Postagem em destaque

#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Schoolly D: Um dos papas do RAP Gangsta



Schoolly D é dos pioneiros do RAP Gangsta

Luís Alberto Alves

 Schoolly D foi um dos pioneiros do RAP Gangsta, na linha de Ice Cube e outros. Repleto de letras abordando violência, vinganças e elogio à sexualidade. Um de seus discos mais famosos é Maniac, lançado em 1984 e Gangsta Boogie. Também ficou na memória dos fãs o disco independente, cuja faixa “PSK - What Does It Mean” transpirou para ser acrônimo para Park Side Killers, gangue muito famosa na Filadélfia.

 Após amarrar o burro na sombra, passou a fazer pouco para justificar o nome na galeria do RAP Gangsta. Ele explorou bastante a violência das gangues, para tentar ganhar mais fama. Porém foi com hits como “Am I Black Enough For You”, trazendo preocupações sócio políticas que sua reputação passou a brilhar mais.

 Na época de seu álbum Comeback de 1994, lançado pela Ruffhouse Records, da Filadélfia, Schoolly tinha progredido mais. Renunciando as amostras básicas que havia salientado maior parte de sua carreira, usando uma banda de hardcore ao vivo completo, incluindo Chuck Treece (baixo) e Mary Harris (bateria) da casa banda Ruffhouse.

 O disco foi co-produzido pela gravadora Joe 'The Butcher' Nicolo e Mike Tyler.  No disco seguinte retornou ao estilo despojado de antes. No final da década de 1990 escreveu canções para trilhas sonoras dos filmes The King Of New York e The Blackout.




Buzy Bee: Rapper famoso por suas rimas cômicas




Buzy Bee é outra cria do bairro do Bronx, em Nova York

Luís Alberto Alves

 David Parker, depois conhecido como Buzy Bee, é outra cria da Black Music nascida no bairro do Bronx, Nova York. É um velho músico da escola do Hip Hop. Estourou em 1977, aos 15 anos. Trabalhou com feras do porte de Melle Mel, Afrika Bambaataa, Kool e DJ Aj.

 É famoso por suas rimas cômicas. Acabou ganhando grande número de seguidores nas famosas batalhas de RAP em Staten Island, Brooklyn e Nova Jersey. Acabou engolido por Kool Moe Dee no Harlem Mundial em Manhattan, numa dessas guerras travadas em 1981 e documentada.

 Quatro anos ganhou o MC Mundial Supremavy Belt do Seminário New Music. No começo da década de 1980 Afrika Bambaataa o convidou para fazer parte de sua Zulu Nation.  Em 1983 teve destaque no filme Wild Style, que falava do movimento Hip Hop. No ano de 2007 acabou incluído num documentário a respeito dessa vertente da Black Music.

 Apesar da pauleira da vida artística e facilidades de relacionamentos conjugais, é casado há mais de 20 anos, e tem duas filhas.  Seu CD mais recente saiu em 2010, Married Girl 3462.


MC Shan: O rapper do hit "The Bridge"



Shan é o primo mais velho de Marley Marl

Luís Alberto Alves

 MC Shan é o nome de guerra de Shawn Moltke, nascido em Long Island, bairro do Queens, Nova York, em 1965. Rapper, é conhecido pela sua canção “The Bridge”, produzida por Marley Marl. É o primo mais velho de Marl e irmão da rapper Princesa Ivori.

 Em 1985 começou na MCA Records, onde lançou seu primeiro e grande single: “Feed The World”. Apesar do sucesso acabou demitido. Depois entrou na Cold Chillin Records. Após a gravação de alguns singles, saiu em 1987.

 Ficou conhecido por ser instrumento chave na rivalidade do Hip­Hop, conhecido como Guerra das Pontes, entre Juice e Boogie Down Productions. A briga começou quando ele lançou o hit “The Bridge”, como um B/side de “Beat Biter”, numa resposta a LL Cool J. Outro rapper, KRS/One respondeu compondo “South Bronx” e Juice Crew soltou com “Kill That Noise.”

 O segundo disco de Shan, Born To Be Wild, de 1988, revelou sua persona, trazendo produção de Marley Marl. Dois anos depois soltou Play It Again, num estilo mais maduro. 

 Depois passou a se concentrar na produção e trabalhar em filmes. Após gravar o álbum The Bridge 2000, em 1998, voltou à ativa em 2012 com Let´s Bring Hip Hop Back e Everybody Wanna Be A Big Star Drive A Big Car (2013).


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Lincoln Olivetti: Brasil perde grande talento da Black Music



Olivetti, o mago dos arranjos com teclados e metais no estilo Black Music


Luís Alberto Alves

 Quando você ouve os hits “Chega Mais” e “Lança Perfume”, com Rita Lee; “Palco”, Gilberto Gil, “Você e Eu, Eu e Você”, “ Acenda o Farol”, Está Difícil de Esquecer”, Tim Maia , “Festa do Interior “, Gal Costa, entre outros é possível lembrar os arranjos belos de teclados, muito parecidos com os sucessos que marcaram época no final da década de 1970 e 80 nos Estados Unidos. Olivetti morreu aos 60 anos ontem (13/01).

 Por trás dessas obras­ primas estava o talento de Lincoln Olivetti, que revolucionou a Black Music brasileira. Em dupla com Robson Jorge gravou um disco que entrou para história de como misturar Disco Music, Funk (original dos Estados Unidos) e Soul e fazer dançar até quem tem o quadril duro. Um de seus últimos trabalhos foi como arranjador no reality show The Voice. O tema dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, é autoria dele também.

 Infelizmente os puristas de plantão torceram os narizes para Lincoln, por ele investir em teclados e metais em seus arranjos. Caiu no ostracismo na década de 1990, para ganhar uns trocados fazia arranjos para jingles. Porém ficou marcado para sempre na memória dos amantes da boa música. Daquelas de letras curtas, mas de arranjos lindos que viraram temas de amor de muitas vidas.



sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Boogie Down Productions: A dupla que cantou os problemas da comunidade negra dos EUA




Do barra pesada bairro do Bronx para o sucesso

Luís Alberto Alves

 Esta dupla de RAP do pesadíssimo bairro do Bronx (semelhante à Cracolândia) é composta por DJ Scott LaRock e o rapper KRS/One. Igual a maioria dos grupos deste gênero musical em Nova York, as letras deles destacaram os problemas que a comunidade negra enfrenta num ambiente urbano e moderno, agravado pelo uso de drogas, brigas entre gangues e uso de armas de fogo nas ruas.

 Reunidos num abrigo para moradores de rua no Bronx, onde LaRocke era conselheiro e KRS/One cliente, ali encontraram inspiração para a célebre canção “Act 12:41 (‘Success Is The Word’)”. Após o lançamento do álbum de estréia Minded Criminal, os dois sugeriram que os jovens negros tinha direito de usar todos os meios necessários para superar os anos de preconceito e discriminação. Venderam meio milhão de cópias.

 Infelizmente LaRock foi alvo de assassino quando estava dentro de seu carro na Zona Sul do Bronx. As letras do parceiro KRS/One passaram a trazer mensagens de mudança de atitude, exigindo fim da violência e de os negros irem estudar.

  A capa do disco Criminal Minded trazia a dupla com armas nas mãos. As faixas como: “The Style You Haven’t Done Yet” convenceu o público. Serviu de inspiração para novos rappers. Começou a fazer palestras nas universidades e até escrevendo coluna no conceituado jornal The New York Times.

 Na cola da dupla veio Public Enemy. Ambos mantiveram o zelo sobre as mensagens contra violência e aumento da consciência do politicamente correto, numa cena mais madura do RAP de Nova York. Na década de 1990 mudaram o ângulo das letras, recheando seus discos com acompanhamento sem brilho. Lançaram o disco 2 Live Crew beating KRS-One to the punch, bem potente e cheio de energia. Pouco tempo depois KRS/One saiu da dupla para carreira solo.


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Prince Jammy: O homem que colocou o Reggae na era digital


Jammy ganhou muito dinheiro construindo amplificadores de som
Luís Alberto Alves

 Lloyd James é de Montego Bay, Jamaica. É conhecido no circuito artístico como Prince Jammy ou Kink Jammy. Iniciou a carreira musical como mestre do dub no estúdio de gravação de King Tubby. Seus dubs ficaram conhecidos pelo som claro e uso de efeitos.

 Após ganhar dinheiro na construção de amplificadores e conserto de equipamentos elétricos na casa da mãe, em Waterhouse, no final da década de 1960, passou a investir no próprio sistema de som.

 Após sair da Jamaica foi para o Canadá, onde permaneceu alguns anos no começo de 1970. Seis anos depois retornou à Jamaica para montar o próprio estúdio na casa dos sogros.


 No final da década de 1970 lançou suas próprias produções, incluindo o álbum de estréia de Black Uhuru em 1977. Nos anos de 1980 virou produtor de hits Dancehall. Um de seus maiores sucessos foi o hit “Under Me Sleng Teng”, de Wayne Smith. Para muitos essa canção é o primeiro hit em ritmo digital do Reggae, entrando da era moderna do Dancehall. Trabalha com os melhores artistas da Black Music da Jamaica.

King Tubby: O mestre que inovou a Black Music jamaicana


Tubby viveu 48 anos, mas revolucionou a música da Jamaica


Luís Alberto Alves

 O nome de batismo de King Tubby é Osbourne Ruddock, nascido em 28 de janeiro de 1941 em Kingston, Jamaica. Viveu 48 anos, mas deixou seu nome marcado para sempre no Reggae. Na adolescência aprendeu a consertar rádio e no final da década de 1950 já conhecia amplificadores de som.

 Aos 23 anos, em 1964, já personalizava seu próprio sistema, pois já trabalha com Duke Reid. Ao seu lado aprendeu a fazer versões de grandes sucessos. Ao gravar a maior parte das canções, fazendo backing vocal passou a reduzir o mix apenas para o baixo, soltando outras faixas instrumentais para dentro ou fora. Acabou inventado o dub.

 Inicialmente essa técnica foi utilizada para especiais ou placas dub (acetatos personalizados fabricados exclusivamente para uso no sistema de som). Esses espaços no mix permitiram que DJs usassem o sistema de som para esticar liricamente as canções, antes de surgir os rappers nos Estados Unidos na década de 1970.

 Não demorou em produtores de gravadoras começarem a ver potencial nessas versões. Isto ocorreu com os engenheiros de som, Joe Gibbs e Errol Thompson. Para se manter à frente da concorrência, Tubby comprou aparelho mais sofisticados, introduzindo outras técnicas, faders de slides.

 No final de 1971 trabalhava com produtores do naipe de Bunny Lee, Lee Perry, Glen Brown, Augustus Pablo e “Prince” Tony Robinson. Ao longo daquela década emprestou sua técnica para diversos artistas, como Johnny Clarke, Cornell Campbell, Linyal Thompson, Jackie Edwards, Derrick Morgan, Horace Andy entre outros.

 A geração de engenheiros de som treinados por Tubby incluiu King Jammy e “Prince” Phillip. Construiu estúdio próprio. Em 1988 passou a fazer música digital através de computadores, como outros DJs de Raggae do porte de Pad Anthony, Courtney Melody, Anthony Rose Rede e demais feras. Quando tudo navegava em águas tranqüilas do sucesso, Tubby morre assassinado num assalto em fevereiro de 1989.

Ele deixou diversas inovações na Black Music da Jamaica. É dele a técnica de prorrogar as letras de faixas de música, destacando mais na mixagem baixo e bateria, desenvolvida entre 1969/1974.


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Gene Vincent: O cantor de gênio difícil do Show Biz


Gene tinha temperamento igual de Tim Maia

Luís Alberto Alves

 Vincent Eugene Craddock, mais tarde conhecido como Gene Vincent, foi outro grande nome do Rock na década de 1950. Nascido na Virginia em 1935, Gene era amante da destruição. Em julho de 1955 sofreu acidente de moto e teve a perna esquerda ferida gravemente. Dispensado do Serviço Militar na Marinha passou a aparecer nas rádios como astro da Country Music, sob asas do DJ “Sheriff” Tex Davis. Ele supervisionou a fita demo “Be-Bop a-Lula”.

 Em 1956 a mesma canção foi regravada na Nashville Capitol Records, com apoio da banda Blue Caps. Semanas mais tarde estourou nas paradas o hit “Be-Bop a-Lula”. Na carona Elvis Presley fez sua própria versão, mas a versão de Gene com riffs de guitarra e vocais marcaram nos ouvidos dos fãs do Rock, ainda criança.

 Ele era produto difícil para as gravadoras, pois apresentava imagem ameaçadora. A segunda canção, “Race With The Devil” não foi bem, porém explodiu no Reino Unido junto aos simpatizantes das trevas. Sem boa assessoria e influenciado por maus conselhos acabou perdendo espaço no Rock. Nem mesmo a ponta no filme The Girl Can Not Help It conseguiu deter a corrida rumo à ribanceira.

 Conseguiu respirar com os milhões de cópias do hit “Lotta Love”, mas mudanças na banda Blue Caps e problemas pessoais voltaram a lhe prejudicar. As seqüelas do ferimento na perna esquerda começaram a prejudicar sua carreira. Para completar o quadro ruim, mergulhou no alcoolismo.

 No final da década de 1950 foi para a Inglaterra. Ali o produtor Jack Good explorou sua imagem rebelde, incentivando a vestir roupas pretas. Não recuperou a glória do início da carreira. Escapou da morte num acidente de carro em 1966, onde morreu o amigo Eddie Cochran.

 Em 1970 gravou um disco sem grande destaque. Prosseguiu cantando, centrando fogo no repertório antigo. Desiludido passou a reclamar dos velhos amigos. Era apresentado como lenda original do Rock. Virou refém do tempo e já não encontrava força para seguir na carreira.

 A dor na perna o levou de vez ao alcoolismo, prejudicando a saúde. A agonia terminou em 1971, quando uma úlcera hemorrágica acendeu o sinal verde para morte. O Rock perdia um de seus mais rebeldes representantes.