A grande sacada da Soulive é trazer ao palco a aura musical das décadas de 1960 e 1970 |
A banda Soulive é a perfeita tradução do Soul/Jazz, desde 1999 quando surgiram. Ganharam diversos fãs por causa da alta qualidade do som de suas canções. Uma de suas músicas teve arranjos do competente Fred Wesley. A grande jogada da Soulive é que eles nunca se repetem. A cada apresentação despejam na plateia alta carga de energia de talento. É legal ouvir o saxofonista Sam Kininger, o baterista Alan Evans e o tecladista Neal Evans e claro, o novo componente, o guitarrista Eric Krasno. Eles trazem de volta o bom gosto característico da década de 1960, com estilo parecido com Brother Jack McDuff eGroove Holmes.
Por causa disso ganharam respeito de feras do porte de Chaka Khan, Kweli Talib, John Scofield, Truck Derek, Susan Tedeschi, Robert Randolph, Joshua Redman, Kenny Garret, Ivan Neville entre outros. Para conferir é bom ouvir o CD Spark. Ele traz a aura do início da década de 1970, quando estouram lançamentos de Freddie Hubbard, Grover Washington e George Benson.
Quando se ouve o CD produzido pela própria banda, sem dedo de intrusos, como ocorre em diversos álbuns, é gratificante nossos ouvidos se deliciarem com a colaboração de pioneiros do Hip-Hop, como Black Thought, The Roots e Talib Kweli, além da grande cantora de Soul, Amel Larrieux e Dave Matthews. Para seus ouvidos tirarem a dúvida ouçam “Doin ´Something” e “Turn It Out”.
Percebe-se pelos arranjos que a Soulive está interessada em criar algo novo, não cair na rotina que muitos grupos mergulharam e não saíram mais. É covardia compará-los a Jimmy Smith, outro grande gênio da Black Music. A Soulive faz a mistura de Funk (o legítimo dos Estados Unidos), R&B, Soul e Jazz, mas tudo com pintura moderna. É interessante notar que as novas linhas de baixo no órgão de Neal Evans têm outra textura. A guitarra de Eric Krasno lembra George Benson da década de 1970, quando gravou inúmeras pérolas do Jazz/Rock.
O curioso é que Krasno misturou neste bolo um pouco de Jimmi Hendrix, Green Grant e “Wah Wah” Watson. Sam Kininger é outra peça importante no grupo. Lembra Maceo Parker e Benny Maupin, com pitadas de Eddie Harris. O baterista Alan Evans é o pêndulo da Soulive. Tem a capacidade de fazer a batida de Funk, recheada de molho de Jazz das Big Band do passado.