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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Link Wray: O homem que influenciou o estilo de tocar rock moderno

Wray entrou para a história do Rock

Luís Alberto Alves

 Link Wray nunca pode entrar no Hall da Fama do Rock & Roll, mas a sua contribuição para a linguagem do Rock seria muito grande. Ele inventou o estilo de tocar dos guitarristas do Rock moderno. Ao ouvir suas canções lançadas em 1958 é possível perceber a pegada do Heavy Metal e outros estilos.
 Ele teve grande peso na pegada de guitarra com som distorcido que animou Jimmi Hendrix, Eric Clapton, Jeff Beck, Jimmi Page e outras feras. Wray, mesmo sendo branco, mesclou o estilo dos negros ao tocar Blues.
 Pete Townshend resumiu que Wray é o rei, o seu grande influenciador a pegar uma guitarra para tocar. Foi na sua trilha que vieram Led Zeppelin e The Who. O curioso é que tudo começou em 1955.
 Na época os artistas tinham dois caminhos: ou abraçavam o estilo de Perry Como ou do falecido Hank Williams. Com a Country Music estourando na Carolina Norte, ele juntou forças com os irmãos Vernon e Doug, formando a Lucky Wray & the Lazy Pine Wranglers, depois mudando o nome para Palomino Ranch Hands.
 Até o final de 1955 já estava em Washington e colocou o baixista Shorty Horton, ao lado deles caíram na estrada. Três anos depois a música mudou. Faltando um pulmão por causa da tuberculose, por causa da Guerra da Coreia, Wray foi aconselhado a deixar a música.
 Pegou firme na guitarra. Nessa época a banda ganhou o nome de Ray Men. O disco Rumble, lançado pela Archie Bleyer Cadence estourou nas paradas. A pedido da filha optou pela música instrumental, fazendo lembrar cenas da Rumble in West Side Story.
 Wray virou ídolo dos jovens rebeldes do início da década de 1960. Wray mesclou o estilo de gravação de orquestras, fazendo dreck como “Danny Boy” e “Claire of Lune”. Depois chegou ao fim as relações com a Epic Records. Wray criou sua prória gravadora, a Rumble Records.

 Mais para frente Wray se casou e mudou-se para Dinamarca em 1980. Lançou um álbum para o mercado externo. Na década de 1990 ainda era capaz de tirar muito som de sua guitarra. Entrou nas vidas de vários guitarristas jovens, que procuram imitar o seu estilo. Em 1997 gravou o disco Shadowman, pela Ace Records e Barbed Wire em 2000. Morreu no final de 2005.



Little Feat: A banda influenciada por Frank Zappa



A Little Feat tem o estilo das bandas de Blues do Sul dos Estados Unidos

Luís Alberto Alves

 Embora tivessem toda a pompa de uma banda de blues do Sul dos Estados Unidos, a Little Feat fazia som convencional. Eram ecléticos. Liderados pelo compositor e guitarrista Lowell George mesclavam R&B, Country e Rock.
 Os integrantes tinham boa técnica e profissionalismo, soltando uma música redondinha durante a década de 1970. A sensibilidade surreal levou o grupo a ganhar status Cult entre críticos e músicos.

 Fizeram sucesso nas rádios, mas após a morte de George em 1979, perderam o rumo. Retornaram no final dos anos de 1980, mas sem a sensibilidade antiga. Mesmo assim estouraram nas paradas. Exemplo disso é o CD Rooster Rag, lançado em 2012.

Redbone: Banda do sucesso “Come and Get Your Love”


A Redbone nasceu em Los Angeles

Luís Alberto Alves

 Redbone foi uma banda nascida em Los Angeles, liderada por Pat Native e Lolly Vegas, ambos vocalistas, já escolados na arte do Show Biz. O primeiro sucesso veio com o hit “Maggie” pela Epic Records.
 Depois soltaram a canção “The Witch Queen of New Orleans”, seguida de “Come and Get Your Love”, single que chegou ao quinto lugar da Billboard Hot 100, rendendo Disco de Platina.
 Seria o último grande sucesso do grupo. Gravaram outros álbuns e fizeram muitos shows. Em 2008 entraram para o Hall da fama do Rock. Alguns anos mais tarde apresentaram nova geração de músicos na trilha sonora do filme “Guardians of the Galaxy”.


Black Sugar: Banda de Black Music do Peru




A Black Sugar foi pioneira na América Latina a mesclar a Black Music dos EUA

Luís Alberto Alves

 Black Sugar é uma banda de Rock Latino, Jazz e Soul criada no Peru em 1970. É uma das pioneiras na América Latina a mesclar Funk (o legítimo), Rock e ritmos latinos.  Lançaram dois discos de vinil que seriam reeditados por diversas gravadoras de todo o mundo.
 Tudo começou em 1969, quando “Coco” Salazar e Miguel “Chino” Figueroa formou um conjunto chamado de The Far Fen, por causa do órgão Farfisa e amplificadores Fender.
 Usando este nome gravaram três álbuns, trazendo canções pop e baladas. Era a pista para o Latin Funk. Em 1970 receberam o nome de Black Sugar, sugerido por Jaime Delgado Aparicio, na época diretor artístico da Sono Radio.
 Ele reconheceu o talento dos meninos e os ajudou a gravar o disco Black Sugar em 1971, trazendo hits como: “Too Late”, “Little Trip” e “A Looser”. Estouraram nas paradas.
 Em 1974 veio o segundo disco, Black Sugar II, trazendo hits mais originais do que o primeiro, revelando maturidade musical, com pérolas como: “Fire”, “All Your Love” e “Do Not You Worry´Bout a Thing”.
 No ano seguinte a banda tinha nove músicos :Victor "Coco" Salazar (fundador, guitarrista e arranjador). Miguel "Chino" Figueroa (teclados), Roberto Valdez (baixo), Jose Luis "Arrocito" Cruz (bateria), Antonio Ginocchio (trompete), Jorge Chavez (sax alto), Coco Lagos  (1° percussionista), Miguel Salazar (2° percussionista) e Carlos "Pacho" Mejía (vocalista e autor da maioria das músicas). e esse ano eles foram apresentados na Exposição Pacific International recebendo ótimas críticas.
 Em 1976 tocaram no Coliseo Amauta e ganharam mais dois componentes: “Pacho” Saenz (trompete) e “ Edward Brown (trompa), depois veio o baixista Oscar Stagnaro. A queda para Disco Music provocou a saída de Carlos “Pacho” Mejia e Hermes Landa, empresário desde o início da década de 1970.
 Em 1978 lançaram o disco Mover, Mover/A Camita pela Crown Records. Acabaram influenciados pelos grupos Tower of Power, Blood, Sweat and Tears e Chicago com um som Funk Latino.
 Anos mais tarde, em 2011, anunciaram uma série de concertos para comemorar 40 anos de estrada do primeiro disco gravado. Dos shows participaram os membros originais Carlos “Pacho” Mejía e Antonio Carlos Espinoza Ginnochio com outros jovens músicos da nova formação da banda.


quarta-feira, 1 de abril de 2015

Logg: Um dos nomes da banda de Le Roy Burgess



Le Roy depois seguiu carreira solo

Luís Alberto Alves

 Logg foi um dos vários nomes de LeRoy Burgess. De curta duração, gravou alguns álbuns na fase áurea da Disco Music. Acabou sendo considerado um dos incentivadores da House Music.

 A banda, após o lançamento do álbum "Let's Do It" ganhou grande embalo. Formada pelo produtor Greg Carmichael, o baixista James Calloway, bateristas Sonny T. Davenport e Trevor Gale, o guitarrista Sonny DeGraffenreid, o tecladista Fred McFarlane, o percussionista Willis Long e dos vocalistas Renee JJ Burgess e Dorothy Terrel.

 Eles tinham outro nome para o disco, mas o dono da gravadora, Sam Weiss, insistiu em “Let´s Do It”. Tiveram problemas com direitos autorais relativo ao batismo do grupo. A solução foi mudar para Logg, idéia de Carmichael.


 Lançaram o fenomenal single “I Know You Will”. O hit estourou em clubes e passaram a ganhar dinheiro. Apesar das críticas, o disco fez bonito nas pistas de dança. Pouco tempo depois a banda estacionou, mas Burgess prosseguiu na carreira até início dos anos 2000.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Kath Bloom: A cantora do fracassado álbum Moonlight



Kath sentiu na pele gravar um disco que vendeu apenas 300 cópias

Luís Alberto Alves

 A filha do oboísta Robert Bloom, Kath Bloom é uma cantora e compositora comparável a Vashti Bunyan. Na infância estudou violoncelo e depois passou para o violão na adolescência. No começo da década de 1970 colaborou com Bruce Neumann até conhecer o guitarrista Loren Connors Mazzacane. Em 1976 gravou o primeiro disco.

 Ao lado de Connors lançou cinco álbuns. A parceria durou até 1984, quando saiu Moonlight, que vendeu apenas 300 cópias. Mãe solteira, focou as energias na criação dos filhos, raramente fazendo shows fora de New Haven. Porém no início da década de 1990, o diretor Richard Linklater descobriu as canções de Bloom encorajando o interesse da Linklater por suas músicas.

 Surgiu a vontade de escrever e soltou o álbum The Florida Years, em 1999. Seguido do relançamento de hits da época que havia gravado com Connors pouco antes da separação de ambos. Em 2001 veio Sing the Children Over. Sete anos após soltou Terror, seguindo do CD tributo Loving Takes This Course: A Tribute to the Songs of Kath Bloom.


 Passou a fazer shows ocasionais, após ficar dois anos parada. Em 2012 apresentou o EP digital, Here I Am, trazendo cinco faixas pela Caldo Verde Records. Em 2014 gravou pela primeira vez na Califórnia, resultando no CD Pass Through Here.

Judy Collins: A Joan Baez número dois


As duas grandes vozes da Folk Music

Luís Alberto Alves
 Ao lado de
 Joan Baez, Judy Collins foi uma das duas principais cantoras interpretativas da década de 1950 e início dos anos de 1960. De início soltava a voz em músicas folclóricas tradicionais até passar a compor de verdade. Ao contrário de Baez, Judy usou sua formação clássica para deixar as letras mais bonitas.

 Na carreira que começou no final da década de 1950, e mais forte ainda meio século após, realizou média de 50 a 80 concertos por ano, atingindo ápice do sucesso comercial a partir da década de 1960 para meados dos anos de 1970, com seis discos ganhando Ouro ou Platina.

 Judy também acertava a mão em singles de sucesso, como ocorreu com o hit “Both Sides Now”, numa versão do hino de louvor “Amazing Grace” a cappella e “Send in the Clowns”, ganhando o Grammy.

 Nascida em Seattle, a primeira dos cinco filhos de Charles Thomas “Chuck” Collins e de Marjorie “Byrd” Collins, uma cantora de rádio e MC, no Verão de 1943 foram para Los Angeles onde o velho arrumou emprego na rede de emissoras NBC.

 Desde criança já gostava de música e passou a ter aulas de piano antes dos cinco anos de idade. Aos 11 uma professora percebeu que ela tinha jeito para pianista de concertos. Logo passou a gosta da Folk Music, pegou o violão em 1957 se formou na MacMurray College em Illinois.

 Por sugestão do marido passou somente a cantar. Logo tinha cinco apresentações por semana e a fama ganhou outras cidades dos Estados Unidos. Mudou-se para Chicago e passou seis semanas abrindo a festa popular The Gate of Horn.

 A partir de 1960 começou a aparecer em Nova York, principalmente em locais como Gerdes Folk City. No ano seguinte assinou contrato na Elektra Records. O primeiro álbum, A Maid of Constant Sorrow, saiu em agosto de 1961. Em 1962 veio outro, Golden Apples of the Sun. Os dois discos traziam canções folclóricas tradicionais, numa instrumentação acústica simples.

 O sucesso crescente provocou o fim do seu casamento. Ao abrir o show para Theodore Bikel no Carnegie Hall, aquela casa de espetáculos iria virar rotina em sua vida artística. O terceiro álbum, Judy Collins, trouxe hits de Bob Dylan, Woody Guthrie e Pete Seeger. Chegou às grandes paradas. Em 1964 uma apresentação no Town Hall virou álbum ao vivo com letras que não entraram no disco anterior.

 A partir daí se apresentou na Polônia, na então União Soviética, Europa e outros países da Ásia em 1966. Antes gravou Judy Collins ´Fifth Album, interpretando hits de Dylan, Eric Andersen, Richard Fariña e Gordon Lightfoot. Chegou ao Top 100.

 Para o sexto álbum, In My Life, Judy contratou o arranjador Joshua Rifkin. Esse disco chegou ao Top 50. Em 1967 soltou Wildflowers. Alcançou o Top Tem de 1968, ganhando o Disco de Ouro e a faixa “Both Sides Now” rendeu o Grammy, como Melhor Perfomance Folk. Who Knows Where the Time Goes, lançado no final de 1968, numa levada mais Pop trouxe outro Disco de Ouro, gerando o single “Someday Soon”.

 A partir daí ela lançou vários álbuns de sucesso, Whales & Nightingales (1972), The Concert Judy Collins (1972), True Stories & Other Dreams (1973), Judith (1975), Bread & Roses (1976), Hard Times for Lovers (1979). Quando a Elektra foi comprada pela Warner Records, Judy ganhou a porta da rua após 20 anos juntos. Em 1990 entrou na Columbia Records, lançando Fires of Eden.

 O álbum Judy Collins Sings Dylan...Just Like a Woman (1992) teve sabor amargo para ela por causa do suicídio do filho, de 33 anos. Em 1995 apresentou o disco Shameless, com canções próprias. Após lançar o clássico da Broadway sobre Platinum Records, em 1999, criou a própria gravadora, Wildflower.


 Passou a se apresentar regularmente. No início de 2007 estreou como artista de cabaré no famoso Café Carlyle de Nova York. Três anos depois gravou o disco Paradise.

Malvina Reynolds: Compositora da canção satírica “Little Boxes”



Malvina também compôs canções infantis

Luís Alberto Alves

 Malvina foi outra compositora de destaque na década de 1960. Estava na idade de aposentadoria, acabou conhecida como autora da canção satírica “Little B0xes”, que era singles Pop de Pete Seeger lançado em 1964.

 Também escreveu o hit "What Have They Done to the Rain," para a banda The Searchers em 1965. Suas músicas acabaram gravadas por Joan Baez, Judy Collins e outros.


 Pela Columbia Records soltou os discos Malvina Reynolds Sings The Truth e Folkways (Another Country Heard From), além de soltar no seu próprio selo Cassandra. Escreveu canções infantis para o programa de TV Vila Sésamo.

Bonnie Dobson: A eterna intérprete de “Morning Dew”




Bonnie Dobson ficou marcada pela canção "Morning Dew"

Luís Alberto Alves

 As canções de Bonnie Dobson fizeram muito barulho na década de 1960. Ela é autora do hit “Morning Dew”, balada linda e comovente sobre a ameaça de devastação nuclear. Essa canção é conhecida também como “Take Me for a Walk", que saiu em 1962 e depois num CD lançado no ano 2000, The Best of 1962-1988 Broadside Box Set, inspirado no filme On The Beach, a respeito das conseqüências de um bombardeio de armas atômicas.

 Grande nome da Folk Music nunca se tornou grande sucesso, mesmo após versões lançadas por artistas do porte de Tim Rose, The Grateful Dead, Lulu, Jeff Beck Group, Episode Six (futuros membros do Deep Purple), Clannad, Dave Edmunds, Nazareth e The Allman Brothers.

 Ainda é desconhecido que Dobson tenha gravado discos de Folk Music acústico para a Prestige Records na primeira metade da década de 1960 e mudou para o estilo Pop/Folk/Rock com arranjos completos em álbuns lançados pela RCA em 1969 e 1970. Os fãs reconhecem que ela nunca mais escreveu e cantou algo tão memorável como “Morning Dew”.

 Esse hit foi o primeiro composto por Dobson. O ourives desse hit foi Fred Neil, que a colocou num disco da Elektra Records, como parte de um duo ao lado de Vince Martin, alterando parte da letra. Esse detalhe causou confusão, por que Tim Rose, ao regravá-la em 1967 aparece dividindo parceria. Dobson, porém disse em 1993 que co-autor deveria ter sido Neil.

 Infelizmente ela não soube capitalizar a crescente popularidade dessa canção em sua versão elétrica, no álbum de 1969 pela RCA. “Morning Dew” é linda, mas Dobson não teve cacife suficiente para deixar de ser coadjuvante na década de 1960 no movimento da Folk Music. 

Nessa época ela estava quase no anonimato comercial. Na década de 1970 mudou-se para a Inglaterra e praticamente se aposentou do mundo da música, trabalhando no departamento de Filosofia da Faculdade Berwick, da Universidade de Londres.


terça-feira, 17 de março de 2015

Billy Ward: O chefe mão de ferro dos The Dominoes



Billy Ward era o grande cabeça desse grupo musical

Luís Alberto Alves

 The Dominoes (às vezes também conhecido como Billy Ward & the Dominoes) teve um dos melhores pedigrees musicais de qualquer R & B como grupo vocal da década de 1940, pelo menos com base na formação e experiência do seu fundador.  Com diversos hits R&B o conjunto saiu do Gospel e Bo Diddley ainda estudou violino como um menino. O mais curioso é o criador da banda ter sido treinado na Juilliard.

 Billy Ward nasceu em 1921, em Los Angeles. Os pais eram ministros musicais na igreja. Na infância já se revelou grande prodígio, recebendo educação e teoria musical clássica e composição. Na adolescência sabia, como ninguém, tocar órgão, ganhando prêmio de composição aos 14 anos, a partir de Walter Damrosch, o célebre educador musical de Nova York.

 Após o Serviço Militar durante a Segunda Guerra Mundial, Ward estudou na Juiliard School of Music, onde mais tarde virou maestro na arte vocal. Trabalhou na Broadway no final da década de 1940. Com seus ex-alunos recrutou os membros para sua banda: Clyde McPhatter (vocalista), Charlie White (tenor), Joe Lamont (barítono) e Bill Brown (baixo).

 The Dominoes venceu vários concursos de caça talentos, incluindo o célebre Talent Scouts de Arthur Godfrey. A voz de McPhatter fez o grupo ter um som muito bom e ajudar emplacar diversos hits de R&B no começo de 1951, entre eles “Do Something for Me”. Mas foi com a canção, neste mesma época, “Sixty Minute Man” que entraram para a história da Black Music dos Estados Unidos.

 Suas músicas serviram de ante sala do que seria o Rock & Roll, que dava os primeiros passos. Vários meses em turnês, ganharam o reputação de melhor banda de R&B da década de 1950. Os excelentes arranjos e linda voz de McPhatter ajudaram a vencer barreiras raciais, num tempo de forte segregação nos Estados Unidos.

Ganharam fãs entre negros e brancos, a maioria adolescentes, que não se importavam com as regras sociais, mas curtiam o momento. Foi desse fermento que estourou de vez o Rock & Roll. Infelizmente é difícil administrar o sucesso. Ainda em 1951, a banda já enfrentava problemas quando Charlie White saiu, cedendo lugar para James Van Loan, seguido por Bill Brown, depois substituído por David McNeil, antigo membro do grupo Cotovias.

 Mesmo assim estouraram nas paradas com: “I Am With You” e “That's What You're Doing to Me”, antes de chegar ao topo com “Have Mercy Baby”, dois meses seguidos na boca do povo em 1952. Parte da moçada não agüentou sucesso, diversas turnês e gravações. Ninguém contestava a competência musical de Ward para gerir a banda com mão de ferro, o problema é que o público amava a voz de McPhatter e o restante dos integrantes recebia pouco dinheiro.

 McPhatter chegou a dizer que ganhava apenas o suficiente para viver. Às vezes para driblar dificuldades dizia que era irmão de Clyde Ward. Em 1953 tudo isso explodiu de vez. Ele saiu para criar os The Drifter, gravando na Atlantic Records. A sua ausência nos The Dominoes mexeu com a comunidade negra.

 Ward percebeu o erro. Colocou no seu lugar Jackie Wilson, com voz melhor do McPhatter. Eles emplacaram os hits  "You Can't Keep a Good Man Down" e "Rags to Riches". O grupo parecia estar no caminho certo. Em 1954 Ward resolveu renovar o contrato da banda com a King Records. Vendia muitos discos, mas viam pouco dinheiro de direitos autorais.

 Entraram na Jubilee Records em 1954, onde lançaram dois singles. Em 1955 mudaram-se para Decca Records e ali conheceram o doce sabor do sucesso do hit “St. Teresa of the Roses”. Não conseguiram repetir a dose no ano seguinte. Em 1956 Jackie Wilson sai para carreira solo de sucesso.


 Ward tentou segurar a onda contratando Eugene Munford, obtendo novo contrato na Liberty Records. Fizeram sucesso com “Star Dust”. No final da década de 1950 o conjunto passou a viver de flash backs. Mesmo assim chegaram até 1960 explorando os hits imortalizados nas vozes McPhatter e Wilson.

Syd Nathan: O Little Caesar da Black Music das décadas de 50 e 60

Nathan produziu grandes artistas da Black Music dos EUA

Luís Alberto Alves

 Uma das figuras verdadeiramente excêntrica da indústria discográfica, Syd Nathan foi o fundador e chefe da King Records baseados em Cincinnati. Nathan, que fundou o selo como uma extensão de sua loja de discos, teve uma incrível capacidade de sentir os tipos de música que os afro-americanos que migram do Sul queria ouvir e aproveitou a oportunidade para assinar o melhor R & B e Country atos da época.

 Conhecido como "Little Caesar" porque era baixo, gordo, e governou seu rótulo como um ditador, o chefe do selo constantemente gritava e intimidava seus artistas e funcionários. No entanto, apesar de seu comportamento tirânico, Nathan montou uma lista extremamente diversificada e talentosa de artistas. Eis algumas pérolas que gravaram com ele: Bradshaw, Cleanhead Vinson, Little Willie John, os Midnighters, os "5" Royales, Cowboy Copas, e, o mais famoso, James Brown.

 No final da década de 1950, Brown entrou na sua gravadora como vocalista do grupo Famous Flames. Mas o rei do Funk teve relação conturbada com Nathan, durante os 10 anos que ali ficou. Os atritos renderam ação judicial, concedendo a Brown um novo contrato com mais autonomia.


 Ficou famosa a história de que Nathan teria pago US$ 5 mil de taxa de gravação para financiar Brown no célebre disco Brown Classic Live at the Apollo. Embora teimoso Nathan produziu alguns dos melhores cantores de R&B dos Estados Unidos nas décadas de 1950 e 1960.