Reportagens com clipes descrevendo histórias de artistas famosos,
principalmente de intérpretes da Black Music, além de destacar a importância do Blues no Showbiz.
Em busca do sucesso, aTeairra é cópia de Teena Marie
Com o
nome quase parecido com Teena Marie, a cantora Teairra Marí estourou nas
paradas de sucesso dos Estados Unidos, em 2005, com o single “Make Her Feel
Good”. As coincidências não param por ai. O hit é muito parecido com o estilo
de Teena Marie, até o jeito de fazer “beicinho” não acabou esquecido por
Teairra. Cópias das mais feias.
Nascida em Detroit, o primeiro EP dela saiu
pela K.I.S.S. Productions. Logo o disco chegou às mãos do presidente da Island
Def Jam Records, Antonio “LA” Reid. Ao ouvi-la cantar, lhe ofereceu contrato.
Teairra gravou o álbum de estreia em 2005. Chegou à quinta posição na Billboard,
mesmo sem muita promoção.
Na noite de sua formatura no Ensino Médio soube
que foi despedida da gravadora. Entrou na Asylum Warner Records. Chegou às
paradas de 2010 com o hit “Sponsor”, autoria de Gucci Mane e Soulja Boy Tell
Em.
O ano de 2011 marcou o lançamento do CD With the Music I Die. Ela é daquelas artistas que engrossam o clube bundas girl´s. Fazem sucesso não por causa da voz (péssima), mas pela apetite sexual que desperta na plateia.
A praia dela é letra obscena, igual ao cantor Wando
A
grande jogada de Vanessa Daou, fundindo Pop, Jazz e Disco Dance, é compor
letras sexualmente explícitas. Uma espécie de Wando de saias. Seus primeiros
discos tinham nomes bem sugestivos neste quesito: Give Myself to You e Are You
Satisfied? Ambos chegaram ao Top Ten nas paradas de Disco Dance da Billboard.
Os dois álbuns foram lançados pela Lotus Records, seu próprio selo, depois
reeditado pela MCA/Universal em 1995.
Nascida em Saint Thomas, Ilhas Virgens
Americanas, Vanessa foi para Massachusetts em 1984 para estudar artes visuais e
história, que depois concluiu o curso em Nova York. Ao lado do parceiro e
marido, Peter Daou, gravou o álbum Vandal, visando abrir caminho no espaço
underground Dance Music de Nova York.
Depois formaram a banda The Daou, assinando
contrato com a Columbia/Sony, onde soltou o disco Head Music, em 1992. Sucesso
nas paradas e críticas estourou o single “Surrender Yourself”, chegando ao topo
da Billboard. Após o lançamento de mais dois singles, ela entrou na Krasnow
Entertainment.
Em 1994 fez o álbum Zipless, com
Peter sendo co-roteirista, produtor e arranjador e letras da feminista Erica
Jong. Dois anos depois veio com o disco groove Slow to Burn. Vanessa conseguiu
vencer a força da fusão da gravadora com a Viacom e Seagrams, optando por
gravações independentes. Em 1998 e 1999 lançou os discos Plutonium Glow e Dear
John Coltrane.
O ano 2000 marcou a chegada do excelente CD
Make You Love, seguido de várias turnês, composições, projetos de artes visuais
e colaborações com outros artistas. Em 2008 lançou o CD Joe Sent Me.
A
vocalista polonesa Basia Trzetrzelewska ficou vários anos na banda de Pop Music
Matt Bianco, braço da Blue Rondo à la Turk, antes de abraçar carreira solo em
1987.
Com ajuda de Bianco e Danny White criou o coquetel Jazz/Pop para o álbum
de estreia Time and Tide.
Logo estouram nas paradas os hits “New Day For
You” e “Time and Tide”, que viraram febre na Europa e Estados Unidos, onde
ganhou Disco de Platina. Três anos depois soltou London Warsaw New York, também
bem-sucedido. Porém, o terceiro disco (1994), Sweetest Illusion, não
sensibilizou o público.
Em 1998 lançou Clear Horizon: The Best of
Basia. A morte da mãe a deixou longe do mercado muitos anos, só retornando às
atividades em 2004, gravando o CD Matt´s Mood com a banda Danny White and Mark
Reilly. Focou na carreira solo e lançou It´s That Girl Again (2009).
A maioria das letras de Mutabaruka tem essência revolucionária
As canções de Mutabaruka são repletas de
poemas revolucionários. Nascido em Era Town, Jamaica, em 1952, Allan Hope logo
percebeu o poder da palavra, na época de adolescência. Mas foi na década de 1960, auge do movimento
Black Power e dos líderes radicais Malcom X e Eldridge Cleaver que ele começou
a formar suas próprias convicções.
Ao sair da escola, como aprendiz de
eletricista, arrumou emprego na companhia telefônica da Jamaica. Nessa época já
compunha suas letras. Em 1971, aos 19 anos, saiu do trabalho para viver de sua
arte em tempo integral. Saiu da “muvuca” de Kingston procurando refúgio nas
colinas Potosí, na paróquia de Saint James. Pouco tempo depois uma revista
local iriam publicar seus poemas.
Em 1973 criou a banda Truth, combinando poemas
com música. Convertido ao Rastafarianismo adotou o nome de Mutabaruka, que
significa “aquele que é sempre vitorioso”. Acabou encontrando fãs no mundo
literário, após publicar sua coleção, Outcry naquele mesmo ano.
Ele lançou em 1974 o poema “Wailin”,
dedicado a Bob Marley. Dois anos depois veio “Sun and Moon”. Em 1977 fez várias
apresentações ao vivo, resultando na gravação do poema “ Outcry”. Por outro
lado, o guitarrista Earl “Chinna” Smith lançou o seu próprio selo, High Times,
como um local para a root music, assinando contrato com Mutabaruka.
A estrela dele começou a subir, principalmente
após apresentação no Estádio Nacional de Kingston, verdadeiro sucesso. Nos próximos
anos gravou diversos discos pela High Times. Em 1981 estourou nas paradas com o
single “Everytime a Ear De Soun”, enquanto a estreia no Reggae Sunsplash entrou
para eternidade num álbum ao vivo lançado em 1982.
A partir dai chamou a atenção do Show Biz
internacional e garantiu o retorno nas edições seguintes daquele festival. O
ano de 1983 marcou o lançamento do álbum The Mystery Unfolds, clássico Dubby,
com ele acompanhado por uma guitarra rootsy de Smith. Em 2001 esse disco acabou
remasterizado e relançado pela RAS Records.
Mutabaruka voltou ao Reggae Sunsplash em 1985
e logo surgiu um projeto com a gravadora norte-americana Heartbeat. A ideia consistiu
no lançamento de um álbum remixado por Scientist e outro, Caribbean Dub Poetry,
só participação de mulheres. Aproveitou e fechou acordo de distribuição com o
selo norte-americano, RAS Records.
Arquitetou a parceria para relançar o disco The
Mystery Unfolds, de 1983), com a participação de vários músicos e vocalistas
convidados, incluindo Marcia Griffiths e Ini Kamoze. Dai para frente Mutabaruka se estabeleceu
como gigante literário e musical, tanto na Jamaica quanto no Exterior. Deixaram
saudades suas apresentações no Reggae Sunsplash em 1987 e 1989.
Para não ficar refém de ninguém passou a
produzir e co-produzir seus álbuns e gravar com outros produtores, incluindo
Gussie Clarke e Dennis Brown. O disco Blakk Wi Blak...K..K, de 1991, teve sua
supervisão e de Earl “Chinna” Smith, e as vozes convidadas de Sharon Forrester
e Ini Kamoze.
Este disco trouxe belas canções como “Ecology
Poem" e a impactante “ Peoples´s Court”. Em 1994 soltou Melanina Man, com
inebriante “Garvey”, trazendo canções que apresentou no Reggae Sunsplash de
1991, 1993 e 1994. Ele iria retornar ainda em 1995 e 1996. O ano de 1994 marcou
o lançamento do seu próprio programa de rádio na Jamaica pela IRIE/FM. Muito
popular, mas nessa rádio sua canção “People´s Court” acabou vetada.
Em 1996 lançou vários hits, como “Wise Up”,
numa comparação com o DJ Sugar Minott, e “Psalms 24", já de aspecto mais
religioso. Esse mesmo ano trouxe os álbuns Muta in Dub e Gathering of the
Spirits. Neste último várias estrelas participaram, como Mighty Diamonds, Sly
& Robbie, Culture e Marcia Griffiths.
O ano de 2002 marcou a gravação do CD Life
Squared. Em 2006 soltou In Combination, pela Revolver Records, e 2009 veio com
Life and Lessons, lançado pela Gallo Record Company.
Na década de 1980, Heron escreveu várias canções criticando a política do governo Ronald Reagan
Assim como o Funk, na década de 1960, teve
James Brown como seu principal defensor e incentivador, o RAP dependeu de Gil
Scott-Heron. Ele foi considerado um dos mais importantes compositores desse
estilo musical, inspirando inúmeros rappers. Sua sabedoria no manejo das
palavras colocou diversas canções nas paradas de R&B.
A maior parte da adolescência de Heron
transcorreu no bairro do Bronx, local barra pesada de Nova York, onde a
violência circula tão livre quanto às águas dos rios. Na época de Ensino Médio
ele aprendeu os segredos de escrever canções.
Na infância, Heron já tinha facilidade em contar histórias por meio da
música.
Com 13 anos tinha pronto seu primeiro livro de
poesia. Ao sair do Ensino Médio foi para a faculdade na Pensilvânia, onde após
um ano saiu para centrar fogo na carreira de escritor, ganhando elogios da
crítica. No final da década de 1960 começou a trabalhar em gravações ao lado do
produtor Bob Thiele Jazz, que já havia prestado serviço para Louis Armstrong e
John Coltrane. Lançou o álbum Small Talk at 125th and Lenox, inspirado num
livro de poesia de sua autoria.
Não demorou em assinar contrato com a Arista
Records, estourando nas paradas de sucesso de R&B. Embora sua pegada
tivesse como base o Jazz, no começo da década de 1970, resolveu temperar suas
canções com doses de Disco Dance. Isto é visível nos hits “Johannesburg” e “Angel
Dust”. Só voltou à ribalta em 1984, para lançar o single “Re-Ron”. Seis anos
depois retornou aos estúdios com uma mensagem aos rappers gangsta que imitaram
seu estilo de letras.
Gravou o álbum “Message to the Messengers”,
cuja influência positiva ou negativa teve muito impacto nas crianças da década
de 1990. O curioso é que Heron fazia piada com o seu próprio nascimento, pois
veio ao mundo em 1º de abril de 1949, considerado Dia da Mentira. Filho de um
jogador de futebol profissional jamaicano e de mãe bibliotecária.
Porém o casal logo se divorciou e Heron foi
viver com a avó em Lincoln. Ali aprendeu teoria musical e literária, além de
sofrer na pele o drama do preconceito. Ele era um dos três filhos escolhido
para integrar uma escola primária na cidade vizinha de Jackson (na década de
1950 nos Estados Unidos, negros não podiam estudar nas mesmas escolas com os
brancos). Não aguentou a barra; na 8ª Série foi para Nova York viver com a mãe.
O período passado no Tennessee influenciou na
carreira de escritor. Assim como a educação que teve em Nova York, por meio do
Harlem Renaissance. Após publicar o romance The Vulture, em 1968, conheceu o
músico Brian Jackson. Ambos tinham pensamentos semelhantes. Mais tarde ele
seria peça importante na banda de Heron.
Depois conheceu Bob Thiele, que
incentivou a entrar na carreira musical. No lançamento do livro de poesia Small
Talk at 125 & Lenox, várias artistas apareceram para dar “uma canja”; como
o baixista Ron Carter, o baterista Bernard “Pretty” Purdie, Hubert Laws na
flauta e sax alto, e os percussionistas Eddie Knowles e Charlie Saunders. Brian
Jackson ficou como pianista.
O encontrou virou o disco The Revolution Will
Not Be Televised, polêmica agressiva contra os grandes meios de comunicação e a
ignorância cada vez maior da população branca da América. O segundo álbum veio
1971, Pieces of a Man, destacando a faixa “Lady Day and John Coltrane”.
Em 1973 soltou o disco Free Will, o último
pela Flying Dutchman Records, até chegar a Arista em 1975. Nos dois álbuns
lançados na nova casa (First Minute of a New Day and From South Africa to South
Carolina) ficou caracterizada a influência de Brian Jackson nos teclados. Três
anos depois soltou o álbum The Best of Gil Scott-Heron, com a produção a cargo
de Malcom Cecil, veterano na lapidação de Funk estilo Isley Brothers e Stevie
Wonder.
O primeiro single “The Bottle” virou febre nas
paradas de R&B. Para esquentar mais ainda, o disco teve pequena ajuda de
Nile Rodgers, que produzia os álbuns da banda Chic. Na década de 1980 Heron
passou a compor letras de ataque contra a política adotada pelo presidente
Ronald Reagan. Os singles “Re-Ron” e “Be Movie” eram ataques contra as
políticas conservadoras adotadas por ele.
Em 1985 a Arista deixou Heron na rua, após o
lançamento do álbum The Best of Gil Scott-Heron. Mesmo assim prosseguiu nas
turnês ao redor do mundo. No ano de 1993 voltou pela TVT Records. Até 2003
enfrentou problemas com drogas. Em 2007 passou a se apresentar poucas vezes,
até anunciar no ano seguinte que tinha o vírus HIV. Ainda conseguiu gravar o CD
I'm New Here, lançado em 2010. Após retornar de viagem a Europa, onde fez
alguns shows, morreu em 2011.
A crítica reconheceu, embora tarde, o talento de Earl Hines
Earl Hines é
considerado o primeiro pianista do Jazz moderno, diferindo bastante dos
tecladistas da década de1920, inovando no estilo de tocar com a mão esquerda,
enquanto a mão direita, muitas vezes tocava oitavas. Fazia tudo isso, mas sem
perder o ritmo. Virou influência para Teddy Wilson, Jess Stacy, Joe Sullivan,
Nat King Cole e Art Tatum. É lembrado como compositor das inesquecíveis “Rosetta”,
“My Monday Date” e “And You Can Depend on Me”, entre outras.
Durante curto espaço de tempo, Hines tocou
trompete até se apaixonar pelo piano. O primeiro trabalho importante ocorreu
acompanhando o vocalista Lois Deppe na década de 1920. Depois foi para Chicago
para trabalhar ao lado de Sammy Stewart. Emendou parceria com Louis Armstrong
em 1926.
O ano de 1928 resultou em grande produção para
Hines, com ele gravando dez solos de piano, como “Blues in Thirds” e “57
Varieties”. Passou muito tempo trabalhando na orquestra de Jimmy Noone. Participou
de gravações junto à banda de Louis Armstrong, Hot Five, nos hits “West End
Blues”, “Basin Street Blues” e “Fireworks”.
Nos 20 anos seguintes, Hines participaria de
grandes bandas, inclusive montando o próprio grupo, que teve participação de
Dizzy Gillespie, Charlie Parker e Sarah Vaughan. Em 1948 juntou força com o
conjunto de Louis Armstrong, All-Stars. Três anos depois foi para Los Angeles e
San Francisco entrando na banda de Dixieland.
Para época, Hines tinha um estilo muito
moderno. Mesmo assim manteve a pegada ao lado de Muggsy Spanier, Jimmy Archey e
Darnell Howard. Na década de 1960, o mundo do Jazz o esqueceu. Em 1964, o
escritor de Jazz, Stanley Dance lhe propiciou a oportunidade de realizar três
concertos no Little Theater de Nova York, num solo e quarteto com Budd Johnson.
A crítica reconheceu a injustiça, pois percebeu que estava diante de um artista
criativo e com muita força. Até o final de sua vida, viajou mundo afora,
gravando dezenas de discos, deixando escrito para sempre o seu nome na galeria
dos gigantes da Black Music.
Eckstine foi pioneiro, como artista negro, gravar Blues românticos no estilo popular
Billy Eckstine foi o primeiro cantor negro a
fazer sucesso com música romântica na década de 1940. Isto repercutiu no estilo
de Sam Cooke nos anos de 1950 e 1960. São inesquecíveis suas canções “Prisoner
of Love”, “My Foolish Heart” e “I Apologize”. De Pittsburg, mas criado em
Washington DC, Eckstine começou a cantar aos sete anos de idade.
Logo começou a disputar prêmios nos shows de
caça talentos da época. Apesar de ter planos de ser jogador de futebol. Após
quebrar a clavícula, mergulhou de vez na música. No final dos de 1930 entrou na Orquestra de
Earl Hines. Devagar introduziu canções românticas, no estilo Blues.
Os primeiros
sucessos de Eckstine foram “Jelly, Jelly” e “A Jitney Man”. Em 1943 ganhou três
colegas de peso na orquestra: Dizzy Gillespie, Charlie Parker e Sarah Vaughan.
Não demorou em formar a própria banda naquele ano. Engordou o grupo com Wardell
Gray, Dexter Gordon, Miles Davis, Kenny Dorham, Fats Navarro e Art Blakey, além
dos arranjadores Tadd Dameron Gil Fuller. Era equivalente no futebol atual,
montar um time igual ao Barcelona da Espanha.
Para deixar sua marca no Show Biz, inovou
aumentando seus harmônicos vocais nas baladas normais. Apesar de cunho
modernista, nas turnês pela Europa, ele tocava trompete, trombone de válvula e
guitarra. Entrou nas paradas com as canções “A Home for Sale” e “Prisoner of
Love”.
Quatro anos depois teve de abandonar a banda,
com Gillespie formando seu próprio conjunto. Eckstine foi responsável pela
transição para baladas cheias de cordas com extrema facilidade. Em seguida
gravou vários hits, estourando na Europa as canções “No One But You” e “Gigi”,
além de dueto ao lado de Sarah Vaugh.
Voltou às raízes do Jazz ao gravar disco junto
com Count Basie, Sarah Vaugh e Quincy Jones em álbuns separados na década de
1960. É dessa época o lindo disco No Cover No Minimum, repleto de solos de
trompete. Lançou vários discos pela Mercury e List Records, aproveitando a
brecha do filho ser presidente da Mercury. Depois mudou para Motown. Gravou
pouco na década de 1970. O último disco, Billy Eckstine Sings With Benny
Carter, saiu em 1986. Seis anos depois o Blues o perdeu para sempre.