Bibi Tanga é a força da Black Music francesa |
Nascido em Paris, em 1969, Bienvenu (Bibi)
Tanga não viu sua terra natal até a idade de dois anos, quando seus pais o
trouxeram para Bangui, capital da República Centro Africana. Um dos dez filhos
do casal, ele cresceu na ponte aérea Paris/África e Moscou/Washington/Brooklin,
por causa do trabalho diplomático do pai.
Após golpe de Estado no país africano, o velho
virou diplomata de refugiados e família acabou na periferia de Paris. Bibi
reconhece que sempre se sentiu alguém estranho na França, até chegar aos dez
anos, quando seus pais voltaram de vez a Paris.
Na França começou a sua educação musical
séria. Os velhos frequentavam várias festas, além de ter vários discos de
vinil. Cresceu ouvindo Franco e Tabu Ley de C Congo, Fela Kuti, da Nigéria,
Bembeya Jazz da Guiné entre outros. Da
raiz americana, não faltavam hits de James Brown, Curtis Mayfield, Jimi Hendrix
e Bob Marley. Seu amor cresceu pela Disco Music, Funk, Soul, Reggae e R&B,
a grande herança da Black Music de todo o mundo.
Como adolescente crescendo na Paris da década
de 1980, entrou em contato com o Punk Rock e New Wave das bandas francesas e
britânicas como The English Beat e The Cure. Logo aprendeu a tocar guitarra,
baixo e saxofone, além de sapateado, transformando seus pés numa bateria.
Essa série de informações resultou num encontro ente Bibi Tanga e
Professeur Inlassable em 2003. Três anos depois gravou o segundo CD, Yellow
Gauze, supervisionado por Professeur no seu estúdio em Paris. Ele acrescentou
nova dimensão ao som de Bibi Tanga, recriando paisagens sonoras musicais
perdidas, invocando ecos de Edith Piaf, Jacques Brel e Serge Gainsbourg. O nome
do álbum é o retrato atual da música global e roteiro para o futuro.
A união das feras Arthur Simonini (violino e
teclados), Rico Kerridge (guitarra) e Arnaud Biscaia (bateria), resultaram num
som de outro mundo. Nas canções estavam a mistura do francês, inglês e o dialeto
africano sango, passando mensagens socialmente conscientes sobre imigração,
desnutrição, Aids e o peso da escravidão, por meio de grooves dançantes.
O CD é a vitamina mesclando Funk e ritmos
Afrobeat nas camadas mais altas do Soul. Sua banda, The Selenites (homenagem às
pessoas que viviam no lado escuro da lua, baseado na história de HG Wells,
segurou toda a onda, mostrando que pode existir romantismo, mesmo quando se
está com os pés firmes no chão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário