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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Carla Thomas: a pedra preciosa da Stax Records

A voz de Carla Thomas é o grande patrimônio da Soul Music de Memphis
    Na década de 1960 e começo dos anos de 1970, a Black Music foi bem representada por Carla Thomas, a rainha da Soul Music de Memphis, servindo de contraponto ao som da Motown Records, do Norte dos Estados Unidos,com forte acompanhamento de palmas e linha de contrabaixo, enquanto o Som de Memphis era marcante por causa dos metais no lugar dos vocais de fundo.

  Em termos de futebol, era como se a Motown fosse a seleção brasileira de 1982 com Zico, Sócrates, Falcão e cia; e a Stax tivesse o talento dos meninos do Barcelona comandados por Messi. Carla Thomas, aos 20 anos  em 1962, surgiu quando essas duas grandes escolas de gravar e produzir bons discos esquentavam o show biz dos Estados Unidos. Tudo começou quando Carla, aos 18 anos em 1960, gravou um dueto com seu pai, Rufus Thomas. O hit "Cause I Love You" era o início da carreira brilhante que teria pela frente. 

  A canção, uma balada adolescente,  era o presente de aniversário. O curioso que anos antes, o hit " Gee Whiz (Look at His Eyes)" fora rejeitada por uma gravadora de Chicago. Se arrependeram demais, quando viram a música explodir em todas as paradas de sucesso dos Estados Unidos anos mais tarde. Não demorou para a Stax Records passar a cuidar com carinho de Carla, que nascera em Memphis. Ela estourou nas paradas 22 vezes, com baladas inesquecíveis no estilo Soul Music, inclusive uma canção resposta para Sam Cooke: "I'll Bring It on Home to You", além dos hits "Let Me Be Goof to You", "B-A-B-Y" e "Tramp", que gravou ao lado de Otis Redding.

  Carla é o exemplo claro da pessoa que nasceu no lugar e hora certos. Seus irmãos, Marvell e Vaneese cresceram perto do Palace Theather em Beale Street, em Memphis. O pai era mestre de cerimônias do teatro para show amadores. Dali, ela deu o primeiro passo rumo ao mundo da música. Anos depois, a estação de rádio da cidade patrocinou um grupo musical formado por estudantes do Ensino Médio, conhecido como Teen Town Singers. Entre eles destacavam-se, além de Carla, Anita Louis e um menino chamado Isaac Hayes.  

  O requisito para fazer parte do grupo era ser maior de idade, mas com dez anos Carla entrou no conjunto, por causa da influência do pai. Para não fazer feio nos palcos, ela era obrigada assistir aos ensaios às quartas e sextas-feiras, após a escola e estar na rádio aos sábados. Gostou da dura rotina e ficou com os meninos vários anos.

   Seu pai percebeu que Carla era um diamante musical bruto e poderia render bons lucros nas mãos dos executivos da Stax Records. De 1961 a 1971, ela lançou seis álbuns solos e outro com Otis Redding. O trabalho foi tão bom que a Atlantic Records comprou seu passe após a saída da Stax. Sabia que não poderia perder tempo. Nos ouvidos do pessoal da Atlantic ainda fazia barulho o hit "Cause I Love You", dueto de Carla ao lado do pai e do irmão Marvell nos teclados lançado pela Satelite Records, precursora da Stax Vox no final da década de 1950, da época em que Carla ainda era aluna da  Hamilton High School, em Memhis.  

  O hit chamou  a atenção de Jerry Wexler. Ele entrou em acordo com Jim Stewart e Estelle Axton para distribuir a canção, pois ambos eram donos da Satelite. Acabou abrindo caminho para Carla estourar no show biz norte-americano. É deste período o lançamento do álbum " I´ll Never Stop Loving You", que gravou junto com Otis Redding, um grande sucesso na Grã-Bretanha. Sem nenhum exagero, pode-se dizer que Carla Thomas contribuiu muito para tornar famosa a Stax Vox nos Estados Unidos e restante do mundo. Porque o arranjo da canção " Gee Whiz (Look at His Eyes)", feito por seu pai, Rufus Thomas, era a balada típica e romântica que muito adolescente da década de 1950 queria dizer. 

  Após sair da Stax em 1971, Carla ficou em baixa, quando comparada à década que lançou vários discos desde o início da década de 1960. Mas como grande artista acabou-se destacando em diversos projetos. incluindo uma compilação de seus maiores sucessos lançada em 1994 e depois remasterizada em 2002 durante show ao vivo em Memphis. Na década de 1980 participou de várias oficinas com alunos em Memphis, em aulas que abordava o sério problemas das drogas. Acabou ganhando o Prêmio Pioneer, juntamente com James Brown e Solomon Burke. Em 2003 foi destaque num documentário intitulado "Somente os Fortes Sobreviverão", exibido no Festival de Cinema de Cannes.
  
 Mesmo com as grandes conquistas que obteve nos últimos 52 anos de carreira, Carla Thomas reconhece que sua carreira musical teve a influência do pai. Ele a acompanhou ao Palace Theater para participar dos ensaios com seus colegas do grupo Teen Town Singers. Acreditou no seu potencial e a preparou para transitar na escorregadia, sinuosa e perigosa estrada do show biz. Não pode faltar no arquivo musical da Soul Music de qualidade, o CD lançado em 2007 que Carla gravou no Bohemian Caverns de Washington em 1967. 



sábado, 13 de abril de 2013

Aline Barros: uma das maiores cantoras do Gospel do Brasil

Aline Barros é uma da grandes vozes do Gospel brasileiro

    Com dois anos de idade, Aline Barros já tinha carinho pela música ao ouvir o pai tocar violão. Ficava perto dele e começava a cantar, com a voz afinada. Três anos depois a menina começou a cantar em festas de casamentos. Aos nove anos passou a acompanhar o pai e o Ministério de Louvor de sua igreja em apresentações, eventos e cultos.     

  Pouco tempo depois começou a cantar naquele Ministério de Louvor, participando de algumas gravações com o restante dos irmãos em Cristo. Aos 14 anos (1990) gravou sua primeira canção solo "Tua Palavra". O hit ficou 45 dias nas paradas de sucesso das rádios de programação evangélicas do Rio de Janeiro. Aos 16 anos (1992) lançou a canção "Consagração"; outro grande sucesso em todo o Brasil, ocupando o primeiro lugar em execução nas rádios durante nove meses. Curioso que nesta época não era tão comum hits Gospel ter grande destaque, ficando restrito apenas ao público evangélico, pois a maioria das pessoas considerava "careta" este tipo de música, com ênfase na palavra de Deus. Era ato de muita coragem gravar um disco de louvores, enquanto muitos só lançavam álbuns repletos de hits descartáveis.  

    Com 18 anos, ela gravou seu primeiro trabalho profissional, Sem Limites, por um selo independente, depois relançado por sua própria gravadora, AB Records. Em janeiro de 1998 gravou seu segundo CD Voz do Coração. Em outubro de 1999 tornou realidade o sonho de gravar um álbum direcionado ao público infantil, Bom é Ser Criança. No final daquele mesmo ano lançou um CD comemorativo com quatro canções de Natal. O segundo semestre de 2000 trouxe a gravação da coletânea Millenium, produzida pela Indie Records e distribuída pela Universal Music, numa união entre três gravadoras (Indie Records, Universal Music, AB Records) em torno do seu nome. 

  No final de 2000 lançou o CD O Poder do Teu Amor, outra explosão de sucesso. Com folêgo que só Jesus Cristo é capaz de colocar nos pulmões de quem canta louvores não para a glória do mundo, mas para o Senhor, no ano seguinte colocou no mercado a coletânea romântica, Eterno Amor, depois antes de chegar ao fim de 2001 trouxe o CD Mensagem de Paz, ao lado do ex-apresentador do Jornal Nacional, da Rede Globo, Cid Moreira. Em maio de 2002 gravou o CD Bom é Ser Criança Vol. II, com diversos ritmos de louvor como Country, Baladas e Disco Music.

   Em dezembro daquele mesmo ano, Aline gravou um CD ao vivo, para mostrar a alguns críticos  que os bons ministros de louvor não precisam se esconder por trás de play back para cantar. O álbum teve, também, vídeo (VHS) e DVD, no evento Jesus Vida Verão, realizado todos os anos na Praia da Costa, em Vila Velha, Espírito Santo, com aproxidamente 45 mil pessoas na plateia. Com 14 faixas, foram pinçadas as melhores canções de todos os seus CDs. Em 2003 lançou o CD Fruto do Amor, com destaque para a faixa "Digno é o Senhor", outra vez bem executada em diversas rádios evangélicas brasileiras.  

   Em 21 anos de carreira Aline Barros é um dos maiores talentos do Gospel brasileiro. Ganhou 11 Troféus Talento, Cinco Grammy Latinos, Um Dove Awards, Um Troféu Promessas e Um Brazilian International Press Award. Foi a primeira ministra de louvor brasileira a conquistar o Grammy Latino em 2004, além de ter sido indicada por cinco vezes consecutivas em outros anos. Nesta rica e abençoada trajetória já gravou mais de 20 discos, com vários deles premiados com Discos de Ouro, Platina e Diamante. Em todos seus trabalhos mescla Pop, Pop/Rock e Blues. Em 2012 gravou em Paulínea (São Paulo) o DVD Aline Barros 20 anos. O trabalho contou com as participações especiais Michae W. Smith, Abraham Laboriel e Tom Brooks.   


   Nessa caminhada, em dezembro de 2000 foi convidada pela Integrity Music Records para participar de um álbum em espanhol, Más de Ti, gravado ao vivo em Miami, Estados Unidos. Participaram diversos músicos famosos no Pop/Rock, como Paul Wilbur, Don Moen, Chester Thompson (Phil Colins), o baixista Abraham Laboriel, o guitarrista David Cabrera (Ricky Martin) e o saxofonista Justo Almário (Rick Pantoja). Cantou seis louvores, alguns deles em duetos. Produzido por Tom Brooks, da Hosana Music, para o mercado gospel internacional. Dessa parceria com Tom Brooks é aconselhável ouvir o hit "Guarda tua fé", autoria de Kleber Lucas/Alda Célia, autêntico Funk ( o legítimo feito nos Estados Unidos) da época da banda Zapp, com direito até a talking box, igual a usada pelo vocalista Roger. 

  Por meio desse CD, Aline recebeu convite para ministrar em Roma, na Itália, para cantar num evento que reuniu grandes ministros de louvor de todo mundo. No final de 2001, Tom Brooks a convidou para ministrar louvores na maior igreja evangélica do mundo, na Coreia do Sul, na companhia de ministros de louvor de diversos paises. O objetivo do culto "Worship Explosion 2001" foi cantar e orar pela unificação das duas Coreias há mais de 60 anos separadas. Foram três noites de muita adoração ao Senhor, onde muitos homens de Deus clamaram por meio de suas canções, ministros de louvor como: Ron Kenoly (Estados Unidos), Lean Albrecht (Estados Unidos), Rick Muchow (Estados Unidos), Jeff Deyo (Estados Unidos), David Moyse (Austrália), Chris Bowater (Inglaterra) e Bob Fits (Hawai). 

  Os CDs de Aline Barros, atualmente, são muito vendidos em diversos países da América Central, América do Norte e Europa. Em 21 anos de carreira já vendeu 6 milhões de discos. É pastora da igreja Comunidade Evangélica Internacional Zona Sul, no bairro do Flamengo, Rio de Janeiro. Bióloga, é casada com ex-jogador de futebol, Gilmar, que nas décadas de 1990 e começo dos anos 2000 passou por grandes clubes brasileiros. É mãe de um casal de filhos.  

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Geater Davis: bela voz que não ajudava vender discos

         
Apesar da bela voz, Geater Davis não conseguiu fazer sucesso comercial


     Literalmente, Geater Davis foi um cantor azarado de Soul Music, apesar da bela voz muito doce, comparável ao Blues interpretado por Johnnie Taylor ou Bobby "Blue" Bland. Durante sua curta carreira (23 anos) só conseguiu gravar em pequenos selos, sem a estrutura necessária para divulgar seus álbuns por todos os Estados Unidos e restante do mundo. 

   Nascido Kountze, Texas, em 1946, coincidemente morreu no mesmo dia 29, porém de setembro de 1984, aos 38 anos de ataque cardíaco, sabe-se lá por quais motivos. O auge de Davis ocorreu na primeira metade da década de 1970, quando compôs e produziu seus próprios discos, além de tocar guitarra em todos eles. É dessa época o álbum Sweet Woman´s Love para o selo House of Orange, lançado em 1971. A capa feita por Jerry Butler no disco For Your Precious Love virou febre na Grã Bretanha entre os colecionadores de álbuns de Soul Music.

   Nesse período lançou os singles  " I Don´t Worry (About Jody)" e Ace ("Strange Situation"), " Tired of Busting My Brain". Depois só pegou firme em 1977, quando gravou as canções "Long Cold Winter", "I´m Gonna Change" , "I´ve Got to Pay the Price" e "Your Heart Is So Cold". Mesmo participando de turnês no circuito de Blues dos Estados Unidos, Davis nunca conseguiu vender muitos discos. Quatorze anos após sua morte, a West Side lançou o álbum , Shades of Blue: The Southern Soul Sessions 1971-76, com diversas canções gravadas por ele neste período. Ficaram de fora as músicas gravadas pelo selo House of Orange. 


Doll-E-Girl: a sugar baby do RAP


A música não deixou Doll-E-Girl ser fisgada pelo caminho mau das ruas

    Doll-E- Girl é exemplo claro do que a música é capaz de fazer por uma pessoa. Nascida e criada em Lincoln Heights, Califórnia, ela tinha motivos para entrar no caminho errado, reservado para maioria dos chicanos que mora nos Estados Unidos por causa descriminação social e econômica. 

   Porém, desde criança gostava de música, principalmente do som emitido pelo contrabaixo. A preocupação em aprender música a manteve longe das ruas, local reservado de experiências ruins para quem não tem juízo afinado com as regras ditadas pela sociedade.

   Nessa caminhada teve apoio da família e amigos. Foram compreensivos quando ela atingiu a adolescência, auge máximo da chatice nos jovens, quando a rebeldia os dominam por completo, sentindo mórbido prazer pelo errado.  

   Em 2002, Doll-E-Girl escreveu os primeiros versos de uma canção. No ano seguinte conheceu o CEO Darrel Lynn, da Lynn Productions. Ele a ajudou produzir seu primeiro CD demo 211 On Your Love. O público gostou e Johnny U, da Thick Skin Entertainment, a contratou. Em 2005 lançou o primeiro CD To Know Me is To Love Me. Sucesso em todo o mundo.

  No ano seguinte veio com a primeira compilação, Street Shot Callers, distribuído pela XXX Records. Em 2007 lançou o CD I Got Your Back pela Diamond Records. O hit "Do It Daddy" tornou-se canções prediletas das grandes rádios dos Estados Unidos. T-Pain, Cypress Hil, Lil Rob, MC Magic, Paul Wall e Omarion, além de aparecer em diversos programas das emissoras de televisão norte-americanas, inclusive ao lado de Lady Gaga no clipe "Telephone".

  My Diaries of Love foi o CD que lançou na Primavera de 2010. Esse marcou a entrada na MIH Entertainment Group. A justificativa para contratá-lo é o seu grande talento. O álbum mais recente é Unleashed, produzido pela Cricket from Cricket Productions, que chegou ao mercado em agosto de 2011. Nesse CD, Doll-E-Girl ampliou o estilo, cantando em espanhol, que não fez nos discos anteriores. 

  Com dois CDs, ele inclui desde música mainstream para o RAP West Coast, R&B, Hip-Hop, Electro e RAP espanhol. Para entendê-la, suas características lembram MC Magic, Mateo, DJ Kane, e-Bone Thugs-N-Harmony. O álbum incorpora o seu lado mais feminino, porém sintonia com o ritmo das ruas. A proposta de Doll-E-Girl é contar a história da sua vida e outros fatos passados.  






quarta-feira, 10 de abril de 2013

Al Kooper: mais de 50 anos dedicados à música de qualidade

Mais de 50 anos dedicados ao Rock and Roll e Blues nos Estados Unidos



   Desde a adolescência que Al Kooper já estava envolvido com Pop Music nos primeiros anos em que o Rock and Roll dava seus primeiros passos na década de 1950, como música popular nos Estados Unidos. Naquela época ele uniu-se ao grupo vocal The Royal Teens e colocou nas paradas os hits “Short Shorts”, em 1958, e “Believe Me” no ano seguinte. Com o passar do tempo, Kooper tocava guitarra cada vez melhor. A maioria das bandas de adolescentes o chamava para acompanhá-las em diversas gravações. Aprendeu a ler e escrever música nos estúdios, fez amizades com guitarristas profissionais.

  Aproveitou para estagiar como engenheiro de áudio. Nos últimos 50 anos conseguiu deixar seu nome marcado na história da música norte-americana. Como guitarrista participou de gravações com Gary Lewis, Gene Pitney, Keely Smith, Carmen McRae, Pat Boone, Freddie Cannon, Lulu, Lorraine Ellison, Donnie Hathaway, além de tocar nos The Beastie Boys, Jay-Z entre outros. Em seguida fundou a banda Blood Sweat & Tears, participando apenas do primeiro álbum lançado em 1968.

  Ficou conhecido como produtor, em Atlanta, ao descobrir Lynyrd Skynyrd e trabalhando nos seus primeiros três discos:Sweet Home Alabama, Free Bird, Gimme Three Steps, além de Saturday Night Special. Não parou por ai, pois engrenou produção com Mike Bloofield e Stephen Stills, tocar com Bob Dylan a canção “Like a Rolling Stone”, durante muitos anos em shows ao vivo e estúdio. O seu talento o colocou perto dos Rolling Stones, George Harrison, The Who, Jimi Hendrix, Peter Paul & Mary, Tom Petty, Joe Cocker, BB King, Taj Mahal, Alice Cooper, Roger McGuinn, Betty Wright entre outros. É célebre sua participação tocando teclados no hit “Electric Ladyland”, de Jimi Hendrix.

  O resultado do brilhante trabalho de Al Kooper reflete nas diversas turnês que faz por todos os Estados Unidos, Japão, Itália, Espanha, Demark, Finlândia, Noruega, República Tcheca, como ocorreu em 2009 quando estava acompanhado de sua banda composta de professores de Berklee, conhecida como A Faculdade Funky. Quatro anos recebeu o Prêmio Memphis Blues. Em 2008 entrou para Hall da Fama de Músicos. Aos 65 anos, Al Kooper continua com fôlego de menino, trabalhando intensamente, como se percebe ao ouvir o CD White Chocolate, gravado em 2008.











segunda-feira, 8 de abril de 2013

Shuggie Otis: o garoto prodígio do R&B

Versatilidade: esta palavra define Shuggie Otis no mundo do show biz


  Na história da música norte americana, Shuggie Otis já tem o nome gravado. Nascido em 1953, ele é cantor, compositor e toca diversos instrumento. É autor de pérolas como "Strawberry Letter 23", gravada por The Brothers Johnnson em 1977, ficando várias semanas nos primeiros lugares da Billboard R&B e também na Billboard Hot 100.Três anos antes alcançou grande sucesso comercial com o hit "Inspiration Information". 

   Otis confirma o ditado popular de que filho de peixe, peixinho é. Seu pai, Johnny Otis foi empresário e um dos pioneiros do Blues, além de músico. O codinome Shuggie é uma abreviação de suggar (açúcar), pois era dessa forma que sua mãe começou a chamá-lo ainda recèm-nascido.  

   Aos dois anos de idade Shuggie começou a tocar guitarra e dez anos depois já se apresentava junto com a banda do seu pai, às vezes disfarçado de óculos escuros e bigode falso, para ter acesso às boates. Além de bom guitarrista, ele também canta. Na infância e adolescência recebeu forte influência do Blues, Jazz e R&B, por causa dos músicos que frequentava sua casa. Não demorou para entrar em contato com Slt Stone, Jimi Hendrix, ainda em início de carreira tocando com a de Black Music, The Isley Brothers e Arthur Lee da Love Band. 

  Em 1969, aos 15 anos, o guitarrista Al Kooper o convidou para participar das gravações do álbum Super Session, no qual estavam inclusos Stephen Stills e Mike Bloomfield. Com 15 anos, Shuggie gravou o disco inteiro num final de semana em que esteve em Nova York. Também participou do disco de Snath & The Poontangs, usando o pseudônimo de Prince Wunnerful.   

   No final de 1969 lançou seu primeiro álbum solo, Here Comes Shuggie Otis, pela Epic Records. Convidou  verdadeira tropa de choque de músicos, incluindo o pai Johnny Otis, Leon Haywood, Al McKibbon, Wilton Felders entre outros. A movimentação chamou a atenção de BB King, que apareceu na edição da revista Guitar Player de 1970, dizendo que que Shuggie era seu novo guitarrista favorito. A partir dai começou a trabalhar com feras do porte de Frank Zappa, inclusive tocando baixo elétrico na faixa "Peaches en Regalia", Etta James, Eddie Vinson, Richard Berry, Louis Jordan e  Bobby "Blue" Bland.  

   A  qualidade do disco abriu as portas para o segundo lançamento em 1971, que contou com o hit " Strawberry Letter 23". O álbum chamou a atenção dos The Brothers Johnnson, com o guitarrista George Johnson colocando o produtor Quincy Jones na área para regravá-lo. Neste segundo disco, Shuggie teve a presença do tecladista George Duke, Aynsley Dunbar, Frank Zappa, Journey, Whitesnake Fame.  

   No ano de 1974 lançou o disco Inspiration Information, que demorou três anos para ficar pronto. Todas as canções foram compostas e arranjadas por ele, que tocou quase todos os instrumentos, exceção de sopro e cordas.  Infelizmente só a faixa título estourou nas paradas da Billboard Top 200. Mas nem tudo terminou mal. O tecladista Billy Preston, considerado por muitos como o quinto Beatle 


 No entanto, apesar de seu impacto tão esperado, Informações Inspiração, mas teve um único (a faixa título) alcançar o Top 200 da Billboard. Após o lançamento do álbum, a Otis foi abordado por Billy Preston em nome de The Rolling Stones, pedindo-lhe para se juntar a banda para a sua próxima turnê mundial. Ele recusou a oferta, juntamente com a oportunidade de trabalhar com Quincy Jones em ajudar a produzir o próximo álbum Otis. Depois de uma série de recusas semelhantes, Otis ganhou a reputação de "tomar seu tempo", e seu contrato de gravação com a Epic Records foi anulado. Obras apenas creditados Otis em todo meados dos anos 1970 foram feitos como músico de sessão para projetos de seu pai de gravação.

O disco Inspiration and Information ganhou um status cult enorme durante a década de 1990, com o surgimento do Rare Groove  e Acid Jazz, Shuggie recebeu  elogios de  Prince e Lenny Kravitz. Em parte devido a este interesse, David Byrne, da gravadora independente Luaka Bop, colocou no mercado uma re-edição do disco Freddon Flight, de 1971, com nova capa e fotos inéditas, além de encarte.

    Acordo com a Sony Music vai render re- lançamento de de Inspiration e Information em CD duplo ainda no primeiro semestre de 2013, adicionado ao álbum virão várias faixas Bônus, incluindo o CD Wings of Love, com material inédito de canções escritas a partir de 1975, além de apresentações raras. .


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Swamp Dogg: o "bicho grilo" da Black Music

Pregando a destruição total da mente, Dogg ganhou muito dinheiro


   Polêmica faz parte da carreira de Swamp Dogg. É o que se pode chamar de "bicho grilo". Atrevido, satírico, político e profano. Sem sombra de dúvida é uma das grandes personalidades da música nos Estados Unidos na segunda metade do século passado. 

   Nascido em 1942, na década de 1960 o show biz não sabia denominar que categoria colocar sua produção musical. Ele é a essência da Soul Music e também do R&B, além de compositor de canções polêmicas. Jerry Williams Jr, seu nome de batismo, pegou todas as ideias alucinantes e psicodélicas da contracultura nos agitados anos de 1960, inclusive as drogas, além do sexo livre, política radical e social. 

   A proposta de Swamp Dogg na década de 1970 era pregar a destruição total da mente e até a loucura de gravar discos para não fazer sucesso. Postura de alucinado. Em cima disso coloca nas paradas de sucesso o hit "She´s All I Got". Nessa letra ele esclarecia qual deveria ser o padrão que os Estados Unidos deveriam seguir. 

   Nascido na Virgínia, Dogg começou a carreira em 1954, aos 12 anos, cantando o hit " Blues HTD". No restante daqueles anos tornou-se aprendiz de R&B sob o nome artístico de Little Jerry. Depois no começo da década de 1960 adotou o codinome Swamp Dogg e colocou, em 1966, o hit "Baby You´re My Everything". Naquela tornou-se uma máquina ao escrever e produzir artistas, principalmente desconhecidos. Despertou atenção de Jerry Wexler e Walden Phil e passou a trabalhar nos bastidores da Atlantic Records em 1968, na engenharia e produção de singles. Compôs a canção "She´s All I Got" para Gary "EUA" Bonds estourar em todos os Estados Unidos.   

   No final dos anos de 1960, Dogg viajou nas pílulas do LSD e o ácido abriu sua mente para criar o disco Swamp Dogg. Inspirado pela sátira política de Frank Zappa escreveu letras no estilo Soul Music mostrando o mundo podre da política. A capa do álbum já dizia o que o público iria encontrar no vinil: ele sentado de cueca numa pilha de lixo. E junto a mensagem pregando a destruição total da mente. Embora as letras fosse anárquicas, o show biz encontrou meios de ganhar dinheiro em cima daquelas baboseiras interpretadas por Dogg. Suas canções tornaram-se hit underground, chamando a atenção da Elektra Records. Ali lançou o segundo álbum, Rat On! em 1971. 

   Nesse mesmo disco voltou a repetir a destruição total simplicada da mente. Não vendeu muitas cópias. Dai foi para pequenas gravadoras, como Cuffed e Tagged em 1972 e Maggot no ano seguinte, mas manteve uma grande base de fãs que o levou para uma grande gravadora em 1974.  

  Até o final da década de 1970 lançou vários álbuns e teve poucos shows ao vivo. Ganhava dinheiro na produção de artistas como ZZ Hill, Doris Duke, Irma Thomas e Freddie North. Com essa grana ele pode gravar discos sob o codinome de Swamp Dogg em selos independentes. Em 1981 gravou um álbum country pela Mercury Nashville (se fosse no Brasil, é como de os Racionais MCs lançasse um CD de hits sertanejo). Ganhou dinheiro e criou a Swamp Dogg Entertainment Group (GPSA).  

   Reeditou vários discos gravados no passado e criou um culto de adoração pelo estilo de suas letras. Em 1995 lançou o álbum The Best of 25 years of Swamp Dogg ... Or F ***The Bomb, Stop The Drugs. Antes em 1992 colocou no mercado seu outro disco pregando a destruição total da mente, que ganhou o Disco de  Ouro. 

  A partir de 1999 passou a tocar ao vivo e suas canções originais ganharam arranjos de Hip-Hop, aumentando sua fama. Dez anos depois gravou vários CDs, entre eles  Give Em as Little as You Can..As Often as You Have To..Or  A Tribute to Rock N´Roll  e um álbum para o Natal (An Awful Christmas and a Lousy New Year). Em 2011 relançou os hits que havia gravado como Jerry Williams, Singles Collection 1963-1989. Para 2013, ele promete a reedição dos discos Total Destruction to Your Mind e  Rat On! É sinal que a loucura pregada por Dogg rende dinheiro, porque não chegou duro aos 72 anos. Ou seja, de bobo ou revolucionário ele não tem nada. Pretende apenas garantir o seu sustento.