Se tivesse juízo, Dinah Washington teria carreira longa de sucesso |
Luís
Alberto Alves
Ruth Lee Jones era nome de batismo de Dinah
Washington. Viveu apenas 39 anos, porém deixou marcado para sempre o seu nome
no Jazz. Nascida no Alabama e crescida em Chicago, ela cantou pela primeira vez
nos grupos de louvor da igreja, onde também tocava piano. Depois passou a
trabalhar em clubes locais até Lionel Hampton encontrá-la e ser contratada.
De 1943 a 1946, com 23 anos, Dinah gravou
sucessos como “Evil Gal Blues”, composta por Leonard Feather e “Salty Papa
Blues”. Após sair das asas de Hampton optou por cantar R&B e estourou de
novo nas paradas com os hits: “ Blow Top Blues” e “I Told You Yes I Do”.
Nos anos seguintes prosseguiu na praia do
R&B, mas flertou com Jazz, Blues e canções populares, sendo a grande voz da
Soul Music. O erro dela foi se envolver com drogas e bebidas, morrendo
precocemente.
Desde o início da carreira, Dinah misturou
com êxito música sacra e o lado lascivo do Blues. Esta receita ajudou o público
a gostar de suas interpretações, algo raro para artistas negros daquela época.
Sem noção, gastava muito dinheiro com jóias, carros, casacos de pele, bebidas,
drogas e mulheres.
A voz de Dinah era linda, pois cantava
colocando muita emoção, mesmo quando as letras não tinham grande riqueza
lírica. Transformava algo banal em bom material. Entre seus sucessos populares
estão: “What A Diff´rence A Day Make”, maior sucesso solo, e “September In The
Rain”.
Cantou bastante tempo sozinha, porém no final
da década de 1950 gravou duetos ao lado do então marido, Eddie Chamblee. Esses hits explodiram nas paradas, além de duplas junto
com Brook Benton, “Baby (You Got What It Takes”) e “A Rockin´Good Way (To Mess
Around And Fall In Love)”.
Ela deixou vasto repertório gravado, variando
desde Jazz, em apresentações com Clark Terry, Jimmy Cleveland, Blues Mitchell e
outros, a álbuns de canções associados à Fats Waller e Bessie Smith. Essas
canções a colocou no posto de uma das principais vozes mais versáteis do Jazz.
Foi casada inúmeras vezes e
teve diversos amantes. Num filme de 1958, Newport Jazz Festival Jazz On A
Summer’s Day, era visível o desgaste provocados por esses excessos. Quando
todos imaginavam que estava feliz ao lado do sétimo marido misturou bebida com
remédios e veio o fim.