Postagem em destaque

#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Booker Newberry III: De Ohio para o sucesso no restante dos Estados Unidos.





Luís Alberto Alves

 É da cidade de Youngstown, Ohio, que surgiu Booker Newberry III (foto), especialista em canta Soul. O começo da carreira foi na banda local, Mystic Nights, em 1971, aos 15 anos.  Encontrou a fama quando resolveu ir para Filadélfia e ali formou o quinteto Sweet Thunder.

 Logo emplacou nas paradas, de 1978, o hit “Baby, I Need Your Love Today” gravado na WMOT Records. Pularam para Fantasy Records. No selo anterior lançaram três discos. Em 1979 o grupo se separou.

 Durante pouco tempo Newberry trabalhou com o The Group Impact. Em 1983 assinou contrato na Boardwalk Records e soltou o álbum Love Town. O ano de 1984, já na Malaco Records, voltou às paradas. Repetiu a dose em 1986, com o disco Take A Piece Of Me, nas paradas de R&B dos Estados Unidos.

Steve Arrington: A peça chave que fez diferença na Slave Band


Antes de chegar ao auge, Arrington tocou em várias bandas de Ohio

Luís Alberto Alves

 Steve Arrington é cantor, compositor, bateristas, produtor musical, engenheiro e ministro da palavra do Senhor. Nascido em Dayton, Ohio, tocou em várias bandas daquela cidade até aprender percussão latina e passar a trabalhar com Coke e Pete Escovedo e Sheila E.

  Em 1975 uniu forças com a banda de Funk Slave, onde virou baterista e backing vocal. Colocou voz nos hits “Just a Touch of Love”, “Watching You” e “Wait for Me”. Sete anos depois saiu do conjunto, deixando nas paradas de sucessos os singles: “Weak At The Knees” e "Nobody Can Be You But You".

 Seu disco de maior sucesso em carreira solo foi Dancin' in the Key of Life. Esse single passou três semanas no segundo posto nas paradas de Disco Music. Outro single, “Feel So Real” ficou nos primeiros lugares nas pistas de dança e rádios do Reino Unido.


 Cansado das falsidades do show biz, aceitou Jesus Cristo em 1984 para mais tarde ser ungido pastor. Seis anos após deixou de lado a Pop Music. Em 2009 lançou CD de R&B e Funk, Pure Thang. Repetiu a dose dois anos depois, soltando o CD Love, Peace and Funky Beatz.

Narada Michael Walden: Maestro que conheceu pouco sucesso em álbuns solos



Como bom músico, Narada já produziu lindos discos para outros artistas
Luís Alberto Alves

 Narada Michael Walden é conhecido por tocar diversos instrumentos, especialmente teclados, além de ser bom vocalista, compositor, arranjador e produtor. Com dez anos de idade teve as primeiras lições de músicas. Para deixar os ouvidos mais sensíveis passou a curtir discos de bandas de rock como The Who e Soulful e R&B como Temptations.

 Aos 18 anos, em 1970, formou a dupla The Ambassadors, para depois entrar na Michigan University. Em 1973 criou um trio de rock progressivo, The New McGuire Sisters, liderado por Sandy Torano, antigo membro da banda Edgar Winter.

 Em 1974 já estava na Mahavishnu Orchestra. Viajou a Londres para gravar o álbum Apocalypse, que teve a participação do guitarrista Jeff Beck. Ele gostou tanto do talento de Narada, que o convidou para retornar e fazer outros trabalhos com George Martin (maestro produtor de todos os álbuns dos Beatles). Dessa experiência saiu o disco Wired, que teve quatro canções de Narada.

 Mais tarde encontraria o roqueiro Carlos Santana e as meninas da banda Pointer Sisters. Após o fim da orquestra Mahavishnu em 1975, começou a batalhar para lançar seu primeiro disco solo na Atlantic Records, antes de entrar no conjunto de Tommy Bolin até a morte do guitarrista.

 Conseguiu emprego com Roy Buchanan e produziu o álbum Here & Now para Don Cherry. Só em 1976 conseguiu tirar da gaveta o tão sonhado álbum solo, antes de montar a própria banda para turnês pelos Estados Unidos. Os primeiros três discos tinham grandes doses de canções religiosas, amparadas em bons arranjos de Jazz e Funk. Não vendeu bem.

 O ano de 1980 trouxe dois singles: ‘Tonight I’m Alright” e “I Shoulda Loved You”. Ambos estouraram nas paradas britânicas. Sua influência reduziu no mercado musical dos Estados Unidos, embora tenha conseguido emplacar nas paradas o hit “Gimme Gimme Gimme”, dueto ao lado de Patti Austin.


 Antes em 1981 produziu um lindo álbum para Stacy Lattisaw. Sete anos depois retornou às paradas britânicas com o single “Divine Emotions”, mas não soube administrar o seu sucesso. 

Stargard: Banda Funk feminina que explodiu no final da década de 1970



 O sucesso das meninas do Stargard durou menos de dez anos

Luís Alberto Alves
 Stargard foi uma banda de Funk (legítimo dos Estados Unidos) formada por Rochelle Runells, Debra Anderson e Janice Williams.  Viraram capas de revistas em 1977 por causa do hit “Theme Song of Which Way Is Up?”, escrita pelo compositor de milhares de sucessos do Temptations, Norman Whitfiel. A canção serviu de tema para o filme estrelado por Richard Pryor.
 No ano de 1978 entraram na MCA Records e chegaram aos primeiros lugares das paradas dos Estados Unidos. O segundo álbum What You Waitin' também manteve o grupo nas alturas. Depois mudaram para a Warner Bros Records, destacando o single “Wear It Out”, com parte da produção nas mãos de Verdine White, baixista da banda Earth, Wind & Fire.
 Debra Anderson saiu do grupo e as duas vocalistas, Rochelle e Janice ainda conseguiram gravar mais dois discos: Back 2 Back (Warner Bros) em 1980 e Nine Lives (MCA) dois anos depois. A partir dai desapareceram do cenário artístico da Black Music dos Estados Unidos.



quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Tiny Grimes: O homem que tocava violão de quatro cordas


Grimes usava instrumento com apenas quatro cordas

Luís Alberto Alves

 Lloyd Grimes era o nome verdadeiro de Tiny Grimes. Nascido na Virginia em 1916, depois de muito tocar bateria e piano, escolheu o violão como instrumento. Incomum entre guitarristas, usava apenas quatro cordas. Foi um dos primeiros a usar amplificação elétrica.

 No final dos anos 30 e início dos anos 40, ele trabalhou em Nova York, atraindo grande atenção quando  se juntou Slam the Became. No começo da década de 1940 participou de vários grupos pequenos, semeando as sementes do Bebpop entre artistas como Charlie Parker, por exemplo.

 Ajudou romper barreiras tocando também Rock e coktail lounge Jazz, quando a situação financeira ficava apertada. Nos anos de 1970 e 1980 rodou o mundo mostrando o talento em clubes e festivais até morrer em 1989.


Thelma Cooper: A voz célebre de “I Want a Man for Christmas”




Thelma fez muito sucesso no final da década de 1940

Luís Alberto Alves

 Thelma “Baby Doll” Cooper colocou fogo no Blues. Nos seus discos tinha a boa cozinha da Orquestra de Doc Bagby, que produziu vários hits no final da década de 1940, incluindo "Cute Pappa," "Boyfriends," e “Oooh! Daddy." As letras das canções de Thelma deixavam bem claro o seu interesse por homens, inclusive na célebre música “I Want a Man”, mas o nome correto da canção era “"I Want a Man for Christmas”, talvez para não passar sozinha nesse feriado. O curioso é que o hit não passava de composição natalina, sem nenhum tipo de sacanagem na letra.


 Na canção “Cute Pappa” é bem clara a sintonia de Thelma com o parceiro Doles Dickens. Durante muitos anos ele ficou conhecida por ter nome semelhante ao de Dolly Cooper, que usando o codinome de Little Clydie entrou para a história ao gravar o hit “Big Rock Inn”, descrito como uma das grandes gravações do Rock por uma mulher negra. Até hoje ninguém sabe se de fato Thelma usou o nome de Little Clydie para fazer essa gravação. 

Joe Morris: Guitarrista talentoso da Black Music




Morris aprendeu sozinho a tocar guitarra

Luís Alberto Alves

 Joe Morris é outro grande talento da Black Music. Guitarrista, baixista e compositor brilha muito no Jazz. Aos 13 anos começou a tocar e pouco tempo depois fez o primeiro show profissional. Aprendeu tudo sozinho. As influências de Jimi Hendrix e outros grandes guitarristas o levou a centrar fogo no Blues.

 John Coltrane o aconselhou a aprender Jazz. Trabalhou muito para estabelecer sua própria voz na guitarra num contexto de Free Jazz. Após sair do colegial, aos 17 anos, despejou o talento em bandas de rock e de jazz. Ficou assim até mudar para Boston em 1975.
  Até 1978 esteve como figura criativa naquela cidade. Em 1983 criou a própria gravadora e lançou o primeiro disco, com participação do pianista Lowell Davidson. Entre 1989 e 1993 fez shows e gravou com seu trio elétrico Sweatshop.

 De 1994 em diante gravou em diversos selos, além de liderar suas bandas. Tocou com Joe Maneri, Jim Hobbs, Steve Lantner, Daniel Levin entre outros. Também ministrou aulas e workshops nos Estados Unidos e Europa. Morris é conhecido por desempenhar o Jazz Sonny Sharrock Free. Curioso que ele não usa distorção de som na guitarra, prefere o “som limpo”, amparado em ricas harmonias. Seu último CD, Balance, saiu neste ano de 2014.


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Jimmy Rogers: De membro da banda de Muddy Waters a grande talento do Blues





Rogers tocou muitos anos na banda de Muddy Waters


Luís Alberto Alves

 Jimmy Rogers ganhou fama por tocar na banda do lendário Muddy Waters, além de escrever os hits: "That's All Right" em 1950 e "Walking By Myself" dois anos depois. Com menos de 30 anos abandonou o Show Bizz, voltando a gravações e turnês 20 anos depois. Nascido no Mississippi, mas criado em Atlanta e Memphis, manteve o sobrenome Rogers, herdado do padrasto.

 Aprendeu a tocar gaita ainda criança, depois passou para o violão e começou a tocar profissionalmente em St. Louis, com Robert Lockwood Jr. Em 1947, ele e Muddy Waters e Little Walter começaram a tocar juntos na banda Muddy Waters. O grupo definiu o estilo nascente Chicago Blues, conhecido como South Side.


 Escreveu vários hits para pequenas gravadoras de Chicago, mas nenhum estourou. Só sentiu o gosto doce do sucesso na Chess Records em 1950, com “That´s All Right”. O nascimento do Rock deixou o Blues em segundo plano. Ele resolveu sair de cena do mercado artístico. Resolveu ganhar dinheiro como motorista de táxi e dono de loja de roupas, incendiada durante os protestos após o assassinato de Martin Luther King em 1968. Quando retornou ao batente, Rogers gravou até morrer de câncer em 1997.





Jimmy Reed: O bluesman que driblou a doença na busca do sucesso


Jimmy Reed é outra grande cria do Mississippi

Luís Alberto Alves

 Outra boa cria do Blues foi Jimmy Reeds, nascido no Mississippi em 1925. Marcou forte presença tocando guitarra e gaita, além de colocar nas paradas vários hits na década de 1950. Foi o cantor mais bem-sucedido deste estilo musical.

 Os primeiro anos de sua vida sofreram as influências de trabalhar na roça. Ficou amigo de Eddie Taylor e passou a cantar na igreja e aprendeu a tocar guitarra. Na década de 1940 saiu do sul e foi morar em Chicago, deixando a enxada para trás. Prestou serviço militar na Marinha e no ano de 1945 estava de volta ao Mississippi. Conheceu Willie Joe Duncan, que tocava guitarra com uma só corda.

 Nessa época encontrou o amigo de infância Eddie Taylor e passaram a tocar juntos em clubes da cidade até entrar na Vee Jay Records em 1953. Dois anos depois estourou com o hit “You Don´t Have To Go”. A porteira se abriu com as canções “Ain´t That Lovin You Baby”, “You´ve Got Me Dizzy”, “Bright Lights, Big City”, “I´m Gonna Get My Baby” e “Honest I Do”.

 Duas de suas composições mais célebres: “Baby What You Want Me To Do” e” Big Boss Man” viraram estimulantes para novas bandas de Rock. Tudo isso se deve ao amigo Taylor, cuja esposa, Mama Reed, o ajudou a escrever várias de suas canções e até cantava perto do ouvido, quando ele se esquecia das letras durante as gravações. A jogada de Reed foi fugir do Blues tradicional, deixando as melodias bem dançantes.


 Epilético, ele driblava a insegurança das apresentações ao vivo apelando para o álcool. Visitou a Europa na década de 1960, quando não estava bem. Aparecia bêbado nos shows. Caiu nas mãos do mafioso Al Smith e passou a gravar na Bluesway Records. Porém passava a maior parte do tempo em casa por causa da doença. Curioso é que ele morreu de problemas cardíacos. Os Rolling Stones reconhecem sua influência no estilo da banda tocar.

John Lee Hooker: Um dos maiorais do Blues




Hooker: uma das grandes lendas do Blues

Luís Alberto Alves

 Falar de Blues sem citar John Lee Hooker é o mesmo de desfrutar de lua de mel com ausência de sexo.  Nos 94 anos encerrados em 2001, ele tocou fogo no mundo da música, além de influenciar diversos artistas. Nascido numa família grande no Mississippi teve as primeiras experiências musicais tocando na igreja.

 Para driblar a falta de dinheiro inventou um equipamento derivado de uma câmara de ar ligada à porta do celeiro. Depois grudou no padrasto e passaram a tocar juntos em bailes locais. Aos 14 anos fugiu para Memphis e ali conheceu Robert Lockwood. Aos 16 anos resolveu ir para Cincinnati, permanecendo dez anos naquela cidade.

  Em 1943 já estava em Detroit, onde viveria vários anos. Enquanto trabalhava como zelador durante o dia, passou a tocar de noite nos clubes de Blues e bares próximos a Hastings Street. Desenvolveu um estilo único de tocar guitarra, tornando sua música diferente. Três anos depois gravou o primeiro disco, apenas com guitarra e fazendo percussão com os pés, era o álbum Boogie Chillen, pela Modern Records. Vendeu mais de 1 milhão de cópias.

 Boa parte das primeiras canções de Hooker eram solos, apenas alguns hits consistiam de duetos ao lado de Eddie Kirkland ou outro guitarristas. O talento dele o tornava difícil de acompanhar. Por isso optava por discos solo. O som limpo de sua guitarra era único.

 Do final da década de 1940 até o início de 1950, Hooker produziu vários clássicos como “Crawling King Snake”, “In The Mood”, “Rock House Boogie” e “Shake Holler & Run”. Porém teve prejuízo com as gravadoras que lhe pagavam pouco dinheiro em direitos autorais. Passou a fazer músicas usando outros nomes, mas os fãs sabiam que era ele. É desta época codinomes como: “ Johnny Williams, Sir John Lee Booker, Delta John entre outros.

 O sucesso o ajudou a fazer várias turnês, entrando no circuito de R&B dos Estados Unidos, aumentando a popularidade. Entrou na Vee Jay Records, de Chicago, deixando gravações solos de lado, incluindo piano e outra guitarra nos seus discos.  Produziu vários sucessos. Perto da década de 1960 passou a se apresentar em clubes e festas populares.

 O começo da década de 1960 marcou seu crescimento junto a jovens músicos de Pop e Rock, principalmente Rolling Stones. Vieram as turnês no Exterior e lançamento de vários álbuns, inclusive pela Bluesway Records. Continuou na mesma pegada nos de 1980. Em 1989 gravou o disco The Healer, trazendo vários convidados e o célebre dueto ao lado de Carlos Santana. Na velhice, Hooker gozou do título de estadista do Blues.


 Em 1994 resolveu tirar o pé do acelerador e passou a desfrutar dos bens que comprou com seus sucessos. No ano seguinte gravou o disco Chill Out. Repetiu a dose em 1996 e 1997. Apesar dos agitos no mundo do Blues, onde drogas pesadas estão sempre presentes, Hooker morreu dormindo.