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Luís Alberto Alves/Hourpress

quinta-feira, 20 de março de 2014

Diane Shuur: Vocalista influenciada por Dinah Washington

A deficiência visual não influiu no talento de Diane Shuur


Luís Alberto Alves

 Dianne Schuur Joan nasceu também na década de 1950, em Tacoma, Washington. É uma das vocalistas mais populares do Jazz Contemporâneo e uma das mais vendidas. Cega desde o nascimento cresceu em Auburn, pegando o Jazz com grande entusiasmo, logo aprendendo o repertório de Dinah Washington.

 Entre os três e quatro anos de idade, passou a ouvir os discos de Duke Ellington de sua mãe e seu pai ao piano. Aos nove anos começou a cantar profissionalmente e escrever suas próprias canções aos 16 anos. Em 1975, aos 22 anos, conquistou um lugar na big band do baterista Ed Shaughnessy, viajando com o grupo para o Monterrey Jazz Festival, onde conheceu Dizzy Gillespie.

 Nesse mesmo festival, porém quatro depois conheceu o saxofonista Stan Getz, que fez grande propaganda do seu talento e a convidou para tocar com ele na Casa Branca em 1982. Dois anos depois, ela foi convidada pela primeira-dama Nancy Reagan, e a gravação da transmissão deste concerto lhe valeu um contrato com a gravadora GRP.

 Schuur ganhou prêmios Grammy em 1986 e 1987, e lançado quase um álbum por ano para GRP, alguns deles com outras estrelas superior de Jazz e Blues, incluindo BB King e da Orquestra de Count Basie. Ela tem voz agradável, musical, mas sua tendência é seguir o modelo GRP de Jazz / Pop ao invés da vontade do seu próprio coração. Seu melhor trabalho veio depois que ela deixou a gravadora no final dos anos 90 e começou a gravar para a Atlantic Records e Concord Records.


Dee Dee Bridgewater: Vocalista talentosa de Memphis


Dee Dee Bridgewater é uma grande cantora


Luís Alberto Alves

 Foi em 1950 que nasceu Denisse Eileen Garrett, mais tarde conhecida como Dee Dee Bridgewater. Da famosa terra do Memphis, Tennessee, fez suas primeiras apresentações cantando no Oeste dos EUA, depois se tornou vocalista caracterizada com a big band da Universidade de Illinois.

 Aos 20 anos, em 1970, casou com o trompetista Cecil Bridgewater e passou a usar o nome de casada, mesmo após o divórcio. Juntos gravaram, incluindo o bem-sucedido Afro-Blue (1974), que teve a participação do saxofonista tenor Ron Bridgewater.

 Em Nova York, durante o começo da década de 1970, cantou regularmente com a Thad Jones - Mel Lewis Jazz Orchestra. Depois emendou carreira paralela como artista em musicais de teatro, incluindo The Wiz, pelo qual ganhou o prêmio Tony em 1975.

Até o final daquela década, ela optou por trabalhar fora do circuito de Jazz cantando Pop Music, no Oeste dos EUA. A longa permanência na Europa a levou a centrar fogo no Jazz e mais aparições no palco, incluindo Sophisticated Ladies em Paris, França e Londres, num papel de liderança em Lady Day.

 Depois retornou aos EUA e visitou regularmente festivais de Jazz em diversas partes do mundo. O final dos anos de 1980 marcou a gravação do álbum Victim of Love, num lindo dueto com Ray Charles no hit “Til The Next Somewhere”. Colaborou com o pianista Horace Silver, ex-patrão do seu primeiro marido, num disco tributo no começo da década de 1990.

 Da mesma forma sensível era seu excelente tributo a Ella Fitzgerald, Dear Ella, lançado pela Verve Records em 1997. O álbum ganhou um Grammy no ano seguinte, na categoria de Melhor Álbum Vocal Jazz. Um álbum ao vivo Superb foi lançado no ano seguinte.

 No novo milênio, Bridgewater diversificou sua gama com álbuns explorando a música de Kurt Weill (This Is New), chanson francesa (J'Ai Deux Amours) e a música Africana (Red Earth: A Malian Journey).

 Com um estilo bem enraizado no Gospel, ao que ela traz um sentimento fresco e contemporâneo, Bridgewater tem todas as qualidades necessárias para fazer uma marca duradoura como uma cantora de Jazz. No entanto, seus sucessos em outras áreas tem a convencido a ampliar seu repertório ainda mais, o que tende a diluir seu núcleo Jazz.


Racionais MC´s: A essência do RAP do Brasil




O Racionais MC´s já entrou para história do RAP mundial

 Luís Alberto Alves

 Quando se fala de RAP no Brasil e até nos Estados Unidos é impossível deixar de citar Racionais MC´s. Até o nome do grupo mostra personalidade, numa época em que o emocional domina a razão, e o correto seria o inverso. Surgiram no final da década de 1980, ainda cobertos pela discriminação das grandes gravadoras que não apostavam neste gênero musical.

 O primeiro álbum saiu pelo selo Zimbabwe Records, cuja praia era música negra, na coletânea Consciência Black. De cara estouraram os hits “Pânico na Zona Sul” e “Tempos Difíceis”. Em 1990 as duas canções sairiam no primeiro disco solo deles, Holocausto Urbano. A escolha do nome do álbum revela a grande consciência política do líder do grupo, Mano Brown (o apelido Brown foi inspirado no ídolo de adolescência e dos bailes de Black Music, James Brown que superlotou o extinto ginásio do Palmeiras, em SP, em 1978, trazido pela equipe Chic Show).

 A grande jogada dos Racionais MC´s é compor letras falando de racismo e miséria na periferia paulistana. Algo que ainda persiste apesar de estarmos no século 21, assim como a violência policial que considera todos os negros suspeitos, mesmo que estejam portando documentos, comprovando sua honestidade.

 Logo os adolescentes e jovens assimilaram a proposta musical do grupo, pois suas canções retratavam a dura realidade que eles enfrentavam e ainda enfrentam ao passar por uma blitz na periferia. Fizeram uma série de shows na Grande SP, dois deles na Febem (atual Fundação Casa). Apesar do rigor das letras, os Racionais MC´s não pregam o crime como padrão de vida, mas a honestidade acompanhada de consciência política, instrumentos eficazes para mudar a sociedade.

                                                           Racismo
 Em 1991 abriram o show do Public Enemy, um dos mais famosos grupos de Hip-Hop dos Estados Unidos, no ginásio do Ibirapuera, São Paulo.  As mensagens dos Racionais os levaram a desenvolver trabalhos direcionados à comunidade pobre, por meio da Secretaria Municipal de Educação, em palestra em escolas sobre drogas, racismo e violência policial.


O final de 1992 marcou o lançamento do álbum Escolha seu Caminho, em 1993 gravaram o disco Raio x Brasil, terceiro do grupo, após participarem do projeto Música Negra em Ação. O lançamento na quadra da escola de samba Rosas de Ouro, na Freguesia do Ó, atraiu público de 10 mil pessoas. É deste CD a inesquecível e talvez as duas das mais famosas canções dos Racionais MC´s, “Fim de Semana no Parque” e “O Homem na Estrada”, autoria de Mano Brown.

 Os dois hits estouraram, conquistando inclusive o coração da crítica e de vários intelectuais. Até hoje o senador Eduardo Suplicy (PT) quando faz discurso no Congresso Nacional a respeito da violência policial, canta trechos de “O Homem na Estrada”. Nessas duas canções Mano Brown retrata a rotina, primeiro, de uma criança pobre na periferia, que pouco mudou até os dias de hoje. Na segunda fala da luta do retorno de um presidiário em voltar aos braços da sociedade, que ainda o discrimina por ter passado vários anos detido.

 O fundo musical de “Ela Partiu”, de Tim Maia, inclusive na introdução, fez de “O Homem na Estrada” a marca registrada dos Racionais MC´s na luta contra a violência policial cometida contra moradores na periferia de São Paulo e do Brasil. O sistema não gostou das críticas e durante concerto realizado no Vale do Anhangabaú, Centro de SP, no final de 1994, princípio de confusão, levou os membros do grupo presos, acusados de incitação à violência.

                                                           Abolição
 Já tinham conquistado o espaço na Black Music do Brasil. Passaram a participar de vários concertos filantrópicos em benefícios de pessoas soropositiva do vírus HIV, campanhas de agasalho e contra a fome, além de atuarem em protestos como o aniversário da Abolição dos Escravos no Brasil.

 O final de 1997 veio com lançamento do CD Sobrevivendo no Inferno, pela gravadora Cosa Nostra, criada por eles. Venderam mais meio milhão de cópias. Logo surgiram inúmeros convites de programas de auditórios populares, como de Gugu Liberato, na época no SBT, de Silvio Santos, entre outros, mas sempre recusados. Os Racionais são conscientes em não aceitar virar massa de manobra nas mãos de programas que fazem o jogo do sistema, interessados cada vez mais na alienação dos adolescentes e jovens brasileiros.

 Colocaram no mesmo balaio algumas rádios, que por causa da audiência, achavam que podiam aplicar sobre o grupo a desonesta cobrança do jabaculê (propina para tocar determinada música de CD de um artista). Mano Brown deixava bem claro que sem ajuda delas, no boca a boca da periferia, os CDs deles vendiam bastante e continuam saindo igual pipoca na porta de cinema.

 É deste CD outras belas canções: “Diário de um Detento” (composta por um presidiário que cumpria pena, na época na extinta Casa de Detenção, bairro do Carandiru, Zona Norte de SP), “Fórmula Mágica da Paz”, “Capítulo 4, Versículo 3” e “Mágico de OZ”.

                                                           Violência
 Este álbum transformou para sempre os Racionais MC´s num maiores grupos de RAP do Brasil, inclusive ganhando adeptos nos Estados Unidos. Conscientes do papel que exercem na periferia, dois membros do grupo, principalmente Mano Brown moram na região de Capão Redondo, Zona Sul paulistana, considerada durante vários anos berço da violência, colocando o Jardim Ângela como um dos locais mais perigosos do mundo na década de 1990.

 Ao receber o prêmio Video Music Brasil, da MTV Brasil, Mano Brown criticou a plateia dizendo que sua mãe, como empregada doméstica já teria lavado as roupas de muitos playboys presentes ao evento. Deixou bem claro que o público dos Racionais MC´s seria sempre os jovens da periferia do Brasil.

 Continuaram vendendo CDs acima da cifra de 500 mil cópias. Ignorando o sistema das grandes gravadoras, eles repassam seus álbuns em bancas de jornais, bailes, clubes, quadras, shows e camelôs. Em 2002 lançaram o álbum Nada Como um Dia Após o Outro Dia, CD duplo, também bem recebido pela crítica. Nele estão outros hits inesquecíveis: “Vila Loka”, “Negro Drama”, “Jesus Chorou” e “Estilo Cachorro”. Quatro anos depois soltaram 1000 Trutas, 1000 Tretas, primeiro DVD do grupo.  Em 2007 participaram da Virada Cultural de São Paulo e o show terminou em pancadaria. Em 2013 voltaram sem conflitos.

 O mês de setembro de 2007 marcou a presença de Mano Brown no programa Roda Viva, exibido pela TV Cultura de São Paulo. Com pouca audiência, a notícia de que a liderança dos Racionais MC´s estaria ali para passar pela metralhadora giratória de vários jornalistas levou mais de 150 mil pessoas, segundo pesquisa do Ibope, a ficarem diante da televisão num dia de semana, após as 22 horas. Entre as perguntas, algumas tentaram ligar as músicas do grupo como incentivo à violência e tráfico de drogas.

                                                            Suspeito
  Com muita sabedoria, inspirada nas vidas de Martin Luther King e Malcom X, Brown negou que as canções dos Racionais MC´s apoiem o crime. Pelo contrário a mensagem é pela honestidade e que o governo responda da mesma forma, em vez de considerar suspeito todo negro residente na periferia. Quanto às drogas perguntou aos jornalistas quantos deles saiam dos jornais e emissoras de televisão para beber cerveja e voltar alcoolizado para casa.

 “O álcool é uma droga tolerada pelo sistema, que mata mais pessoas do que as que eles taxam de ilícitas. Quem é alcoólatra não pode questionar quem usa outros tipos de drogas. Estão no mesmo balaio”, retrucou.  Não contentes mudaram o foco para política, perguntando por que os Racionais MC´s gostam do PT.  Mano Brown respondeu que o governo do PSDB nunca fez nada pela periferia. “Pelo contrário apoia a violência da polícia contra nós. O PT, pelo menos, construiu o CEU (espaço que reúne várias atividades abertos todos os dias em diversos bairros periféricos de São Paulo, inaugurados na gestão da prefeita Marta Suplicy), onde nossas crianças podem brincar”, disse.

 Depois abordaram a questão do racismo, tentando colocar os Racionais MC´s como incentivadores da discriminação contra os brancos no País. Novamente Mano Brown desarmou a bomba. “O negro brasileiro apenas exige o que lhe retiraram dele. Aliás, racismo comete a polícia contra a população da periferia, onde todo negro é suspeito. Nos meios de comunicação também há racismo. Nesta banca de entrevistadores cadê os jornalistas negros?”, questionou.

 Numa viagem aos Estados Unidos, durante jantar oferecido em badalado restaurante de Nova York na companhia de alguns dos mais representativos rappers norte-americanos, Brown criticou a ostentação de alguns deles: “tem muito negro passando fome e vocês desperdiçando comida, esbanjando riqueza, com tanta pobreza na África. É preciso continuar fazendo do RAP ferramenta de transformação, não de ostentação”, finalizou.

                                                          Marighella
 O novo CD, lançado em 2014, traz várias músicas interessantes, uma delas “Mente de Vilão” já faz a cabeça da rapaziada. O mesmo estilo continua de falar da realidade que a periferia vive todos os dias, porém de maneira simples e mais crítica. Pela internet é possível baixar o novo álbum do grupo. Os Racionais MC´s têm marcado diversos shows para este ano, após 11 sem lançar nenhum álbum.

 Pelo visto o quarteto Edi Rock, Ice Blue, Kl Jay e Mano Brown continuará apavorando nos shows, pelos singles: “Tá na Chuva”, “Mulher Elétrica” e “Mil Faces de Um Homem Leal (Marighella)” é possível ver que o novo CD é adrenalina pura, daquela que só mentes racionais podem captar.










quarta-feira, 19 de março de 2014

Buck Clayton: Grande talento da Jazz At The Phiharmonic


Na adolescência Clayton já levava jeito para a música


Luís Alberto Alves

 Wilbur Dorsey Clayton, nascido em 1911, em Parsons, Kansas, era o nome de batismo de Buck Clayton.  Talentoso, na adolescência já tocava trompete, inclusive realizando alguns trabalhos na sua cidade natal e depois na Califórnia. Na costa Oeste dos Estados Unidos participou de várias bandas, incluindo a liderada por Charlie Echols, depois criou seu próprio grupo e em 1936 acabou convidado por Count Basie para se unir ao seu conjunto.

 Na época do Serviço Militar, no de 1943, a fama de Buck se espalhou por causa dos lindos solos que saiam do trompete que maneja com maestria, inclusive nas gravações de discos de Count Basie. Após a Segunda Guerra passou a trabalhar em pequenos grupos e despontou como membro do Jazz At The Philharmonic. Teve, também, destaque ao lado do ex-colega Jimmy Rushing Basie e bandas formadas por grandes e pequenos músicos, sob sua liderança.

 No começo da década de 1950 participou de inúmeras gravações, incluindo Jam sessions conceituadas, reunindo vários jazzistas populares, entre eles Benny Goodman e Harry James. Nessa época passou a excursionar com Mezz Mezzrow, Eddie Condon e Sidney Bechet. Solista nato era habilidoso na organização dentro de uma banda.


 Infelizmente no final dos anos de 1960começou a sofrer problemas de saúde nos lábios. A Medicina não conseguiu resolver a questão. Durante a década de 1970 resolveu se dedicar a arranjos, liderando várias bandas em turnês internacionais, algumas sob o guarda-chuva do Departamento de Estado dos EUA. Prosseguiu nas atividades de líder de banda, professor e arranjador na década de 1980. Em 1991 o mundo perdeu o seu talento para sempre. 

Roy Eldridge: A virtuose do trompete

OJazz não seria o mesmo sem o trompete de Roy Eldridge


Luís Alberto Alves

 David Roy Eldridge, que ficou conhecido como Roy Eldridge despontou no mundo no início de 1911 em Pittisburg, Pensilvânia. É tido como uma das principais figuras da linhagem estabelecida no Jazz de tocar trompete. Sua velocidade de sopro neste instrumento se equipara às de Chick Webb e Horace Henderson, antes de se mudar para Nova York em 1930, aos 19 anos.

  Eldridge tocou em inúmeras bandas, inclusive no grupo de Teddy Hill, que tinha liderança do seu irmão Joe Eldridge. Em 1935 juntou forças com a orquestra de Fletcher Henderson e depois criou o próprio conjunto, empreitada bem-sucedida, mas sem a força financeira para impedi-lo de ficar ao lado de Gene Krupa em 1941.

 Essa união proporcionou longas turnês nos Estados Unidos e inúmeras gravações com seus solos maravilhosos, principalmente nos hits “Rockin Chair”, “Let Me Off Uptown” (em que aparece com Anita O´Day) e “After You´ve Gone”. Este momento foi difícil para ele, pois era o único membro negro da banda, provocando assédio racial que o levou à beira de colapso nervoso.

 Em 1943 Krupa parou na cadeia e Eldridge assumiu por curto período o bastão da orquestra até ela se acabar, quando resolveu apostar no próprio taco, antes de tocar em outra big band de branco com Artie Shaw e mais uma sofreu discriminação e abuso.

 No final da década de 1940 trabalhou novamente com Krupa e também se juntou ao Jazz At The Philharmonic. Nos anos de 1950 tocou com Benny Goodman e passou algum tempo na Europa. Este período coincidiu com uma crise pessoal, durante a qual Eldridge passou a duvidar de sua capacidade como músico de Jazz por causa da nova geração de trompetistas, liderados por Dizzy Gillespie trazendo ideias inovadoras.

 O tempo passado na Europa serviu para mostrar a ele que tinha grande lugar no Jazz, além do respeito de outros músicos e fãs. Na década de3 1960 emprestou o talento para Ella Fitzgerald, Coleman Hawkins e Count Basie e ajudou a liderar, também, uma banda com Richie Kamuca.

 Em 1970 foi morar em Nova York e ali permaneceu até 1985. Talentoso, é sempre citado como elo entre trompetistas como Louis Armstrong e Dizzy Gillespie. Na década de 1940, Eldridge acabou marcado pelo belo estilo de tocar esse instrumento, por causa, inclusive, de sua ligação com o Bepop, revelando que estava atento às mudanças que aconteciam ao seu redor.

 Eldridge serviu de estímulo para Gillespie, com quem tocou várias vezes. Apesar de que no final da década de 1950 encostou seu burro na sombra. Apelidado de Little Jazz, era um gigante que virou estadista mais velho do Jazz sem nunca perder o entusiasmo e a força que marcava o modo como tocava seu trompete. Infelizmente sua carreira acabou após sofrer derrame em 1980, e nunca mais voltou a tocar.


Chick Webb: Quando o talento vence a deficiência física

A deficiência física não impediu o sucesso de Chick Webb


Luís Alberto Alves

 William Henry Webb veio ao mundo em 1909, na cidade Baltimore, Maryland. E nos 30 anos em que viveu deu grande exemplo de superação. Embora deficiente físico, esta barreira não o impediu de tocar bateria e participar de várias bandas locais até se mudar para Nova York, ainda na adolescência, e forma o próprio grupo.

 Em 1927 já tocava no Savoy Ballroom e outros salões de dança de prestígio.  Não demorou em se tornar favorito nestes locais. Para disfarça uma corcunda que lhe apareceu contratou músicos finos, entre eles Johnny Hodges, Benny Carter, Jimmy Harrison, Mario Bauza, Wayman Carver, Taft Jordan, Louis Jordan e Bobby Stark. Nesse time entrou excelentes arranjadores como Charlie Dixon, Carte e excepcionalmente o talentoso Edgar Sampson.

 A fama de Webb no Savoy e por meio de gravações e apresentações nas rádios resultou na sua contratação para o grupo de Ella Fitzgerald, por sugestão e Charles Linton. Até a morte prematura de Webb, quatro anos depois, em 1939, a banda ficou no pico musical e comercial. É dessa época os hits: “Sing Me A Song Swing”, “Oh, Yes, Take Another Guess”, “The Dipsy Doodle” If Dreamns Come True”, “A-Tisket, A-Tisket” (canção que teve a colaboração e Ella Fitzgerald e ficou nos primeiros lugares das paradas em 1938).


 A deficiência física de Webb o obrigou a passar por várias cirurgias da coluna vertebral no hospital Johns Hopkins, de sua cidade natal de Baltimore, onde morreu em junho de 1939, dizendo que sentia muito, mas teria de ir embora. A desenvoltura ao tocar em grades bandas, habilidades técnicas resultaram em componentes essenciais ao seu sucesso. Ele exerceu influência musical em diversos artistas, até entre aqueles que nunca tinham ouvido falar do seu grande talento.