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Luís Alberto Alves/Hourpress

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Boz Scaggs: de lenda do Rock a fabricante de vinho

Scaggs ficou vários anos sem gravar na década de 1980

  Boz Scaggs canta, compõe e toca guitarra. Ganhou fama na década de 1960 como guitarrista e vocalista na Steve Miller Band e dez anos depois como artista solo. Nascido em Ohio, em 1944, filho de vendedor ambulante, logo sua família mudou-se para Oklahoma. Depois passou a frequentar uma escola particular em Dallas. Ali ganhou o apelido de Bosley, depois reduzido para Boz.
  Aos 12 anos (1956) aprendeu a tocar violão, quando conheceu Steve Miller. Com 15 anos tornou-se vocalista de sua banda, The Marksmen. Na época de estudante na Universidade de Wisconsin, passaram a tocar em diversas bandas de Blues, como The Ardells entre outras. Ao sair da escola, Scaggs foi cantar em outros grupos e viajou para a Suécia como artista-solo.  Em 1965 gravou seu primeiro álbum solo, Boz. Um fracasso comercial.
  De volta aos Estados Unidos, centrou fogo na música psicodélica, que invadiu San Francisco em 1967. Uniu-se novamente a Steve Miller e gravou dois discos com a Steve Miller Band´s (Children on the Future e Sailor). Após ser visto por um jornalista da revista Rolling Stone, Boz assinou contrato com a Atlantic Records em 1968, lançando o álbum Boz Scaggs no ano seguinte. O disco não vendeu muito. Nove anos depois chegou ao mercado outra versão do mesmo álbum, mas remixado, retirando os backing vocal e teclados, além de ter a  participação do guitarrista Duane Allman.
  Em 1976, na companhia de outros músicos, criou a banda Toto e gravou o disco Silk Degrees. Ele chegou aos primeiros lugares da Billboard e fez grande sucesso em diversos países, destacando os hits “Lowdown”, “Lido Shuffle” e What Can I Say”, bem como a faixa de trabalho: “We´re All Alone”, depois regravada por Rita Coolidge e Frankie Valli. “Lowdow” vendeu mais de 1 milhão de cópias nos Estados Unidos. O disco seguinte não repetiu o mesmo sucesso comercial.
  O álbum Middle Man (1980) colocou duas faixas nas paradas de sucesso: “ Breakdow Dead Ahead” e “Jojo”.  Ainda emplacou as canções “Look What You´ve Done to Me” e “Miss Sun”. Inexplicavelmente só voltou a gravar em 1988, quando gravou a canção “Heart of Mine”. Nas décadas de 1980 e 1990 passou a lançar disco esporadicamente e quase tornou-se um semi-aposentado do show-biz, inclusive abrindo uma boate em San Francisco e continuou sendo sócio a partir de 2008.
  Em 2001 soltou o CD Dig. Dois anos depois veio com But Beautiful , coletânea de Jazz. Em 2008 gravou Speak Low.  Ao longo do tempo criou uma fiel legião de fãs, sendo muito popular, inclusive no Japão, onde gravou um DVD e CD fruto de uma apresentação ao vivo em 2004. No Verão de 2010 fez turnê ao lado de Donald Fagen e Michael McDonald. Do repertório constam clássicos do Rock, Soul e R&B. Como hobby ou necessidade virou plantador de uva na Califórnia e produz seu próprio vinho. Um de seus filhos é jornalista na revista Rolling Stone. O outro morreu de overdose de heroína no final da década de 1990.

Gloria Scott: o tempo não a deixou sozinha

Apoiada por Barry White, depois ficou sem apoio na Casablanca Records, onde pensava estourar na carreira


   Perseverança define a carreira de Gloria Scott. Após mais de 39 anos de carreira, quando lançou seu primeiro álbum, ela continua com o mesmo vigor da época de juventude. O público continua sendo generoso com ela. Nascida no Texas, mudou-se para a costa Oeste logo no início da adolescência. A tia cantava num grupo com Sly Stone (então Sylvester Stewart), junto com sua irmã Rose e a prima LaTanya.
  Scott conheceu Stone, três anos mais velho que ela, durante um dos ensaios do grupo, e isto ocorreu novamente mais tarde num baile do colégio. Após ouvi-la cantar “Gee Whiz”, gravada por Carla Thomas, Stone formou uma banda com Scott batizada de Gloria Scott and The Tonettes.
  O conjunto chegou ao fim após gravar poucos discos, mas ela prosseguiu se apresentando em casas de shows ao redor da Baía de San Francisco. Nesta trajetória  conheceu Charles Sullivan, dono da Fillmore Auditorium. Ali, Gloria abriu um show para Ike & Tina Turner. Um ano depois ela decidiu continuar em sua carreira-solo. Não demorou para Barry White procurá-la por causa de recomendação do seu parceiro de composições, Sonny Chaney. A levou para ser vocalista na banda Love Unlimited e depois conseguiu um contrato para ela na Casablanca Records. Em 1974, Gloria lançou o disco What Am I Gonna. O segundo álbum gravado pela Casablanca.
  A falta de estrutura da empresa prejudicou o trabalho de Gloria, ainda sem muita identidade no mercado de show-biz. Após Barry White estourar nas paradas, faltou tempo para acompanhar a carreira de sua pupila. Ela não conseguiu gravar um segundo disco ali. O contrato de sete anos de Gloria com Barry White estipulava  vários discos. No sexto ano pediu para sair. Acabou abandonada, mas os fãs de Soul Music a acolheram.
  Cópias do álbum What Am I Gonna passaram a valer US$ 300  ao longo dos anos e ela ganhou grande fama na Europa. Em 15 anos, o disco acabou relançado três vezes e Gloria ainda regravou algumas canções mais populares com a Baltic Soul Orchestra. Este gesto do público provocou inveja em diversos artistas da velha guarda. 

Jimmy Ruffin: cantor que pegou nascimento da Motown Records

O irmão de Ruffin era vocalista do grupo Temptations

   Conhecido no show-biz como o irmão mais velho do ex-líder dos Temptations, David Ruffin, Jimmy teve um período de sucesso com três hits produzidos pela Motown Records no final da década de 1960.  Nascido em Collinsville, Mississippi, aos 21 anos mudou-se para Detroit no início dos anos de 1960. Pegou o nascimento da Motown e fez uma série de gravações de péssima qualidade. Cinco anos mais tarde conseguiu experimentar o gosto doce do sucesso com o hit “What Happens With a Broken Heart”, tornando-se uma das canções mais solicitadas do catálogo da Motown.
   Na infância, Jimmy e David cantava num coral Gospel da igreja onde o pai de ambos era ministro. A música “What Happen With a Broken Heart” foi escrita, em 1966, para a banda The Spinners, mas ele entrou no circuito dizendo que na sua voz a canção iria estourar. Oito anos depois o hit continuou na cabeça do público britânico, solidificando o nome de Ruffin na Europa.
  Na década de 1960, ele continuou firme ao explodir com “East Side West Side”, lançado apenas na Austrália, por causa de uma discussão com o presidente e fundador da Motown, Berry Gordy. Porém, os hits “I´ve Been Here Before” e “I´ll Give You All The Love I Have” chegou às paradas norte-americanas no final de 1966 e início de 1967. O curioso é que os dois singles foram gravados pelos Temptations, na voz de seu irmão David.
   Os anos de 1970 marcaram as carreiras individuais de Jimmy e David, que já se encontrava afastado dos Temptations. Lançaram o disco Am My Brother´s Kepper. Álbum modesto, mas bem-sucedido, incluindo o cover de Bem E.King, “Stand By Me” e “Your Love Worth Waiting For”. Foi o último sucesso de Jimmy na Motown. Depois tentou a sorte na Polydor antes de voltar ao top em 1980, com o hit “Hold On To My Love”, arrancando elogios do compositor e produtor Robin Gibb, dos Bee Gees.
  Até o final da década de 1980 e começo da de 1990, Jimmy morou na Grã-Bretanha, onde inclusive apresentou um programa de rádio de prevenção contra as drogas. A causa era nobre, pois seu irmão acabou vítima de overdose. Antes precisou se livrar da enrascada de uma fã morrer estrangulada e na sua bolsa a polícia britânica encontrar uma tolha jogada por Jimmy aos fãs num show em Manchester. Morando em Las Vegas, Jimmy tem composto várias canções e pretende lançar um CD em maio de 2013, quando faz 74 anos.

Carmen Rodgers: outra joia do Mississippi

Carmen nasceu na fértil região musical do Mississippi, famoso berço de bluesman

   Nos últimos anos, Carmen Rodgers deixou sua marca na indústria musical dos Estados Unidos, como uma grande cantora da Soul Music independente. Consegue caminhar bem cantando ou compondo. Nascida na fértil região do Mississippi, famoso berço de bluesman, na adolescência mudou-se para Dallas, Texas, onde começou a cantar em corais da cidade. A intenção inicial era estudar engenharia e música na Kansas State University. Mas optou pela música. Logo entrou como backing vocal da cantora de Soul N´Dambi, além de compor para outros artistas, como Geno Young.
  Para juntar a fome com a vontade de comer tornou-se apresentadora de programa numa rádio popular de Dallas, o Sankofa Kafe. Ali desenvolveu seu próprio estilo como artista que se apresenta ao vivo. Sua carreira começou logo com inclusões de faixas individuais em compilações, a maioria dos registros conhecida como Hidden Beach, Hidden Hits.
   Em 2004, de forma independente, Carmen lançou o primeiro CD, Free, um álbum maduro musicalmente forte que estourou nas paradas e teve o respaldo de uma boa distribuição. No ano seguinte, gravou outra faixa na trilha sonora popular para o documentário de basquete 25 Strong. Em 2009 veio o segundo CD, com várias faixas trazendo como temática relações amorosas. O disco Intermission teve sua primeira canção lançada digitalmente na Primavera de 2010. Os fãs tiveram certeza que Carmen não era fogo de palha. Algo comum no atual mercado musical.

The Rooftop: canções em prol de uma causa nobre

As  cabeças pensantes da banda são os rappers DJ webstar e Jim Jones

 The Rooftop é uma banda, cujas molas mestras são os rappers DJ webstar e Jim Jones. Lançado em 2009, os singles “Dancin on Me” e “She Can Catch”. O álbum vendeu 2.400 cópias na primeira semana, não conseguindo quebrar o Billboard 200. Segundo alguns DJs, como Amanda Bassa, o CD The Rooftop é um disco para quebrar a ressaca de uma noite repleta de bebidas alcoólicas ou para manter a energia das pessoas em alta voltagem para que nunca parem de dançar.
  Apesar de meios estranhos e muita gente não apostar no taco da rapaziada, eles conseguiram emendar turnês para a Europa e Ásia, inclusive na conturbada Birmânia, onde uma sanguinária ditadura militar resiste há décadas e apresentações de artistas norte-americanos caem no crivo da censura daquele país.
  Isto não impediu que eles cantassem o hit “Set You Free”, usado em campanhas publicitárias de uma importante montadora de automóveis dos Estados Unidos e um famoso refrigerante.
   Passaram pela China, Filipinas e Sri Lanka. Ali fizeram sucesso com o hit “Down, Down”, que acabou se destacando na série da HBO “The Wire”. A canção é do CD acústico Maya Azucena de Junkyard Jewel. Apesar da imagem de malucos, The Rooftop aplica a solidariedade ao próximo. Cada vez que alguém compra um CD do grupo, a grana vai para a Music Rising, ONG criada para ajudar músicos afetados pelo furacão Katrina.

Rockwell: o filho cantor de Barry Gordy

A carreira de Rockwell durou pouco e desde 1991 desapareceu do circuito de show-biz norte-americano

  Rockwell nasceu na hora e família certa. Filho do fundador da fábrica de sucessos e artistas talentosos nas décadas de 1960 e 1970, Motown Records, Barry Gordy. Para deixar marcada a simpatia por dois ícones daqueles anos fervorosos anos de 1960, seu pai o batizou como Kennedy William Gordy (menção ao falecido presidente John Kennedy que aprovou a Lei dos Direitos Civis, permitindo que os negros norte-americanos tivessem direito ao voto naquela época e a cantor William “Smokey” Robinson, a voz de ouro da Soul Music).
  Para não parecer protecionismo, procurou assinar o contrato sem o conhecimento do pai. Em 1984, sob o codinome de Rockwell (balançou bem) lançou seu maior hit: “Someone is Watching Me”. O coral tinha os seus amigos de infância: os irmãos Jackson, inclusive Michael. A canção estourou nos Estados Unidos e Reino Unido, com grande single de R&B. Três anos depois lançou a música “Obscene Call to The Phone”.
  O single não fez muito sucesso e Rockwell terminou sua carreira musical na Motown. Saiu das asas poderosas do papai, responsável por lançar a maioria dos grandes cantores e cantoras da Black Music dos Estados Unidos, entre eles Marvin Gaye, Stevie Wonder, Diana Ross, Jackson Five entre outros. Seu último disco, Girlfriend, saiu em 1991. Depois disto sumiu do show-biz, mesmo sabendo compor, cantar e tocar teclados.

Roy Hargrove: a beleza do trompete no Jazz



 Quando se fala de trompete, nunca se pode esquecer-se de Roy Hargrove Anthony, especialista em Jazz.  Aos 44 anos já ganhou dois Grammy (1998 e 2002), além de tocar com estrelas do porte de Winton Marsalis e Herbie Hancock. Hargrove também é maestro da banda Fator RH. Ela combina Jazz, Funk, Hip-Hop, Soul e Gospel.  Apesar de nascido no Texas (que nos Estados Unidos é como se fosse o estado da Paraíba), logo cedo os pais descobriram que o menino tinha talento.
   Aprendeu a tocar instrumento de sopro logo cedo e foi descoberto quando Wynton Marsalis visitou sua escola, a Dallas´s Booker T.Washington High School.  A paixão pelo saxofone nasceu por causa do músico David “Fathead” Newman, que trabalhou com Ray Charles. De 1988 a 1989 estudou no Berklee College of Music de Boston. Seu primeiro batismo de fogo foi com o saxofonista Bobby Watson. Depois participou de gravação com as feras Mulgrew Miller e Kenny Washington. Em 1990 lançou seu primeiro álbum, Diamond in The Rough.
   Em 1993 entrou na Orquestra de Jazz do Lincoln Center. No ano seguinte mudou-se para a Verve Records e gravou com os principais músicos de Jazz, que incluía Joe Henderson, Stanley Turrentine, Johnny Griffin, Redman Josué e Branford Marsalis. Em 1995 lançou o CD Family, no formato de trio ele gravou Mood Parker, com o baixista Christian McBride e o pianista Stephen Scott.
  O ano de 1998 marcou a conquista do primeiro Grammy com o CD Habana. O segundo troféu veio em 2002 com o álbum Get Music, que contou com as participações de Herbie Hancock e Michael Brecker. Dois anos antes, Hargrove fez muito sucesso quando lançou um hit mesclando Jazz com muito Groove e Funk, gravado pelo cantor de Neo- Soul D´Angelo.  Com nome feito, ele continua em turnê e participando de diversos festivais ao redor do mundo.

Priscilla Renea: menina e grande compositora de talento

Priscilla já compôs para várias estrelas


    Priscilla Renea apareceu no mercado em dezembro de 2009, com o CD Jukebox, lançado pela Capital Records. Cantora e compositora, já escreveu canções para Madonna, Rihana, Selena Gomez e Cheryl Cole.  Aos dois anos de idade, ela já cantava. Porém não gostava das canções que ouvia nas rádios. Daí passou a escrever suas próprias letras, com o som que gostava. Com visão de marketing passou a colocar no youtube as composições.  Recebeu mais de 30 mil acessos e logo apareceu na MTV.
   Em 2007 chamou a atenção da Capital Records e dois anos depois assinou com a gravadora. Passou a escrever e gravar diversas fitas demos para Rihanna. Uma delas foi o hit “Emergency”, num dueto com Rihanna e Akon. Quando Jukebox chegou ao mercado, no início de dezembro de 2009, vendeu 1.200 cópias em sua primeira semana e não chegou a Billboard 200. Apesar do fracasso de vendas, o CD acabou bem recebido pela crítica.
  Algumas pessoas calculam que o fracasso ocorreu por causa do lançamento do single “Dollhouse”, que chegou às paradas em 18 de agosto de 2009. O single não esquentou lugar na Billboard Hot 100, mas atingiu o posto número 11 na parada de singles Heatseekers e posto 31 nas canções Club Hot Dance e 34 no Pop Songs. O segundo single “Lovesick”, no mercado em 2 de março de 2010, também falhou.
  Estes problemas não a impediram de continuar compondo. Escreveu “Promise This” para a cantora pop britânica Cheryl Cole´s , fez o mesmo com “Bed California King” entregue para Rihanna. Em 2011 e 2012 continuou escrevendo canções para Madonna, Mika, Demi Lovato, Chris Brown e Selena Gomez & The Scene.