Marsha Ambrosius: O cartão de visita da Black Music britânica

Marsha é o cartão britânico da Black Music

Luís Alberto Alves

 Marsha Ambrosius é cantora e compositora que fez parte do grupo Floetry. Britânica, nasceu em 1977, e antes de entrar no ShowBiz estudou negócios e finanças, para depois se graduar em Artes Cênicas, Mídia e Arte. Seus planos era estudar no Instituto de Tecnologia da Georgia, em Atlanta, mas um problema de saúde a impediu de realizar o sonho. Resolveu ficar na Universidade de Middlesex, em Londres.

 Durante esse período manteve contato com duas meninas que fazia parte do Floetry. Em 1999 escreveu e apresentou uma canção numa editora musical. Estreou peça de teatro mesclando canto e diálogos. O ano 2000 marcou sua viagem aos Estados Unidos no circuito da poesia, até chegar à Filadélfia, onde conheceu Darren “Limitless” Henson e Keith “Keshon” Pelzer e começou a gravar.

 Dois anos depois entrou na DreamWorks Records lançando o CD Floetic, destacando os signles “Floetic” e “Say Yes”. O álbum ganhou destaque no Reino Unido com mais faixas. A partir daí não parou mais. Soltou no mercado os hits: “I'm Black”; “The Game's ", “Start from Scratch" e "Why You Hate The Game."  Na parceria com Nas soltou as canções: “Get You Some" e "Cocaina"; e "Hustlers" , "Music for Life" junto com Jamie Foxx's . Colaborou com a banda Earth, Wind & Fire no hit “Elevated”.

 Após o mercado conhecer seu talento, escreveu músicas para vários artistas, que vão de Alicia Keys, Rayen­Symoné, Jamie Foxx, Mario de Fabolous, Slum Village e Wale. Em 2009 foi abordada por inúmeras gravadoras, após apresentação em Nova York acompanhada por The Roots e DJ Aktive. Entrou na J. Records, onde lançou um CD em 2011.

 “Far Way” foi o segundo single do disco. Pela primeira vez  em 20 anos na história da Billboard uma cantora britânica, de Black Music, liderou as paradas nos Estados Unidos. Ganhou vários prêmios, inclusive indicação ao Grammy de 2011, pela música “Far Way”. Saiu da J. Records e foi para RCA Records para lançar o CD Friends & Lovers

Ruby Andrews: A cantora do hit “Casanova (Your Playing Days Are Over)”

Ruby é conhecida pelo seu maior sucesso "Casanova (Your Playing Days Are Over)"

Luís Alberto Alves

 Ruby Stackhouse, mais tarde conhecida como Rubi Andrews, nasceu em Hollandale, Mississippi em 1947. Vinte anos depois estourou nas paradas de R&B com o hit “Casanova (Your Playing Days Are Over)”. A canção, co- escrita e produzida por Joshie Jo Armstead , contou com um típico estilo de Chicago, mas foi gravada e arranjada por Mike Terry, em Detroit.

 A maioria dos hits de Ruby  teve a produção da equipe de Fred Bridges, Robert Eaton e Richard Knight, trio bem-sucedido com o grupo vocal Brothers of Soul, principalmente na canção “of ‘I Guess That Don’t Make Me A Loser’ Fame”.

 Ela  cresceu muito como boa vocalista, principalmente ao gravar canções agressivas igual “You Made A Believer (Out Of Me)” que teve grande destaque nas paradas Pop em 1969, seguida de “Everybody Saw You” (1970) e “‘You Ole Boo You” (1971).

 Gravou vários de seus discos em Detroit e Memphis. Quando esteve na ABC Records, entre 1976 e 1977, não produziu nenhum hit. Em 1980 teve novos ares na carreira, cantando como trio feminino, lançando versão Disco Music no Reino Unido, sem grande sucesso. Em 1991 Jerry (Swamp Dogg) Williams produziu o disco Kiss This, na Califórnia.

Linda Jones: A estilista do Soulful

Linda Jones é considerada uma das maiores cantoras de Soulful

Luís Alberto Alves

 Linda Jones viveu apenas 32 anos, mas deixou sua marca na Black Music dos EUA. Era considerada estilista na arte de cantar Soul. Começou num grupo gospel de sua família, Singers Jones aos seis anos de idade. Aos 19 gravou a primeira canção, “Lonely Teardrops”, usando o codinome de Linda Lane pela Cub Records em 1963.

 Depois lançou outros singles, sem sucesso, na ATCO Records em 1964 e Blue Cat em 1965. O ano de 1967 marcou a parceria com compositor e produtor George Kerr na Russ Regan’s Loma Records. Ali lançou o hit “Hypnotized”. Depois passou pela gravadora da dupla Gamble e Huff, do inesquecível Som da Filadélfia, até chegar à Turbo Records, de Sylvia Robinson em 1971.

 Linda poderia ter ido mais longe, caso não tivesse a diabetes presente no seu sangue. Numa apresentação que faria no Teatro Apollo, em Nova York, em 14 de março de 1972, passou mal no camarim e morreu pouco tempo depois no hospital. Era uma cantora à frente de seu tempo. Tinha facilidade espalhar uma frase musical sobre várias notas, numa forma de arte.

 Serviu de inspiração para vários artistas de R&B, talvez uma das mais intérpretes de Soulful da história deste gênero musical. Em 2008, sua filha Terry Jones, junto com Helen Bruner, produziram um CD com vocais de Linda e uma das faixas “Bay I Know” acabou nomeada ao Grammy.

The Satintones: Um dos primeiros grupos da gravadora de Berry Gordy

The Satintones foi um dos primeiros grupos a gravar na Motown Records

Luís Alberto Alves

 O grupo The Satintones foi o primeiro conjunto da Motown Records, gravando de 1960 a 1961, lançando seis singles. Tudo na época do Blues e R&B, antes da chegada da banda de estúdio, focada em arranjos de Jazz, The Funk Brothers. Nessa época a gravadora de Berry Gordy lançava nove discos ruins para um bom.

 A banda original era formada por Charles “Chico” Leverett, Sonny Sanders, James Ellis e Robert Bateman. Chico cantou com os Spinners e gravou o hit “Solid Sender” na Tamla Records. Viraram quinteto em 1961 com a entrada de Vernon Williams com nova formação entrando Sammy Mack. Os hits eram assinados por Brian Holland.

 Estouraram nas paradas com os singles: “My Beloved”, "Motor City”. "Tomorrow and Always”, "Angel," "I Know How It Feels” e "Zing Went the Strings of My Heart". A canção “Tomorrow and Always” criou controvérsia e ação judicial da Motown. Ela era resposta ao hit das The Shirelles, “Will You Still Love Me Tomorrow”.

  Todos os integrantes do grupo já estavam em carreira musical antes da formação dos The Satintones. O mais destacado era Sonny Sanders, arranjador e compositor da Golden World Records. Mais tarde ele mudou para Chicago e escreveu para Barbara Acklin o hit “Love Makes a Woman”. Bateman produziu e escreveu as músicas: “It's Too Late" e "If You Need Me” para Wilson Pickett. Para as Marvelettes, ele fez “Jamie”.

 Inexplicavelmente, a Motown mantém até hoje mais de 20 faixas inéditas dos The Satintones, sem contar outras 12. Na década de 1990, eles lançaram algumas canções, produzidas por Ian Levine. Por incrível que pareça, são melhores do que as originais da década de 1960.

Eddie Holland: A fábrica de sucessos da Motown Records

Holland é considerado uma fábrica de sucessos na Motown Records

Luís Alberto Alves

 Eddie Holland nasceu em 1939, em Detroit. Assim como o irmão Brian, ele colocou os pés na música no começo da década de 1950, cantando no grupo Fidelatones e produzindo gravações para Jackie Wilson. Em 1958, aos 19 anos, conheceu Berry Gordy, que iria fundar a Motown Records. Passou a trabalhar numa série de simples solo para a Mercury Records e United Artists Records.

  Em 1961 foi para a iniciante Motown Records e o hit “Jamie”, paródia carinhosa de Jackie Wilson estourou nas paradas de sucesso dos Estados Unidos. Três anos depois emplacou mais três hits, entre eles “Leaving Here”. Nessa mesma data inaugurou a mais bem-sucedida parceria de todos os tempos na Motown: Holland/Dozier/Holland.

 Como letrista do trio, se envolveu num grande número de canções para artistas do cacife de Supremes e Four Tops. Também colaborou com o compositor e produtor Norman Whitfield em diversos singles. A partir daí não parou mais, escrevendo e produzindo na Invictus Records em 1968. Continua em atividade com seus antigos parceiros.

Tyrese: Talento nascido na periferia de Los Angeles

Tyrese é cria da periferia de Los Angeles

Luís Alberto Alves

 Tyrese é conhecido pelas canções estilo R&B que interpreta, além de modelo de sucesso e ator. Nascido em 1978 na cidade de Los Angeles, cresceu no gueto de Whatts. Mas foi ali que ganhou a grande oportunidade de participar de propaganda para uma grande indústria de refrigerante.

 Logo a RCA Records percebeu seu talento e o trouxe para seu cast. O primeiro álbum saiu em 1998, com o sucesso dos hits “Nobody Else”, “Sweet Lady” e” Lately”. Depois Tyrese emendou uma sequência de trabalho como modelo e papeis em séries de televisão.

 Em 2000 lançou o CD Watts, que teve a produção de grandes profissionais, criando um produto elegante e altamente comercial.  Saiu da RCA Records e entrou na J. Records, gravando o álbum I Wanna Go There. Para em seguida centrar fogo em trabalho nos filmes de Hollywood, como: 2 Fast 2 Furious e Flight Of The Phoenix, entre 2003 e 2004. Depois lançou o CD dedicado ao R&B e Hip­Hop, quando adotou o apelido Black-Ty. 

112: Outro conjunto que veio de Atlanta

O quarteto nasceu em Atlanta trazendo nas veias a Black Music

Luís Alberto Alves

 Este quarteto nasceu em Atlanta, trazendo nas veias o Gospel, Soul e Hip ­Hop. Foi a primeira banda a sair do selo Bad Boy, criado por Sean “Puffy” Combs. Os meninos tinham imagem limpa e saudável, ao contrário dos outros integrantes daquela gravadora. Em 1996 lançaram o primeiro álbum e colocaram algumas canções nas paradas de R&B, destacando o hit “Only You”, além do single “Peaches”, indicado ao Grammy de 1997, como Melhor Performance de RAP.

 A peça principal do grupo é Marvin Eugene “Slim” Scandrick”, responsável pelos arranjos de cordas, incluindo viola, violoncelo, contrabaixo e violino. Michael Marcel Keith responde pelos teclados, Quinnes “Q”Parker responde pelos vocais suaves, ajudando o vocalista Daron Jones, que às vezes é produtor musical.

 O grupo começou quando eles se conheceram durante a escola secundária. A banda primitiva tinha Daron Jones, Michael Keith e Reginald Finley. Depois entrou Aldon Lagon, que trabalhava de balconista num restaurante, para em seguida chegar Scandrick, que cantava no coral da escola.

 Mas quando começaram a sair da adolescência, Lagon saiu da banda, pois não conseguia mais manter a harmonia vocal. No seu lugar entrou Quinnes Parker em 1994. Porém a banda teve outra baixa, com Finley pulando do barco. Este detalhe não impediu de Sean “Puffy” Combs, da Bad Boys Records apostar no conjunto. Mudaram para Nova York e lançaram o primeiro disco, em 1996, ganhando Disco Duplo de Platina, cuja produção ficou nas mãos de Tim & Bob. Para aumentar a moral do grupo, os meninos passaram a abrir shows dos Isley Brothers, a pedido de Ron Isley.

 De 1997 a 2001 colocaram várias canções nas paradas de sucesso dos Estados Unidos, começando com o single “Come See Me”, além de “Cupid”, produzida por Arnold Hennings. Eles passaram mais de um ano fazendo turnês seguidas. Em 1998 estouraram com o hit “Love Me”, ganhando Disco de Ouro e depois de Platina. Para esquentar mais a fogueira saíram em turnê ao lado de Whitney Houston no Verão de 1999.

 O terceiro álbum rendeu outra indicação ao Grammy, em 2001. Porém enquanto preparava o quarto disco, Puffy Combs passou a ter problemas com a Justiça. Sem poder usar os estúdios da Bad Boys Records de Nova York foram para Nashville para gravar o novo disco. O esforço valeu o Disco de Ouro e Platina, além de outra indicação ao Grammy.

 O amadurecimento profissional os levou a saírem da Bad Boys em 2002, para entrar na Def Jam Records. Deixaram a gravadora em paz, mas ocorreram discordâncias sobre a propriedade de direitos autorais do catálogo de músicas da banda. Lançaram o CD Hot & Wet. Estouraram na Billboard 200. Em 2005 lançaram outro CD.

 O ano de 2007 marcou a criação do próprio selo da banda, One Twelve Music Group. Prosseguiram em turnês em 2008, depois cada um resolveu investir em projetos solos. Daron Jones saiu do grupo, mas voltou. Q. Parker lançou álbum solo no final de 2008, trazendo o single “So Fly”. Michael Keith também saiu da banda, acusando Slim de roubá-lo.  O conjunto agora é composto por Q. Parker e Daron. Que recebeu Keith novamente em 2010. O ano de 2012 marcou o retorno dos quatro membros da banda e engataram outra turnê.

SWV: Banda que valorizava sensualidade nas canções

O grupo durou apenas cinco anos

Luís Alberto Alves

 SWV é a sigla para Sisters With Voices. As meninas (irmãs) são do gueto do Brooklin e Bronx, em Nova York. O grupo é formado por Coko (Cheryl Gamble), Taj (Tamara Johnson) e Lelee (Leanne Lyons). Como sempre acontece na indústria do ShowBiz, acabaram moldadas pelo produtor Teddy Riley, para refletirem o som das ruas.

 Do CD delas apareceram canções descrevendo detalhes íntimos de guerras sexuais. A estréia, em 1993, trouxe hits tanto de RAP como estilo a Cappella, além dos singles “‘I’m So Into You”, “Weak” e “Right Here/Human Nature”. Este último estourou no Reino Unido e nomeado ao Grammy de 1995.

 Em 1996 soltaram o disco A New Beginning, repetindo a fórmula no ano seguinte. As insinuações sexuais das canções eram perfeitas, mas muito suave para o gosto de parte do público de R&B. Em 1998, uma das integrantes do grupo, Coko,  lançou o primeiro disco solo, resultando no fim da banda.

Tamia: Talento descoberto por Quincy Jones

Tamia começou a cantar no coral da igreja

Luís Alberto Alves

 Tamia é filha de uma mãe adolescente, começou a cantar no coral da igreja de Windsor, Canadá, onde nasceu em 1975. Depois se interessou por canto, dança e interpretação. Não demorou para se apresentar em peças de teatro, até chegar ao casamento com o jogador de basquete Grant Hill.

 Em 1993 ganhou o YTC Vocal Achievement Award. No ano seguinte foi a uma festa bancada por sua empresária, Brenda Richie em homenagem a Luther Vandross. Ali encontrou com Quincy Jones e competente maestro percebeu estar diante de um diamante bruto nas mãos.

 Logo a colocou para cantar no seu álbum Q´s Jook Joint. A interpretação de Tamia no hit “You Put A Move on My Heart” fez a canção estourar na parada de R&B da Billboard, resultando na sua indicação ao Grammy, como Melhor Vocal R&B.

 O ano de 1995 marcou o lançamento do single “Missing You”, ao lado de Brandy, Gladys Knight e Chaka Khan, para trilha sonora do filme Set It Off. Outra indicação ao Grammy. Em 1997 apareceu como atriz no filme Speed II: Cruise Control, na companhia de Sandra Bullock. Emendou cantando “Make Tonight Beautiful” uma das músicas da trilha sonora da película.

 Abril de 1998 teve o lançamento do seu primeiro álbum, trazendo as participações de Jermaine Dupri, Keith Crouch, Tim Kelly, Bob Robinson, Mario Wynans e Quincy Jones. Dois anos depois entrou na Elektra Records, soltando o CD A Nu Day. O álbum teve a participação de Missy Elliott, ganhando o Disco de Outro. Depois ela gravou Stranger In My House.

 Voltou em 2003 com o CD Still, produzido por Babyface. Algumas das faixas do disco são: “ Mr. Cool”, “It´s A Party” e “No Way”, além do hit adrenalina, “Smile”. Ela também é ajudou compor os hits “Whispers” e “Don´t Ask Why”, junto com Peter Lord e Jeff Smith.