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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Bill Justis: A voz de "Raunchy"




O hit "Raunchy" virou eterno cartão de visita de Justis

Luís Alberto Alves

 Mais conhecido para a maioria dos ouvintes por causa do hit instrumental “Raunchy”, ele foi peça importante na Meca da Country Music, Nashville. Ganhou fama como produtor e diretor musical.

 Nascido no Alabama em 1927 cresceu em Memphis, onde estudou música e inglês na universidade de Tulane, enquanto tocava trompete nas bandas de Jazz da cidade. Aos 30 anos a sorte mudou, ao começar a trabalhar na lendária Sun Records, responsável pelo lançamento de Elvis Presley.

 No princípio não gostava de Rock, até perceber a mina de dinheiro que este gênero começou a trazer. Como diretor musical escreveu a canção instrumental “Backwoods”, depois batizada de “Raunchy”. Ela estourou nas paradas em 1957.

 A jogada é que Bill forjou o riff da canção não nas cordas médias tradicionais da guitarra, mas nas graves, criando um som cavernoso, aproveitando o eco do estúdio. Ficou 14 semanas no Top 40 Pop. Continuou a gravar, incluindo a famosa “Flea Circus”, escrita por Steve Cropper.

 Porém centrou foco numa carreira dentro dos estúdios, organizando gravações para Jerry Lee Lewis, Johnny Cash e Roy Orbison. Também descobriu Charlie Rich em Memphis quando estava num clube e o levou à Sun Records em 1960, produzindo seu grande sucesso “Lonely Weekends.”

 Brigas internas o levaram a sair da Sun. Criou a própria gravadora, de curta duração, Play Me Records. Mudou-se para Nashville e ao lado de Rich entraram na Mercury, onde ficou até o fim da carreira.


 A partir daí participou de trabalho com a rainha da Country Music, Patsy Cline, Dean Martin e Tom Jones. Lançou diversos discos instrumentais. Depois trabalhou no cinema com Burt Reynolds e Hooper. Em 15 de julho de 1982 morreu de câncer.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

B.B.King: O Blues perde o seu rei



A guitarra Lucille perde para sempre o talento de B.B. King

Luís Alberto Alves

  O Blues ficou mais triste: morreu seu rei B.B. King, nascido Riley B. King´s. O apelido é diminutivo de Beale Street Blues Boy. Suas notas dobradas e o staccato influenciaram diversos bluesman em todo o mundo. Ao lado da famosa guitarra, carinhosamente chamada de Lucille (homenagem a uma mulher que tocou fogo num hotel após briga de amor e seu instrumento escapou de virar cinzas), nos últimos 54 anos entrou literalmente para a história.

 Entre 1951 e 1985, B.B. King entrou 74 vezes nas paradas da Billboard, especializada em Rhythm and Blues. Nos Estados Unidos foi um dos poucos artistas, sem ter olhos azuis, a fazer tal proeza, inclusive com o sucesso “The Thrill is Gone”, no programa de televisão Ed Sullivan Show (o Sílvio Santos dos norte-americanos).

 A fonte do seu talento veio do Blues tocado na região do Mississippi, celeiro de grandes artistas deste gênero musical. Tudo teve início em 1925, na cidade de Bena Itta, no caminho entre a casa de sua mãe e avó.

 Como eram comuns os cânticos de adoração ao Senhor (o Blues nasceu nas igrejas evangélicas dos Estados Unidos na época da escravidão dos negros), logo o garoto Riley B. King´s acabou envolvido pela Gospel Music.

 Teve grandes influências: T. Boone Walker e Lonnie Johnson, além dos gênios do Jazz, como Charlie Christian e Django Reinhardt. Mas o pulo do gato na sua carreira aconteceu aos 21 anos, quando se mudou para Memphis em busca do primo, grosseiro guitarrista de Blues conhecido como Bukka White. Ele foi o professor de B.B. King.

 Em 1948 passou a tocar numa rádio daquela cidade e apresentar solos de guitarra como fundo de propaganda. É dessa época que passa a ficar conhecido como Beale Street Blues Boy, encurtado para B.B. King. Logo gravou um disco com quatro faixas, uma delas batizada de “Martha King”, nome de sua esposa. Os álbuns eram produzidos por Sam Philips, homem que iria descobrir Elvis Presley na gravadora Sun Records.

                                                              Novos hits

 O ano de 1951 brilha para ele com o sucesso de “Three O´Clock Blues”. Coloca os pés na estrada de vez.  A partir daí emplaca vários hits nas paradas de Blues: “You Know I Love You” (1952), “Please Love Me” (1953), “You Upset Me Baby” ( 1954), “Ten Years Long” (1955), “Angel Sweet Little” (1956), “Please Accept My Love” (1958).

 A década de 1960 foi pródiga em novos hits e assinatura de contrato com a ABC-Paramount Records. Um de seus grandes destaques é “Why I Sing The Blues” entre vários hits emplacados.

 Durante os anos de 1970, o público pop descobriu que não poderia ignorar mais o talento de B.B. King. É quando explode o hit “The hrill is Gone” no programa Ed Sullivan Show.

 Em 1973 vai a Filadélfia e grava  “To Know You is To Love You” e “I Like To Live The Love”, usando o mesmo ritmo do grupo Spinners. Na Década de 1980 prossegue fazendo mistura de Jazz com Funk e uma média de 300 shows por ano.

 O ano de 1993 marca a gravação do disco Blues Summit com participações de Etta James, Fulson, John Lee Hooker e Koko Taylor. Seis anos depois faz outro disco, junto com o guitarrista Eric Clapton.

 Em 2005 comemorou 80 anos, com um álbum repleto de estrelas, inclusive da música pop como Gloria Estefan, John Mayer e Van Morrison. Em 2008 gravou o álbum One Kind Please, classificado por ele de Blues puro.


quinta-feira, 14 de maio de 2015

The Gaturs: A banda de música de som de baile



A banda era expert em som de baile
Luís Alberto Alves

O  grupo The Gaturs não foi tão conhecido como os The Meters. Não eram minimalista em relação à Funk Music, mas criaram um som distinto, baseado no clima de festa, no qual New Orleans é conhecida. Ou seja, é a famosa música de baile.


 Liderado pelo músico veterano Willie Tee, grande conhecedor de Funk, Soul e Jazz, a banda lançou vários singles. Essas canções fizeram a cabeça de muita gente nos bailes da década de 1960, não só nos Estados Unidos, mas na Europa também.

Barbara George: A bela intérprete de “I Know (You Don't Love Me No More)”


No final da carreira, Barbara não conheceu mais o sucesso
Luís Alberto Alves

 Barbara é lembrada pelo solitário hit “I Know (You Don't Love Me No More)”. Outro destaque do R&B de New Orleans nasceu em 16 de agosto de 1942 em Crescent Ninth Ward, onde começou a cantar na adolescência no coral da igreja Batista e escrever as próprias canções.

 Aos 16 anos era casada e mais tarde virou amiga da lenda desse estilo musical, Jessie Hill. Em 1961, o arranjador Harold Battiste organizou sessão de gravação no lendário J&M Studios, cuja estrela era o produtor Cosimo Matassa.

 Foi neste trabalho que surgiu a canção “I Know (You Do not Love Me No More)”, inspirada no hino tradicional “Just a Closer Walk With Three”. Na Sue Records ela soltou o hit “I Know”, grande estourou nas rádios e chegou ao topo das paradas dos Estados Unidos.

 Não demorou para Barbara receber propostas de ganhar um novo Cadillac e guarda-roupa e até comprar o restante do seu contrato naquela gravadora. Veio o single “You Talk About Love”. Após a Primavera de 1962, após a mudança de Battiste para Los Angeles, a carreira dela caiu. Mesmo assim ainda emplacou os hits “If You Think”, “Send for Me (If You Need Some Lovin)” e “Recipe (For Perfect Fools)”.

 Após gravar a canção “Something´s Definitely Wrong” o selo rompeu contrato com ela. Mergulhou no inferno das drogas e álcool. Eddie Bo ajudou, em 1967, a produzir a música “Something You Got”, mas o single não estourou.


 Centrou forças na criação de seus três filhos. No final da década de 1970 lançou os hits “ Take Me Somewhere Tonight” e “This Is the Weekend”. Porém sua carreira havia chegado ao fim. Voltou ao evangelho, concentrando suas atividades musicais no coral da igreja.

 Em 2001 cantou “I Know” no funeral de um grande amigo, Ernie K-Doe. Morreu de hepatite em 2006, menos de uma semana antes de completar 64 anos.

Benny Spellman: A voz do sucesso "Lipstick Traces (On a Cigarette)"


Spellman não conseguiu estourar em todas as paradas
Luís Alberto Alves

 A voz grave do R&B de New Orleans é conhecida por Benny Spellman, através das produções de Alln Toussaint. Era o ano do bom som da década de 1960. Quem não se lembra do grande sucesso: “Lipstick Traces (On a Cigarette).”

 Ele passou algum tempo com Huey “Piano” Smith and the Clowns antes de assinar com a Minit Records, onde Toussaint deitava e rolava no domínio da técnica da produção de bons discos.


 Durante boa parte da década de 1960 ele esteve naquela casa, até ela se transformar em Atlantic, onde assumiu trabalho executivo de relações pública para Miller Beer.

Eddie Bo: Grande talento subvalorizado do R&B



Eddie Bo era cantor, compositor, produtor e pianista

Luís Alberto Alves

 Um veterano extremamente subvalorizado do R&B de New Orleans. Bo foi cantor, compositor, produtor e pianista. Grande músico de Funk durante a década de 1960 e começo da de 1970, embora nunca tivesse sentido o sabor de estourar em todos os Estados Unidos.

 Nascido Edwin Joseph Bocage, em 20 de setembro de 1930, era de família musical, incluindo os tios Peter e Charles, além do primo Henry e da mãe, pianista.

 Após o Serviço Militar entrou na Escola de Música de Grunewald, e ali descobriu os talentosos Art Tatum e Oscar Peterson. Começou a tocar na periferia de New Orleans. Logo percebeu que o R&B era sua paixão.

 Juntou forças na banda do Club Tijuana conhecida como Spider Bocage Orchestra. Desse ninho de cobra saíram feras do porte de Ruth Brown, Earl King, Lloyd Price, Big Joe Turner, Smiley Lewis e Guitar Slim.

 Gravou o primeiro disco em 1955 para Ace Records, onde soltou vários singles, um deles, “I'm Wise,” mais tarde acabou adaptado por Little Richard para “Slippin ´and Slidin´” Gravou outros singles para Chess and Checker. Lançou os sucessos regionais: “Every Dog Has Its Day” e “Tell It Like It Is”; o hit “My Dearest Darling” estourou na voz de Etta James.

  Em 1961 o hit “Check Mr. Popeye” vendeu muito disco, mas as versões de Chubby Checker e Huey “Piano” Smith reduziram suas vendas. Aproveitou e produziu discos de Sister Thomas, Chris Kenner e Johnny Adams.

 Na década de 1970, o R&B de New Orleans caiu comercialmente. Por outro lado, o seu estilo de tocar piano na formação jazzísticas criou som característico lançando bases do Funk de New Orleans. É dessa época o hit “Hook and Sling, Pts. 1&2” que estourou nas paradas.

 Logo descobriu que gravadoras gostam de sugar o sangue dos artistas. Criou o próprio selo, Bo-Sound em 1971. Passou a trabalhar pouco com música na década de 1970. Lançou os discos Another Side of Eddie Bo e Watch for the Coming.

 No final dos anos de 1980 gravou com Dirty Dozen Brass Band, excursionando pela Europa. Na década de 1990  ressuscitou sua gravadora Bo-Sound, soltando vários discos, incluindo Eddie Bo and Friends, Back Up This Train e Nine Yards of Funk.


Jessie Hill: De Cantor de sucesso a motorista de táxi em New Orleans



Álcool e drogas acabaram com a carreira de Hill
Luís Alberto Alves

 Recordado melhor para o clássico "Ooh Poo Pah Doo," do R&B de New Orleans, Jessie Hill virou lenda. Esse objetivo entrou na sua vida ainda na adolescência, quando começou a tocar bateria em bandas lideradas por Kid Arnestine e Freddie Domino.

 Em 1951, aos 19 anos, criou a própria banda, The House Rockers, ao lado do guitarrista Little Eddie Lang, os irmãos Melvin e David Lastie no trompete e saxofone.

 Tocaram em todos os Estados Unidos no espaço de um ano. Ao retornar a New Orleans foi tocar bateria com Professor Longhair. Segundo críticos, ele foi grande percussionista e simpático. Antes de formar outra versão de banda, emprestou o talento a Huey “Piano” Smith & The Clowns, em 1958.

 Além de David Lastie nos metais, o grupo tinha o guitarrista Alvin “Shine” Robinson, o baixista Richard Payne e o baterista John Boudreaux. As origens do hit “Ooh Poo Pah Doo” foi baseada num pianista mentiroso, conhecido como Big Four. Em troca de bebida ele cantou essa música. Hill plagiou, na introdução, Dave Bartholomew.

 Virou clássico da R&B de New Orleans. Era o primeiro grande trabalho do produtor Allen Toussaint no começo da década de 1960. Vendeu 800 mil cópias, chegou às paradas da Billboard, R&B Top Five e Pop Top 30.

 Hill levou sua banda numa gigantesca turnê, com apresentação no lendário Apollo Theater de Nova York. Mas o hábito de querer passar as pernas nos parceiro resultou na dissolução do grupo e preciso colocar outros componentes na banda numa apresentação em Washington.

 Aproveitou a onda e lançou a canção “Whip It on Me”, outro estouro na Billboard. Teve também o hit “Scoop Scoobie Doobie”. Escreveu outras letras sem grande repercussão, como “I Got Mine” e “Oogsey Moo”. Resolveu acertar a mão, outra vez, na canção “I Can not Get Enough Of That Ooh Poo Pah Doo” até sair da gravadora em 1962.

  Na tentativa de voltar ao sucesso, mudou para Califórnia, onde fez amizade com colegas como Harold Battiste, Dave Nixon e Mac Rebennack, o futuro Dr. John. Não demorou para Ike & Tina Turner gravar algumas músicas de Hill. O mesmo fez Willie Nelson.

 Em 1972 entrou na Blue Thumb Records para lançar disco solo. Outro fracasso. O vício na bebida atrapalhou sua vida financeira. Para complicar, teve o carro roubado, onde estavam diversas letras. Cinco anos depois voltou à New Orleans, virando motorista de táxi.

O aumento do uso de bebidas e drogas o fez perder a licença. Fazia shows esporádicos. Diversas apresentações ocorreram em sua homenagem para lhe ajudar financeiramente. Em 17 de setembro de 1996 o coração e insuficiência renal o mataram.


terça-feira, 5 de maio de 2015

Huey "Piano" Smith: O pianista de Black Music que virou Testemunha de Jeová



Smith abandonou a música pela religião

Luís Alberto Alves

 Huey "Piano" Smith foi peça importante na preservação da tradição no estilo New Orleans de tocar piano, seguindo os passos de Professor Longhair e Fats Domino. Ele é considerado um dos grandes comediantes do R&B. Isto é comprovado ouvindo seus singles, repletos de humor, apesar de letras sem qualquer sentido.

 Analisando hoje, o som de Smith estava mais para a linha Pop Crossover de Fats Domino, limitando sua exposição. Mas no auge de suas gravações, soube sintetizar o R & B de New Orleans de forma contagiante e divertida, como na canção “Rockin' Pneumonia” e do Boogie Woogie “Flu.”

 Nascido em New Orleans em 1934, começou a tocar piano aos 15 anos. No início da fervorosa década de 1950 passou a ficar ao lado do guitarrista Earl King e caiu no gosto popular, gravando com os melhores artistas da época: “Smiley Lewis, na clássica “I Hear You Knockin”, Lloyd Price e Little Richard.

 Nessa época liderou a própria banda, The Clowns, caracterizado como cantor de Blues da cidade e imitador feminino de Bobby Marchan nos vocais. Smith & The Clowns assinaram com a Ace Records e chegaram ao Top Five de 1957 com o hit “Rockin´ Pneumonia” e o Boogie Woogie “Flu”.

 Apesar de essa canção se tornar padrão do Rock, não figurou no Top 40 por causa do racismo de programadores de rádios brancas. Em 1958 conheceu o maior sucesso com a canção “Don't You Just Know It” / “High Blood Pressure,”, que chegou ao Top Ten Pop e Top Five R&B.

 Em 1959 escreveu o hit “Sea Cruise”. Ela foi gravada por um dos ídolos teen na época, Frankie Ford e estourou nas rádios Pop, pois Ford tinha visual de Mauricinho e era branco.

 Na ânsia de duplicar o sucesso de “Rockin´Pneumonia”, apelou para outros nomes de doenças em outras canções, mas a receita não funcionou. Marchan saiu da banda, após marcar presença na canção “There Is Something on Your Mind” em 1960. Cedeu lugar a Gerry Hall e o vocal masculino ficou nas mãos de Curley Moore.


 Smith pulou para Imperial Records e retornou depois para Ace Records para lançar o disco Pop Eye. Passou parte da década de 1960 pulando de selo em selo e fazendo curtas turnês. Não conseguiu voltar às paradas. Virou Testemunha de Jeová e abandonou a música para sempre.

Diamond Joe: O homem que conheceu profundamente Elvis Presley



Diamond Joe trabalhou com Elvis Presley

Luís Alberto Alves

 Conhecido carinhosamente como Diamond Joe, por sua paixão por usar jóias brilhantes caros, Joe Esposito continua a ter muito a dizer sobre ele a respeito dos anos em que passou como gerente para Elvis Presley.

 Além de lançar um DVD, Elvis: His Best Friend Remembers, que incluiu lembranças pessoais, fotos e recordações, Joe é autor de diversos livros a respeito de Elvis.

 Atuou como consultor para um documentário com 16 horas de duração, descrevendo a vida do falecido rei do Rock. O seu primeiro livro, Good Rockin ´Tonight, acabou editado a partir de manuscrito de 500 páginas.

  Joe repetiu a dose como gerente para Michael Jackson, mas por não agüentar a pauleira do show biz resolveu pedir o boné após 18 meses de trabalho para ficar ao lado da família.



segunda-feira, 4 de maio de 2015

Lee Dorsey: A voz marcante de “Working in a Coalmine”




O grande filho de New Orleans

Luís Alberto Alves

 Lee Dorsey sintetizou o charme solto, descontraído do R&B de New Orleans, talvez mais do que qualquer outro artista dos anos de 1960. Trabalhando com o lendário produtor Allen Toussaint, Dorsey normalmente lançou músicas bem humoradas, mas cheia de tempero da Funk Music.

 Até hoje é lembrado pelo hit "Working in a Coalmine”, que combinou a arte de vender muito disco e grandes gravações. Nascido em New Orleans em 1924, mudou logo para Portland.

 Após o Serviço Militar na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial voltou a essa cidade e virou lotador de boxe, usando o apelido de Kid Chocolate. Dez anos depois pendurou as luvas e retornou para New Orleans.

 Passou a cantar na noite e gravou diversos singles em vários selos, vendendo poucas cópias, exceção apenas para “Lottie Mo”. Em 1961 o produtor Allen Toussaint colocou as mãos no hit “Ya Ya”, inspirado numa rima infantil e ele explodiu nas paradas de sucesso.

 Ganhou dinheiro, mas tinha muitos familiares para sustentar. O negócio foi retornar ao ofício de mecânico de automóveis. Mas Allen gostava da voz de Dorsey. Em 1965 gravou “Ride Your Pony”. Outro grande sucesso.

 Lançou vários discos nos estúdios da lendária Funk New Orleans. É desse período da canção “Working in a Coalmine”, em parceria com Allen. Soltou em seguida “Holy Cow” e “Everything I Do Gonh Be Funky (From Now On)”, outra explosão nas paradas.

 Passou a ser pressionado para duplicar o sucesso. Em 1970 colocou no mercado o álbum Yes We Can pela Polydor Records. No ano seguinte veio  “How Come You Treat Me So Bad”?. Em 1977 tentou chegar ao auge de novo pela ABC Records com o disco Night People. Teve críticas positivas, mas vendeu pouco.


  O ano de 1980 foi o último onde realizou grande concerto numa turnê. Enquanto isso outros artistas regravavam seu grande sucesso “Working in a Coalmine”, caso de John Lennon, Tina Turner e Pointer Sisters. Seis anos depois morreu na cidade onde nasceu.

Frankie Ford: O ídolo teen do R&B de New Orleans




Frankie foi um dos ídolos teen da década de 1950

Luís Alberto Alves

 É irônico que alguns dos maiores hits de R&B de New Orleans sejam cantados por homem branco, nos racista Estados Unidos da década de 1950. Considerado um ídolo teen naquela época, Frankie soltou sua voz para alcançar quem gostasse de suas músicas.

 Gravou diversos singles para Ace Records no final dos anos de 1950, especialmente as dançantes “Sea Cruise”, que chegou ao Top 20 em 1959 e um dos hits, até hoje, identificados com o som clássico do R&B de New Orleans.

 Essa canção começou a ganhar vida no piano de Bobby Marchan, mas o produtor John Vicent teve a idéia de dublar o canto de Frankie na faixa que seria de Huey Smith.


 Ele gravou depois várias canções, contando no apoio com grandes músicos, como o saxofonista Red Tyler. A música “Roberta” foi regravada na década de 1960 pelos The Animals. Depois Frankie sumiu do circuito do Show Biz.