos no início da década de 1960. A música, por incrível que pareça, é influenciada pela matemática. Neste caso, por causa dos compassos, que ditam o número de notas por tempo. Essa anotação aparece na partitura após a clave de sol, usada para instrumentos de cordas. No caso do Rock, compasso 4x4, são tocadas quatro notas em quatro tempos, no samba duas notas em quatro tempos, no compasso 2x4, no caso do Blues 12 notas por oito tempos, em compasso 12x8.

  Quem já teve o prazer de tocar em estúdio sabe que a regra matemática dos compassos comanda qualquer gravação. O maestro liga o manômetro (instrumento que mede os compassos da música) e em cima dele é que sai a palhetada na guitarra, violão, cavaquinho, violino, banjo, contrabaixo, piano, órgão, instrumentos de sopro e até da bateria. Não existem meios de se fazer música sem passar pelos compassos. É como tentar gerar um filho sem espermatozoide e óvulo. Ou fazer omelete sem quebrar os ovos.

  Do início dos anos 2000 em diante a House Music, surgida nos Estados Unidos na década de 1980, com ênfase em canções de forte apelo erótico aliado a batidas repetitivas de contrabaixo e bateria, ganhou adeptos no Brasil. O ritmo surgido na Flórida acabou ganhando o nome de Funk nos bailes realizados no Rio de Janeiro, principalmente por equipes como a Furacão 2000. O mesmo esquema se repetiu com letra repletas de palavrões, elogios ao crime organizado, e danças bem sensuais, algumas até insinuando relação sexual, com as meninas colocando a língua para fora em movimentos lentos ao redor da boca.

  É neste trecho que começa a confusão, que inspirada na filosofia do nazista Joseph Goebbels, responsável pela propaganda do nazismo, que dizia categoricamente: “A mentira quando repetida várias vezes torna-se verdade”. Talvez por desinformação, alguns artistas e críticos musicais passaram a vender a ideia que a House Music é Funk. Bateram tanto nesta tecla que vários programas de televisão já incorporaram essa mentira as suas reportagens.

Regras musicais

  No mundo da música existem regras que nunca são quebradas. Os gêneros da Black Music (Soul, Rock, Blues, Reggae, Jazz, RAP, Sharm, Bossa Nova) têm particularidades que nunca mudam. Eles não surgem do nada. A matriz de todas está baseada no Blues, gênero musical já existente nos Estados Unidos na época da escravidão, antes do século 19. Ao lado do Gospel, o Blues está na raiz de todos esses ritmos que mudaram a indústria da música nos Estados Unidos e diversos outros países. Da mistura de Country (música sertaneja norte-americana) com Blues surgiu o Rock no final da década de 1940, do Soul, Blues e Calypso saiu o Reggae no final da década de 1950, na Jamaica; do Blues, mais Gospel  e Jazz veio o Soul na década de 1940, do Blues mais o Gospel nasceu o Sharm na década de 1970, do Gospel mais Blues saiu o Jazz na década de 1920, do Jazz, mais Soul e Rock veio o RAP no final da década de 1970, do Samba mais o Jazz nasceu a Bossa Nova no início da década de 1960, no Rio de Janeiro. Notem que na maioria dos gêneros musicais o Blues está incluído. No caso do Pancadão, denominado erradamente Funk no Brasil, ele não se faz presente, como ocorre com Funk verdadeiro nascido nos Estados Unidos.

  Em gíria de estúdio se diz que o guitarrista que toca Blues, pode se aventurar em qualquer gênero que acaba se saindo bem. O Blues é tocado com escala pentatônica. Ou seja, o conjunto de todas as escalas é formado por cinco notas ou tons, em vez de sete, como ocorre na escala diatônica, com sucessão de intervalos das notas de semitons e tons. Na escala diatônica, o músico tem a liberdade de usar sete notas ou sete tons para acompanhar uma canção, enquanto na escala pentatônica, esse número cai para cinco. Com duas notas a menos, o instrumentista que toca Blues, precisa repetir o mesmo acompanhamento.

  Trazendo este exemplo para o futebol, é como um time de futebol com cinco jogadores repetir o mesmo desempenho de uma equipe com sete atletas, sem deixar a qualidade da partida ficar ruim. Geralmente que conhece Blues, tem grande domínio de música, conhece partitura e sabe onde estão as notas graves e agudas no instrumento, em diversas oitavas. Por exemplo: na corda Si do violão (a segunda corda de baixo para cima), a primeira nota é C (Dó), depois ela se repete mais a frente, na mesma corda, porém com som mais agudo na 13ª faleta (espaço onde existe cada nota no braço do violão, separada por pequenas e finas barras de metal) do violão. Assim se repete em outras cordas.

  A escala pentatônica surgiu na China, quando foram reunidas as divisões melódicas propostas pelo matemático grego Pitágoras. Segundo ele, se uma corda gerava determinada nota e fosse dividida ao meio, geraria a mesma nota, porém uma oitava acima (se repetia em outro espaço do instrumento), ou dividida em três gerando outro intervalo harmônico, de forma sucessiva. A escala pentatônica desenvolvida por Pitágoras era gerada em seis intervalos: B (SI), C (Dó), D (Ré), E (Mi), G (Sol) e A (Lá). Porém, a proximidade da nota B (Si) para C (Dó) era intensa e quando tocadas juntas geravam dissonância. Dai ele retirou a nota B (SI), surgindo a escala de cinco tons. Numa escala pentatônica maior em C (Dó), seriam esses acordes a ser tocados: C (Dó), D (Ré), E (Mi), G (Sol) e A (Lá).

  Enquanto na escala diatônica, o músico tem sete graus e intervalos, conhecidos como Dó (1º), Ré (2º), Mi (3º), Fá (4º), Sol (5º), Lá (6º), Si (7º) e repetindo Dó, como 8º na primeira oitava.  Esses sete intervalos são conhecidos como Primeira, Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sétima e Oitava. Têm como função na escala: tônica, supertônica, mediante, subdominante, dominante, superdominante, sensível e tonica oitavada. Na escala pentatônica, a usada para tocar Blues, se usa cinco graus: Dó (1º), Ré (2º), Mi (3º), Fá (4º) e Sol (5º). Os intervalos serão: Primeira, Segunda, Terça, Quarta e Quinta, e a função na escala receberão os nomes de tônica, supertônica, mediante, subdominante e dominante.

Qualidades/defeitos

 Não existe música sem essas qualidades: timbre (qualidade ou característica especial da cada som), melodia (combinação de notas que são tocadas uma após a outra), harmonia (conjunto de sons ou de notas que são tocadas de uma só vez), ritmo (movimento, cadência ou balanço que obedece ao som durante a execução da canção), dinâmica (modos de interpretação usadas numa peça musical), interpretação (maneira de exteriorizar nosso sentimento e nossa sensibilidade através do som e técnica (grau de execução e perfeição que se adquire após algum tempo de estudo e prática).

  É partir desses fundamentos que se percebe a mentira de falar que a House Music ou Pancadão seria o Funk que surgiu no começo da década de 1960 nos Estados Unidos. O Funk verdadeiro é a união de Jazz, Soul e Blues. Ele tem batidas sincopadas e forte marcação rítmica de metais (sax, trompete, piston, trombone), sobressaindo o som do contrabaixo sem deixar a bateria em segundo plano. É possível ouvir nitidamente acordes de piano, cordas (guitarra, violão). O Funk legítimo tem melodia que varia de andamento, não fica naquele andamento mecânico, como ocorre nas canções cantadas por repentistas e no Pancadão. Tanto o Jazz, quanto o Soul carregam o Blues em sua essência. Ou seja, o Jazz é a mistura de Gospel e Blues, já o Soul é a mescla de Blues, Pop e Spiritual.

  Em qualquer estúdio musical de qualidade, onde o manômetro vai marcar o compasso da canção que será gravada, o Jazz, o Soul e Blues serão detectados por esse aparelho mostrando em que velocidade o instrumento deve ser tocado. Com o Pancadão ou House Music isto não ocorre, porque é uma "música" eletrônica. O manômetro detecta o som emitido por essas péssimas canções como ruídos! Barulho e música são coisas distintas. Mesmo o Heavy Metal ou Rock Pauleira, como é conhecido, é detectado pelo manômetro no compasso 4x4, mesmo com a guitarra emitindo som distorcido.

 Outro detalhe curioso do Pancadão é a falta de criatividade em arranjos. Todas as "músicas" são cantadas em cima da mesma base eletrônica (bateria, baixo e sintetizador), nunca ocorre mudança. Mesmo o Pagode, com seus arranjos pobres e letras cheias de rimas pobres (amor rimando com dor, com calor, flor e etc) percebe-se certa qualidade na base musical. Enquanto é possível se cantar Rock, Reggae, Soul, Blues e Jazz ao vivo, com guitarras ou violões, contrabaixo, teclados; o Pancadão enfrenta essa dificuldade por ser essencialmente uma "música" eletrônica. Sem tecnologia ela não existe.  

  Quando algum péssimo crítico musical diz que Pancadão (por causa da repetição excessiva de baixo e bateria eletrônicos, numa só nota) é Funk, ele mostra que desconhece o passado da Funk Music que surgiu nas ruas dos Estados Unidos e teve célebres representantes como Earth Wind & Fire, War, Brass Construction, KC and The Sunshine Band, Chic, Kool & The Gang, Fatback, Charles Wright, Chaka Khan, The Gap Band, The Brothers Johnson, Ohio Players, Wild Cherry, Skyy, James Brown, Tom Browne, Kurtis Blow (um dos primeiros cantores de RAP nos Estados Unidos no final da década de 1970), Jimmy “Bo” Horne, Rick James, Michael Jackson, Prince, Bar-Kays, Commodores, Average White Band, George Clinton, Cameo, Milles Davis, Herbie Hancock (criador do Hip-Hop), George Duke, Sisters Eledge, Eddie Harris, The Emotions, Leo Sayer, Parliament, Funkadelic e Tim Maia no Brasil.