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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Mobb Deep: do RAP de raiz para a água com açúcar

Em busca de mais sucesso, deixaram as letras politizadas


  Outro destaque do Hip Hop nos Estados Unidos é o grupo Mobb Deep formado pelos rappers Prodigv e Havoc, juntos desde 1992. Também são conhecidos como The Infamous Mobb Deep. 

Do bairro de Queesbridge, Nova York, a dupla lançou o primeiro álbum, Juvenile Hell, em 1993. Já foram muito aclamados nas ruas, principalmente por descrever profundamente a cidade onde nasceram, principalmente os guetos que não aparecem muito na televisão, para passar a imagem de que nos Estados Unidos inexistem miséria e favelas. 

  Nas letras eles falam de crimes, drogas e todo tipo de problema que estão presentes em bairros miseráveis, principalmente criminosos tentando se esconder das autoridades e aliciando novos componentes para entrar nesse mundo tenebroso, de onde poucos conseguem sair vivos e lúcidos. Com essa abordagem, as canções de Mobb Deep atraíram inúmeros fãs. Porém queriam subir degraus mais elevados, chegar ao top, aos milhões e à fama. 

Deixaram o estilo hardcore, marca responsável por ganhar tantos admiradores e baixaram a bola, colocando refrões usados por artistas de R&B, as famosas fórmulas da Fast Music.

  Para se entender melhor, é o mesmo de os Racionais MCs passarem a cantar hits de amor, na linha romântica, deixando a crítica social de lado, que virou a marca registrada do grupo em todo o Brasil e até nos Estados Unidos. A guinada de  Mobb Deep resultou em perda de fãs e fracasso comercial. A crítica norte americana imaginava bom cenário para a dupla quando lançaram o disco Juvenile Hell, vendendo 40 mil cópias. O trabalho abriu as portas da Loud Records. 

  Ali lançaram, em 1995, The Infamous. Nesse álbum estão as pérolas “Shook Ones Pt.II”, “Survival of The Fittest”, “Temperature´s Rising” e “Craddle to The Grave”. Na época tornaram se referência do RAP hardcore de Nova York. No ano seguinte veio o disco Hell on Earth, com as participações de Nas, Raekwon, Method Man, Big Noyd, Illa Ghee, Gambino e Ty Knitty. As canções de destaque foram “Hell on Earth” e “God Pt.III”. Os endinheirados, ao ouvir essas duas músicas, tinham a noção exata do que é sobreviver numa favela de concreto norte americana. Resultado: ganharam o Disco de Ouro.

  O quarto disco, Murda Muzik, vendeu muito, sobressaindo as faixas “Quiet Storm (remix)”, “it´s Mine” e “U.S.A. (Aiight Then)”. Nessa bolacha tiveram as presenças de Big Noyd, Cormega, 8 Ball, Raekwon, Kool G Rap, Nas e Lil´Kim. Jantaram o Disco de Platina ao vender 1 milhão de cópias. Atingiram o terceiro lugar na tabela de discos da Billboard.

  No ano 2001 lançam o álbum Infamy. Começam a deixar de lado as letras ácidas e críticas para atingir maior número de público. Chamam Ron Isley para gravar e ficar bem com as rádios e emissoras de TV de linha mais light. Perderam muitos fãs e não agradaram o restante da massa. Era o início da descida. 

 De casa nova na Jive Records, colocam no mercado o CD Amerikaz Nightmare. Deixam bem claro a distância dos álbuns The Infamous e Hell on Earth. Algumas das canções foram produzidas por Lil´John, caracterizando o mau gosto pelo sucesso a qualquer custo. O single “Got It Twisted” é um hit vazio. O CD ficou igual sanduíche de uma famosa rede norte americana de fast food que não consegue matar por completo a fome, mesmo que seja grande. Perderam mais fãs. 

  Para selar a derrocada, ficaram sem editora e a convite do maluco 50 Cent, foram para a G Unit Records, gravadora afiliada à Interscope/Shady/Aftermath. Ali gravaram o álbum Blood Money com as participações de Nate Dogg e Mary J. Blige. O CD não agradou aos dois nem aos produtores. A nova associação e estilo não trouxeram novos admiradores nem despertou amor nos antigos fãs. Fortaleceram a crítica que desceu a lenha no grupo que moldou as bases do Hip Hop mundial. Não atingiram sucesso comercial, pois perderam a originalidade com letras fracas sem qualquer apelo junto às grandes massas que ainda moram nos guetos.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

The Ronettes: trio que cantava música de "meninas"

The Ronettes ficaram imortalizadas por causa do grande sucesso "Be My Baby" na década de 1960


 
  O grupo The Ronettes durou menos de sete anos, mas deixou saudade. A cabeça era Veronica “Ronnie” Bennett, nascida em Nova York em 1943. Ou seja, tinha 17 anos quando colocou o pé na estrada ao lado da prima Nedra Talley, três anos mais nova que ela, criando a dupla The Dolly Sisters. Em 1961 aderiram ao twist quando dançavam no clube Peppermint Lounge.

  Não demoraram para assinar contrato e gravar o primeiro álbum I Want Boy One. Logo emplacaram o nome que ficaria marcado na mídia: The Ronettes. Pouco tempo depois deram as caras num disco do DJ Murray The K, Live From The Brooklin Fox. Num telefonema firmaram contrato com o produtor Phil Spector. Com o dedo dele, as meninas estouraram nas paradas dos Estados Unidos, cantando “Be My Baby”. Essa canção iria definir o som do grupo, como aquele feito para meninas, adolescentes, interpretando letras que só as jovens nesta idade compreendem, pois ainda não são adultas, mas também já deixaram de ser criança.

  O que era um defeito em Ronnie, Spector tornou numa virtude: a voz anasalada. O hit “Be My Baby” estourou nos Estados Unidos e Reino Unido. Não demorou para o trabalho de produção de disco virar caso de amor entre Spector e Ronnie. O romance provocou burburinho no Show Biz, por causa da feiura dele. Conseguiram ficar juntos menos de oito anos. O receio de perder o amor de Ronnie o fazia deixar  presa em casa. Nesse clima de paixão, as meninas gravaram o hit “Walking In The Rain” (1964) e “I Can Hear Music” (1966). 

  Em 1969 apareceram novamente com um álbum ao vivo "You Came, You Saw, You Conquered" na A&M Records. Apresentado como The Ronettes Featuring The Voice of Veronica, valorizando a voz de Ronnie, acabou virando um fracasso comercial e o sonho dela de seguir carreira solo foi para o espaço. No ano de 1971 tentou repetir a dose na Apple Records, usando o sobrenome do então marido Ronnie Spector. Em 1973 deu um pontapé nele e foi para Buda Records.

  Ali lançou outro grupo vocal, Ronnie and The Ronettes, com Diane Linton e Fields Chip. Soltaram o hit “Lover Lover”. Também apresentaram “I Wish I Never Saw The Sushine”, remake de uma canção das The Ronettes originais. Não deu certo. Com a briga entre as primeiras vocalistas do grupo e Phil Spector, a batalha durou até o primeiro semestre de 2000, quando elas receberam US$ 2,6 milhões atrasados relativos a cachês não pagos desde 1963. Dois anos mais tarde a Justiça norte americana revogou a sentença. Ronnie continuou sonhando com a carreira solo. Em 2007, as The Ronettes entraram para o Hall da fama do Rock and Roll por causa do grande sucesso da canção “Be My Baby”.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Brenda Holloway: talento destruído pela guerra de vaidades na Motown Records

Com menos de 18 anos, Brenda abalou as estruturas da Motown Records


   Brenda Holloway, cantora e compositora, durante a década de 1960 gravou diversos hits para a Motown Records. Suas canções mais conhecidas são “Every Little Bit Hurts”, “When I´m Gone” e “You´ve Made Me So Very Happy”.  

Essa última composição tornou se grande sucesso na voz da banda Blood, Sweat & Tears. 

Aos 22 anos ela saiu da Motown, após quatro na casa, ficando fora do mundo do Show Biz até a década de 1990, após suas músicas voltar a estourar na Grã Bretanha.

 Nascida na Califórnia, com cinco anos de idade começou aprender a tocar violino, flauta e piano, além de cantar no grupo de louvor da igreja onde a família congregava. Aos 14 anos já trabalhava fazendo pequenas apresentações em Los Angeles. Em 1962 gravou o single “Hey Tolo”, lançado pela Donna Records Label. 

Dois anos depois lançou a primeira versão da balada "Every Little Bit Hurts”, lançada pela Del Fi Records. Gravou alguns duetos com Hal Davis (mais tarde produtor de vários sucessos dos Jackson Five e Michael Jackson). 

  Após concluir o Ensino Médio, no final de 1963, Davis a convidou para uma festa, onde o big boss da Motown, Berry Gordy estava presente. De cara, ele gostou de Brenda, principalmente do seu poder vocal. A chamou para assinar contrato com sua gravadora, na época grande fábrica de sucessos e estrelas. 

Foi a primeira cantora da costa Oeste dos Estados Unidos a entrar na Motown. Brenda teve a opção de mudar para Detroit para gravar nos estúdios, na época, a meca da Black Music norte americana, ou ficar em Los Angeles onde a Motown iria montar uma filial. 

   Preferiu não sair da cidade. Ali, Hal Davis e Marc Gordon produziram seus primeiros hits. Ela regravou o hit “Every Little Bit Hurts”, após uma maratona de tomadas de voz. Em abril de 1964, três meses antes de Brenda fazer 18 anos, a canção chegou à posição nº 13 da Billboard Hot 100. Apesar de ter um estilo vocal relaxado, era magistral na arte de dominar sua voz, além de  dramatizar a canção de acordo com a letra. Descontadas as proporções, como fazia Elis Regina no auge da carreira.

  Pouco tempo depois ganhou lugar no Dick Clark “Caravan of Stars” tour onde várias estrelas da Motown eram incluídas, entre elas o grupo vocal The Supremes, de onde sairia Diana Ross. Nesse período lançou o hit “ Where Did Our Love Go”. Após a saída de Mary Wells, Brenda passou a responder pelo faturamento da gravadora com as altas vendagens de seus discos. As canções que seriam encaixadas na voz de Mary, passaram para Brenda.

  Mas  começou a enfrentar problemas na Motown ao se recusar entrar nas aulas de etiqueta impostas por Gordy e Smokey Robinson. Ela recebia ordens para se vestir igual Tina Turner. Não demorou para  ser classificada de temperamental. Passaram a dar mais atenção as Supremes. Porém na abertura da turnê dos Beatles nos Estados Unidos, em 1965, ela foi convidada para cantar. Sucesso de Brenda a tornou celebridade nas emissoras de televisão norte americana. 

  No começo de 1967 ela lançou o hit “Just Look What You´ve Done”. Depois veio “ “You´ve Made Me So Very Happy”, composta com sua irmã Patrice. As alterações feitas por Berry Gordy colocou Frank Wilson na parceria. Ela estourou nas paradas. O segundo álbum veio em 1968. Mas numa sessão de gravação em Detroit com Smokey Robinson, saiu do estúdio e voltou para Los Angeles.

  A Motown publicou nota informando que Brenda tinha virado cantora gospel, mas na verdade ela ficou desgostosa com o tratamento recebido. O estilo de vida das estrelas daquela gravadora não batia com o dela. Em 1969 processou Berry Gordy por causa de duas canções gravadas pela banda Blood, Sweat & Tears. Acabou vitoriosa.

  No final da década de 1960 ela gravou para o selo Invictus dos compositores Holand, Dozier, Holand. Junto com a irmã Patrice continuou trabalhando  em gravações com Joe Cocker. Depois se casou com o pastor Albert Davis, em 1969. Teve quatro filhos e lançou álbum gospel Brand New! Em 1980 selaram o divórcio. Porém suas músicas continuaram fazendo sucesso nos clubes de Soul Music da Grã Bretanha.

 No ano de 1987 deixou o gospel e voltou a cantar músicas seculares pela Motorcity Records. A canção “ On The Rebound” teve dueto com Jimmy Ruffin, no disco All It Takes, lançado em 1991.
  Após a morte da amiga Mary Welles, em 1992, que trabalhou com ela na Motown. Brenda voltou a pegar firme no microfone. Fez turnê com Brenton Wood e com a banda Blood, Sweat & Tears. 

Também se apresentou em diversas escolas e universidades em 1993. Seis anos depois lançou outro álbum. Em 2003 gravou o CD My Love is Your Love. Nele estão diversos clássicos, como “Every Little Bit Hurts”,  “Just Look What You´ve Done” e “You´ve Made Me So Very Happy” entre outros. Em 2011 gravou um dueto com Cliff Richard em seu album Soulicious.