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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

sábado, 18 de maio de 2013

Selah Sue:o charme e a beleza da Black Music da Europa

A beleza de Selah Sue é proporcional ao seu talento, deixando a Black Music Europeia mais linda
 
   Podem ter certeza de algo: ainda existe vida inteligente na música. Mesmo com as diversas armações feitas pelos executivos que mandam no ShowBiz. Aliás, o som autêntico nunca morre. Resiste aos modismos impostos pelas gravadoras e emissoras de rádios e televisão. Os nossos ouvidos agradecem quando a charmosa e bela reggaewoman Selah Sue abre seus lindos lábios e começa a cantar e tocar seu violão, belas canções.
  
   Aos 24 anos essa Nara Leão da Bélgica, onde nasceu em maio de 1989, provocou estragos ao vender 720 mil cópias do CD de estreia Selah Sue, 320 mil delas na França. Fizeram a cabeça dos amantes da boa música, os hits " Raggamuffin", "Crazy Vibes" e "This World". Logo ganhou fama na Bélgica, França, Suíça e Holanda e no restante do mundo. Acabou ganhando o Prêmio European Border Breakers Awards (EBBA). Em janeiro de 2012 acabou escolhida como artista revelação do ano, pela revista Rolling Stone. 

   Desde os nove anos de idade, Selah (nascida Sanne Putseys) gosta de música. Aos 15 anos aprendeu a tocar violão sozinha e passou a compor as primeiras canções. Deixou o curso de Psicologia na Universidade Católica de Leuven e começou a se apresentar em pequenos bares e pubs da cidade onde nasceu. Logo veio o convívio com outros artistas e não demorou para tocar em eventos ao ar livre. 

   Conheceu o produtor e cantor belga Milow. Ele percebeu que estava diante de um diamante bruto, carecendo de lapidação. A convidou para abrir seus shows. Na Ancienne Belgique recebeu dicas de como se conduzir no palco e na estrada sinuosa do Show Biz. Milow a incentivou a escrever mais hits. Delas veio o material para o primeiro CD, lançado pela Because Music Records, e parceria com outros artistas europeus.

  Em agosto de 2012 gravou o CD Rarities, composto de versões demo e remixagens de canções de seu primeiro álbum. Emendou várias turnês, apresentando-se principalmente em grandes festivais como North Sea Jazz, Lowlands e Coachella e shows em diversos países da Europa. Alguns críticos a comparam a Janis Joplin, Amy Winehouse e Adele. Selah reconhece que teve grande influência de feras da Black Music como Erykah Badu, Lauryn Hill, The Zutons e M.I.A e também do Hip-Hop, Reggae, Ragga e Dubstep.  Outro ponto positivo foi a participação de Selah no show beneficente Help Haiti, ao lado de Ronny Mosuse, com ambos cantando a célebre " Ain´t No Sunshine", em ritmo de Reggae. Ela mostrou que realmente é uma grande artista, pois tem preocupação com os desvalidos.

  Agora em 2013 chegará ao mercado o seu segundo CD, provavelmente recheado de belas canções. Todas embaladas pelos lindos acordes que Selah tira do violão, que toca de forma maravilhosa, deixando satisfeitos os amantes do Reggae de Bob Marley, Peter Tosh e Steel Pulse. Sem sombra de dúvida, Selah Sue tem grande futuro ao apostar na Black Music, num continente onde o Pop água com açúcar prolifera em cada esquina, deixando a qualidade em segundo plano.  






sexta-feira, 17 de maio de 2013

Eddie Harris: gênio do Jazz/Pop

Harris fugiu da camisa de força do Show Biz

   Um dos grandes nomes do Jazz foi Eddie Harris
, saxofonista eclético e criativo, cuja carreira foi marcada por uma vontade incomum de experimentação de novos sons. Chegou a ser mais popular com o público do que com os críticos, que adoravam descer a madeira em seus projetos bem-sucedidos comercialmente. 

  A vantagem de Harris é ter fugido da camisa de força imposta pelo Show Biz, quando o artista fica preso a determinado seguimento musical e nunca mais consegue sair dali. Os puristas, como sempre ocorre em diversos setores, do Jazz não gostavam de sua postura. 

  Porém, ele sabia como transitar nesse campo minado, tanto com ala do Bop quanto do Cool, bem solidificado na costa Oeste dos Estados Unidos. Ciente do talento, Harris passeou pelo Jazz/Pop, Rock e Funk, além de improvisar, utilizar novos instrumentos eletrônicos, cruzar com outros tradicionais, como faz no Brasil o mago Hermeto Paschoal. 

  Os críticos escreveram artigos dizendo que ele caiu fora do que é considerado Jazz legítimo. Para tirar qualquer dúvida a seu respeito, Harris, filho de  pai cubano e mãe norte-americana de Nova Orleans (celeiro de grandes bluesman no Sul dos Estados Unidos), ficou mais conhecido por tocar saxofone tenor e introduzir esse instrumento amplificado eletricamente.  

  Harris tocava muito bem piano elétrico e órgão. Suas canções mais conhecidas são "Freedom Jazz Dance", gravada e tornada famosa por meio de Milles Davis na década de 1960, " Listen Here". Nascido em Chicago, terra de feras como Nat King Cole, Dinah Washington, Clifford Jordan, Johnny Griffin, Gene Ammons, Julian Priester e Bo Diddley, para citar alguns pesos pesados da Black Music norte-americana, Harris estudou música na DuSable High School. Depois refinou-se mais na Universidade Roosevelt, quando já tocava piano, vibrafone e saxofone tenor. 

  Na época de Serviço Militar prestado na Europa, entrou na Banda do Exército, onde já estavam Don Ellis, Leo Wright e Cedar Walton. Após concluir o compromisso com a pátria foi trabalhar em Nova York, antes de retornar a Chicago, para assinar contrato com a Vee Jay Records. Ali lançou o primeiro álbum, Exodus to Jazz, incluindo próprio arranjo de Jazz num tema de Ernest Gold. Sua versão de saxofone tenor tocou muito nas rádios, tornando o primeiro disco de Jazz a ganhar o Disco de Ouro. 

  O single subiu para a Billboard Hot 100 dos Estados Unidos e chegou ao posto 16 no chart R&B norte-americano. Não demorou para determinados críticos dizerem que o sucesso comercial de Harris ocorreu tinha saído dos bons caminhos do Jazz. Em 1964 entrou na Columbia Records e no ano seguinte assinou com a Atlantic Records. Ali gravou o álbum The Sound In, de Bop, que mostrou que seus críticos estavam errados a seu respeito.  

  Depois passou a tocar piano elétrico e saxofone, além de mesclar Jazz e Funk, vendendo bem tanto no segmento de Jazz quanto no de Rhythm and Blues. Em 1967 o disco The Electrifying Eddie Harris chegou ao segundo lugar nas paradas de R&B. A faixa " Listen Here" ficou entre as 11 mais na parada de R&B e 45 no Hot 100. Com o decorrer dos anos, ele lançou diversas versões dessa canção, incluíndo gravações de estúdio e concertos ao vivo.

   É célebre a apresentação ao lado de Les McCann no Festival de Jazz de Montreux em 1969. Mesmo sem ensaiar bastante com seus músicos, o show tornou-se o álbum Swiss Movement, lançado pela Atlantic Records. Ele ficou em segundo lugar nas paradas de R&B, como um dos mais vendidos da história do Jazz nos Estados Unidos.

  Na década de 1970 colocou a criatividade para funcionar inventando diversos instrumentos, entre os quais o trompete cana (com bocal de saxofone), saxobone (com bocal de trombone) e guitorgan (mistura de guitarra e órgão). De 1980 em diante centrou fogo nos cânticos de Blues mesclados com Jazz/Rock e gravou ao lado de estrelas como Steve Winwood, Jeff Beck, Albert Lee, Ric Grech, Zoot Money entre outros nomes do Rock. 

 A década de 1990, talvez percebendo que o fim estava próximo, como ocorreu em 1996, prosseguiu gravando na Europa, onde tinha público cativo. Aproveitou para lançar um álbum de Hard Bop. Mudou-se para Los Angeles, cidade onde morreu de câncer, aos 62 anos, deixando cravado o seu nome na história do Jazz. 



terça-feira, 14 de maio de 2013

The Herbaliser: a nitroglicerina do Hip-Hop de Londres


  A pegada da banda The Herbaliser é o Hip-Hop mesclando batidas de Jazz, Funk (legítimo dos Estados Unidos) e RAP. É a nova escola da Black Music britânica. O grupo, formado por Ollie Teeba e Jake Wherry, nasceu na década de 1990. Ao contrário de outros conjuntos, Acid Jazz, eles traçaram as raízes em cima do Jazz americano e Funk, no estilo de Roy Ayers, Johnny Pate, Ramsey Lewis, bem como na velha escola do Hip-Hop de Nova York, com feras do porte de Grandmixer D.ST e Jungle Brothers. 

  A baixista do The Herbaliser, Jake Wherry, conheceu o parceiro de grupo Ollie Teeba na Zona Sul de Londres, onde moravam. Eles reuniram algumas faixas no pequeno estúdio de Wherry, que depois passou a Ninja Tune Bosses, Mat Black e Jonathan More num clube. Pouco tempo depois assinaram contrato com a gravadora. 

  Em 1994 e 1995 lançaram vários hits, entre eles "The Hard-To-Find Real Killer Being The Bes", antes de sair o álbum de estreia, Remedies, que chamou a atenção da crítica para Ninja Tune Bosses Records. O disco captou a essência dos bailes que ocorre na Londres subterrânea, misturando livremente os estilos Funky, com Acid Jazz pesado. Os outros singles, como "Flawed Hip-Hop" e "New & Improved", concentraram-se na expanção da banda, firmada cada vez mais em Hip-Hop.

   O segundo disco veio com muito Trip-Hop, típico do som black do Reino Unido. O The Herbaliser ajudou muito artista remixar suas canções nas mãos de DJs Food e Stylus Raw, da Foremen Coldcut's Records "Atomic Moog", sendo essa a número um na parada de singles do Reino Unido. Wherry lançou hits por meio do selo parisiense Big Cheese, com o nome de The Meateaters e trabalhou com The Propheteers.

   Nas apresentações ao vivo e turnês, o The Herbaliser leva uma banda, que começou a nascer numa gravação feita em 2000, inclusive com grande destaque para o baixo de Wherry e truques de plataforma giratória  de  seu parceiro Ollie Teeba, apoiados em naipe de metais, bateria e percursão. Essa cozinha ficou mais forte em 2005, aumentou a dose três anos depois, ficando bem visível na compilação Tonic Herbal 2010. Com a mesma energia chegaram a 2012, sacudindo as pistas de dança da Europa. A grande sacada do The Herbaliser é os clipes de muita qualidade. Para tirar a dúvida veja "The Sensual Woman", onde o erotismo é explorado, mas no formato artístico, sem apelações, tudo mesclado com boa música.  





Willie Hutch: o compositor de "I´II Be There", um dos maiores sucesso da Motown Records

Willie foi produtor musical dos maiores cantores dos Estados Unidos

   Willie Hutch foi outro grande nome da Black Music norte-americana., cantor, compositor, guitarrista e produtor musical. Ainda criança mudou-se para Dallas (cidade famosa por causa do assassinato do presidente Kennedy em novembro de 1963),  Texas.

  Desde pequeno Willie já levava jeito para música, pois tinha grande habilidade em tocar instrumentos, em vez de ficar envolvido com as brincadeiras infantis, tão comuns nessa época da vida. 

   Estudou no colégio Booker T. Washington e durante a adolescência formou um grupo onde começou a cantar e compor as primeira canções Após concluir o Ensino Médio prestou Serviço Militar na Marinha, como fuzileiro naval..

  Em seguida muda-se para Los Angeles. Ali inicia sua carreira artística. Seu primeiro single, "Love Has Put Me Down", em 1964, pela Soul City Records. No ano seguinte começou a compor e produzir para a banda The Fifth Dimension. Em 1969 assina  com a RCA Records e lança o primeiro álbum solo, Soul Portrait. No ano de 1970, o produtor Hal Davis (que trabalhou na maioria dos discos dos Jackson´s Five) da Motown Records o convida para finalizar a canção " I´II Be There".

  Ele escreve a letra desse mega sucesso dos Jackson´s Five e tornou-se o single mais vendido pela Motown Records naquela época. Após essa deixa profissional, acabou contratado e ali ficou compondo e produzindo para artistas como Smokey Robinson,  Marvin Gaye, Diana Ross, Michael Jackson, Junior Walker, The Four Tops e Aretha Franklin. Ou seja estava no Dream Team da Black Music dos Estados Unidos. 

  Curiosamente, os trabalhos de maior repercussão de Willis foram trilhas sonoras dos filmes The Mack e Foxy brown, estórias violentas que retratavam a dura realidade dos negros norte-americanos. Elas acabaram sampleadas até hoje por diversos artistas Biggie Smalls, Lil´Kim, Moby, The Chemical Brothers e Chase & Status. Escreveu os hits, entre vários, "Brother´s Gonna Work It Out" (1973), "Slick" (1973), "Sunshine Lady" (1973), "If You Ain´t Got No Money  (You Can´t Get No Honey) Pt.I" (1974), "Get Ready for the Get Down" (1974), "Theme of  Foxy Brown"(1974), "Love Power" (1975), "Let Me Be The One, Baby" ( 1976), "Party Down" (1976), "Shake It, Shake It" (1977), "We Gonna Party Tonight" (1977), "All American Funkathon"(1978), "What You Gonna Do After The Party" (1978) e "In And Out" (1982).

  Em 1982, Willie compôs " Keep  The Fire Burning" para Gwen McCrae e retornou à Motown para mais três produções. Durante a década de 1990 permaneceu na gravadora fundada por Berry Gordy, que revolucionou a música Pop em todo o Mundo. Em 1994 foi para Dallas, onde continuou a tocar e se apresentar. Dez anos depois morreu. 


Duffy: cópia do relâmpago Lulu?

Um dos atrativos de Duffy, além de copiar a cantora Lulu, é a beleza

    No mundo da música copiar o concorrente é moda . Isto vem de longe. Bebeto é xerox de Jorge Benjor, Ed Motta veio na cola do talentoso tio Tim Maia, Djalma Pires de Jair Rodrigues, Jards Macalé de Moreira da Silva, que influenciou Bezerra da Silva nas letras a respeito da malandragem. 

Da maioria das cantoras de Black Music atuais, todas elas se espelharam nas divas das décadas de 1950 e 1960,  imitando posição de palco, respiração ao cantar nos clipes, menos o talento. Por que é  díficil existir duas Aretha Franklin, Diana Ross, Billie Holiday, Etta James, Roberta Flack entre outras. 

   Com Duffy ocorre o mesmo. É bonita de rosto e de pernas (atrativos bem explorados pela indústria da música, fazendo o público comprar CDs e assistir aos shows, impulsionados pela beleza do artista em vez do talento.

  Quem já ouviu o hit "Shout", gravado pela banda The Isley Brothers (de onde saiu o mago da guitarra Jimi Hendrix em 1965) e depois regravado pelos Beatles, na voz de Lulu, intérprete da famosa canção "To Sir With Love", trilha sonora do filme ao Mestre com Carinho, que estourou nos cinemas no final da década de 1960. São idênticos o jeito de cantar, até a voz é parecida. Ela também é atriz, assim como Lulu. Só o cabelo de Duffy que é comprido. Provavelmente os produtores dela observaram a postura artística de Lulu e recomendaram Duffy a segui-la, para ganhar destaque no Show Biz. Só falta ela encontrar um namorado de banda famosa para o quadro se fechar. Lulu casou-se com um dos irmãos Bee Gees.

  Duffy nasceu em Gywenedd, País de Gales em 1984. Interessou-se pela música por causa do pai, John Duffy, e da apresentação que ele fez no show de rock Ready Steady Go! (o mesmo que Lulu cantou, só que em 1965). A menina assistiu e gostou. Com dez de idade, após a separação dos pais, Duffy se muda para Walws com a mãe e a irmã gêmea. Cinco anos depois retorna a Gywenedd e passa cantar em algumas bandas. Tentou a sorte num concurso na Suiça, mas levou congo. Atirou no American Idon do País de Gales e ficou em segundo lugar.

   Em 2008 lançou o primeiro CD, Rockferry. O álbum vendeu bem. No Reino Unido acabou distribuído pela Mercury Records, atingindo 1 milhão de cópias. Nos Estados Unidos, pela A&M Records (gravadora fundada pelo excelente pistonista  Herbert Alpert), chegou a 500 mil cópias. Neste álbum, além dos hits "Rockferry", despontou também "Warwick Avenue" e "Mercy". No final daquele ano, ela lançou nova versão do primeiro disco, Rockferry: Deluxe Edition, CD duplo com as músicas de trabalho "Stepping Stone" e "Rain On Your Parade". 

  O ponto alto de Duffy é ter escolhido a Soul Music como guia em suas canções, em vez de gêneros água com açúcar que os executivos de gravadoras adoram empurrar sobre seus artistas contratados. Calcula-se que ela já tenha vendido mais de 6 milhões de CDs em todo o mundo. Em 2009 ganhou o Grammy de Melhor Álbum Pop Vocal com Rockferry. No ano seguinte colocou no mercado o álbum Endlessly. 





domingo, 12 de maio de 2013

Shirley Carvalhaes: fenômeno do Gospel brasileiro com mais de 6 milhões de discos vendidos



Em 36 anos de carreira, Shirley já vendeu mais de 6 milhões de discos

    Shirley Carvalhaes  é da época que cantar louvores para Deus era considerado caretice. Nos programas de televisão nenhum artista Gospel aparecia. O espaço ficava cedido às canções do mundo, que pouco falam de Deus, apenas retratam o triste cotidiano das pessoas ou da vingança cega contra alguém que tenha mágoa no coração. Nascida no bairro de Mesquita, Rio de Janeiro, Shirley lançou o primeiro disco independente (na época de vinil, conhecido como bolachão) em 1976, aos 22 anos, batizado de Estrada do Gólgota. Em 36 anos de carreira lançou 30 álbuns, além de passar por gravadoras como Continental/Warner Music, Franc Records, Nancel, Aliança Produções, Sião Records, Art Gospel. Agora é contratada da Sony Music.

  Por causa da unção (presença de Deus) existente em seus louvores (os evangélicos pentecostais e tradicionais não chamam de músicas ou canções as composições que falam dos milagres de Jesus Cristou ou mesmo passagens da Bíblia transformadas em letras de sucesso), Shirley consegue impactar as pessoas que as ouvem. As letras são simples, num português sem muitas figuras de linguagem, tudo de forma coloquial, como se ela estivesse conversando com quem esteja ouvindo algum dos seus CDs.

  Nas décadas de 1980 e 1990 ela vendeu muitos discos. De 1983 a 2012, ela já vendeu 5,8 milhões de álbuns. Mansões Celestiais lançado em 1983 ganhou Disco de Ouro pelas 200 mil cópias adquiridas no mercado. Há uma Saída, gravado em 2003, chegou a 1,5 milhão de cópias, proeza que poucos artistas não evangélicos conseguem. Com exceção do CD O Tempo de Cantar Chegou, pela Sony Music, que já teve 50 mil cópias compradas, Shirley sempre vende acima de 100 mil CDs. Tudo sem precisar de propaganda nas emissoras de televisão ou rádios que tocam pouco música Gospel. É provável que de 1976, quando colocou no mercado o primeiro disco, Estrada do Gólgota, numa gravação independente, até 1982, quando saiu o álbum Asas da Humilhação, ela tenha vendido perto de 600 mil discos. 

   Outro destaque é a ótima produção dos seus álbuns. Não tem dedo de amadores no seu trabalho artístico. Tanto a mixagem quanto a masterização é tudo de primeira linha. Ela grava os louvores em ritmo de Samba, Tango, Rock, Pop, Pagode, Blues e Soul. Foi através de Shirley que os evangélicos conheceram intérpretes como Fernanda Brum, Rose Nascimento, Cassiane (outra grande vendedora de CDs Gospel), além de ajudar o ex-músico da banda Paralamas do Sucesso, Mattos Nascimento. Quando passou a ser muito criticada por causa do estilo arrojado e diferente de seus louvores, gravou o hit "Pedradas" em 1992.

  Antes de a Rede Globo "descobrir" que evangélico gosta de música Gospel, Shirley já fazia apresentações para mais de 150 mil pessoas em 1996. Atualmente é uma da maiores expressões do Gospel brasileiro. Desde criança  já cantava louvores ao Senhor. Quando parou de apresentar canções falando de Jesus Cristo ficou doente e perdeu a voz. Dias depois recebeu a visita de um irmão em Cristo Jesus e começou a cantar, entoando os versos "Eu preciso falar de Jesus/aos perdidos que vivem sem luz.." 

  Em 1977 recebeu o convite para substituir a mulher do cantor Wilson de Almeida que se encontrava doente, colocando voz no disco Acima das Estrelas, na gravadora Rocha Eterna. Dois anos depois veio o segundo álbum, Supremo Autor, colocando voz nas 12 faixas em 8 horas seguidas, algo difícil para alguém que não conhece a rotina de um estúdio de música. A partir dai lançou um novo disco a cada ano. Em 1984 lançou o álbum Renúncia, com o louvor "A Árvore da Cruz" estourando nas rádios e igrejas, em conjunto com a faixa "Ditosa Cidade".

  Quando colocou no mercado o 12º disco, Asas do Vento, gravou o louvor "Muitos Anos de Bençãos", citando os nomes dos 11 trabalhos anteriores, inédito em letras de canções naquela época. Em 1993 soltou o disco De Coração pra Coração, que tornou-se sucesso até os dias de hoje. No ano de 1994 lançou o álbum Primeiro Amor, destacando o louvor "Faraó ou Deus". Em 1995 assinou contrato com a Continental Warner Music e colocou no mercado o disco Quero te Adorar. Sua voz chegou ao Exterior, em países como Estados Unidos, Japão e Reino Unido. 

  Em 1997 grava o primeiro álbum ao Vivo na casa de show Rio Sampa, no ano seguinte entra no selo Rosa de Saron e coloca nas ruas o disco Olhos de Quem Ama, com grande sucesso no Nordeste, explorando mais o timbre e sua força da voz. Quando algumas pessoas imaginavam que Shirley iria dormir em cima dos louros, encostando o burro na sombra, como fazem diversos artistas do mundo e até do meio Gospel; em 2003 entra na gravadora Art Gospel e dali sai o CD Há uma Saída, lhe rendendo o Disco de Ouro em poucos meses de lançamento. Em 2004 lançou outro CD e seu primeiro DVD Tudo sobre Mim, gravado no Teatro Gazeta, em São Paulo.  Seu último CD, O Tempo de Cantar Chegou, foi produzido em 2012 pela Sony Music, onde Shirley é contratada atualmente.







Corinne Bailey Rae: a beleza do Neo-Soul

No "mar "da Soul Music. Corinne "surfa" com grande tranquilidade

 Neo-Soul é o mar por onde "surfa" a cantora Corinne Bailey Rae, britânica da cidade de Leeds, onde nasceu em 1979.

   
  Da mistura de sangue britânico da mãe e do pai indu saiu essa linda pérola. Desde criança que ela demonstrava interesse pela música. Então resolveu estudar violino clássico, depois comprou uma guitarra na adolescência. 
  
   Inspirada no Alt-Rock da década de 1990, como L7 Veruca Salt e Belly, Corinne criou sua primeira banda: The All-Female Indie Rock Outfit Helen, que durou três anos e acabou quando ela ficou grávida. Apesar de receber muito apoio local , preferiu naquele momento estudar literatura inglesa. Quando estava fora da escola, trabalhava num clube de jazz, ali começou a escrever suas primeiras canções.

   Para não perder tempo assinou contrato com a EMI Records e lançou o primeiro CD em 2006, com várias canções que reuniu em dez anos enquanto cantava em festas familiares. Antes a EMI Records pediu que Corinne apresentasse ao público o single "Like a Star". O sucesso da música a fez ganhar o Prêmio Som de 2006 da BBC, além de diversas capas de revista e entrevistas em programas de rádio. O álbum  alcançou o quarto lugar na Billboard 200, além de três indicações ao Grammy No ano seguinte gravou um CD/DVD ao vivo em Londres e Nova York.

  O lançamento do CD The Sea, em 2010, acabou afetado pela morte do marido em 2008, Jason Rae, saxofonista do grupo The Haggis Horns. Reposta as energias colocou no mercado outro CD em 2011, com canções originalmente gravadas por Prince, Bob Marley e Paul McCartney & Wings. A regravação de "Is This Love", de Bob Marley, em ritmo de Soul é algo explêndido na voz de Corinne.  A grande escola musical de Corinne foi começar cantando em grupos de louvor da igreja. Ali aprendeu todos os atalhos da Soul Music clássica.




Jessie Ware: outra jovem guarda da Soul Music na Europa

Jessie tornou-se conhecida após gravar o single "Running" em 2012



   Jessie Ware tem 29 anos e ficou conhecida pelo single gravado em 2012, "Running", lançado pela PMR Records. Trabalhou como backing vocal de SBTRKT, Man Like Me e Jack Penate. Como ocorre com artistas jovens, ela a comparada a outros talentos, como a cantora Sade, Florence, Tracey Thorn, Lisa Stansfield, Carol Wheeler e Lana Del Rey.   

   Apesar de novata na estrada sinuosa do Show Biz, já gravou diversos singles entre 2010 e 2011, com todas suas canções no estilo Soul Music. Nascida no Sul de Londres, seu talento estourou quando mostrou sua voz poderosa no hit " Soundclash", autoria de RackNRuin. Depois lançou a canção "Nervous", numa parceria com SBTRKT. 

  Em 2011 aumentou a produção, lançando o primeiro CD, num dueto com o vocalista e produtor Sampha. Depois apareceu no álbum de SBTRKT, Sanctuary. Na faixa título "The Vision", que teve os dedos do produtor Joker, ela deixou o recheio do bolo mais gostoso com a canção " Strange Feeling". Em 2012, os produtores Okumu e Julio Bashmore colaboraram no single "Race".  O hit estreou bem  nas paradas de sucesso britânicas, sendo indicada ao Prêmio Mercury Prize.