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Luís Alberto Alves/Hourpress

terça-feira, 26 de julho de 2011

Gladys Knight: 59 anos de ótima música

Gladys Knight and The Pips

Luís Alberto Alves/Hourpress

A carreira de Gladys Knight começa em 1961, quando junto com o seu irmão Merald cria o grupo Gladys Knight and The Pips. Logo coloca entre as dez mais da parada de sucesso o hit “ Every Beat of My Heart”.

Depois com o apoio do compositor e maestro Van McCoy emplacam as composições “ Letter Full of Tears” e “Giving Up” entre as 40 mais músicas  tocadas nos Estados Unidos na primeira metade da década de 1960.

Por causa do grande sucesso do grupo, logo a gravadora Motown os contrataram. Influenciados pela tradição gospel do Sul dos Estados Unidos e impulsionados pela Soul Music colecionaram novos êxitos com os hits “ I Heard It Throug The Capevine”, If I Were Your Woman”, “ It Should Have Been Me”, “The End of Our Road” e Friendship Train”.

Mas foi em 1973 que Gladys Knight and The Pips gravaram um de seus maiores sucessos: “ Neither One of Us”. A letra relata a agonia de uma separação, quando nenhum dos dois tem coragem de assumir que o casamento se acabou e chegou a hora de cada um seguir o seu caminho. Logo o grupo saiu da Motown e foi para o selo Buddah.

Num show ao lado de Ray Charles, ainda na década de 1970, Gladys Knight dá uma verdadeira aula de interpretação, ao cantar esse blues. O coral de ambos os artistas deixou essa música  muito bela. Inesquecível.

A sensibilidade para escrever e gravar novos hits continuou marca registrada de Gladys Knight and The Pips. Surgem “ Midnight Train to Georgia”, “I´ve Got to Use My Imagination” e “Best Thing That Ever Happened to Me”.

Na década de 1980 ela se afastou do grupo The Pips, com quem estave junto desde o início da carreira em 1961. Porém manteve sua essência Gospel e Soul. No início dos anos de 1990 fez dueto com Frank Sinatra.

Em 2005 gravou o álbum One Voice,um disco de gospel que atingiu boa colocação nas paradas de sucesso desse gênero nos Estados Unidos. No ano seguinte lançou outro trabalho, Before Me, com temas de jazz clássico no estilo de Duke Ellington e Gershwin, entre outros compositores desse estilo.


" Neither One of Us”, um dos maiores sucesso de Gladys Knight



Ao lado de Ray Charles: uma aula de interpretação


Em 1972, o balanço do Sul dos EUA


Interpretação diferente para um hit regravado inúmeras vezes


A inesquecível Georgia cantada em verso e prosa

segunda-feira, 25 de julho de 2011

As talentosas mãos de Jimmy Smith

jimmy smith 05

Quando se fala em JimmY Smith, logo vem à memória a eletrizante “I Got My Mojo Working”, autoria de Preston Foster, grande sucesso de 1976, no álbum “The Best of Jimmy Smith”. É a música com maior solo de órgão da história.

Nascido em 1925, aprendeu a tocar piano ainda menino. Só aos 23 anos entrou na conceituada Hamilton School of Music e ali começou a tocar órgão Hammond. Aos 32 anos estreou no Café Bohemia de Nova York e passou a conhecer o gosto suave do sucesso.

Em mais de 40 anos de carreira, encerrada em fevereiro de 2005, quando morreu dormindo, Jimmy Smith gravou com grandes nomes do jazz e tocou com feras como Wes Montgomery (que influenciou fortemente  no estilo de George Benson e um dos maiores guitarristas do jazz), Oliver Nelson e Kenny Burrel.

Antes de chegar ao topo, comeu muita poeira. Teve de abandonar os estudos na 3ª série para ajudar o pai com problemas de saúde. Aos 15 anos alistou-se na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial. Como se sentia limitado com o piano acústico, entrou numa loja para conhecer o Hammond. Para entender o instrumento pediu que o dono o deixasse estudá-lo, pagando um dólar a hora, até conseguir comprá-lo. O lojista aceitou, pois passou a atrair clientes.

Quando estourou nas paradas, no início dos anos de 1950, Smith já era expert neste tipo de teclado. Seus solos revolucionaram a maneira de tocar o Hammond. Hoje, poucos pianistas conseguem imitar o seu estilo. Isto quase 61 atrás.

Antes de Smith, nenhum organista conseguiu grande destaque com o instrumento. Nem seu ídolo de infância, Wild Bill Davis, que colocou esse órgão nas Big Bands.

O curioso dessa história é que um agiota ajudou a comprar o Hammond. Em cada show, um capanga estava em seu encalço para ter certeza que estava trabalhando para ganhar o dinheiro que lhe devia. Conseguiu pagar a dívida. No seu primeiro álbum “Bashin: The Umpredictable Jimmy Smith”, de 1962, a música “Walk on The Wild Side” estourou nas paradas dos Estados Unidos. Seu talento no órgão, acompanhado de guitarra e bateria, passou a cativar o público.

O segredo desse hit é a mudança de ritmo, após iniciar sutilmente, para depois entrar num solo quentíssimo, sempre voltando ao tema principal da música, como é a característica do jazz.

Depois disto, Smith grava os álbuns Hobo Flats, The Incredible Jimmy Smith, The Cat (outro grande sucesso no Brasil), Peter and Wolf, numa adaptação de uma peça clássica de teatro de Prokofiev, com cada instrumento assumindo um personagem. Neste caso, Jimmy Smith era o lobo.

A década de 1960 foi marcante, quando ele uniu seu estilo de tocar órgão com a agilidade do guitarrista Wes Montgomery. Dessa parceria surgiu o álbum Jimmy Smith and Wes: Dynamic Duo. A dupla acabou criando diferentes visões do blues, soul e jazz, onde os solos viraram rotina, além de muito balanço. Jimmy Smith fazia música para dançar.

Quem conseguir encontrar nos sebos o álbum Jimmy and Wes: Dynamic Duo, não se arrependerá de ouvir os hits “Night Train” e “Down by The Riverside”, além, claro da lenta “Mybe September”.

Na década de 1990, Jimmy Smith veio ao Brasil participar de um festival de jazz, em São Paulo. Depois do show foi dar uma canja no bairro de Moema. Quem assistiu sua apresentação sabe o que é um excelente organista, um mestre dos teclados. Infelizmente, o que é bom dura pouco.

O estouro dos bailes em 1976
Smith e Montgomery; encontro de gênios
O doce gosto do sucesso nas paradas dos EUA
Hit que frequentou diversos bailes

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sergio Mendes é o cartão postal da MPB nos Estados Unidos

sergio mendes Logo após os primeiros dias, que depois tornaram-se 21 anos, da implantação do Regime Militar no Brasil em 1964, Sergio Mendes foi para os Estados Unidos. Músico  (ex-aluno do brilhante maestro Moacir Santos) cantor e compositor, ajudou a divulgar bastante a música brasileira no Exterior. Em algumas vezes, abria os inúmeros shows de Frank Sinatra por diversas cidades norte-americanas.

Frequentador assíduo do famoso Beco das Garrafas, na região central do Rio de Janeiro, onde era comum, no início da década de 1960, encontrar reunida por ali a nata da Bossa Nova e mesmo do samba. Até mesmo o iniciante Jorge Ben, tocando seu violão com outro estilo.

Em 1961, Sergio Mendes e o conjunto Sexteto Bossa Rio gravaram o disco “Dance Moderno”. Excursionou pela Europa, Estados Unidos, onde se apresentou no famoso Carnegie Hall. Inconscientemente já preparava o terreno para trabalhar e morar por ali. É quando troca a cidade de Niteroi, Rio de Janeiro, por Los Angeles.

Em terras norte-americanas cria o grupo Sergio Mendes & Brasil 66. Gravam o sucesso de Jorge Benjor, “Mais que Nada” em ritmo de Bossa Nova. O hit emplaca nas paradas, inclusive sendo regravado por diversos cantores e cantoras dos Estados Unidos.

O profissionalismo e talento de Sergio Mendes conquistaram fãs, entre eles Stevie Wonder e os meninos do Black Eyed Peas, que assumiram gostar do som feito por Mendes. Aliás, Stevie Wonder compôs “The Real Thing”, em 1977, para ele. Isto o animou a continuar na batalha, mesmo quando alguns dos seus 30 discos gravados não foram estouro de vendas ou as músicas não explodiram nas paradas.

Mas o ano de 1984 tornou-se pragmático para ele: a música “Never Gonna Let You Go” fez grande sucesso, assim como álbum Confetti, que trazia o hit “Olympia” feita para as Olímpiadas de 1984, realizadas em Los Angeles.

Já em 1993 ganhou o Grammy na categoria World Music. Para quem gosta de dançar, Sergio Mendes produziu excelentes discos. Caso do álbum Herb Alpert presents Sergio Mendes & Brazil´66 (1966); Cannonbals bossa nova with Bossa Rio (1964); Sergio Mendes favourite things ( 1968); Love Music- Sergio Mendes & Brazil´77 (1973); Horizonte Aberto (1979).

Apesar de mais de 45 anos longe do Brasil, Sergio Mendes ainda mantém no seu carro as placas da cidade de Niteroi, onde nasceu há 70 anos. Assim como o gosto pelas composições de brasileiros do porte de Tom Jobim, Gilberto Gil, João Donato, Carlinhos Brown, Jorge Benjor e Moacir Santos.

 

O hit que abriu as portas nos Estados Unidos
Nova roupagem para música de Burt Bacharah
A beleza da Bahia nas mãos de Sergio Mendes
Com seus fãs, os meninos do The Black Eyed Peas

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Toni Tornado é a energia da Black Music no Brasil

toni tornado front Toni Tornado é a mais pura energia da black music no Brasil. No final da década de 1970 já cantava funk e soul como James Brown e outras bandas dos Estados Unidos. Além de apresentar passos de dança que muita gente sentia dor na coluna para colocar em prática.

Aos 11 anos fugiu de casa, no Interior de SP, e foi parar no Rio de Janeiro onde tornou-se menino de rua. Para sobreviver vendia amendoin e engraxava sapatos.

Após servir o Exército na escola de paraquedismo, ao lado do desconhecido Senor Abravanel, mais tarde conhecido como Silvio Santos, entrou para o mundo da música, antes, é claro, de lutar no Egito, no final da década de 1950.

No começo dos anos de 1960, adota o pseudônimo de Tony Checker e vai dublar e dançar no programa “Hoje é Dia de Rock”. Ali imitava os cantores Chubby Checker e Little Richard. Nessa mesma década viaja e passa cinco anos morando nos Estados Unidos.

Ao retornar ao Brasil, em 1969, trabalha como cantor nas boates, sob o codinome de Johnny Bradfort. É a partir de 1970 que adota o nome artístico de Toni Tornado por causa da influência de James Brown.

Nesse mesmo ano, ao lado do Trio Ternura, defende a soul music brasileira “BR-3”, que conquista o primeiro lugar no  V Festival Internacional da Canção. Depois grava o funk “Podes Crer Amizade”. O hit faz muito sucesso nos bailes de black music, realizados em salões de clubes de futebol e periferia de São Paulo e Rio de Janeiro.

Ainda na década de 1970 se casa com a atriz Arlete Salles. A união de ambos provoca debate acalorado na população. Diversas pessoas não aceitam o matrimônio, por Toni Tornado ser negro e Arlete branca e loira. A pressão aumenta e após alguns anos eles acabam separando-se.

A partir de 1972 vai trabalhar de ator e participa de diversas novelas na extinta TV Tupi e Globo. Aliás, na novela Roque Santeiro, escrita por Dias Gomes, o seu personagem, Rodésio que trabalhava para a viúva Porcina (Regina Duarte), num dos finais gravado terminaria ao seu lado.

Mais uma vez discriminação racial imperou: por medo da reação do público, na metade da década de 1970, a Rede Globo vetou. Aos 81 anos, Toni Tornado (sem nehuma ruga no rosto) continua em plena atividade. Inclusive participou em 22 de julho de 2011 do Black Na Cena Music Festival, realizado na Arena Anhembi, São Paulo, ao lado grandes feras da black music brasileira e internacional.

Uma das pérolas do baú musical de Toni Tornado
Adrenalina dos salões de baile na décade de 1970
Soul music de quem viveu nos Estados Unidos
Balada com gosto de baile
A clássica BR 3

Golden Boys e a marca dos bons quartetos do Brasil

GoldenBoys No final da década de 1950, o conjunto norte-americano The Platters estourava nas paradas dos Estados Unidos com o hit “Only You” e o seu sucesso também repercutia no Brasil. É quando surgem os Golden Boys, formados por três irmãos e um primo, no Rio de Janeiro.
O caminho das pedras era se apresentar em programas de rádios e televisão para solidificar a carreira. A proposta é cantar músicas para o público jovem, pois o rock não tinha nem seis anos de idade.
Aproveitaram a onda dos inúmeros conjuntos que apareceram nos Estados Unidos e Inglaterra para gravar versões de seus hits de maior sucesso. Assim traduzem composições dos Beatles ( Michele – disco de 1966 – Hello Goodbye – disco de 1968), além do rock com a batida do Movimento Jovem Guarda.
Em 1970, eles lançam o álbum Fumacê com faixa título fazendo muito sucesso, pois de forma bem humorada fala de alguém fumando maconha. Conseguiram enganar a censura imposta pela Ditadura Militar e a música ganhou as rádios.
Nos bailes, a faixa “Se você Quiser, Mas Sem Bronquear” também emplacou, principalmente no coração de quem sabia dançar bem samba-rock. Após algum tempo, o disco sumiu das lojas e só era possível encontrá-lo em sebos.
Em 1975 regravam o sucesso “Zazueira”, autoria de Jorge Benjor. Outro hit de grande destaque é “ Não Esquente a Cabeça Não”, que fez parte de trilha sonora da novela da Globo. Além de emplacar nas rádios de programação popular.
No ano de 1978, eles lançam o disco Samba Arquivo Rock. Um dos destaques é a balada “Nada Mais”, com lindo arranjo de teclados e vocal. Em muitos bailes, o hit foi responsável pelo surgimento de diversos namoros. O nome Golden Boys escrito em vermelho num muro, remete de forma subliminar ao álbum Let´s Stay Together, gravado por Al Green em 1972.
Na década de 1980 gravam diversos discos recheados de flash backs, como ocorreu em 1984 com “Pensando Nela”, versão de Bus Stop”, composta pelos  The Hollies em 1967. Em 1986, com “Andança”, que revelou Beth Carvalho no III Festival Internacional da Canção de 1968. Nesse mesmo álbum também está “Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda, composta por Hyldon em 1974.
Em 1991 prosseguem na gravação de coletâneas repletas de sucessos do grupo, como “O Cabeção”, de 1970, e pout- pourri de Roberto Carlos, com os hits “Namoradinha de um Amigo Meu”, “Quero que vá Tudo  Pro Inferno” entre outros.
Seis anos depois lançam outro álbum, dessa vez recheado de composições que marcaram época entre o público mais politizado, como “Pra não Dizer que Não Falei das Flores”, eterno sucesso de Geraldo Vandré no final da década de 1960; “Casa no Campo”, de Zé Rodrix e gravada por Elis Regina; “A Banda”,  autoria de Chico Buarque e participante de festival na década de 1960. “Domingo no Parque”, de Gilberto Gil, também faz parte desse inesquecível disco.
Grupo comemora 50 anos, em 2008, com clássico do The Platters
A balada que fez muito sucesso em 1978
Samba-rock que incendiou os bailes em 1970
Fumacê falou de maconha em plena Ditadura Militar

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Paulinho da Viola, o gentleman do samba

Paulinho da Viola Paulinho da Viola é o sambista que sabe compor uma música tão bem, quanto dar um buquê de rosas à amada. Marcas de quem é gentleman. Suas letras não maltratam nossos ouvidos, principalmente com rimas pobres e melodias horríveis, como ocorre atualmente.

Nascido no Rio de Janeiro, em 1942, cresceu na Zona Sul da cidade e teve o privilégio de presenciar reuniões e saraus em sua casa com Jacob do Bandolin e Pixinguinha. Para completar a cobertura do bolo, seu pai Benedicto César Faria era violonista do grupo de choro Época de Ouro.

Com esse DNA seria difícil não se transformar num grande artista de talento. Suas frequentes visitas aos blocos carnavalescos influenciou na futura formação de sambista. Mais tarde, ele e amigos fundaram o bloco Foliões da Rua Anália Franco. Depois convidados a integrar a escola de samba União de Jacarepaguá, onde Paulinho da Viola apresentou o samba  “Pode ser Ilusão”.

Como talento chama talento, na agência bancária em que trabalhava conheceu o poeta Hermínio Bello de Carvalho. Logo passa a visitar o seu apartamento. Ali, por meio de gravações, conhece o trabalho de Cartola, Zé Kétti, Elton Medeiros e Nelson Cavaquinho.

Logo forma parceria com Hermínio e ambos compõem “Valsa da Solidão” e “Duvide-o-dó”, com a primeira música gravada por Elizete Cardoso.

Nessa época passa a frequentar o famoso restaurante Zicartola, do sambista Cartola e sua esposa, Zica. Passa a se apresentar, tocar suas músicas e de outros autores. Ali, a carreira de bancário começa ficar em segundo plano.

Com um verdadeiro time de feras, integrado por Zé Ketti, Oscar Bigode, Anescar do Salgueiro, Nélson Sargento, Elton Medeiros e Jair do Cavaquinho, Paulinho da Viola forma, em 1965, o grupo A Voz do Morro.

Sob a batuta do diretor musical Luís Bittencourt, eles gravam o disco Roda de Samba. Por causa do sucesso, no mesmo ano, fazem Roda de Samba volume 2, e em 1966 sai A Voz do Morro – Os Sambistas.

Passou a frequentar a Portela, e ali ao cantar o samba “Recado” é incluído na ala de compositores da escola. Em 1966 apresenta o samba enredo “Memórias de um Sargento de Milícias”, que recebe nota máxima dos jurados e a vitória da Portela naquele ano.

Nesse mesmo tempo, encontrou espaço para gravar o musical Rosa de Ouro, lhe rendendo dois discos, além do lançamento de Clementina de Jesus no mundo da música e a gravação do disco Na Madrugada, em parceria com Elton Medeiros pelo selo RGE.

Em 1968 lança seu primeiro disco solo pela gravadora Odeon. E vence, no ano seguinte, o Festival da TV Record com a música “Sinal Fechado”. Também fica em primeiro lugar na Feira de MPB da TV Tupi com o hit “Nada de Novo”. Nessa mesma época lança o samba “Foi um Rio que Passou em Minha Vida”, que tornou-se clássico da MPB.

Após gravar o disco Prisma Luminoso, já consagrado como músico-compositor, Paulinho da Viola reduz a carga de trabalho. Com o rock brasileiro recebendo grande apoio das gravadoras e depois ocorrendo o mesmo com o pagode, em 1986, ele resolve ficar um pouco na sombra.

Neste período teve tempo para trabalhar profundamente sua obra musical. Resultado: em 1989 lança o disco Eu Canto Samba, ganhando quatro troféus do Prêmio Sharp.

Em 1996 grava o álbum Bebadosamba, um dos discos mais aclamados de sua carreira e vira recordista do Prêmio Sharp de 1997. Por causa do sucesso, gravou mais dois discos ao vivo: Bebadosamba e Sinal Aberto, este último em parceria com o violonista Toquinho. Em 2003 lançou o CD Meu Tempo é Hoje, rendendo documentário com o mesmo nome, sob direção de Izabel Jaguaribe.

A obra-prima Coração Leviano
Crítica sutil em plena ditadura militar
Outro samba de primeira linha

O samba que tornou-se clássico da MPB

A voz suave de Teri de Sario

A cantora e compositora Teri de Sario também recebeu um empurrão do Bee Gees Barry Gibb no início da carreira. Ele fez o mesmo com a australiana Samantha Sang. Na época em que estudava no Ensino Médio, Teri de Sario já mexia com música. Era vocalista de um conjunto da escola, com o qual trabalhou de 1970 a 1977.
Naquela época, ela compunha mais hits folk com pitadas de jazz. Foi quando conheceu o autor Bill Purse, juntos fundiram o pop, jazz e folk. Nesse mesmo intervalo, Barry Gibb recebe uma fita demo gravada por Teri de Sario, intitulada “Ain´t Nothing Gonna Keep Me From You”. Ele melhora a canção, dá outra roupagem e assina a composição.
Ela consegue gravar o seu primeiro álbum Pleasure Train, em 1978. No ano seguinte, Teri de Sario produz o disco Moolight Madness, com remake do hit “Dancin´in The Streets”. Agora ela contava com a juda Harry Wayne Casey, líder da banda KC And The Sunshine.
Em 1980, Teri de Sario grava o álbum Caught, incluindo o hit “Yes, I´m Ready”, remake de uma música de Barbara Manson da década de 1960. Ela faz muito sucesso nas paradas, pois sua voz tem o timbre das garotas adolescentes, apesar de já estar com 29 anos.
Por volta de 1984 e 1985, pelo selo Word Records, ela grava os álbuns A Call to us All e Voices in The Wind. Ambos com a produção de Bill Purse. Em 1986, é indicada ao Grammy na categoria gospel de melhor perfomance feminina.
Faz turnê pelo Japão e Filipinas, e só retorna aos estúdios em 1993 para gravar o álbum Emergence 1993´s, produzido por Bill Took. Três anos depois lança o disco Truth & Light: Music From The X-Files.
Ajuda de Barry Gibb no primeiro sucesso
Fallin, outra balada para aquecer corações
Remake de um sucesso da década de 60

Barry White: autor de belas e inesquecíveis canções de amor





Luís Alberto Alves/Hourpress

Quem frequentou bons bailes e ouve programação flash back em rádios FMs de qualidade já ouviu alguma música de Barry White.  A voz grave é inconfundível, além dos seus ótimos arranjos tornando a canção inesquecível. Do ínicio da década de 1970 até 2003, quando faleceu, sempre marcou presença com ótimas composições. A lista é grande. Até hits alheios, como “Just The way You Are”, autoria de Billy Joel, de 1977, Barry White transformou num clássico de amor, principalmente nas calientes sextas-feiras, que muita gente usa para se conhecer melhor entre quatro paredes.

O curioso é que sua infância no Estado do Texas, onde nasceu em 1944, tinha tudo para dar errado. Inclusive participou de assaltos à mão armada, mas uma dura da polícia lhe revelou que o caminho do crime não era bom.  Mesmo na reta  errada, Barry White cresceu cantando música gospel na igreja com sua mãe. Logo aprendeu tocar piano sozinho.

Aos 16 anos, morando na periferia de Los Angeles, participava de sua primeira gravação, com o grupo Upfronts. Sua primeira música chamou-se “Little Girl”. Depois trabalhou em diversos selos independentes, até chegar às mãos de Bob Keane (responsável pela descoberta de Ritchie Valenz e Sam Cooke).

Logo depois foi trabalhar no conjunto 5ª Dimensão. Com seu primeiro hit de sucesso “ Lost Without The Love of My Guy”, vindo das mãos da cantora Viola Willis, que ficou entre as 20 primeiras das paradas de sucesso de R&B (blues de rua).

Nessa época passou a ganhar US$ 60 por semana de salário. Logo começou a trabalhar com Bobby Fuller Four, Bob Keene e Larry Nunes, mais tarde seu conselheiro espiritual  e amigo de verdade até sua morte. Conhece o cantor Felice Taylor e juntos gravam três discos de sucesso na Inglaterra: “It May Be Winter Outside”, “ I´m Under the Influence of Love”, “ I Feel Love Coming On”. Seu salário sobe para US$ 400 semanais.

Deixa Felice Taylor e passa a fazer diversos arranjos de forma independente. O tempo de vacas magras estava ficando para trás. Conhece Gene Page e tem acesso a vários serviços, inclusive com boas quantias em dinheiro. Tempos depois Paul Politti, ex-colega de trabalho anteriores, avisa Barry White que Larry Nunes pretende iniciar uma sociedade com ele. Nunes estava escolhendo repertório para gravar um disco.

Enquanto isso, Barry White tinha descoberto três meninas (na década de 70 seria o trio vocal Love Unlimited), que ainda não trabalhavam no circuito musical. Ensaiou quase um ano com elas. Aproveitou e compôs, para o trio, “ Walkin in The Rain (With The One I Love). 

Era uma letra inspirada numa das cantoras do grupo, James Glodean, mais tarde tornando-se sua segunda esposa.
O trio recebeu o nome de Love Unlimited. Esse primeiro trabalho vendeu 1 milhão de cópias, mas a relação com a gravadora MCA ficou estremecida e Barry White decidiu encerrá-la. Decide trabalhar com um artista masculino. Elabora três fitas demos, onde aparece cantando e tocando piano. O amigo Larry Nunes insiste que Barry White deve ser este artista. É quando em 1973, ele grava “ I´m Gonna Love You Just a Little More Baby”.

Após muita discussão, a MCA Records libera as meninas da Love Unlimited para trabalhar junto com ele. É quando  tem a ideia de fazer um disco instrumental. O álbum é batizado de Love Unlimited Orchestra e o hit “Love´s Theme”. De 1974 a 1979, são vendidas 5 milhões de cópias do disco e essa música faz sucesso em todo o mundo.

A carreira de Barry White deslancha. É dessa época os seus hits de amor “It´s Ecstasy When You Lay Down Next to Me”, “ Play Your Game Baby”, “Let The Music Play”, “You See The Trouble Witch Me”, “Just Another Way to Say I Love You”, “I´ll Do For You Anything You Want Me To”, “Love Serenade”, “The Man (Your Sweetness is My Weakness”, “ Sha La La Means I Love You”, “ September When We Met”, “ Just The Way You Are”, “I Belong to You” (com as meninas do Love Unlimited).

Para aproveitar a onda, Barry White escreveu uma trilha sonora para o filme “The Together Brothers” para a Twenty Century Fox. Da sua banda de estúdio, trabalhavam nomes como Ray Parker Júnior, o saxofonista Kenny G, os baixistas Nathan East e Wilton Felder, Wah Wah Watson, David. T. Walker, Dean Parks, Don Peake, Lee Ritenour, o baterista Ed Greene e percussionista Gary Coleman. E mais tarde o tecladista Rahn Coleman. Um dream time de músicos de estúdio.

Por causa de desavenças, Barry White sai da Twenty Century  Fox Records para a gravadora CBS, onde cria o selo Golden Unlimited. Da lista consta o trio Love Unlimited e a Love Unlimited Orchestra, Jack Perry e uma cantora adolescente, Danny Pearson. Barry White aproveitou para gravar um dueto com esposa  Glodean, no álbum Barry & Glodean. É dessa época, fim da década de 70, o disco The Message is Love.

Após gravar oito álbuns solo, quatro da Love Unlimited, quatro da Love Unlimited Orchestra, turnês constantes e enfrentar os rigores da indústria da música, Barry White deu uma pausa e no começo da década de 1980 veio ao Brasil pela primeira, fazendo grande show em São Paulo e Rio de Janeiro.
Em 1992 assinou contrato com  A&M Records, lançando os discos A Mam is Back, The Right Night & Barry White, além de um dueto com Isaac Hayes no hit “Dark and Lovely”. O álbum de The Icon is Love tornou-se o mais vendido desde os anos 70, ganhando o disco de platina com a música “Pratice What You Preach”.

Com a composição “Staying Power”, em 1999, ganha dois Grammys, nesse álbum que retrata fielmente as tradições da soul music, onde o foco é o cantor e a música.

Em toda sua carreira, Barry White ganhou 106 discos de ouro, 41 de platina, dez singles de platina, com vendas superiores a 100 milhões de cópias. Ele era hipertenso, e em setembro de 2002 foi hospitalizado com problemas nos rins, morrendo em julho de 2003. É o exemplo de quem saiu do gueto, da miséria, e trabalhando honestamente conquistou patrimônio financeiro e artístico.


Dueto inesquecível com Isaac Hayes


Staying Power que rendeu dois Grammys


A música que conquistou corações em todo o mundo


Melhor do que a original com Billy Joel


Sensibilidade para falar de amor



Hit composto em homenagem ao Rio, quando veio ao Brasil em 1980