Reportagens com clipes descrevendo histórias de artistas famosos,
principalmente de intérpretes da Black Music, além de destacar a importância do Blues no Showbiz.
Joanna Connor começou tocar guitarra ainda criança
Joanna
Connor nasceu em Nova York em 1962, mas cresceu em Worcester, Massachusetts.
Começou a tocar guitarra ainda criança, incentivada pela mãe, fã de Blues. Na
adolescência, sua habilidade já chamava atenção do público, inclusive visitando
diversos artistas desse gênero musical.
Em meados da década de 80 mudou-se para Chicago,
onde continuou sentada, desta vez com grandes figuras que apreciavam sua
habilidade instrumental. Ao final dos anos 80 ela tocou em bandas lideradas por
Johnny Littlejohn e Dion Payton, realizando show com o último em 1987 no
Chicago Blues Festival.
Formar sua própria banda era o próximo passo
lógico e isso ela fez no final de 1987. Até o final da década, devido a seus
registros, ela estava estendendo sua base de fãs em todo o país.
Além de tocar e cantar, Connor também escreve
suas próprias canções, desenvolveu esta faceta de seu talento através dos anos
90 e nos anos 2000. Seu canto tem sido comparado ao de Bonnie Raitt, um dos
artistas convidados, com quem gravou de volta em Worcester. Seu maior trunfo é
a sua excelente guitarra, onde demonstra grande habilidade.
Jimmy Thackery é um exímio guitarrista de
Blues/Rock, comparado a feras do porte de Stevie Ray Vaughan. Ao lado de Mark
Wenner formou a Blues Base Nighthawks em 1972. Em 15 anos de carreira já gravou
20 álbuns. Cansado da agenda de shows, saiu da banda em 1987 e criou a The
Six-Piece Assassins. Gravou três discos na praia do R&B pelo seu próprio
selo Seymour.
A falta de dinheiro o levou a acabar com o
grupo em 1991, para formar o trio Jimmy Thackery And The Drivers, com Mark
Stutso (bateria) e Wayne Burdette (baixo). Um contrato com a Blind Pig Records
resultou, em 1992, no lançamento do disco Empty Arms Motel.
Depois soltou mais outros discos pela Blind,
com Burdette cedendo lugar a Michael Patrick, com a produção de Jim Gaines. Ele
lançou um álbum com o irmão David em 1999. Embora seus discos tenha ficado com
menos Blues, Jimmy ainda atrai vários fãs em seus shows.
Kip Anderson ficou dez anos preso, mas conseguiu dar a volta por cima
Kip
Anderson aprendeu música desde criança. Ainda pequeno passou a ter contato com
guitarra e piano na igreja onde a família congregava na Carolina do Sul. Aos 13
anos acabou descoberto pela lendária Madame Edna Gallman Cooke. Passou diversos
verões em turnês. O objetivo era torná-lo um cantor gospel.
Porém ele conheceu Charles Derrick que ao
aconselhou a seguir a música secular. Ao seu lado escreveu o hit “I Wanna Be
The One”, em 1959, que saiu pela própria gravadora de Derrick. Não estourou nas
paradas, mas ao ajudou a entrar na Vee Jay Records e depois para a Savoy.
Soltou o hit “Oh My Linda”, gravado com o
lendário guitarrista de estúdio, Mickey Baker. O lado B do disco tinha a canção
"Till Your Love Is Mine”, autoria de Anderson, sem parceria. Isaiah Hennie
e Derrick disseram que eles ajudaram a compor a música. Para acabar com o
problema a Savoy Records mandou Anderson embora.
Foi para a Everlast Records e lançou o
terceiro single, em 1962, “I Will Cry”. Mesmo bem gravado, teve pouco sucesso
comercial. O próximo saiu em 1963, “Here I Am, Try Me”, produzido em Chicago
nos estúdios da Chess, mais colocado nas ruas pela Tomorrow Records e depois
licenciada para a ABC Paramount. Ali gravou mais dois singles: “I'll Get Along"
e "Time Waits for No One," antes de ir para a Muscle Shoals, para
gravar "Woman, How Do You Make Me Love You Like I Do", primeiro de
três trabalhos que soltaria pela subsidiária da Chess Records.
Era ápice de Anderson, quando lançou no
mercado canções recheadas de belos vocais, como “Without a Woman” e "A Knife
and a Fork", obra prima do Bluesy, com grande destaque no Reino Unido.
Após sair da Chess, aterrissou na Excello Records e aparecer nas paradas de
1968 pela última vez , com o hit “You'll Lose a Good Thing", verdadeira
bomba atômica no Top da Billboard de R&B. Gravou também “Watch You Work It
Out” e "I Went Off and Cried”.
O começo de 1970 foi trágico para Anderson,
refém da heroína, com a Excello Records o deixando na rua. Passou a trabalhar
em rádio, mas a carreira artística virou anemia. Sete anos depois pegou dez
anos de prisão. Ali formou um grupo gospel, aparecendo em diversas igrejas
locais da Carolina do Sul para cantar, sob olhar atento da escolta de
policiais.
Após cumprir a condenação retornou à rotina de
gravações, lançando a canção gospel “I Coulda Been Sleeping" para a Lorma
Records em 1989. Fez outros trabalhos para a Ichiban Records em 1992, quatro
anos depois participou de dueto com Nappy Brown e durante muitos anos organizou
show gospel para uma estação de rádio local.
O descaso das gravadoras levou Hughes a abandonar a carreira artística
Jimmy
Hughes, antes da fama canta música gospel, até entrar nos estúdios Fame, do
produtor Rick Hall, conhecido como a Meca do R&B. Ali gravou a balada “Steal
Away”, em 1964. Sua carreira decolou. Usou muito o estilo de interpretar
canções chorando, perfeito para baladas de Soul Music. Nesta praia lançou o hit
“Why Not Tonight” em 1967, embora a canção "Neighbor, Neighbor" tenha
explodido nas paradas.
Após conhecer os caminhos das pedras, deu um
pontapé em Hall e gravou um disco para a Volt Records. O estilo de cantar
chorando é de família. Ele é primo de Percy Sledje. Começou a carreira em
quarteto gospel (grande escola de canto
da maioria dos intérpretes dos Estados Unidos), The Singing Clouds,
enquanto fazia o Ensino Médio. É nessa época que conhece Hall dos Estúdios
Fame.
Até hoje, muitos críticos afirmam que “Steal
Away” serviu de escola para cantores como Johnnie Taylor e Al Green, mas também
para definir a importância da Muscle Shoals no mercado do Show Biz dos Estados
Unidos. Antes de ele se afastar de Hall, a canção estourou em todo Sul do país,
num contrato de distribuição nacional com a Vee-Jay Records por meio da Fame.
Nessa época fez turnês ao lado de Sam Cooke,
Jackie Wilson, Bobby Womack entre outros. Antes de sair de cena na década de
1970, viu o primo Percy estourar em todo o mundo com o hit “When a Man Loves a
Woman”. Tentou fazer acordo com a Atlantic Records para que seu selo fosse por
ela distribuído. Conseguiu colocar nas paradas os hits “I Worship The Ground
You Walk On”, “Why Not Tonight”, “It Ain´t What You Got”.
Mas a atenção da América para os Beatles e The
Four Season o prejudicou. Em 1968 foi para a Stax Records, com seus discos
saindo pela subsidiária Volt Records. Ali soltou “I Like Everything About You”,
que ficou entre 20 mais da Billboard parada R&B.
Mas sua estrela começou a perder a
luminosidade. Na época, a Stax após perder seu grande astro Otis Redding,
passou por grande reestruturação, nova gestão e chegada de outros artistas.
Gravou o álbum Something Special em 1969, mas fracassou por falta de promoção.
Cansado das turnês e de ficar longe da família, conseguiu um trabalho numa
usina nuclear no vale do Rio Tennessee e passou a cantar numa igreja local.
Abandonou o Show Biz.
Clarence
Carter é do Alabama, onde nasceu em 1936. Ali frequentou a Escola Alabama para
Cegos e o Alabama State College, de onde saiu em agosto de 1960 com o título de
bacharel em Música. Após a versão de “I Don't Know (School Girl)”, saiu da
Fairlane Records, da Duke Records, para assinar com a Hey. Como a dupla Carter
e Scott gravou quatro singles, sem grande destaque nas rádios.
Em 1965 visitaram o Fame Studios Rick Hall, em
Muscle Shoals para gravar Step By Step. A Atlantic Records descobriu e lançou
Step by Step na subsidiária Atco Records, porém fracassou neste golpe baixo. Dois anos depois assinou com a Fame Records. Soltou
diversos singles até chegar a “Slip Away”, verdadeiro estouro nas paradas Pop
dos Estados Unidos.
"Too Weak to Fight" ficou entre 15 mais. Porém,
ele emendou com “Snatching It Back”, “At The Dark End of the Street”, “The
Feeling is Right”, “Doing Our Thing” e “Patches”, está última gravada pela
banda Chairmen of the Board.
O resultado foi que Carter estourou nas
paradas do Reino Unido e de todos os Estados Unidos, vendendo mais de 1 milhão
de cópias, ganhando Disco de Ouro, nomeado ao Grammy. Com a chegada da Disco
Music, por volta de 1972, a carreira sofreu um baque e ele teve encontrar novo
público, passando a escrever canções obscenas como “Strokin” para Ichiban
Records nas décadas de 1980 e 1990.
Prevaleceu o talento da forte Soul Music nas
veias. Acabou encontrando audiência na comunidade nascente de Hip-Hop,
principalmente com o hit “Backdoor Santa”, que entrou no CD de Run DMC como
canção de Natal "Christmas in Hollis".
Com a morte de Redding, Conley recebeu a missão de substituir o menino de ouro da Stax Records
Arthur
Conley é outro grande nome da Black Music norte-americana nascido na racista
Atlanta, Estado da Geórgia. Parecido com o estilo de cantar de Otis Redding,
por muitos anos o Show Biz subestimou seu talento. Nascido em 1946, em 1967,
aos 21 anos, explodiu nas paradas com o hit “Sweet Soul Music”. A morte trágica
de Redding antecipou a entrada de Conley no mundo artístico.
Em 1968 e 1969 continuou fazendo sucesso antes
de ir para a Capricorn Records em 1971. Ali lançou o álbum Sweet Soul Music,
destacando cada um dos seus cinco primeiros singles e duas canções inéditas de
Redding, no qual se inspirou. De acordo com a crítica, este é um dos seus
melhores discos, deixando em primeiro plano os hits: “Funky Street”, “People
Sure Act Funny”, “Burning Love” e “You Really Know How to Hurt A Guy”.
Membro da Soul Clan ao lado de Bem E. King,
Solomon Burke, Wilson Pickett e Joe Tex, acabou substituindo Otis Redding nesta
confraria. Mais tarde migrou para Swamp Dogg onde gravou músicas que não
gostava, para depois ir morar na Europa. Dali emendou turnês, ao lado de Betty
Wright e Timmy Thomas, para o Reino Unido e África do Sul. Em seguida fixou
residência na Holanda, onde gravou um álbum ao vivo, usando o codinome de Lee
Roberts.
A partir dai, passou a apoiar e orientar
jovens músicos talentosos na Artcon Music Productions, além de trabalhar como
DJ numa estação de rádio local, a Q-Radio e aparece diversas vezes na televisão
holandesa. Seu último show foi na Suécia, onde fez jus ao título de Rei Arthur,
num tributo a Soul Music holandesa, com a banda SixtiesThe Original Sixties
R&B Soul Show para promover seu CD.
Ele continuava compondo boa música, às vezes
em parceria com produtores e letristas como Groovy “Soul Clapping”, Rojer
Hejjster e Alwin Mutgeert. Tudo para um CD sem data fixa de lançamento.
Infelizmente, apenas alguns meses antes de ser hospitalizado, gravou uma canção
inédita, “Soul Heaven”, com produtor Mutggert. Embora desprezado pelas
gravadoras, muitos artistas reconhecem que Conley foi um dos maiores cantores
de Soul Music do século XX.
Sua voz tinha um toque de Sam Cooke e às vezes
parecia como Rod Stewart, mas manteve a originalidade. No funeral foram
relembradas canções como “I´m A Lonely Stranger”, “Sweet Soul Music” e “May”. Por causa da grande pobreza musical atual, ele
faz falta assim como artista do porte de Marvin Gaye, Otis Redding, Jackie
Wilson, e claro, Sam Cooke.
Kendred the Family Soul é uma dupla de R&B
da Filadélfia, composta por Fatin Dantzler e Aja Graydon (marido e mulher).
Começaram como artistas solo. Ele nasceu na Filadélfia e teve os primeiros
contatos com a música compondo jingles para Pebbles and Bell Biv DeVoe.
Já Graydon é de Washington e aos 15 anos
entrava no mundo do Show Biz. Após se conhecerem passaram a escrever canções
juntos, depois veio o casamento, filhos e precisam aumentar a renda com o
negócio da música. Ambos foram cantar no Black Lily Club e chamaram a atenção
de Jill Scott, que os levou para sua gravadora, Hidden Beach Recordings.
Passaram dois anos produzido o álbum de
estreia,Surrender to
Love, lançado em 2003. Depois gravaram dois CDs adicionais, Life Together
(2005) e The Arrival (2008). O quarto CD saiu na Shanachie Records (2011), Love
Has No Recession. Embora não tenham ganhado muito destaque no Top 40 da parada
da Billboard R&B, a dupla continua trabalhando sempre com dedicação.
Syleena estudou Música para não ser mais um rostinho bonito na Black Music
Syleena Johnson cresceu ouvindo Areta
Franklin, Al Green, Tina Turner, The Dells e Mavis Staples. Cantou em bandas da
cidade de Harvey, Illinois, onde nasceu, além de mostrar o talento na igreja
evangélica local. Mais tarde trabalhou em corais gospels, como em grupo de Jazz
na Universidade de Drake e Ilinois State University, quando se formou em
Música. Ou seja, é bonita de rosto e corpo, mas também tem conteúdo.
Suas primeiras gravações foram em dueto com o
pai, em 1995, mas pisou firme no Show Biz quatro anos depois, fazendo cover de
Diana Ross, no hit “Hangover Love” e de Womack & Womack, “Baby I'm Scared
of You”. Nessa época assinou contrato com a Jive Records para lançar três
álbuns. Todos chegaram ao Top 20 da Billboard R&B/Hip-Hop Chart of Albuns.
O
disco Love, Pain & Forgiveness (2001) teve participações de Buddy Guy e R.
Kelly, recheado de baladas românticas. Depois gravou The Voice (2002), Chapter
(2003), The Flesh (2005) com o companheiro Kanye West, foi indicado ao Grammy
Top Tem Hot 100, por causa do hit “All Falls Down”. Três anos depois soltou I
Am Your Woman: The Best of Syleena Johnson.
Já o CD Labor Pains Johnson (2009) saiu de
forma independente alinhada com Lalah Hathaway, Indira Khan e Simone, além de
realizar turnê como Daughters of Soul. Em 2011, num acordo junto à Shanachie
Records lançou o álbum Underrated. Nesse mesmo ano trabalhou na televisão no
One R&B Divas. Neste ano de 2013 colaborou com Musiq Soulchild e produtor
Kemar McGregor para 9ine, num conjunto de duetos de Reggae contemporâneo.
Aos cinco anos Rachel Sweet gravou sua primeira canção
Rachel Sweet já cantava profissionalmente aos
cinco anos de idade, em 1967, em Akron, Ohio, onde nasceu. Naquela época trabalhava
como modelo infantil para comerciais de televisão em Nova York e para apoiar
Mickey Rooney. Aos 12 gravou o primeiro jingle, o hit Country “Faded Rose”,
pela Derrick Records. Conseguiu marcar alguns pontos nas paradas desse estilo
musical na Billboard.
Com apoio do gerente e compositor Liam
Sternberg, em 1978, aos 16 anos, Rachel assinou contrato na Stiff Records. A
gravadora colocou os músicos Lene Lovich, Eric Wreckless, Jona Lewie e Mickey
Jupp para acompanhá-la em shows, como banda de apoio, denominados The Records.
Regravou a versão “Baby”, de Isaac Hayes/David
Porter e chegou ao Top 40 do Reino Unido, mostrando que tinha voz madura para
conquistar o público teen. Lançou outras canções, entre elas “I Go To Pieces”,
de Del Shannon e “Stranger In The House”, autoria de Elvis Costelo, além de
letras de Sternberg”.
Em 1979 deu um chute em Sternberg e lançou o
segundo álbum, trazendo uma imagem mais meiga e completa, amparada numa
campanha publicitária que a retratava como jaqueta de couro usada por
sequestrador de crianças. O disco trouxe versões de Lou Reed e Graham Parker,
além de outros hits Country. O álbum fracassou comercialmente.
O recurso foi entrar na CBS Records no ano de
1981, quando estourou num dueto com Rex Smith no hit “Everlasting Love”, tanto
nos Estados Unidos quanto no Reino Unido. Mesmo assim Rachel derrapou outra vez
por falta de má administração da carreira. Só voltou ao Show Biz em 1988. Em
seguida trabalhou na televisão a cabo. Nas décadas seguintes se concentrou em
compor e produzir discos.