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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Deborah Coleman: outra grande dama do Blues

Deborah aos 20 anos já tinha absorvido a essência do Blues

 Deborah Coleman, de Portsmouth, Virginia, tentou evitar o estrelato precoce. Procurou fugir da carreira artística trabalhando de enfermeira e eletricista. Mas o Blues a venceu.

 Por causa do grande talento, logo ganhou respeito neste circuito do Show Biz. A inspiração lhe veio ao assistir apresentação dos Monkees na televisão.

 Aos 15 anos começou tocar Rock e R&B em diversas bandas. A descoberta da música de Jimi Hendrix a fez deixar o baixo para a guitarra. Acabou mostrando seus dotes no grupo de Rock Moxxie.

 Com 20 anos já havia absorvido as principais influências do Blues que a levaram ao sucesso. Para colocar mais madeira na fogueira, desenvolveu as próprias habilidades de compor, sempre com um gravador ao lado.

 Em 1993 ganhou o primeiro lugar no Charleston Blues Festival, conquistando um contrato com a New Moon Records. Ali lançou o álbum Takin `A Stand, depois foi para a Blind Pig Records. O novo disco I Can’t Lose surpreendeu os críticos pela visão de assumir o Blues. Expandiu seu público, em 1997, com o CD Where Blue Begins.

 Consolidou-se como compositora e guitarrista ao lançar o álbum Soft Place To Fall. Nesse CD estão as canções “Confused” e “Another Hoping Fool”, além de versões dos hits “‘I’m A Woman” e “If You Love Me Like You Say”, para atingir o público jovem. Em 2001 e 2002 soltou os CDS Livin ´On Love e Soul Be It, antes de ir para Telarc Records, onde gravou em 2004 o álbum What About Love?


Joanna Connor: talento nato desde criança

Joanna Connor começou tocar guitarra ainda criança

Joanna Connor nasceu em Nova York em 1962, mas cresceu em Worcester, Massachusetts. Começou a tocar guitarra ainda criança, incentivada pela mãe, fã de Blues. Na adolescência, sua habilidade já chamava atenção do público, inclusive visitando diversos artistas desse gênero musical.

 Em meados da década de 80 mudou-se para Chicago, onde continuou sentada, desta vez com grandes figuras que apreciavam sua habilidade instrumental. Ao final dos anos 80 ela tocou em bandas lideradas por Johnny Littlejohn e Dion Payton, realizando show com o último em 1987 no Chicago Blues Festival.

 Formar sua própria banda era o próximo passo lógico e isso ela fez no final de 1987. Até o final da década, devido a seus registros, ela estava estendendo sua base de fãs em todo o país.


 Além de tocar e cantar, Connor também escreve suas próprias canções, desenvolveu esta faceta de seu talento através dos anos 90 e nos anos 2000. Seu canto tem sido comparado ao de Bonnie Raitt, um dos artistas convidados, com quem gravou de volta em Worcester. Seu maior trunfo é a sua excelente guitarra, onde demonstra grande habilidade.

Jimmy Thackery: a chama do Blues/Rock continua acesa


Thackery já gravou 20 discos

 Jimmy Thackery é um exímio guitarrista de Blues/Rock, comparado a feras do porte de Stevie Ray Vaughan. Ao lado de Mark Wenner formou a Blues Base Nighthawks em 1972. Em 15 anos de carreira já gravou 20 álbuns. Cansado da agenda de shows, saiu da banda em 1987 e criou a The Six-Piece Assassins. Gravou três discos na praia do R&B pelo seu próprio selo Seymour.

 A falta de dinheiro o levou a acabar com o grupo em 1991, para formar o trio Jimmy Thackery And The Drivers, com Mark Stutso (bateria) e Wayne Burdette (baixo). Um contrato com a Blind Pig Records resultou, em 1992, no lançamento do disco Empty Arms Motel.


 Depois soltou mais outros discos pela Blind, com Burdette cedendo lugar a Michael Patrick, com a produção de Jim Gaines. Ele lançou um álbum com o irmão David em 1999. Embora seus discos tenha ficado com menos Blues, Jimmy ainda atrai vários fãs em seus shows.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Kip Anderson: talento quase destruído pelas drogas

Kip Anderson ficou dez anos preso, mas conseguiu dar a volta por cima

Kip Anderson aprendeu música desde criança. Ainda pequeno passou a ter contato com guitarra e piano na igreja onde a família congregava na Carolina do Sul. Aos 13 anos acabou descoberto pela lendária Madame Edna Gallman Cooke. Passou diversos verões em turnês. O objetivo era torná-lo um cantor gospel.

 Porém ele conheceu Charles Derrick que ao aconselhou a seguir a música secular. Ao seu lado escreveu o hit “I Wanna Be The One”, em 1959, que saiu pela própria gravadora de Derrick. Não estourou nas paradas, mas ao ajudou a entrar na Vee Jay Records e depois para a Savoy.

 Soltou o hit “Oh My Linda”, gravado com o lendário guitarrista de estúdio, Mickey Baker. O lado B do disco tinha a canção "Till Your Love Is Mine”, autoria de Anderson, sem parceria. Isaiah Hennie e Derrick disseram que eles ajudaram a compor a música. Para acabar com o problema a Savoy Records mandou Anderson embora.

 Foi para a Everlast Records e lançou o terceiro single, em 1962, “I Will Cry”. Mesmo bem gravado, teve pouco sucesso comercial. O próximo saiu em 1963, “Here I Am, Try Me”, produzido em Chicago nos estúdios da Chess, mais colocado nas ruas pela Tomorrow Records e depois licenciada para a ABC Paramount. Ali gravou mais dois singles: “I'll Get Along" e "Time Waits for No One," antes de ir para a Muscle Shoals, para gravar "Woman, How Do You Make Me Love You Like I Do", primeiro de três trabalhos que soltaria pela subsidiária da Chess Records.

 Era ápice de Anderson, quando lançou no mercado canções recheadas de belos vocais, como “Without a Woman” e "A Knife and a Fork", obra prima do Bluesy, com grande destaque no Reino Unido. Após sair da Chess, aterrissou na Excello Records e aparecer nas paradas de 1968 pela última vez , com o hit “You'll Lose a Good Thing", verdadeira bomba atômica no Top da Billboard de R&B. Gravou também “Watch You Work It Out” e "I Went Off and Cried”.

 O começo de 1970 foi trágico para Anderson, refém da heroína, com a Excello Records o deixando na rua. Passou a trabalhar em rádio, mas a carreira artística virou anemia. Sete anos depois pegou dez anos de prisão. Ali formou um grupo gospel, aparecendo em diversas igrejas locais da Carolina do Sul para cantar, sob olhar atento da escolta de policiais.


 Após cumprir a condenação retornou à rotina de gravações, lançando a canção gospel “I Coulda Been Sleeping" para a Lorma Records em 1989. Fez outros trabalhos para a Ichiban Records em 1992, quatro anos depois participou de dueto com Nappy Brown e durante muitos anos organizou show gospel para uma estação de rádio local.

Jimmy Hughes: cantor que trocou a música por uma usina nuclear

O descaso das gravadoras levou Hughes a abandonar a carreira artística

Jimmy Hughes, antes da fama canta música gospel, até entrar nos estúdios Fame, do produtor Rick Hall, conhecido como a Meca do R&B. Ali gravou a balada “Steal Away”, em 1964. Sua carreira decolou. Usou muito o estilo de interpretar canções chorando, perfeito para baladas de Soul Music. Nesta praia lançou o hit “Why Not Tonight” em 1967, embora a canção "Neighbor, Neighbor" tenha explodido nas paradas.

 Após conhecer os caminhos das pedras, deu um pontapé em Hall e gravou um disco para a Volt Records. O estilo de cantar chorando é de família. Ele é primo de Percy Sledje. Começou a carreira em quarteto gospel (grande escola de canto  da maioria dos intérpretes dos Estados Unidos), The Singing Clouds, enquanto fazia o Ensino Médio. É nessa época que conhece Hall dos Estúdios Fame.

 Até hoje, muitos críticos afirmam que “Steal Away” serviu de escola para cantores como Johnnie Taylor e Al Green, mas também para definir a importância da Muscle Shoals no mercado do Show Biz dos Estados Unidos. Antes de ele se afastar de Hall, a canção estourou em todo Sul do país, num contrato de distribuição nacional com a Vee-Jay Records por meio da Fame.

 Nessa época fez turnês ao lado de Sam Cooke, Jackie Wilson, Bobby Womack entre outros. Antes de sair de cena na década de 1970, viu o primo Percy estourar em todo o mundo com o hit “When a Man Loves a Woman”. Tentou fazer acordo com a Atlantic Records para que seu selo fosse por ela distribuído. Conseguiu colocar nas paradas os hits “I Worship The Ground You Walk On”, “Why Not Tonight”, “It Ain´t What You Got”.

 Mas a atenção da América para os Beatles e The Four Season o prejudicou. Em 1968 foi para a Stax Records, com seus discos saindo pela subsidiária Volt Records. Ali soltou “I Like Everything About You”, que ficou entre 20 mais da Billboard parada R&B.


 Mas sua estrela começou a perder a luminosidade. Na época, a Stax após perder seu grande astro Otis Redding, passou por grande reestruturação, nova gestão e chegada de outros artistas. Gravou o álbum Something Special em 1969, mas fracassou por falta de promoção. Cansado das turnês e de ficar longe da família, conseguiu um trabalho numa usina nuclear no vale do Rio Tennessee e passou a cantar numa igreja local. Abandonou o Show Biz.

Clarence Carter: do Alabama para o sucesso



Clarence Carter, o segundo Stevie Wonder

Clarence Carter é do Alabama, onde nasceu em 1936. Ali frequentou a Escola Alabama para Cegos e o Alabama State College, de onde saiu em agosto de 1960 com o título de bacharel em Música. Após a versão de “I Don't Know (School Girl)”, saiu da Fairlane Records, da Duke Records, para assinar com a Hey. Como a dupla Carter e Scott gravou quatro singles, sem grande destaque nas rádios.

 Em 1965 visitaram o Fame Studios Rick Hall, em Muscle Shoals para gravar Step By Step. A Atlantic Records descobriu e lançou Step by Step na subsidiária Atco Records, porém fracassou neste golpe baixo.  Dois anos depois assinou com a Fame Records. Soltou diversos singles até chegar a “Slip Away”, verdadeiro estouro nas paradas Pop dos Estados Unidos. 

"Too Weak to Fight" ficou entre 15 mais. Porém, ele emendou com “Snatching It Back”, “At The Dark End of the Street”, “The Feeling is Right”, “Doing Our Thing” e “Patches”, está última gravada pela banda Chairmen of the Board.

 O resultado foi que Carter estourou nas paradas do Reino Unido e de todos os Estados Unidos, vendendo mais de 1 milhão de cópias, ganhando Disco de Ouro, nomeado ao Grammy. Com a chegada da Disco Music, por volta de 1972, a carreira sofreu um baque e ele teve encontrar novo público, passando a escrever canções obscenas como “Strokin” para Ichiban Records nas décadas de 1980 e 1990.

 Prevaleceu o talento da forte Soul Music nas veias. Acabou encontrando audiência na comunidade nascente de Hip-Hop, principalmente com o hit “Backdoor Santa”, que entrou no CD de Run DMC como canção de Natal "Christmas in Hollis".


Arthur Conley: substituto de Otis Redding


Com a morte de Redding, Conley recebeu a missão de substituir o menino de ouro da Stax Records

Arthur Conley é outro grande nome da Black Music norte-americana nascido na racista Atlanta, Estado da Geórgia. Parecido com o estilo de cantar de Otis Redding, por muitos anos o Show Biz subestimou seu talento. Nascido em 1946, em 1967, aos 21 anos, explodiu nas paradas com o hit “Sweet Soul Music”. A morte trágica de Redding antecipou a entrada de Conley no mundo artístico.

 Em 1968 e 1969 continuou fazendo sucesso antes de ir para a Capricorn Records em 1971. Ali lançou o álbum Sweet Soul Music, destacando cada um dos seus cinco primeiros singles e duas canções inéditas de Redding, no qual se inspirou. De acordo com a crítica, este é um dos seus melhores discos, deixando em primeiro plano os hits: “Funky Street”, “People Sure Act Funny”, “Burning Love” e “You Really Know How to Hurt A Guy”.

 Membro da Soul Clan ao lado de Bem E. King, Solomon Burke, Wilson Pickett e Joe Tex, acabou substituindo Otis Redding nesta confraria. Mais tarde migrou para Swamp Dogg onde gravou músicas que não gostava, para depois ir morar na Europa. Dali emendou turnês, ao lado de Betty Wright e Timmy Thomas, para o Reino Unido e África do Sul. Em seguida fixou residência na Holanda, onde gravou um álbum ao vivo, usando o codinome de Lee Roberts.

 A partir dai, passou a apoiar e orientar jovens músicos talentosos na Artcon Music Productions, além de trabalhar como DJ numa estação de rádio local, a Q-Radio e aparece diversas vezes na televisão holandesa. Seu último show foi na Suécia, onde fez jus ao título de Rei Arthur, num tributo a Soul Music holandesa, com a banda SixtiesThe Original Sixties R&B Soul Show para promover seu CD.

 Ele continuava compondo boa música, às vezes em parceria com produtores e letristas como Groovy “Soul Clapping”, Rojer Hejjster e Alwin Mutgeert. Tudo para um CD sem data fixa de lançamento. Infelizmente, apenas alguns meses antes de ser hospitalizado, gravou uma canção inédita, “Soul Heaven”, com produtor Mutggert. Embora desprezado pelas gravadoras, muitos artistas reconhecem que Conley foi um dos maiores cantores de Soul Music do século XX.


 Sua voz tinha um toque de Sam Cooke e às vezes parecia como Rod Stewart, mas manteve a originalidade. No funeral foram relembradas canções como “I´m A Lonely Stranger”, “Sweet Soul Music” e “May”.  Por causa da grande pobreza musical atual, ele faz falta assim como artista do porte de Marvin Gaye, Otis Redding, Jackie Wilson, e claro, Sam Cooke.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Kendred the Family Soul: quando se une a fome com a vontade de comer

 
Marido e mulher, ambos vivem e respiram música
 Kendred the Family Soul é uma dupla de R&B da Filadélfia, composta por Fatin Dantzler e Aja Graydon (marido e mulher). Começaram como artistas solo. Ele nasceu na Filadélfia e teve os primeiros contatos com a música compondo jingles para Pebbles and Bell Biv DeVoe.

 Já Graydon é de Washington e aos 15 anos entrava no mundo do Show Biz. Após se conhecerem passaram a escrever canções juntos, depois veio o casamento, filhos e precisam aumentar a renda com o negócio da música. Ambos foram cantar no Black Lily Club e chamaram a atenção de Jill Scott, que os levou para sua gravadora, Hidden Beach Recordings.

 Passaram dois anos produzido o álbum de estreia, Surrender to Love, lançado em 2003. Depois gravaram dois CDs adicionais, Life Together (2005) e The Arrival (2008). O quarto CD saiu na Shanachie Records (2011), Love Has No Recession. Embora não tenham ganhado muito destaque no Top 40 da parada da Billboard R&B, a dupla continua trabalhando sempre com dedicação.


Syleena Johnson: beleza e talento numa grande cantora

Syleena estudou Música para não ser mais um rostinho bonito na Black Music


 Syleena Johnson cresceu ouvindo Areta Franklin, Al Green, Tina Turner, The Dells e Mavis Staples. Cantou em bandas da cidade de Harvey, Illinois, onde nasceu, além de mostrar o talento na igreja evangélica local. Mais tarde trabalhou em corais gospels, como em grupo de Jazz na Universidade de Drake e Ilinois State University, quando se formou em Música. Ou seja, é bonita de rosto e corpo, mas também tem conteúdo.

 Suas primeiras gravações foram em dueto com o pai, em 1995, mas pisou firme no Show Biz quatro anos depois, fazendo cover de Diana Ross, no hit “Hangover Love” e de Womack & Womack, “Baby I'm Scared of You”. Nessa época assinou contrato com a Jive Records para lançar três álbuns. Todos chegaram ao Top 20 da Billboard R&B/Hip-Hop Chart of Albuns.

O disco Love, Pain & Forgiveness (2001) teve participações de Buddy Guy e R. Kelly, recheado de baladas românticas. Depois gravou The Voice (2002), Chapter (2003), The Flesh (2005) com o companheiro Kanye West, foi indicado ao Grammy Top Tem Hot 100, por causa do hit “All Falls Down”. Três anos depois soltou I Am Your Woman: The Best of Syleena Johnson.


 Já o CD Labor Pains Johnson (2009) saiu de forma independente alinhada com Lalah Hathaway, Indira Khan e Simone, além de realizar turnê como Daughters of Soul. Em 2011, num acordo junto à Shanachie Records lançou o álbum Underrated. Nesse mesmo ano trabalhou na televisão no One R&B Divas. Neste ano de 2013 colaborou com Musiq Soulchild e produtor Kemar McGregor para 9ine, num conjunto de duetos de Reggae contemporâneo.